14 dezembro, 2008

O que é que o NUPEG tem? (Parte 2)

Confira estrutura do Núcleo


Após meses de negociações, o projeto final do NUPEG-SE acabou por determinar a construção de três prédios. O principal, de 9.208m², vai acolher sete laboratórios (veja detalhes sobre cada laboratório na terceira matéria desta série); é a edificação que está sendo erguida próximo ao Pólo de Novas Tecnologias.


O segundo prédio é o galpão de testemunhos geológicos, que vai ter uma área de 360m² e ficará próximo à Prefeitura do Campus. “Esse galpão vai ser um local para o armazenamento de rochas – normalmente se faz furos até profundidades bem elevadas, e se tira amostras de um diâmetro de mais ou menos cinco a oito centímetros, que servem de testemunho”, esclareceu o professor Alceu Pedrotti, gestor do Laboratório de Modelagem e Ciências Geológicas (LMCG). “Esses testemunhos são uma prova de que no local da extração tem determinado material, que, por sua vez, pode ser ou não suscetível à identificação de presença de petróleo”, informou.


O laboratório de microscopia eletrônica de varredura, que está sendo construído nas imediações do campo de futebol da cidade universitária, terá 171,92m². Segundo o coordenador executivo do NUPEG-SE, Rodrigo Rosa, o distanciamento dessa edificação dos outros laboratórios da universidade não é por acaso. “O microscópio eletrônico não pode estar sujeito a nenhuma vibração, onda eletromagnética – nada disso pode estar perto dele, senão vai influir nos resultados”, disse o engenheiro. Sensível e caro: o equipamento deve custar por volta de um milhão e meio de dólares. Em contrapartida, será muito bem-vindo para boa parte da universidade – multi-usuário, ele poderá ser utilizado por projetos não exatamente vinculados ao Núcleo de Petróleo e Gás, atendendo demandas da Biologia, por exemplo.


O total designado para a construção desses edifícios foi de R$14.795.260,00. Mas ainda há os gastos com equipamentos: R$ 7.297.380,00 serão destinado à compra de material importado, enquanto que R$ 9.343.500,0 vão para os importados. É importante lembrar que o novo sistema viário da UFS também está na conta do NUPEG. Foram cerca de dois milhões de reais investidos em recuperação e construção.


Todo o projeto deve estar concluído no começo de 2010.


Modelo de relacionamento

“A função do NUPEG é, dentro de suas especialidades atuais ou de outras que venham a surgir, atender as demandas tecnológicas da Petrobras”, afirmou Rodrigo Rosa. A ligação com o Núcleo experimental da empresa (NUEX – Atalaia) e com a Unidade de Negócios de Exploração e Produção Sergipe-Alagoas (UN-SEAL) vai, assim, ser forte.


Uma ilustração para esse relacionamento: digamos que a unidade de negócio Sergipe-Alagoas identifica uma necessidade e propõe a aprovação de um projeto de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D). Se esse projeto de P&D for aprovado – basicamente pelo motivo de que ele atende a uma necessidade da região Sergipe-Alagoas – e se existir recurso, ele é contratado pelo Núcleo. Um dos sete laboratórios vai, assim, abrigar a pesquisa.


O NUPEG prevê ainda a existência de dois comitês de apoio. O primeiro é o Comitê Gestor, formado hoje pelo professor Josué dos Passos Subrinho – reitor da UFS – e pelos engenheiros Alcemir de Souza e José Luvizotto, do Cenpes e da UN-SEAL, respectivamente. O outro é o Comitê Técnico-Científico, composto pelo professor José Manuel Alvelos (UFS), Ari Guimarães Junior (Cenpes) e Paulo Sampaio (UN-SEAL). Na mediação, o Núcleo conta com um Coordenador Executivo – Rodrigo Rosa –, que fica em contato com os laboratórios institucionais e os laboratórios associados – esses últimos acionados pelas “redes temáticas”, trabalhos desenvolvidos em locais diversos – várias universidades, por exemplo –, não só dentro do Núcleo de Petróleo e Gás.


As redes temáticas atuais são as de Tecnologia em Asfalto, de revitalização de Campos Maduros e do Centro de Desenvolvimento de Produtos e Processos para o Refino. As linhas de pesquisa próprias do NUPEG são bem representadas pelas áreas específicas de seus laboratórios.


O papel do Centro Incubador de Empresas do Estado de Sergipe (CISE) também é digno de nota – a incubadora vai dar apoio a empreendimentos de base que surgirem dentro do projeto. É destacada ainda a colaboração do Centro de Inovação e Transferência de Tecnologia (Cintec) – que vai ficar responsável por processos de patenteamento, licenciamento e compartilhamento de royalties.


Por Ricardo Gomes

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