As ações prevêem, entre outras coisas, sensibilização e conscientização dos profissionais no atendimento a esse público nas unidades de saúde. Documento segue linha do plano nacional, lançado pelo Ministério da Saúde.
A Secretaria de Estado da Saúde (SES) está elaborando um plano de enfrentamento à epidemia de Aids e de outras doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) entre gays, homens que fazem sexo com homens (HSHs) – garotos de programa, entre outros - e travestis. A ação, que já promoveu dois encontros, é conjunta com organizações de defesa dos direitos da classe LGBT. A próxima reunião, que será realizada ainda este mês, finalizará os trabalhos e acertará as decisões.
Baseado num plano nacional lançado pelo Ministério da Saúde em março deste ano, as ações prevêem, entre outras coisas, a promoção de políticas e ações para o enfrentamento das DSTs, o fornecimento de metodologias de prevenção e a garantia dos direitos humanos para gays, HSHs e travestis infectados. Entretanto, também para Sergipe, um ponto de grande destaque é minimizar o preconceito entre os profissionais de saúde no tratamento dispensado à classe.
De acordo com o médico e responsável pelo Programa DST/Aids da SES, Almir Santana, a sensibilização dos profissionais é um dos itens do plano cujo propósito visa transformar a realidade do atendimento a essas pessoas, posto que existem várias queixas contra algumas unidades de saúde, principalmente na entrega de preservativos. Ele ainda ressalta que a elaboração está levando em conta, principalmente, o incentivo à prática do teste de HIV. “O Nordeste é a região onde essa população menos procura fazer o exame, precisamos trabalhar a importância da realização dele. Para isso, o acesso deve ser facilitado”, ressalta.
A tese é confirmada por Tatiane Araújo, presidente da Associação Sergipana dos Transgêneros (Astra), que participou da elaboração do plano nacional e agora faz parte do projeto estadual. Para ela, a discriminação existe desde que a epidemia foi descoberta e rotulada como uma “peste gay”, mas quando percebeu-se que as taxas de contaminação elevam-se em todos os segmentos, o preconceito passou a diminuir. “Isso existe principalmente nas cidades do interior. Falta preparo aos gestores de saúde. O acesso aos insumos de prevenção não é satisfatório”, pontua. Tatiane informa, ainda, que a organização de paradas do orgulho gay em cidades pólo (este ano em Itabaiana, Lagarto e Nossa Senhora do Socorro) ajudam na conscientização das pessoas.
Além do que já foi citado, o plano estadual prevê intervenções educativas nas áreas de maior concentração do público-alvo, como boates, festas e cinemas específicos. “Acrescentaremos poucas coisas ao plano nacional, que foi bem elaborado e contém um pouco de cada realidade do país”, ressalta Tatiane. “Tudo está ocorrendo com tranqüilidade e todas as partes envolvidas estão trazendo sugestões. Não queremos ditar as normas. Vamos juntar tudo o que for pensado e fazer um documento só”, completa o professor Almir Santana.
A iniciativa do Governo Federal é elogiada por ambos, e a presidente da Astra a considera um avanço na gestão pública, que antes montava campanhas de combate à Aids massificadas. O representante da SES emenda: “Isso é fundamental para o enfrentamento da epidemia. A Aids é um problema de todos, não apenas do governo ou da sociedade civil. É importante que cada um faça o seu papel”, finaliza.
Estatísticas:
A incidência de Aids entre gays e HSHs é 11 vezes maior que na população em geral. Estimativa do Ministério da Saúde diz que 1,5 milhão de pessoas, entre 15 e 49 anos, se encaixam naquele segmento. Entre 1996 e 2006, o percentual de casos da doença, entre homossexuais e bissexuais de 13 a 24 anos subiu de 24% para 41%. Na faixa de 25 a 29 anos os números passaram de 26 para 37% no mesmo período.
Clique para ver o Projeto Nacional de Combate à Aids
Por Diógenes de Souza
Estatísticas:
A incidência de Aids entre gays e HSHs é 11 vezes maior que na população em geral. Estimativa do Ministério da Saúde diz que 1,5 milhão de pessoas, entre 15 e 49 anos, se encaixam naquele segmento. Entre 1996 e 2006, o percentual de casos da doença, entre homossexuais e bissexuais de 13 a 24 anos subiu de 24% para 41%. Na faixa de 25 a 29 anos os números passaram de 26 para 37% no mesmo período.
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