Munido com seu arsenal para enfrentar a batalha de cada dia - um vaso d´água, sabão, esponja e flanela -, Eraldo Dos Santos, há 10 anos, é a garantia de carros lustrosos e limpos para seus diversos clientes na Universidade Federal de Sergipe. Eraldo faz parte do grupo de 5 lavadores do campus universitário de São Cristóvão. Todos eles exercem seu trabalho com a autorização da Prefeitura do Campus e do Chefe da Vigilância.
Apesar de já estar há uma década trabalhando como lavador de carros na Universidade, em se tratando de tempo de trabalho, Eraldo é o "caçula" do grupo. Alguns dos outros componentes da equipe de lavagem chegam a ter mais de 20 anos na função, como, por exemplo, Jardiel Alves, há 25 anos limpando carros de estudantes, professores e funcionários.
Na situação atual, há um lavador no CCBS (Centro de Ciências Biológicas e da Saúde), dois nas didáticas, um na Reitoria e mais um na Prefeitura. Cada lavador limita seu trabalho ao lugar ao qual ele está encarregado, salvo em algumas ocasiões extraordinárias, no caso, por exemplo, de algum freguês solicitar a lavagem de um carro em uma determinada área da universidade.
E é com orgulho nos olhos que o simpático Eraldo Dos Santos, responsável pelos carros do estacionamento da Reitoria, fala sobre a confiança depositada pelos seus clientes: "Tenho 10 anos que lavo o carro aqui, todo mundo confia em mim. Às vezes as pessoas deixam a chave do carro comigo, deixam celular em banco, e até hoje nunca houve nenhum problema". Para proporcionar uma maior segurança aos clientes, os lavadores devem deixar alguns dos seus dados pessoais e profissionais. "É como se fosse uma empresa particular", completa Eraldo.
Os cinco responsáveis pela lavagem de carros, no entanto, não possuem carteira assinada, o que os impossibilita de receber os benefícios usuais dos trabalhadores como décimo terceiro, férias e salário fixo. A ausência de um salário fixo, por exemplo, se transforma em um obstáculo na hora de se fazer um planejamento do quanto pode ser gasto e do quanto deve ser economizado.
De acordo com Eraldo Dos Santos, há algumas semanas que a renda chega a R$180,00, totalizando uma média de 30 carros semanais - o preço para lavar o carro é de R$5,00 a lavagem externa e de R$7,00, a lavagem geral. Seu horário de trabalho é pela manhã, de 7 às 12h - com pausa para o almoço no Resun -, e à tarde, de 13 às 18h. Segundo ele, os dias de sexta e segunda são os mais rentáveis - e, ao mesmo tempo, os mais trabalhosos -, já que as pessoas querem usar o carro limpo durante os fins de semana e voltam nas segundas mais uma vez sujos. "O sistema é esse. Não tenho muito tempo livre não, é muito carro, muito cliente", complementa Eraldo.
Por Rafael Santos.
Por Rafael Santos.
Um comentário:
E quem paga a conta de água???
A própria Universidade ou melhor os contribuintes!
Postar um comentário