25 outubro, 2007

"Imprensa e minorias sociais historicamente discriminadas" será tema de disciplina ofertada pelo DAC

A disciplina Tópicos Especiais em Jornalismo Impresso que será ministrada pelo professor Dr. Fernando Barroso no semestre letivo 2007/2 terá como tema a "Imprensa e minorias sociais historicamente discriminadas". Segundo o professor, o objetivo é fazer uma avaliação da imprensa gay, imprensa negra e imprensa feminina. Para tanto, o curso utilizará os recursos oferecidos pelas abordagens diacrônica e sincrônica de modo a subsidiar uma avaliação do desenvolvimento histórico dessas modalidades de imprensa, assim como de suas especificidades e situação atual.

A disciplina será dividida em três unidades, cada qual voltada para uma imprensa específica. Para Barroso, é importante que, além dos interessados nos estudos sobre a temática, também se inscrevam estudantes de jornalismo, e de outros cursos da UFS, gays, negros e mulheres, pois, ao trazerem suas experiências pessoais de leitores e de produtores de textos midiáticos para jornais e revistas especializadas, eles enriquecerão o curso. Ainda segundo o professor, “importa ter interesse e pretender fazer leituras e participar de debates. Quem sabe não podemos formar grupos de pesquisa a partir desse encontro?”, pondera.

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DAA - Oferta de Disciplinas por Curso

12 outubro, 2007

Hospital Universitário torna-se centro de referência em tratamento para fumantes em Sergipe

A mídia, bem como instituições governamentais e ONGs, tem intensificado a divulgação dos males provenientes do tabaco. Porém, informar que o cigarro possui mais de 4.700 substâncias tóxicas, dentre elas a nicotina e o alcatrão, não é suficiente para estimular um fumante ativo a abandonar o vício.

“É mais difícil para o fumante vencer a dependência psicológica do que a dependência química, uma vez que aquela envolve sentimentos e conflitos internos, que para serem resolvidos dependem muitas vezes não só do paciente, mas também de pessoas que o cercam”, explica a enfermeira Andréia Aragão. Segundo a assistente social Wlívia Kolming, muitas vezes os fumantes encaram o cigarro como um suporte emocional, um companheiro. “Eles têm a consciência dos malefícios do tabaco, mas existe a dependência psicológica, emocional”, relata Kolming.

Andréia Aragão e Wlívia Kolming atuam no Programa de Abordagem e Tratamento ao Fumante do Hospital Universitário (HU) de Sergipe, que ainda conta com a participação de um médico pneumologista, uma psicóloga e um farmacêutico. O Programa existe nacionalmente e seu formato é proveniente do Ministério da Saúde. Em Sergipe, ele funciona desde outubro de 2006 e foi implantado com o incentivo da Secretaria de Estado da Saúde (SES), após a capacitação dos profissionais pelo Instituto do Câncer (INCA).

Tratamento diferenciado

O ponto forte do tratamento são as sessões de grupo, onde os fumantes trocam experiências, exprimem suas angústias e dificuldades. Além das sessões, cujo objetivo é fazer o fumante superar a dependência psicológica, o Programa oferece reuniões informativas e educativas. Outro aspecto importante é que a utilização de medicamentos não é prioritária. Segundo Wlívia Kolming, os remédios são aplicados apenas naqueles pacientes que não conseguem abandonar o vício com a participação nas sessões.

A nutricionista Maria Valdenice tentou parar de fumar várias vezes, mas sempre recaia no vício. Hoje, ela é uma ex-fumante. Valdenice relata que o grupo e a equipe de apoio fizeram o diferencial para alcançar a vitória de largar o vício. “No grupo, um apóia o outro, um se espelha no outro. Existe a equipe diretiva a qual a gente não quer desapontar, porque tem todo um esforço dos profissionais em nos dar instrumentos para abandonar o cigarro. Eles torcem por nós e compete à gente corresponder a eles”, afirma.

É preciso querer

De acordo com Andréia Aragão coordenadora do Programa, os fumantes que procuram o tratamento já tiveram ou têm algum problema de saúde, que se não é causado pelo cigarro, pode ser agravado por ele. “Temos também pacientes que procuram o serviço por causa do apelo dos familiares que temem que o fumante adquira patologias condicionadas pelo hábito de fumar”, completa.

Wlívia Kolming acrescenta que o receio de ser um exemplo negativo em casa também estimula o fumante a procurar tratamento. Porém, esses motivos não são suficientes para que o fumante seja aceito pelo Programa. O critério básico para isso é demonstrar interesse próprio em querer parar de fumar.

Tanto Maria Valdenice, quanto Iracema Andrade e Dginan Rodrigues preencheram o critério básico e foram incorporadas ao grupo de tratamento. Elas foram unânimes ao relatar que não apenas os problemas de saúde as conduziram ao Programa, mas também as rejeições e as privações que sofriam por serem fumantes. A paciente Iracema Andrade, que tem evoluído no tratamento, conta que era taxada de “Madame Nicotina” pelos familiares. “Tenho um sobrinho que sempre perguntava: hoje você está cheirosa ou está fedendo a cigarro? E isso me incomodava, mas tomei vergonha e acho que chegou a minha hora de acabar com isso”, desabafa Andrade.

Da mesma forma, a paciente Dginan Rodrigues diz ter sido mais rejeitada pela própria família. “E eu sempre falava para eles: não me incomodem, deixem que quando chegar o tempo certo eu largarei o cigarro porque não sou pior do que os outros”. Rodrigues ainda relata que os problemas familiares influem muito no ato de fumar.


A dor da abstinência X Vantagens da conquista

Superar rejeições, privações e conflitos familiares, tudo causado pelo cigarro, foi o desejo dessas três mulheres. Mas durante o percurso até a vitória, os pacientes podem estar sujeitos a recaídas. Iracema Andrade, que está no tratamento há quatro meses, conta que havia dias em que fumava uma carteira de cigarro de uma só vez, o que a fazia chorar tanto por estar quebrando o seu objetivo quanto pelos problemas pessoais que a fizeram recorrer ao tabaco. “Me senti uma nulidade quando quebrei meu comprometimento de não fumar mais”, diz Andrade.

De acordo com Andréia Aragão, o paciente em tratamento pode ter recaídas por conta de problemas na família, no trabalho, pela falta de apoio e outras fontes de stress que o instigam a buscar o “amigo fiel”: o cigarro. A enfermeira ressalta que nas duas primeiras semanas de abandono do vício, os sintomas típicos da abstinência são: fissura – desejo intenso de fumar –, tremores, nervosismo, irritabilidade, dores de cabeça e insônia. “Tais sintomas podem ocorrer ou não, e podem variar de intensidade de paciente para paciente”, esclarece.

Cientes desses momentos de reincidência, já na primeira sessão a equipe de profissionais procura oferecer subsídios para que o paciente drible essa vontade. “A fissura dura em média cinco minutos. Se o paciente consegue passar esse tempo sem fumar, dizemos a ele que provavelmente conseguirá permanecer sem o cigarro”, diz Andréia Aragão. Para tanto, a equipe oferece algumas dicas de como ultrapassar esses cinco minutos: consumir alimentos com baixas calorias; beber bastante água; descascar laranja; mascar gengibre, canela; praticar atividade física ou qualquer outra atividade prazerosa que distraia a vontade de fumar.

“Chupar gelo e balinha sem açúcar era ótimo, comer cenoura também era ótimo!”, comenta Maria Valdenice, para quem todo o esforço valeu a pena: “Hoje eu me sinto em liberdade, tudo está mais tranqüilo porque antes não conseguia assistir a um filme no cinema, não conseguia permanecer dentro de um supermercado, pois sempre tinha que sair dos ambientes para fumar”, diz satisfeita a ex-fumante.

A vida social de Maria Valdenice, bem como a dos seus companheiros de grupo, tem melhorado após procurarem o apoio do Programa de Abordagem e Tratamento ao Fumante do HU. “Ao parar de fumar, os pacientes se aproximam mais das pessoas, pois agora não têm vergonha do cheiro de cigarro que antes exalava pelos poros e que estava nos cabelos, no hálito. Não precisam mais se ausentar dos locais para fumar, com isto, tornam-se também mais produtivos no ambiente de trabalho, além de se sentirem mais dispostos para fazer atividades físicas e, assim, melhorar a aparência. Enfim, eles mencionam uma infinidade de benefícios”, ressalta a coordenadora do Programa.

Por Tiale Acrux

Fotografia: Arquivo – ASN (Agência Sergipe de Notícias)

Rádio UFS promete diferencial na programação

São 302 metros quadrados de área construída em quase seis meses, ao custo total de R$ 385 mil. Esses números se referem ao prédio da Rádio UFS, inaugurado no dia 28 de setembro. A solenidade contou com a presença do reitor da Universidade Federal de Sergipe (UFS), Josué Modesto dos Passos Subrinho, do secretário de Estado da Educação e ex-reitor da UFS, José Fernandes de Lima, além de professores, estudantes e funcionários da instituição.

Em seu discurso, o reitor da UFS disse que a inauguração da rádio significa a concretização de um sonho antigo dos administradores da instituição. Subrinho explicou também o importante papel que a emissora vai desempenhar junto aos cursos de Jornalismo, Rádio e TV e Artes Visuais. “Se a universidade tem um Departamento de Artes e Comunicação (DAC), não podemos nos dar ao luxo de dispensar o talento de seus professores e estudantes”, ressaltou.

O assessor de comunicação da UFS, professor Josenildo Guerra, destacou o significado da rádio para a melhoria das instalações do DAC. De acordo com o professor, a “estrutura laboratorial de excelente qualidade” vai permitir melhores condições de trabalho para os estudantes. Outro ponto citado por Guerra foi a possibilidade da participação mais ativa dos professores e estudantes do DAC na formulação das políticas institucionais de comunicação da universidade.

Programação

De acordo com a professora Juliana Correia, coordenadora de programação da Rádio UFS, ainda não existem definições acerca da autonomia dos estudantes de Comunicação Social na produção de programas para a emissora. Porém ela afirma que o projeto sempre foi planejado para ser uma oportunidade de atuação dos cursos de Jornalismo e Rádio e TV.

A previsão para que a Rádio UFS entre no ar é em janeiro de 2008. A primeira fase será experimental e deverá durar dois meses. Nesse momento a emissora irá apenas retransmitir o sinal gerado pela Rádiobrás enquanto a coordenação local elabora a programação.

Cultura, jornalismo, educação, entretenimento e prestação de serviços à comunidade em geral serão os focos da rádio, que será “mais um canal de comunicação entre a UFS e a sociedade”, define a coordenadora de programação. Juliana Correia explica que o objetivo é integrar e mobilizar todos os setores e departamentos da universidade para a divulgação do conhecimento produzido.

O professor Josenildo Guerra corrobora com a idéia. Para ele, o espaço da rádio será amplamente utilizado pela UFS. “A universidade vai prestar serviços à sociedade no mais alto padrão possível, oferecendo informação, cultura e entretenimento de qualidade”, completa.

A Rádio UFS poderá ser sintonizada por moradores de Aracaju e localidades vizinhas na FM 92,1. “A idéia é que, de segunda a sexta-feira, principalmente no período da manhã, a rádio tenha uma programação ao vivo bem significativa”, explica Juliana Correia.

Estrutura da Rádio

O espaço físico da rádio foi dividido em duas alas para atender às necessidades acadêmicas e administrativas da emissora. As instalações destinadas ao uso universitário têm um estúdio em formato de arena com capacidade para 25 pessoas, redação e sala de aula. Além disso, a Rádio possui dois estúdios, redação informatizada, salas de coordenação técnica e de programação.

Apesar de o prédio já ter sido inaugurado e a antena ter sido instalada, a aparelhagem dos estúdios ainda não está completa. Também será preciso contratar a empresa que ficará responsável pela montagem dos equipamentos, informou Josenildo Guerra.

Complexo de Comunicação

No discurso de inauguração do prédio da Rádio UFS, Guerra afirmou que a emissora é o primeiro prédio do futuro “Complexo de Comunicação” da universidade. O projeto de médio e longo prazo pressupõe a construção de um prédio administrativo, uma emissora de televisão e um pólo de produção digital. O Complexo será o setor para o qual todas as atividades de comunicação da universidade, inclusive aquelas vinculadas às atividades acadêmicas, poderão convergir, explicou o professor.

Por Carlos Lordelo
carloslordelo@gmail.com


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Rádio Nacional de Brasília

Plano de Expansão da UFS

Solenidade de inauguração da Rádio UFS


06 outubro, 2007

Professores da UFS votam contra indicativo de greve

Quatro votos de diferença. Foi com essa vantagem que o indicativo de greve foi desaprovado na última assembléia geral dos professores na quinta-feira, 4. Enquanto 31 professores se posicionaram a favor do sinal de paralisação para pressionar as negociações com o governo, 35 votaram contra. A plenária, que começou às dez horas da manhã no auditório do Colégio de Aplicação e se estendeu até o início da tarde, foi marcada por debates acalorados entre os quase 70 presentes. Os pontos principais da discussão foram a fragilidade da mobilização dos professores e, principalmente, o programa de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni).

Pouco antes do início da assembléia, a presidente da Associação de Docentes da UFS (Adufs), a professora aposentada Nélia Alves de Oliveira, declarou não acreditar em uma paralisação das atividades. A recente paralisação dos servidores técnico-administrativos foi um fator apontado pela presidente como enfraquecedor para uma greve dos professores neste momento. Mesmo com a plenária encerrada e o indicativo desaprovado, Nélia Alves ressaltou ter sido positivo o saldo da assembléia: “Hoje havia ainda mais professores do que da última vez, e já se percebe que o percentual de insatisfação com a atual conjuntura está crescendo”.

A principal questão em pauta foi o Reuni, programa do Governo Federal que, segundo a presidente da Adufs, tem mobilizado a categoria docente mais do que a própria questão salarial. Instituído em abril deste ano, o Reuni determina o repasse de recursos para instituições de ensino superior mediante o cumprimento de metas de crescimento, sendo estas: ampliação de 20% das vagas para alunos, taxa de conclusão de 90% e razão de 1 professor para cada 18 alunos. Os professores contrários ao Reuni na assembléia argumentaram que o programa implicará em mais trabalho para os docentes em troca de um investimento irrisório e proporcionará a sobrecarga do ensino em detrimento da pesquisa e da extensão.

A mobilização da categoria também foi assunto razoavelmente explorado na assembléia. Se por um lado era levantada a falta de comprometimento dos professores com o movimento sindical, por outro havia os que questionavam a própria forma como as greves são organizadas. O professor Adriano Antunes, do Departamento de Fisiologia, defendeu uma maior autonomia do movimento local através da desvinculação com forças nacionais: “Precisamos fugir desses movimentos nacionais. Esse modelo atual de greve não causa impacto social nenhum.Viram férias coletivas”, avalia. Pouco depois, o indicativo de greve foi posto em votação e desaprovado pela maioria.

Porém as discussões continuam. Durante a assembléia, os professores decidiram pela organização de um debate no próximo dia 10, quando serão feitos esclarecimentos sobre o Reuni e decidida a adesão ou não ao projeto. Também foi definido o agendamento de uma audiência pública com o reitor da UFS, Josué Modesto dos Passos Subrinho, sobre a situação da categoria.

Das 57 instituições mobilizadas no país, 25 determinaram indicativo de greve e três se opuseram. As demais ainda aguardam decisões de assembléias. A próxima assembléia geral dos professores da UFS está marcada para o dia 16 de outubro.


Por Igor Matheus


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