20 dezembro, 2006

STJ profere decisão favorável à obrigatoriedade do diploma para jornalistas


A discussão em torno da obrigatoriedade ou não do diploma de nível superior para o exercício da profissão de jornalista continua a gerar polêmicas. Em outubro de 2006, foi a vez de a Primeira Seção do Superior Tribunal de Justiça (STJ) manifestar seu apoio à exigência legal do diploma. Essa decisão, entretanto, não regulamenta a prática jornalística.

O assunto foi tratado pela primeira vez em 1979, ainda durante a ditadura militar, quando foi tornada obrigatória a posse do diploma de nível superior em jornalismo para a prática da profissão. Após essa data, a liberação de registros especiais para aqueles que não têm o diploma ficou restrita aos chamados “colaboradores”, pessoas sem vínculo empregatício que, mediante remuneração, produzem trabalhos técnicos, científicos e culturais, de acordo com sua especialização, para veículos de comunicação.

Em 2001, a Justiça Federal do estado de São Paulo cassou essa obrigatoriedade, alegando que seria uma forma de retomar a liberdade de expressão. Mas a determinação foi invalidada pelo Ministério do Trabalho e Emprego no ano de 2006.

Em meio a tantas divergências, Josenildo Guerra, professor do Departamento de Artes e Comunicação Social (DACS) da Universidade Federal de Sergipe (UFS), vê a obrigatoriedade do diploma para o curso de Comunicação Social como vantajosa, quando se coloca em questão as técnicas aprendidas no decorrer do curso: “quando não existe essa exigência (do diploma), o trabalho dentro das redações pode se tornar excessivamente político”, diz. Ele explica que os parâmetros profissionais podem cair drasticamente, pois as empresas que não possuem jornalistas por formação geralmente trabalham com a informação voltada para os seus próprios interesses e não para os interesses da comunidade

Por Díjna Torres
hecate_ml@hotmail.com

Para maiores informações, acesse:

Sindicato de Jornalistas do Estado de Sergipe

Federação Nacional dos Jornalistas

18 dezembro, 2006

A luta contra a AIDS em Sergipe

Lançada no Dia Mundial de Luta Contra a Aids (1º de dezembro), a campanha “A vida é mais forte que a Aids” tem como objetivo principal combater o preconceito e a discriminação sofridos pelos portadores da doença. O coordenador estadual de DST/Aids de Sergipe, Dr. Almir Santana, chama a atenção para o fato desta ser “a primeira campanha a mostrar a face das pessoas com Aids”.

Recentemente, foi divulgado o Boletim Epidemiológico 2006 pelo ministro da Saúde, Agenor Álvares. Os dados mostram que, no Brasil, já foram identificados cerca de 443 mil casos de Aids, de 1980 a junho deste ano. O mesmo boletim registra uma queda acentuada do número de casos de transmissão vertical, quando o vírus passa da mãe para o filho, seja na gestação, no parto ou na amamentação. Neste caso, houve uma redução de 51,5% entre 1996 e 2005.

Atualmente, estima-se que 600 mil brasileiros sejam portadores do HIV ou que já tenham desenvolvido a Aids. No estado de Sergipe, existem 1.486 casos notificados de portadores do vírus, mas a previsão é a de que esse número chegue a oito mil pessoas, segundo Almir Santana. “A pessoa com Aids em Sergipe é, geralmente, pobre, com nível de escolaridade baixo, principalmente do interior do estado, entre a faixa etária de 20 a 40 anos, casado”, completa o coordenador.

Teste

Os testes para a detecção do vírus HIV são gratuitos e realizados de forma anônima nos Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA) da rede pública. Almir Santana afirma que “a população que esteja em situação de risco precisa fazer o exame”. As principais situações de risco são: a relação sexual sem o uso de preservativos e o compartilhamento de seringas e agulhas.

O Centro de Especialidades Médicas de Aracaju (Cemar) é o principal ponto de testagem e tratamento dos portadores do vírus HIV no estado de Sergipe. O Setor de Atendimento Especializado (SAE) é o responsável pelos pacientes encaminhados para o tratamento das DST/Aids. Segundo a enfermeira Kátia Valença, o SAE conta com assistente social, enfermeiros, psicólogos, infectologistas, urologista e ginecologista. O atendimento é diário, nos dois turnos.

Tratamento

Caso o resultado dos testes seja positivo, outros exames serão feitos para detectar a carga viral e a quantidade de anticorpos presentes no organismo da pessoa. A partir daí, ela será encaminhada para o Cemar, onde terá acesso aos medicamentos para manter a carga viral baixa.

A Lei de novembro de 1996, promulgada pelo Sistema Único de Saúde (SUS), declara a obrigatoriedade do acesso gratuito a todos os que necessitarem de medicamentos anti-retrovirais, que atualmente somam 16 drogas. “Os outros (remédios) para combater as infecções oportunistas são de responsabilidade do governo estadual e municipal. São todos doados”, reforça Almir Santana.

O médico afirma, também, que “os medicamentos estão tornando a Aids uma doença crônica. As pessoas podem conviver com a Aids normalmente, tomando seus remédios”. Outro fator importante para a sobrevida é a qualidade da alimentação.

Dificuldades

O grande problema levantado pelo coordenador sergipano é a adesão. “Tem muito paciente que não consegue tomar os remédios certos, às vezes porque não tem passagem (de ônibus) para pegar o medicamento. A própria condição de pobreza dificulta o trabalho”, sentencia.

Com relação à alimentação, uma das principais orientações dadas pelo assistente social do Cemar, George Batista, é o acesso gratuito a cestas básicas – no caso de adultos – e ao leite em pó, no caso das crianças. “A orientação que se dá é quanto ao recebimento dos benefícios das políticas públicas”, completa.

Outra deficiência apontada por Almir Santana é a centralização do tratamento na capital Aracaju. Para ele, “este tratamento precisa ser descentralizado”. Completa dizendo que “a gente não conta com os municípios do interior”.
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Por Carlos Eduardo Lordelo
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Para maiores informações:
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Programa Estadual de DST e Aids de Sergipe - Telefone: (79) 3234-9527

Centro de Testagem e Aconselhamento do Cemar - Telefone: (79) 3234-0928

Disque-Saúde - Telefone: 0800 611 997

15 dezembro, 2006

Plano de Expansão gera polêmica entre os estudantes da UFS


A partir de 26 de março de 2007, início do primeiro período letivo do ano, a Universidade Federal de Sergipe (UFS) deverá receber mais de 16 mil alunos que começarão ou continuarão seus estudos de graduação na instituição. Parte desses alunos ingressarão nos 19 novos cursos, preenchendo as novas 4.070 vagas oferecidas pela Universidade através do seu Plano de Expansão. O plano, porém, vem criando divergências de opiniões em alguns setores da UFS, principalmente no que diz respeito à reestruturação da grade de horários.

Mudança nos horários


O Plano de Expansão é, em harmonia com a legislação educacional vigente, uma maneira de valorizar e desenvolver o ensino superior brasileiro, como já acontece em outras universidades brasileiras.

De acordo com a documentação oficial, o Plano de Expansão da UFS deve durar 4 anos (2005 – 2008) e deverá cumprir, nesse prazo, 17 objetivos específicos. Entre eles, está subentendida a reforma específica na infra-estrutura.

Sem uma previsão para a ampliação do número de salas de aula e de laboratórios o reitor da UFS, Josué Modesto dos Passos Subrinho, baixou uma portaria, no dia 6 de novembro de 2006, estabelecendo novos horários para os turnos matutino e vespertino de aula, que a partir de 2007 irão das 7h às 13h e das 13h às 19h respectivamente, e não mais das 8h às 12h e das 14h às 18h. Isso para que, em teoria, não faltem salas nos prédios das didáticas e dos departamentos.

A notícia foi recebida com apreensão pelo Diretório Central dos Estudantes (DCE), que na tarde do dia 12 dezembro convocou a força estudantil para discutir o impacto da medida e deliberar sobre o posicionamento a ser adotado pelo DCE. A mudança gerou uma preocupação entre os graduandos sobre, por exemplo, como administrar os horários de estágio e de refeições dos alunos.

O Restaurante Universitário e os novos horários

O diretor do Restaurante Universitário (Resun), Gilson Rosa Dias, diz que já existe uma solução emergencial para um dos problemas. “A administração do Resun, juntamente com a Pró-Reitoria de Graduação e o gabinete do reitor, já está realizando um estudo para a possibilidade de ampliação do refeitório”, conta, relatando que já foi verificada a possibilidade de serem colocados mais 14 lugares no Resun, os quais, em duas horas, serviriam aproximadamente 120 pessoas.

Entretanto, o diretor não vê, no momento, como expandir o período de refeições para que haja uma maior conciliação com os novos horários. “Além do mais, o MEC extinguiu vários concursos importantíssimos, como o de cozinheiro, o que dificulta ainda mais o nosso funcionamento pleno”, ressalta.

Por Luis Fernando Lourenço

O Plano de Expansão está disponível na íntegra em:

http://www.ufs.br/doc_pdf/PlanodeExpansaodaUFS2.pdf

A portaria que determina a mudança de horários está disponível na íntegra em:

http://www.ufs.br/arquivos/11649137200969.pdf

12 dezembro, 2006

Sergipe tem futebol!

As regiões Sul e Sudeste do país desconhecem nosso futebol. Pode parecer exagero, mas é a pura verdade. Há alguns dias, em conversa “on-line” com um velho amigo que reside em Araraquara (SP), levantei a seguinte questão: “Anthony, você saberia me dizer o nome de dois clubes sergipanos?”, após alguns minutos de espera, respondeu: “Rapaz, agora você me pegou”. Em outras palavras (para que não restem dúvidas) ele não soube responder.

Por mais que goste do esporte, essa parcela do público futebolístico não tem a menor curiosidade em se inteirar sobre Futebol Sergipano. E por que isso? Dentre tantas as causas, o fraco desempenho em competições de âmbito nacional é a maior delas. No Campeonato Brasileiro, por exemplo, os clubes sergipanos ano após ano realizam campanhas insignificantes, sendo eliminados bem antes das fases finais (que dão acesso às divisões superiores).

No dia 8 de dezembro foi divulgada a tabela da Copa do Brasil de 2007. Os times que representarão o nosso Estado enfrentarão equipes de destaque no cenário nacional. A Associação Desportiva Confiança e Olímpico Pirambu Futebol Clube enfrentarão Bahia e Corinthians (SP) respectivamente. Eis uma grande chance de “aparecer” para o Brasil.

É comum à Copa do Brasil apresentar algumas surpresas. Nesse torneio, duas situações costumam trazer os holofotes da mídia para clubes pequenos. A primeira é quando um clube inexpressivo elimina um dos “grandes” da primeira divisão. Assim foi com o ASA de Alagoas em 2002 – ano em que eliminou o Palmeiras. A segunda seria quando tal clube chega às finais da competição. Um exemplo ocorreu na final da Copa do Brasil de 2002, quando o Brasiliense disputou contra Corinthians, mas acabou perdendo.

“Corinthians é eliminado por clube desconhecido”. Alguém duvida que essa possa ser a manchete de jornais, numa improvável vitória do Pirambu na Copa do Brasil? O curioso é que o time sergipano daria um primeiro passo (e que passo!) rumo ao conhecimento nacional.

Voltando àquela conversa “on-line”, vale colocar que Anthony, em outro momento, arriscou: “Tem um time com o nome Sergipe não é?”. Chute certeiro. Quem sabe se até o fim da Copa do Brasil ele não consegue completar a resposta.
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Por Hadam Lima
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07 dezembro, 2006

UFS investe em reforma do Colégio de Aplicação

As dependências do Colégio de Aplicação (CODAP), localizado no campus de São Cristóvão da Universidade Federal de Sergipe (UFS), passa por melhorias. O prédio que foi construído há 14 anos, nunca recebeu uma reforma expressiva, mas agora devido aos recursos obtidos com a política de otimização de gastos da Universidade, as obras puderam ser iniciadas. Os trabalhos começaram em agosto deste ano e já está em fase de conclusão da primeira etapa. Até o momento, foram gastos 120 mil reais na revisão das instalações hidráulicas e elétricas, com destaque para melhorias nos banheiros, paredes e pisos de todos os espaços.

Segundo Marlucy Gama, diretora do CODAP, as melhorias foram uma reivindicação dos professores, estudantes e servidores que cobravam uma reforma significativa na escola. “O espaço físico tinha um efeito negativo no aprendizado do aluno, atentos a isto, nos mobilizamos e procuramos a Reitoria para exibir a situação do colégio”.

“Nós estávamos cansados de ver o prédio inundado toda vez que chovia”, relata o funcionário Luciano Carvalho, que espera por melhores condições de trabalho na instituição.

Para o restante das obras, foi requerido junto à Pro-reitoria de Administração (PROAD) da UFS, uma verba adicional de 49 mil para a reforma geral do auditório, com reparos na central de ar-condicionado e revestimento de cerâmica.

Projeto de preservação das instalações

Antes mesmo da conclusão das obras, a direção já pensa em fazer um trabalho de preservação das instalações do CODAP. Na opinião da diretora, Marlucy Gama, “uma ação coletiva de conscientização que envolva a comunidade e aos alunos é primordial. O espaço adequado é interessante para toda comunidade, não tão somente para nós da instituição”, avalia.

A estudante Beatriz Travália, ressalta a necessidade de manutenção do espaço reformado. Segundo ela, já há uma maior conscientização dos alunos, principalmente do ensino médio, para a preservação do ambiente.

Processo seletivo concorrido

No processo de seleção para a 5ª série para o ano letivo de 2007, o número de inscritos chegou à marca de 1131 para as 60 vagas oferecidas. “A concorrência foi de 18.8, fato que coloca a escola como um atrativo para um ensino público diferenciado e com qualidade”, relatou Marlucy Gama.

O Colégio de Aplicação (CODAP) foi fundado em 1959, como Ginásio de Aplicação (GA) da Diretoria de Ensino Secundário do Ministério da Educação. Em 1967 foi incorporado à Fundação Universidade Federal de Sergipe, tornando-se um órgão suplementar da UFS, vinculado pedagogicamente à Pró-reitoria de Graduação (PROGRAD). O CODAP atua como um espaço de ensino, estágio, pesquisa e extensão para alunos de Licenciatura e demais curso oferecido pela UFS.

Por Tais dos Santos

05 dezembro, 2006

“Fábrica de Softwares” oferece oportunidade de estágio para alunos da UFS


A Universidade Federal de Sergipe (UFS) e o Banco do Estado de Sergipe (Banese) firmaram uma parceria no dia 22 de novembro para a implantação da “Fábrica de Sofwares”. A Fábrica se destinará ao desenvolvimento de softwares para o Banese e servirá de laboratório para os estudantes do curso de Ciência da Computação e, futuramente, para os de Sistemas de Informação.

“A parceria do Banese com a Universidade surgiu de uma necessidade que tínhamos de mão-de-obra” disse Robson Cerqueira, Superintendente de Tecnologia do banco. Segundo ele, a união com a UFS é a mais viável, pois o aluno já vai para o mercado de trabalho com o conhecimento necessário para trabalhar no setor tecnológico do banco.

Contrapartidas

De acordo com Leila Maciel, professora do Departamento de Ciência da Computação, a UFS contribuirá com a inserção, em sua grade curricular, de uma disciplina optativa voltada para as atividades da "Fábrica de Sofwares". Além disso, a Universidade disponibilizará o espaço físico. O Banese, por sua vez, montou um laboratório com 11 computadores e mantém outro laboratório de informática para uso de todos os alunos do curso de Ciência da Computação.

Sobre o estágio

A "Fábrica de Softwares" foi instalada no Pólo de Gestão, localizado no Campus de São Cristóvão, e receberá, anualmente, 20 alunos. “Os estudantes são selecionados após a disciplina optativa em que se ministra as tecnologias utilizadas na Fábrica”, depois disso, “eles passam por uma seleção curricular e pela avaliação do coordenador pedagógico do projeto”, explicou Leila Maciel.

No momento, o projeto conta com 10 alunos do curso de Ciência da Computação que já estão desenvolvendo suas atividades em um único turno. Futuramente, quando os alunos do curso de Sistemas de Informação do Campus de Itabaiana integralizarem os créditos necessários para realizar esse estágio, as vagas poderão ser ampliadas.

Por Grazielle Matos