Casamento para muita gente remete a mudança de vida e prioridades. Uma modificação pessoal que consiste na transição do individual para o conjugal. Duas vidas unidas numa só, a partir de uma identidade matrimonial. Divergido um pouco do tradicional, o casamento entre jovens de hoje não é, na maioria dos casos, identificado como uma opção para uma gravidez inesperada. O medo de ficar sozinho (principalmente para as mulheres) e até o amor constituem motivações para o casamento entre jovens. Esses e outros fatores específicos possibilitaram o aumento de uniões conjugais na juventude. Claro que uniões adequadas à realidade de hoje.
De acordo com dados do Registro Civil, anunciados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), há mais nupcialidade legal entre mulheres de
Mesmo casando-se, Rute e Aprígio pretendem continuar morando com os pais da moça. Rute conta que no início do relacionamento os pais não aceitaram o namoro, muito menos a hipótese de um casamento. “Meu pai até hoje não aceita totalmente. Mas ele entendeu que está na hora. Eu tenho 21 anos e não quero ficar pra titia. Agora ele nos ajuda, tanto que até pra comprar as nossas coisas ele está ajudando” conta Rute. Já na família de Aprígio a aceitação do relacionamento foi imediata. “Toda a minha família sabe e apóia. Todos gostam dela e a tratam como se já fosse minha esposa” relata o rapaz.
O casal possui junto com a família da futura esposa uma pequena lanchonete. O desejo de investir nesse comércio é um dos fatores que anula a possibilidade de filhos logo no início da união. Rute enfatiza: “Não queremos ter filhos agora. A gente precisa se estruturar para isso. Quero ter minha casa própria, quero fazer crescer nosso comércio, pra depois poder ter um filho”. O casal alega que o respeito e o amor recíproco é o que permite a união deles. “A gente briga de vez em quando, mas nós nos amamos e nos respeitamos” conclui Rute.
Nem todo relacionamento começa tão equilibrado quanto o de Rute e Aprígio. Diferente destes, o período da preparação do casamento de Luiz Diego Santana de Oliveira, 21, e Nayara Lima de Oliveira, 18, foi marcado pela pressão e pela insegurança. Há 2 anos e meio ambos começaram a namorar na escola. O relacionamento ia bem até que uma situação inesperada conturbou momentaneamente a vida do casal: Nayara engravidou.
“Quando soube que estava grávida fiquei desesperada. Achei que ia ser condenada pelas pessoas por estar grávida com apenas 17 anos e que Diego não ia me querer mais. Além disso, meus pais tiveram uma educação bastante tradicional e são evangélicos, o que me deixou muito indecisa do que faria”, conta Nayara. Já Luiz Diego, apesar do susto ao saber que ia ser pai com apenas 20 anos, ficou muito satisfeito com sua precoce paternidade. “De início fiquei sem saber o que pensar. Mas logo vi que um filho traria muitas coisas boas pra nossa vida” relata o rapaz.
Após três meses da confirmação de gravidez, Nayara e Diego casaram-se no religioso. Apesar do conturbado início do casal, o casamento, que já dura sete meses e que foi realizado com uma barriguinha acentuada, se mantem bastante firme. “Tanto os pais dele quantos os meus amam de coração o nosso filho João Marcos e nos ajudam
Casos como esses identificam um aumento da união matrimonial entre jovens. Esse fato é relevante quando se leva em consideração o contexto atual, no qual pessoas se casam e decidem morar separados. Ou, quando há convivência, mas não existe necessariamente relacionamento. Apesar disso, a juventude mostra que nem sempre uma união matrimonial precoce é decorrida de uma situação desagradável. Só lembrando que cada situação tem sua particularidade.
Por Victor Hugo
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