18 dezembro, 2008

Trilhas propõem conhecimento aos alunos da UFS

Desde que se iniciou, em maio deste ano, o projeto Trilhe Trilhas, promovido pelo Diretório Central dos Estudantes (DCE) da UFS, tem sido um sucesso. Com roteiros históricos, ecológicos e culturais, o projeto tem como objetivo “levar conhecimento aos estudantes da UFS, através do redescobrimento da sergipanidade. Há a necessidade que o aluno UFS seja mais interessado por Sergipe. Precisamos explorar Sergipe saber o que é, de fato, Sergipe”, explica Natan Alves, presidente do DCE e um dos idealizadores do projeto.


O primeiro destino do Trilhe Trilhas foi a Serra de Itabaiana, a escolha se deu devido à grande importância da Serra em termos de diversidade. “Muita gente desconhece a riqueza de diversidade da Serra, e há poucos estudos sobre ela – um único livro, em língua inglesa. Após o projeto alguns alunos já começaram a pensar em fazer seu TCC (Trabalho de Conclusão de Curso) sobre a Serra”, comenta Natan.


O projeto envolve em média 70 pessoas por trilha, que contribuem com R$ 5,00. Segundo os organizadores, essa quantia serve para pagar a diária do motorista que, por ser servidor público, não teria a obrigação de trabalhar no sábado. De acordo com Natan, “com o ‘Trilhas’ o estudante vê no DCE o interesse pela extensão, cultura e riquezas sergipanas. Assim ele sai da rotina de conhecer a realidade e história sergipana só pelos livros, e começa a se interessar mais pelo nosso estado e a se preocupar com nossas diversidades, o que o leva a elaborar projetos de estudo e pesquisa sobre Sergipe.”


Ao longo desses nove meses de experiência do projeto, os estudantes já puderam visitar - além da Serra de Itabaiana - Lagoa Redonda e Ponta dos Mangues, no litoral norte sergipano; Poço Redondo e Piranhas (Alagoas) na Trilha do Cangaço, que percorreu o caminho por onde passou Lampião. No roteiro denominado Trilha dos Jesuítas, que traçou o mesmo percurso percorrido pelos jesuítas em Sergipe, os trilheiros visitaram desde a Igreja Jesuíta de Tomar do Geru (de 1688) e a Igreja e Colégio de Tejupeba (ambos também do séc. XVII), na Fazenda Iolanda, em Itaporanga, até a missão do Jaboatão, no município de Japoatã.


Em Porto da Folha, o trajeto chamado de “Caminhos do Povo Oprimido,” fez com que os estudantes da UFS conhecessem a Comunidade do Mucambo, remanescente de quilombolas, e a Ilha de São Pedro, única aldeia indígena de Sergipe, onde vivem os índios Xocó.


Patrícia Freitas, estudante de Fonoaudiologia, que já participou de duas trilhas, conta que “o projeto integra alunos de diversos cursos e é uma oportunidade de conhecer a realidade da cultura e história sergipana. São experiências ricas e únicas”.


O roteiro mais recente levou os estudantes para a Serra da Miaba, em São Domingos, localizada na região agreste de Sergipe. O último projeto para este ano, que irá ocorrer no dia 20 de dezembro, tem como destino a Cachoeira de Macambira, também no agreste do estado.

Por Fernanda Carvalho

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