As chapas que concorrem à reitoria da Universidade Federal de Sergipe têm duas semanas para distribuir materiais, passar em sala de aula e conclamar a comunidade acadêmica a participar do processo eleitoral. Até o dia 13 de junho, os candidatos terão que correr contra o tempo para percorrer os campi de São Cristóvão, Itabaiana e Laranjeiras, além do Hospital Universitário e os pólos de Educação a Distância.
O estudante de ciências sociais Ulisses Willy é um dos coordenadores de campanha da chapa Humanização, Transparência e Descentralização, e alega que seu grupo está sendo prejudicado pelo tempo estabelecido. “Um prazo de duas semanas é muito curto para o pleito, o que dificulta bastante a democracia. Além de formar a chapa, ainda temos que preparar material e entrar em contato com os eleitores. São atividades que demandam um tempo maior”, lamenta.
O professor Arivaldo Montalvão Filho, pró-reitor de Assuntos Estudantis, é um dos mobilizadores da chapa Crescendo com a UFS, e apesar de concordar com o outro grupo quanto ao tempo de campanha, o pró-reitor demonstra otimismo. “Realmente, estamos levando um processo atropelado, mas vamos fazer o possível para chamar a comunidade ao voto e à participação nos debates. Já começamos a panfletar hoje, por exemplo”.
O presidente da comissão eleitoral, professor Carlos Dias da Silva Junior, concorda que dez dias é um tempo escasso para as atividades, mas responsabiliza as entidades representativas. “A responsabilidade recai sobre as entidades representativas, que levaram muito tempo para convocar a Assembléia Geral, e definir as regras da eleição. Ela poderia ter sido convocada em março, mas acabaram postergando, e aí estão os resultados”.
Para ele, a falha no nível de informação da comunidade acadêmica está na comunicação entre os segmentos. “A comissão é formada por estudantes, professores e servidores, justamente para facilitar a troca de informações entre os membros de cada segmento. Além das chapas, cada entidade – DCE, ADUFS e SINTUFS – deve levar às suas respectivas categorias as informações referentes às votações”, esclarece o diretor do Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS).
Tentativas de mobilização
O estudante Rafael Aragão é coordenador do Centro Acadêmico de Ciências Sociais Caio Amado (Cacam) e alega ter pouco tempo para mobilizar os estudantes do seu curso. “Em dez dias, as pessoas podem até saber que as eleições vão acontecer, mas poucas conhecem o funcionamento do processo, as propostas dos candidatos. Eu só estou por dentro das eleições porque procuro meios de me informar e debater com meus colegas de curso”, afirma.
De acordo com Renata Ferreira, membro do Movimento Nacional de Casas de Estudantes, os residentes da UFS se interessam pelo debate, mas não têm informações suficientes. “Nós temos pouco tempo para discutir as propostas e decidir sobre o possível apoio a um dos candidatos. No entanto, até agora, nenhum candidato procurou o Conselho de Residentes da UFS para apresentar suas propostas. Temos bandeiras a defender, principalmente as de assistência estudantil, e gostaríamos de conferir se essas bandeiras estão sendo contempladas por alguma das chapas”, destaca Renata, que é estudante de turismo da UFS.
Existem duas chapas disputando as eleições. Crescendo com a UFS é encabeçada pelo atual reitor, Josué Modesto dos Passos Subrinho, e tem como vice o professor Ângelo Antoniolli, ambos tentando a reeleição. A outra chapa - Humanização, Transparência e Descentralização – tem como candidato o professor Jonatas Silva Meneses, do Departamento de Ciências Sociais e diretor do CECH, e como vice o professor Pedro Leite de Santana, do Departamento de Engenharia Química.
As eleições vão ocorrer nos dias 14 (pólos de Educação a Distância), 16 e 17 de junho, em São Cristóvão, Itabaiana e Laranjeiras, além do Hospital Universitário.
Por Priscila Viana.
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