Com a expansão da universidade e a implantação do Reuni, a pretensão é que o acesso seja democratizado e a vida acadêmica, "desobstruída"
O contínuo processo de expansão por que vem passando a Universidade Federal de Sergipe (UFS) nos últimos anos tem gerado um aumento proporcional da evasão, o que provoca, conseqüentemente, uma maior oferta de vagas remanescentes. Somente neste período, 434 novos espaços foram disponibilizados para diversos cursos da universidade, número consideravelmente alto se comparado com editais anteriores.
Os cursos que mais ofereceram vagas remanescentes para o próximo semestre foram os da Universidade Aberta do Brasil (UAB), especialmente os de Química Licenciatura e Física Licenciatura do município de Areia Branca, com 36 e 34 novos espaços de preenchimento, respectivamente. No campus de São Cristóvão, a carreira que mais abriu novas vacâncias foi Física Bacharelado, com 16 no total.
A grande novidade deste ano, no que diz respeito a vagas remanescentes, foi a oferta de cinco vagas para medicina já que a última vez que o curso disponibilizou vacaturas foi em 2001/2, quando foram oferecidas quatro.
De acordo com o chefe do Departamento de Medicina, Antônio Carvalho da Paixão, as vagas remanescentes que surgem no curso são, em sua maioria, decorrentes de óbito, já que as desistências são quase nulas. "Os alunos que conseguem passar no vestibular para Medicina já sofrem muito antes de chegar à universidade, então, quando finalmente conseguem a vaga, eles querem aproveitá-la da melhor forma possível e se formar logo, até porque têm que lutar para conseguir uma residência, que é como se fosse outro vestibular", explica. Segundo o professor, 97% dos estudantes se formam dentro do período regular.
A aluna do terceiro período do curso de Fisioterapia, Izabella Romilda Pereira de Lima, é uma das candidatas a essas vagas remanescentes. Ela afirma que sempre teve dúvidas entre Fisioterapia e Medicina, mas conta que nunca tentou para este último por não se sentir completamente preparada. "Da primeira vez em que prestei vestibular, como ainda não tinha Fisioterapia, acabei fazendo para Educação Física. Depois de dois períodos, quando finalmente implantaram o curso, larguei Educação Física e fui fazer Fisioterapia. Estou gostando muito, mas se conseguir a vaga para Medicina, mudarei mais uma vez".
Critérios
De acordo com o chefe do Departamento de Administração Acadêmica (DAA), Antônio Edilson do Nascimento, as vagas remanescentes são definidas multiplicando-se o número de alunos que são aprovados no vestibular pela duração estipulada de cada curso. "Em Medicina, por exemplo, entram 100 alunos por ano e a graduação é para ser completada em seis anos, o que resulta em 600 vagas. Se o número de alunos matriculados for menor do que isso, quer dizer que tem espaço para novos estudantes, não importa o período", explica.
Os critérios para a seleção dos candidatos que preencherão as vagas seguem a seguinte ordem de preferência: transferência interna, transferência externa de universidades federais, transferência externa de demais instituições públicas, readmissão, transferência externa de instituições particulares e ingresso de portador de diploma. Para os casos de transferência interna, por exemplo, analisa-se primeiramente a média geral ponderada (MGP) mais elevada, o maior índice de regularidade (IR), o menor número de reprovação em disciplinas e a maior idade, respectivamente.
Atualmente, as únicas formas para se gerar novas vagas remanescente na UFS é por meio de desistência ou de falecimento, já que o jubilamento não tem sido posto em prática. "A gente só tem desligado o aluno que não se matricula, mas acho que tem pessoas que estão usando a universidade sem estudar, e isso é um absurdo. Esses alunos deveriam ser jubilados", afirma Edilson, referindo-se aos estudantes que só se matriculam em uma ou duas disciplinas por período apenas para não perder a vaga.
A filosofia do processo e o Reuni
Na opinião do pró-reitor de Graduação da UFS, Antônio Ponciano Bezerra, as normas que estão em vigor na universidade atualmente são muito fechadas. "Elas determinam que o preenchimento dessas vagas seja quase que sem condição de um externo aproveitar, pois é como se fosse apenas um remanejamento interno. É por isso que é necessário democratizar o acesso, disponibilizando uma porcentagem para internos e outra para externos, por exemplo". Ponciano diz que isso será mudado com a implantação do Reuni, que, segundo ele, será muito mais flexível.
A grande novidade deste ano, no que diz respeito a vagas remanescentes, foi a oferta de cinco vagas para medicina já que a última vez que o curso disponibilizou vacaturas foi em 2001/2, quando foram oferecidas quatro.
De acordo com o chefe do Departamento de Medicina, Antônio Carvalho da Paixão, as vagas remanescentes que surgem no curso são, em sua maioria, decorrentes de óbito, já que as desistências são quase nulas. "Os alunos que conseguem passar no vestibular para Medicina já sofrem muito antes de chegar à universidade, então, quando finalmente conseguem a vaga, eles querem aproveitá-la da melhor forma possível e se formar logo, até porque têm que lutar para conseguir uma residência, que é como se fosse outro vestibular", explica. Segundo o professor, 97% dos estudantes se formam dentro do período regular.
A aluna do terceiro período do curso de Fisioterapia, Izabella Romilda Pereira de Lima, é uma das candidatas a essas vagas remanescentes. Ela afirma que sempre teve dúvidas entre Fisioterapia e Medicina, mas conta que nunca tentou para este último por não se sentir completamente preparada. "Da primeira vez em que prestei vestibular, como ainda não tinha Fisioterapia, acabei fazendo para Educação Física. Depois de dois períodos, quando finalmente implantaram o curso, larguei Educação Física e fui fazer Fisioterapia. Estou gostando muito, mas se conseguir a vaga para Medicina, mudarei mais uma vez".
Critérios
De acordo com o chefe do Departamento de Administração Acadêmica (DAA), Antônio Edilson do Nascimento, as vagas remanescentes são definidas multiplicando-se o número de alunos que são aprovados no vestibular pela duração estipulada de cada curso. "Em Medicina, por exemplo, entram 100 alunos por ano e a graduação é para ser completada em seis anos, o que resulta em 600 vagas. Se o número de alunos matriculados for menor do que isso, quer dizer que tem espaço para novos estudantes, não importa o período", explica.
Os critérios para a seleção dos candidatos que preencherão as vagas seguem a seguinte ordem de preferência: transferência interna, transferência externa de universidades federais, transferência externa de demais instituições públicas, readmissão, transferência externa de instituições particulares e ingresso de portador de diploma. Para os casos de transferência interna, por exemplo, analisa-se primeiramente a média geral ponderada (MGP) mais elevada, o maior índice de regularidade (IR), o menor número de reprovação em disciplinas e a maior idade, respectivamente.
Atualmente, as únicas formas para se gerar novas vagas remanescente na UFS é por meio de desistência ou de falecimento, já que o jubilamento não tem sido posto em prática. "A gente só tem desligado o aluno que não se matricula, mas acho que tem pessoas que estão usando a universidade sem estudar, e isso é um absurdo. Esses alunos deveriam ser jubilados", afirma Edilson, referindo-se aos estudantes que só se matriculam em uma ou duas disciplinas por período apenas para não perder a vaga.
A filosofia do processo e o Reuni
Na opinião do pró-reitor de Graduação da UFS, Antônio Ponciano Bezerra, as normas que estão em vigor na universidade atualmente são muito fechadas. "Elas determinam que o preenchimento dessas vagas seja quase que sem condição de um externo aproveitar, pois é como se fosse apenas um remanejamento interno. É por isso que é necessário democratizar o acesso, disponibilizando uma porcentagem para internos e outra para externos, por exemplo". Ponciano diz que isso será mudado com a implantação do Reuni, que, segundo ele, será muito mais flexível.
Quanto à questão da aplicação do jubilamento para se formar novas vagas, o professor se mostra absolutamente contra, pois, para ele, o papel da universidade é o de ajudar as pessoas a se formarem e não de prejudicá-las. "Se um aluno está aqui há 10 ou 20 anos, eu vou querer saber o motivo e provavelmente vou tentar fazer um programa para ele se formar logo, ao contrário de expulsá-lo". Ele acredita que o melhor caminho é identificar os obstáculos e entender o que está provocando o atraso no curso desses universitários para assim se resolver os problemas.
Ponciano cita como exemplos de "obstáculos" o fato de algumas matérias serem oferecidas apenas anualmente; a questão de haver alguns professores que, segundo ele, fazem de tudo para reprovar os estudantes no Trabalho de Conclusão de Curso (TCC); e ainda a situação de alguns alunos que estudam bacharelado e que não podem transferir para licenciatura porque já estão prestes a se formar.
Como existe um período limite em cada curso para se fazer essa transferência, o pró-reitor explica que alguns concludentes estão "travando" a graduação para esperar até que o Reuni entre em vigor, sem perder sua vaga. Ele garante que com a implantação do programa todos esses problemas serão resolvidos, o que movimentará a vida estudantil, que, na sua opinião, "está muito bloqueada".
Por Thiago Rocha
Infográfico: Thiago Rocha
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