20 agosto, 2007

Secretaria de Segurança Pública propõe três linhas de ação para o seu Planejamento Estratégico


O Planejamento Estratégico da Secretaria de Segurança Pública (SSP) de Sergipe foi lançado no mês passado. O projeto surgiu a partir de discussões, debates e planejamentos realizados entre várias instâncias da SSP, que durante os primeiros meses de 2007 definiram as principais ações do atual Governo, no que concerne às questões de segurança pública. As discussões sobre o Planejamento Estratégico da SSP basearam-se nas orientações da Secretaria de Planejamento para que as secretarias estaduais desenvolvam suas metas levando em consideração a integração entre planejamento, orçamento e gestão.



A SSP determinou, então, que o planejamento fosse dividido em três programas prioritários: Redução da Criminalidade, Descentralização das ações e Segurança Cidadã, que serão executados ao longo dos próximos quatro anos. Todas as ações da SSP deverão estar inseridas em um destes três programas. De acordo com o delegado Jefferson Pires, assessor da Superintendência da Polícia Civil, “Não existe uma quarta linha. Se nós fizermos um projeto, tem que estar alinhado aos demais. Todos os projetos precisam ser avaliados e alinhados aos três programas da SSP”.

Cada vertente do planejamento possui funções específicas. O projeto de Descentralização, por exemplo, procura levar as ações de Segurança Pública para o interior do Estado, de forma mais efetiva e sem sobrecarregar os órgãos. O projeto de Segurança Cidadã tem por objetivo aproximar as ações da SSP à população em geral. Por fim, o programa de Redução da Criminalidade, mais diretamente ligado às questões da violência, destina-se às ações concretas de combate ao crime e de redução dos índices de criminalidade. Segundo Pires, esses programas serão implementados de forma simultânea. Além disso, ele salienta a existência de 30 projetos específicos em andamento inseridos nestes programas.

Este é o caso, por exemplo, do plano de Gestão Integrada (Gisp) que está inserido no programa de Redução da Criminalidade, mas que tem ganhado prioridade devido ao fato de ser a base de toda a Segurança Pública. De acordo com o assessor da Superintendência da Polícia Civil, a Gestão Integrada é a coluna a partir da qual todos os outros projetos serão interligados. O Gisp deve receber investimentos até 2015 e envolve projetos na área de inteligência, gestão, capacitação, aumento do contingente, modernização tecnológica e comunicação. O foco do planejamento é a integração entre as polícias Civil e Militar, Corpo de Bombeiros e Polícia Técnica.

"Poucos Estados do Brasil têm um modelo de segurança semelhante ao que estamos querendo implantar aqui", disse o secretário de segurança pública do Estado Kércio Pinto, em apresentação do Planejamento Estratégico a oficiais da PM e a delegados da Polícia Civil. O secretário lembra que a inspiração do planejamento de segurança pública de Sergipe vem das experiências bem sucedidas das cidades de Bogotá (Colômbia), Nova Iorque (Estados Unidos), Diadema (São Paulo), entre outras. As ações elaboradas estão interligadas ao Plano Nacional de Segurança Pública, da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), o que facilita a captação de recursos do Governo Federal.

Dificuldades

Para o delegado Jefferson Pires, a grande barreira que deve ser suplantada pelo plano de Gestão Integrada em Segurança Pública diz respeito ao envolvimento de todos os agentes da SSP no processo. “Eles precisam se sentir seguros para se envolverem no projeto”, avalia. De acordo com Pires, a “Segurança Pública não é uma questão de investimento e sim de gestão”. As resistências internas precisam ser superadas e o clima organizacional precisa ser agradável para que os objetivos sejam alcançados. “Na Gestão Pública não se busca o lucro e por isso seu funcionamento é diferente do de uma empresa, demanda tempo”, finaliza Pires.

Por Valter Lima

17 agosto, 2007

Kátia Santana relata ao Contexto sua trajetória no jornalismo político em Sergipe

“Eu gosto de política, não de político”. Esse é o tom dado por Kátia Santana em entrevista ao Contexto Online. Em uma informal conversa nos bastidores do Jornal da Cidade, a jornalista fala sobre sua carreira, seu blog “Café com Política”, além do polêmico livro “Ecos da Política – uma retrospectiva histórica de 1982 a 2001”, lançado há seis anos e que dividiu a imprensa sergipana entre críticas e elogios.

Contexto - Quando você percebeu que tinha vocação para ser jornalista?

Kátia Santana - Na verdade eu sempre gostei de “me aparecer” (risos). Confesso que não sei exatamente quando surgiu o sonho de ser jornalista, mas desde pequena sabia que essa seria minha área. Cheguei a passar no vestibular para Serviço Social e Letras Português/Inglês, ambos na Universidade Federal de Sergipe (UFS), mas nem me matriculei. À época, a Federal não tinha o curso de Jornalismo, então eu estudei por conta própria e paguei a taxa de inscrição da Universidade Tiradentes (Unit), por meio de meu trabalho como auxiliar de consultório odontológico. Não me arrependo das escolhas que fiz. Respiro jornalismo e sou apaixonada pela profissão, tanto que estou nela há 11 anos.

Contexto – O que mais te chama atenção no jornalismo?

Kátia Santana - A capacidade de fazer a mediação entre fato e público. Confesso que tenho uma “tara” pela notícia, pela informação. O jornalista acaba sabendo mais, acaba construindo fontes que lhe dão certos privilégios da informação.

Contexto – Como surgiu a oportunidade de fazer jornalismo na área de política?

Kátia Santana – Eu entrei na área de política por acaso. Meu primeiro emprego como jornalista foi na editoria Geral do Diário de Aracaju, veículo que atualmente não existe mais. Sempre fui muito rebelde, muito ousada, havia problemas de não pagamento e por isso resolvi fazer greve. Acabei saindo de lá. Nesse período eu tinha feito uma entrevista com o então presidente da Câmara Legislativa, Sérgio Góis, ele gostou e me convidou para trabalhar como assessora lá do órgão. Foi quando o ex-diretor do Jornal da Cidade, José Araujo Santana, me chamou para trabalhar na área de política e eu topei o desafio. Fiquei por um tempo como editora, mas nem gostei muito: há muita cobrança, visto que a editoria de política é como se fosse a “menina dos olhos” de todo dono de jornal, mesmo se ele não for político. Enfim, me identifico muito com a área. É bom frisar, eu gosto de política e não de político.

Contexto - E como é fazer jornalismo político em Sergipe? Quais as dificuldades?

Kátia Santana - Eu não diria apenas em Sergipe, mas em qualquer parte deste país a grande dificuldade é a interferência. Infelizmente, manda quem tem dinheiro. Se você fere o brilho de quem quer que seja que tenha grana, certamente esse cidadão vai ligar para o dono do jornal e dizer: “olhe, ou você muda o tom de suas matérias ou não vou mais anunciar no seu jornal”. Outra coisa é quando o dono do jornal tem vários amigos políticos. Aí é o inferno, pois você tem que fazer a lista de amigos e inimigos do seu patrão. Essa coisa de liberdade de imprensa é falácia pura, pois ela vai até o dia em que o dono do jornal ache que ela valha a pena

Contexto – De onde partiu a idéia de criar um blog?

Kátia Santana - Eu sou muito inquieta, não gosto de ficar parada e nem consigo trabalhar apenas aqui no Jornal da Cidade. Quero viver a notícia 24 horas por dia. E daí veio a idéia de fazer um blog, um espaço onde posso divulgar notícias, inclusive aos sábados e domingos. Ele me traz dinheiro? Nem um centavo! Eu até pago para mantê-lo, mas é uma coisa que me dá prazer. Outro ponto é que o blog me obriga a estar por dentro de outros fatos. Não gosto de classificá-lo como sendo de política porque também publico materiais de outros assuntos.

Contexto – São poucos os comentários nas matérias presentes em seu blog. Você se sente desestimulada?

Kátia Santana - Absolutamente não. Na verdade, em minha casa eu tenho o sistema que verifica o número de acessos e sei que ele recebe visitas. Eu também recebo uma certa quantidade de e-mails. As pessoas sugerem pautas, denúncias, mandam até recados para os políticos. Quanto ao que o povo pensa e o porquê deles não comentarem publicamente, eu confesso que não sei a razão. Esse deve ser o perfil de todo brasileiro cuidadoso. É até bom que você publique isso, vai que alguém entra em contato comigo e me diz a resposta (risos).

Contexto – “Ecos da política – uma retrospectiva história de 1982 a 2001” foi um marco importante de sua carreira. O que ele representou para você na época em que foi escrito?

Kátia Santana - O livro representou minha inquietação e o fato de eu ter que ficar calada em certos momentos: ver as coisas e não poder publicá-las. Foi como uma espécie de válvula de escape, onde eu pude contar um pouquinho mais sobre aquilo que eu sabia – os bastidores. Sinceramente, eu nem considero a obra como um livro, mas sim uma grande reportagem, por meio da qual pude ouvir mais fontes, histórias, etc. Passei dois anos construindo o livro no maior sigilo do mundo, justamente para evitar as interferências. A obra também foi um misto de ousadia e coragem. Eu conto alguns segredos como o “acordão” de 1998 entre Jackson Barreto e a família Franco: desde a Champs-Élysées, em Paris até as reuniões na fazenda Caminho das Pedras, em Maruim. Conto também como se deu a entrada de Zé Dutra em Sergipe etc.

Contexto - Você foi acusada de cometer alguns erros em sua obra. Eles aconteceram?

Kátia Santana - Recebi muitas críticas, mas muitos elogios também. Adoro críticas construtivas porque elas me ajudam a crescer É verdade que eu errei. Foram erros de datas, por exemplo. O livro passou por várias e várias revisões e nessa fase ninguém os descobriu. Mas eu tenho clareza de tudo que está escrito lá. As fitas com os depoimentos e entrevistas estão guardadas para qualquer eventualidade.

Contexto – Sua carreira não foi prejudicada?

Kátia Santana – Pelo contrário. Ganhei mais visibilidade e a coisa da ousadia ficou muito patente. Confesso que no início tive um pouco de medo, mas esse sentimento não me fez mudar uma vírgula do que já tinha escrito. Dois dias depois da publicação do livro, o antigo dono do Jornal da Cidade e membro de uma das famílias citadas na obra, Antônio Carlos Franco, ligou para mim e me deu os parabéns.

Contexto – Quais conselhos você daria para quem quer trabalhar com jornalismo político?

Kátia Santana - Ter personalidade. E outra coisa mais importante ainda é manter uma distância com o entrevistado. Como? Negando tomar whisky na casa dos políticos ou comer churrasquinho com eles naquele sábado à tarde. Essa distância, não tenha dúvida, é essencial para que o jornalista sério não sofra mais interferências, além do normal, em seu trabalho.

Por Allan Nascimento

Blog Café com Política

Programa Rumos Itaú Cultural Artes Visuais promove Curso de História da Arte

O Itaú Cultural, com o objetivo de contribuir para a formação de profissionais, promove, de 22 a 24 de agosto, na Biblioteca Pública Epifânio Dória, em Aracaju, o curso de História da Arte, que aborda desde o movimento neoclássico até a arte contemporânea. A ação faz parte do programa Rumos Itaú Cultural Artes Visuais.

O evento conta com as participações de Jorge Coli, Stella Teixeira de Barros e Fernando Cocchiarale.

Local: Auditório da Biblioteca Pública Epifânio Dória
Rua Dr. Leonardo Leite, s/n.


Telefone de contato: (79) 3179 1907/1935.

Para mais informações sobre o programa Rumos Itaú Cultural Artes Visuais acesse o site:
Itaú Cultural