Diante da epidemia de dengue ocorrida neste ano, cresce a preocupação da população sobre o que está sendo feito para evitar um possível próximo surto. Algumas medidas já estão sendo tomadas. O Ministério da Saúde (MS) anunciou aumento nas verbas específicas para o combate ao mosquito transmissor da doença. Outro ponto importante é a realização do Levantamento Rápido do Índice de Infestação de Aedes aegypti (LIRAa), que em Aracaju deve ser finalizado até o próximo dia 31.
O LIRAa é um procedimento que mapeia as principais áreas de foco do mosquito na cidade. Ele será determinante para o planejamento das ações de prevenção à dengue dos próximos meses, bem como a definição de grupos de risco classificados por bairros e faixas etárias, por exemplo.
“Sem dúvidas, esse é um dos principais mecanismos que temos de preparo da capital sergipana para o fim deste ano e começo do próximo, no que se refere ao combate ao mosquito da dengue. Isso significa que teremos tempo para estudar as diretrizes de ação e atuar de forma mais específica em lugares onde haja maior necessidade”, informa a coordenadora do Programa de Combate à dengue da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Taíse Cavalcanti.
Questionada sobre como ficará a situação de Aracaju com o início do verão, a coordenadora é enfática ao dizer que o número de casos é secundário. “A nossa preocupação é com a qualidade do atendimento. Já que na última epidemia tivemos a inclusão do tipo 3 do vírus, aumenta-se a possibilidade da existência de dengue hemorrágica”, diz.
O LIRAa é um procedimento que mapeia as principais áreas de foco do mosquito na cidade. Ele será determinante para o planejamento das ações de prevenção à dengue dos próximos meses, bem como a definição de grupos de risco classificados por bairros e faixas etárias, por exemplo.
“Sem dúvidas, esse é um dos principais mecanismos que temos de preparo da capital sergipana para o fim deste ano e começo do próximo, no que se refere ao combate ao mosquito da dengue. Isso significa que teremos tempo para estudar as diretrizes de ação e atuar de forma mais específica em lugares onde haja maior necessidade”, informa a coordenadora do Programa de Combate à dengue da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Taíse Cavalcanti.
Questionada sobre como ficará a situação de Aracaju com o início do verão, a coordenadora é enfática ao dizer que o número de casos é secundário. “A nossa preocupação é com a qualidade do atendimento. Já que na última epidemia tivemos a inclusão do tipo 3 do vírus, aumenta-se a possibilidade da existência de dengue hemorrágica”, diz.
Prevenção e tratamento
Sem ver o carro “fumacê” passar por onde mora, no Conjunto Castelo Branco II, a dona de casa Lourdes Pimentel começa a cobrar. “Já estamos perto do verão. O mosquito costuma aparecer mais nessa época. Mesmo assim, até agora não vi nenhum carro ‘fumacê’ passar por aqui pela região”, indaga.
Embora bastante citado, esse método de aplicação de inseticida só pode ser usado em casos de epidemia e sob determinação federal. “Mas Lourdes pode ficar tranqüila que estamos preparados para combater o Aedes agypti. O ‘fumacê’, neste momento, não é o método de prevenção mais correto. A atitude mais adequada continua sendo a inspeção de possíveis focos de larva do mosquito”, comenta Taíse Cavalcanti.
Ainda no quesito prevenção, no último dia 20 o ministro José Gomes Temporão lançou a campanha “Brasil Unido Contra a dengue”. Peças publicitárias serão veiculadas nas mídias impressa, televisiva, de rádio e Internet por todo o país. As ações preventivas mais específicas serão encabeçadas pelas secretarias municipais de saúde. Em Aracaju, elas serão estudadas tão logo saírem os resultados do LIRAa.
Por enquanto, as visitas dos agentes de saúde e endemias às casas das pessoas constituem a principal medida profilática. A força-tarefa, que em poucas palavras consiste na limpeza programada de terrenos baldios nos bairros da cidade, não parou e é desempenhada das quartas-feiras aos sábados.
Em se tratando de infra-estrutura para o tratamento, mesmo com o fim da epidemia as 43 Unidades de Saúde da Família (USFs) continuam com salas de hidratação, o que não ocorria em outubro do ano passado. Os exames de hemograma também permanecem sendo feitos.
Mas a maior preocupação fica por conta do quadro de profissionais de saúde, principalmente de pediatras emergencistas. Além de as crianças serem mais frágeis em relação aos efeitos da dengue, é nessa faixa etária que se concentra o maior número de vítimas. Somente até julho deste ano, 33.88% dos acometidos eram menores de 14 anos.
No início do ano, a Prefeitura de Aracaju realizou concurso público para a contratação dos profissionais. Mesmo assim, a situação continua preocupante por causa do baixo número desses especialistas atendendo em Sergipe.
Recursos e projetos
Para o combate à dengue, o governo federal anunciou que os recursos em Sergipe alcançarão a ordem de R$ 5,6 milhões, R$ 1,6 milhão a mais que o ano passado. Desse total, R$ 161,5 mil já foi gasto na aquisição de cinco veículos e quatro nebulizadores costais.
Por enquanto, nenhum dos veículos ou nebulizadores foi passado ao município. “Recebemos, em março, uma bomba costal e duas kombis, mas eram recursos do pacto do ano passado. Devemos receber os novos em breve”, afirma a coordenadora Taíse Cavalcanti.
Além dos repasses, o MS selecionou 13 cidades para que desenvolvam projetos piloto que poderão ajudar na prevenção e tratamento da doença. Aracaju foi uma das contempladas. Aqui serão testados dois mecanismos: um de prevenção e outro de tratamento.
A estrutura de prevenção consiste em uma armadilha para o mosquito Aedes aegypti fêmea, que permitirá indicar zonas de infestação. O de tratamento se refere aos NS1, exame médico laboratorial capaz de diagnosticar o vírus da dengue em 15 minutos, se testado em pacientes que estejam até no terceiro dia da doença.
A presença da dengue como doença epidêmica, a capacidade de repasse das informações ao governo, a área geográfica e a estrutura de combate foram os pontos favoráveis à capital sergipana para que recebesse os projetos.
Situação atual
Até o momento, os dados estatísticos refutam a idéia de epidemia de dengue em Aracaju. Houve uma diminuição de casos em relação ao mesmo período do ano passado. Entre agosto de outubro de 2007, foram 183 ocorrências da doença. Desde agosto e até o dia 29 de outubro deste ano, 41 foram registrados. Nos últimos cinco anos, nunca se viu um valor tão baixo.
De acordo com a promotora de Saúde de Sergipe, Mirian Teresa Cardoso Machado, embora não estejamos enfrentando um surto epidêmico de dengue, nada garante que a situação permanecerá assim. “Não podemos relaxar. Posso dizer que Aracaju está no rumo certo quanto ao combate à doença, e que os bairros mais afetados são onde as políticas de conscientização e prevenção devem ser ainda mais efetivas”, afirma.
O bairro mais afetado no último surto foi o Santos Dumont, com quase 800 casos registrados até julho deste ano. O bairro Industrial, Santa Maria, América e Farolândia seguem como os que mais próximos chegaram dessa marca.
Quanto ao papel do Ministério Público nessa conjuntura, a promotora complementa dizendo que o órgão age como um fiscalizador. “E isso é em relação tanto aos gestores como a população. Se percebermos que algum cidadão nega a entrada do agente comunitário em sua residência, ele será chamado para uma conversa, podendo inclusive ser autuado. Só vamos evitar a tragédia se todos colaborarem”, finaliza.
Por Allan Nascimento
Links:
- Brasil Unido Contra a Dengue: http://www.combatadengue.com.br/
- Conheça mais sobre a doença: http://portal.saude.gov.br/SAUDE/area.cfm?id_area=920
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