28 junho, 2007

O desafio das mães modernas


Há muito foi-se o tempo em que as mulheres só cumpriam tarefas domésticas. A dupla jornada de trabalho feminina, que consiste em cuidar da casa e do trabalho satisfatoriamente, fortaleceu-se a partir da segunda metade do século XVIII, época da Revolução Industrial. Mulheres trabalhavam diariamente nas grandes fábricas por 12, 13, até 18 horas para ajudar nas despesas domésticas. O resto do dia era dedicado à educação dos filhos e ao descanso. O industrialismo e a evolução do modo de produção capitalista, que marcaram o início dos tempos modernos, atuaram de forma significativa nos processos econômicos, culturais e sociais que impulsionaram o surgimento das chamadas mães modernas.

A socióloga e especialista em relações conjugais Christine Jacquet afirma que, hoje em dia, existe igualdade entre homens e mulheres no que se refere aos valores familiares. Porém, quando as práticas são analisadas dentro de uma relação familiar, percebe-se que somente as mulheres desempenham uma dupla jornada de trabalho. São raros os casos em que há uma divisão igualitária de tarefas domésticas entre os sexos.

Trabalho X Maternidade

A técnica social da Caixa Econômica Federal (CEF) Maria Adelaide dos Santos é mãe solteira de duas meninas: Eveline (21) e Victória (11). Logo após a graduação em Serviço Social, ela passou num concurso da CEF e foi transferida para o interior de Sergipe, onde engravidou de sua primeira filha. “Eu vivia para trabalhar, cuidar da casa e da criança”, lembra.

Alguns anos se passaram e Santos decidiu retornar a Aracaju e, por causa disso, teve seu salário reduzido. Na capital sergipana, ela engravidou de sua segunda filha. Porém, dessa vez, a técnica teria a presença constante da mãe para ajudar na criação das duas meninas. “Foi uma dificuldade muito grande, mas não tenho certeza se teria sido diferente se eu ficasse em casa o tempo todo”, declara Santos. De acordo com ela, o fato de ser mãe solteira não teve influência negativa na criação das filhas, principalmente pelo fato de possuir uma renda razoável para mantê-las sem maiores privações.

Para a professora de português Cláudia Fumie, casada há 13 anos e mãe de Luísa (4), as dificuldades não foram muito diferentes. Ela e o marido decidiram ter um filho somente após terem completado nove anos de casamento. Antes disso, eles não se consideravam estabilizados financeiramente para enfrentar o desafio de se tornarem pais.

Luísa nasceu e Fumie decidiu acompanhar de perto o crescimento da filha. “Eu optei por um salário bem menor para poder ficar com Luísa, em vez de continuar dando aulas em todos os turnos”, justifica a professora. Ela considera uma vantagem significativa o fato de ter o companheiro em casa, já que os dois compartilham as tarefas domésticas e dividem a responsabilidade de cuidar de Luísa.

Vantagens e desvantagens de ser uma “mothern”

As chamadas “motherns” (trocadilho em inglês que mescla as palavras “mother” – mãe – e “modern” - moderna) têm o desafio de conciliar trabalho, família e diversão. Segundo a psicóloga e doutora em psicossociologia Elza Francisca Corrêa, uma das vantagens mais significativas de ser uma mãe moderna é o fato de que os filhos tendem a alcançar a independência de maneira mais rápida. Isso acontece porque as mães não ficam o dia inteiro monitorando o que eles fazem. A psicóloga argumenta ser desafiante para uma criança ter pai e mãe trabalhando fora de casa. Os filhos passam a resolver e solucionar determinados problemas sem a ajuda dos pais, o que pode proporcionar um maior desenvolvimento intelectual nessas crianças.

Uma desvantagem muito discutida pela sociedade é a suposta fragmentação da família. Corrêa questiona esse conceito. Segundo suas palavras, “a família não está se fragmentando, ela está se reorganizando em outros termos”. A especialista observa que o maior obstáculo para as mulheres modernas é a obrigação de dar conta do trabalho e da família com êxito. Ela acrescenta que, mesmo casada, é mais comum as mulheres realizarem maior quantidade de tarefas domésticas que seus companheiros. Além disso, o fato de ter que cumprir uma dupla jornada de trabalho desencadeia elevado desgaste emocional e físico.

Por Díjna Torres
Para mais informações, acesse:

Blog de duas “motherns”, que deu origem a um programa de TV e dois livros.

Imagem: Reprodução da capa do livro Mothern - Manual da Mãe Moderna. Matrix Editora

27 junho, 2007

Filhos do Coração

Cresce o número de adoções em Sergipe, mas preconceitos dos casais ainda emperram os processos


Etani de Souza Fontes é uma sergipana que, como outras tantas mulheres, sempre teve o sonho de casar e ter filhos. Mas o seu sonho ia além, pois ela também almejava criar os filhos de outras mulheres quando os seus estivessem crescidos e bem criados. Assim, Fontes casou-se e teve cinco filhos biológicos. Porém, como ela mesma afirma, nada foi igual ao que havia sonhado: ela se separou e conheceu o seu atual marido, José Roberto de Souza. Decorridos três anos de convivência, a outra parte do seu sonho foi realizada: hoje, ela é mãe de 46 filhos adotivos.

A primeira adoção aconteceu em quatro de junho de 1991. O filho mais velho, entre os adotados, tem 15 anos e o mais novo apenas um ano. Fontes confessa que se surpreendeu com a intensidade do sentimento que nutre igualmente tanto pelos filhos biológicos quanto pelos adotivos. “O amor não tem diferença. E a coisa que mais agradeço a Deus é que meus biológicos vestiram a minha camisa e são irmãos fiéis de todos”, orgulha-se Fontes. Ela ainda faz questão de dizer que o seu lar não é creche, nem orfanato ou abrigo. “Eles são os meus filhos”, afirma a mãe protetora.

Preconceitos e dilemas

No ano de 2006, foram efetuadas 94 adoções em Sergipe, um crescimento de 30% em relação ao ano de 2005. E a estimativa é a de que esse número seja ultrapassado em 2007, uma vez que já foram registradas pouco mais de 60 adoções somente neste primeiro semestre. Apesar desse crescimento, o juiz da Infância e da Juventude, Ricardo Múcio Santana de Abreu Lima, faz questão de frisar que o preconceito racial é profundo e tem limitado bastante o processo de adoção. “Já chegaram casais negros querendo adotar crianças de pele clara; o preconceito é tanto de quem é negro quanto de quem tem pele clara”.

“As pessoas precisam se conscientizar de que filho independe de cor, de sexo, de deficiência”, diz Fontes, que entre seus 46 filhos adotivos, é mãe de 4 negros e de um com necessidades especiais. Segundo o juiz Ricardo Múcio, um dos motivos dos pais de pele clara não quererem adotar crianças negras ou pardas, é o receio de verem os seus filhos sendo apontados como adotivos pela sociedade. Sobre essa questão, o juiz da Infância e da Juventude é enfático ao dizer que o grande crime de quem adota uma criança é não comunicá-la que é adotada. “Os próprios psicólogos dizem que até os cinco, seis anos, a criança deve saber que é adotada”, explica o juiz.

O dilema de saber a hora certa de contar ou mesmo de não contar para as crianças, não foi enfrentado por Fontes. Com sua sabedoria de mãe, ela aconselha aos pais adotivos que contem aos seus filhos, desde pequeninos, que são adotados. “Foi assim que fiz aqui e me dei super bem”. Segundo Fontes, já a partir do primeiro ano de vida, ela e seu marido começam a pronunciar palavras como “filhinho(a) do coração”. E quando eles vão adquirindo mais entendimento, passam a esclarecer melhor as coisas. Entretanto, ela explica que “tem histórias que eu jamais vou poder contar, porque aí eu vou machucar os meus filhos”.

Adoção em Sergipe

Apesar do caso de Etani de Souza Fontes ser singular pela quantidade de filhos que adotou, a 16ª Vara Cível do Juizado da Infância e da Juventude de Sergipe possui 37 casais cadastrados que esperam realizar o mesmo sonho: adotar um filho. Segundo o juiz da Infância e da Juventude, Ricardo Múcio, esses casais só estão na lista de espera devido às suas próprias exigências, que não são compatíveis com a realidade das crianças que estão aptas à adoção.

Geralmente os casais interessados em adotar – dos quais 80% não possuem filhos biológicos – desejam meninas de até três meses de idade e de pele clara. Entretanto, hoje, Sergipe possui apenas 10 crianças aptas à adoção, negras e com idade acima dos cinco anos. Segundo Ricardo Múcio, há um preconceito racial muito grande. “Esses casais chegam ao Juizado e acham que existe burocracia porque eles passam três, um ano, à espera do que idealizaram; aqui não é um supermercado, eu não tenho a criança que eles desejam”, afirma o juiz.

Embora existam 300 crianças e adolescentes distribuídos pelos 11 abrigos do estado, nem todos estão aptos à adoção. No Brasil, das 80 mil crianças abrigadas, apenas 10% delas estão aptas a serem adotadas. O juiz da Infância e da Juventude explica que essas crianças estão abrigadas temporariamente devido a conflitos familiares ou por questões financeiras, mas elas recebem visitas de familiares ou parentes. Uma criança só estará apta a integrar outra família, quando mal-tratada pelos pais. Neste caso, ela é levada a um abrigo, os pais são processados e, por meio de uma ação proposta pelo Ministério Público, efetua-se a ‘Destituição do Poder Familiar’. “Isso quer dizer que judicialmente esta criança terá uma certidão de nascimento livre e que ela não possuirá mais vínculo nenhum com a sua família de origem”, explica o juiz.

Processo de adoção

Todo processo de adoção e suas conseqüências realizados na instância oficial é absolutamente gratuito. Independente do estado civil, os pretendentes à adoção devem ter idade igual ou superior a 18 anos, devendo ainda ser 16 anos mais velho que o adotando. Em caso dos interessados serem pessoas casadas ou com união estável, basta que um deles tenha os 18 anos, comprovando-se a estabilidade familiar. O processo de adoção inicia-se com o prévio cadastro dos interessados na Vara da Infância e da Juventude ou no Fórum local.

Em seguida, eles serão atendidos por assistentes sociais e psicólogos. Estes encaminharão um laudo psicossocial ao juiz que, por sua vez, habilitará ou não os interessados à adoção. “Os pretendentes têm que preencher os requisitos de honra, de emprego fixo; tem que ter o mínimo de condição moral, social e econômica”, afirma o juiz da Infância e da Juventude, Ricardo Múcio. Encontrado a criança desejada, o juiz assina um termo de entrega, marca uma audiência e outro estudo social e, então, é liberada a certidão de nascimento. Um processo que leva em média 45 dias.

Outra característica do processo de adoção é a sua irreversibilidade, ou seja, uma vez efetuada, a adoção não poderá ser desfeita. “Depois da sentença creditada e julgada não pode haver desistência mesmo que o casal tenha filhos biológicos depois da adoção”, enfatiza o juiz da Infância e da Juventude. E perante a Lei, os filhos adotivos e biológicos terão os mesmos direitos no âmbito familiar e social.

Por Tiale Acrux

Fotografia:
Tiale Acrux/Blog do Contexto

19 junho, 2007

O rio da discórdia

Início das obras de transposição do Rio São Francisco aquece polêmica




Depois de debates públicos, discussões apaixonadas via TV, greves de fome, diversos protestos, textos e livros publicados, foram iniciadas as obras do polêmico projeto de transposição das águas do Rio São Francisco. O projeto posto em ação circulou no Congresso por mais de 20 anos. Mas a idéia central de transferir água para o semi-árido remonta ao reinado de Dom Pedro II. De lá até a chegada dos 50 militares do 2º Batalhão de Engenharia do Exército em Cabrobó (PE), no dia 4 de junho, muito se discutiu. E, pela quantidade de argumentos expostos por apoiadores e opositores ao projeto, a polêmica ainda persistirá.

Melhor alternativa

A transposição do São Francisco é um projeto de uso múltiplo das águas, ou seja, o volume desviado será aproveitado para diversas atividades. Mas segundo material disponibilizado no site do Ministério da Integração Nacional, a principal atribuição dos canais será a de atender a população das regiões do semi-árido nordestino que sofre com o problema da seca. Como é o caso das populações dos estados do Ceará, Rio Grande do Norte e Paraíba que não dispõem, em seu território, de uma fonte permanente de água, isto é, que não possuem rios perenes, como é o caso do São Francisco. O governo federal estima que mais de 300 municípios e cerca de 12 milhões de pessoas serão beneficiadas com a canalização das águas do rio.

O processo de abastecimento de rios temporários é visto pelos defensores do projeto como o melhor meio para amenizar a seca nordestina. Poços, açudes e cisternas, medidas já utilizadas para combater a falta de chuvas, são tidas por insuficientes e de caráter temporário para grandes áreas. “[As cisternas] são uma alternativa interessante para moradores de localidades longínquas, onde não passam adutoras. Mas não se pode pensar nessa solução para atender, por exemplo, uma cidade como Campina Grande, que tem 400 mil habitantes”, argumenta Pedro Brito, um dos coordenadores gerais do projeto, na página dedicada à transposição.

Entretanto, um dos argumentos mais recorrentes entre aqueles que se opõem à obra está relacionado à revitalização: as obras de transposição estariam sendo realizadas em detrimento da necessária preservação do rio. Mas segundo o superintendente da Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco (CODEVASF), Antônio Viana, o processo de revitalização já está em curso, tendo, inclusive, sido iniciado no estado de Sergipe em 2006 no município de Neópolis. Viana também informa que serão investidos R$15 milhões em um projeto de esgotamento sanitário que será discutido brevemente em 19 municípios situados na calha do Rio São Francisco. O superintendente não vê problema na simultaneidade dos projetos de revitalização e transposição, mas faz adendos. “Ambos podem ser realizados ao mesmo tempo, mas dependerá da ênfase que o governo dará a cada um deles”, diz. “Revitalizar não é só obra de engenharia, mas também de educação. Não adiantará nada se a sociedade não mudar o comportamento em relação ao rio”, explica Antônio Viana.

Adequação ao Ambiente


Esmeralda Bezerra é bióloga e reside em Paulo Afonso, município baiano cortado pelo São Francisco e cercado pelas barragens de uma usina hidrelétrica. Sua criação sertaneja a fez conviver com açudes e cisternas e a argumentar em favor destas medidas como alternativas menos onerosas à transposição. “As águas de uma cisterna chegam a durar quatro anos”, afirma a bióloga. Para ela, dois dos argumentos utilizados pelo governo contra as cisternas, como a contaminação recorrente e falta de chuvas, são discutíveis. Isto porque, para a resolução do primeiro problema, bastariam medidas sanitárias simples e educação rural. Para o segundo, a solução estaria em uma experiência internacional: “no deserto de Atacama (Chile), onde chove menos da metade que no semi-árido nordestino, foi desenvolvido um sistema que preserva a água da evaporação”, cita Bezerra.

Segundo textos publicados no site do Ministério da Integração Nacional, o volume de água despejado pelo São Francisco no mar é visto como um excedente. A bióloga também discorda desse argumento. “A água doce do rio equilibra a salinização do oceano, possibilitando a reprodução de várias espécies”, defende. Segundo Bezerra, uma alteração no volume de águas, por mínima que seja, provocará um desequilíbrio tal na constituição da água do mar que comprometerá o ciclo reprodutivo de diversos organismos. Para ela, medidas locais, como açudes, poços e cisternas, são mais eficientes, uma vez que são mais baratas e não causam tantos danos ambientais. “O homem quer adequar o ambiente a ele, quando na verdade ele é que deveria se adequar ao ambiente”, sentencia.

Oposição

O geógrafo e pesquisador de desenvolvimento regional pela UFPE Sérgio Malta também reside em Paulo Afonso. Lá, participou de diversas reuniões sobre a transposição e coordenou o Comitê Local de Bacias Hidrográficas. Sua oposição ao projeto perpassa diversos aspectos, mas o primeiro para o qual chama atenção é o político. “Está claro que esse projeto servirá para expandir os interesses de grandes empreiteiras, que irão abocanhar uma fatia significativa de investimentos”, acusa Malta. O geógrafo também lembra que os R$5 bilhões que serão investidos na transposição serão levantados junto ao Banco Mundial e investidores internacionais. “A transposição reforçará ainda mais o endividamento externo do país”, adverte Sérgio Malta.

Para prosseguir sua argumentação, o pesquisador começou a folhear um calhamaço preso a clip. Tratava-se do Relatório de Impacto Ambiental encomendado pelo próprio governo federal a fim de enumerar prováveis conseqüências da transposição. Nesse documento, estão registradas e detalhadas 44 alterações no meio-ambiente. Relata-se que, além de provocar desequilíbrio na fauna terrestre e aquática, a transposição trará sérias conseqüências para o solo da região. Malta ressalta que, como a construção de canais mexe com a dinâmica do solo, as obras intensificarão ainda mais o processo de desertificação do semi-árido.

Um dos opositores da transposição, o pesquisador João Suassuna, sugeriu, há cerca de quatro anos, a realização de um projeto quase 10 vezes mais barato que o do governo federal: a integração das bacias Tocantins/São Francisco. Segundo o estudioso, a transposição foi planejada com a ânsia de se querer levar água a qualquer custo, sem uma preocupação com a necessária averiguação das reais possibilidades das fontes supridoras.

A despeito da polêmica, as obras prosseguem. Entusiastas e opositores terão até 2010 – data estimada para o término das obras – para comprovar, ou não, seus argumentos.


Por Igor Matheus

Infográfico sobre a transposição do São Francisco



Fonte: Agência Brasil

Links relacionados:

Ministério da Integração Nacional

Fundação Joaquim Nabuco

Fotografia: Igor Matheus

18 junho, 2007

Estudantes da UFS decidem paralisar suas atividades

Os estudantes do campus de São Cristóvão da Universidade Federal de Sergipe decidiram pela paralisação de suas atividades na quinta-feira, 14 de junho de 2007. A decisão foi tomada depois de duas assembléias, organizadas pelo Diretório Central dos Estudantes (DCE), que contou com a presença de mais de 1700 alunos. Nos encontros, os estudantes puderam explanar seus argumentos a favor e contra a greve dos servidores e ainda discutir pautas próprias de reivindicações. A decisão pela paralisação foi tomada por meio de votação, em que se contabilizaram 1112 votos a favor, 512 contra e 91 favoráveis apenas a uma mobilização.

O principal motivo para os alunos se mobilizarem foi a interrupção de diversos serviços da instituição em decorrência da greve dos servidores técnico-administrativos, iniciada em 28 de maio de 2007. Desde então, os estudantes estão sendo prejudicados com a suspensão de serviços essenciais, como os oferecidos pela Biblioteca Central (Bicen), pelo Restaurante Universitário (Resun) e pelos laboratórios.

“A posição do DCE é de compreensão em relação aos servidores. Entendemos que a greve deles tem um pano de fundo muito maior do que puramente a questão salarial”, esclarece o secretário geral do diretório, Danilo de Santana. Na avaliação dele, a greve dos servidores é uma ação justa e importante porque abrange uma série de pautas que não envolve tão somente o servidor, mas os professores, alunos e a sociedade como todo.

Segundo a estudante de Farmácia, Diana Graziele dos Santos, a greve serve como instrumento de mobilização e de luta por uma maior qualidade de ensino na universidade. Para Diana, o pensamento de que a greve atrapalha a formação acadêmica é extremamente limitado e individualista. Entretanto, para Magson Melo, estudante do curso de Direito, a atual conjuntura não propicia uma greve de estudantes. Melo aponta que os maiores prejudicados serão os próprios alunos. “Talvez pela imaturidade muitos acabam por não perceber as graves conseqüências que a greve traz, e se tornam massa de manobra de servidores e professores que não se importam com os dilemas que os estudantes enfrentam no cotidiano acadêmico”, avalia o estudante.

Serviços paralisados

No dia 29 de maio, o reitor da UFS, Josué Modesto dos Passos Sobrinho, enviou um ofício ao Sindicato dos Trabalhadores da UFS (Sintufs), requerendo a manutenção dos serviços essenciais para a instituição. No documento, o reitor solicitou que a categoria adotasse um posicionamento diferente frente às atividades do Hospital Universitário (HU), do Restaurante Universitário (Resun) e da Biblioteca Central (Bicen). No entanto, o comando de greve, que avaliou o ofício como um instrumento de pressão do reitor sobre o movimento grevista, manteve o funcionamento de apenas 30% do Hospital Universitário e a paralisação dos outros setores.

Sobre o assunto, o reitor salienta a preocupação para com a situação dos estudantes, sobretudo a dos carentes, que não possuem alternativas, e que dependem dos serviços essenciais. “Não estou querendo pressionar o movimento grevista, reconheço a legitimidade, a autonomia e a independência dos organismos sindicais. A questão é saber qual o limite disso. Se ele não compromete os direitos individuais e coletivos”, avalia Modesto.

O servidor técnico-administrativo, Luís Roberto dos Santos Perreira, apesar de manter receios em relação à greve, entende que a categoria deve mobilizar-se. “Eu particularmente não tenho acompanhado as assembléias. Contudo, no meu setor, estamos respeitando a paralisação. O que temos feito é apenas a limpeza e a manutenção de alguns serviços internos, mas que não interferem no nosso direito de paralisação, já que não estamos desempenhando qualquer serviço externo”, explica o técnico.

Os servidores

A greve realizada pelos mais de 1500 servidores da UFS não é uma manifestação isolada. Ela está inserida dentro de um movimento nacional formado por mais de 40 universidades federais, lideradas pela Federação de Sindicatos de Trabalhadores das Universidades Brasileiras (Fasubra).

De acordo com Josailton Nery, Presidente do Sintufs, a pauta de reivindicações é: a implantação do plano de carreira dos servidores; a defesa de mais verbas para a educação e a saúde; a defesa dos HUs públicos; a definição de uma política salarial com negociação coletiva e a retirada do Projeto de Lei Complementar 01/2007, incluído no Programa de Aceleração de Crescimento (PAC), que limita despesas de pessoal. Além disso, os servidores reivindicam a garantia de recursos para o Plano de Assistência à Saúde dos servidores; o aprimoramento, evolução e consolidação da carreira instituída pela Lei 11.091; a defesa do direito de greve contra as restrições ao seu exercício e a manutenção do veto à emenda 03.

Os professores

Até o momento, não há indicativo de greve dos professores da UFS. Segundo a presidente em exercício da Associação dos Docentes da UFS (Adufs), Nélia Oliveira, a categoria está aguardando o posicionamento do sindicato nacional, que começa a discutir e negociar com o governo federal suas reivindicações.

Oliveira relata que o foco da campanha é a questão salarial: “estamos caminhando para mais de um ano sem reajuste. Temos professores substitutos com nível de graduação que ganham menos que um servidor de nível médio. Isso tem se perpetuado, e não estamos mais concordando com isso”. A presidente em exercício explica ainda que, nesse momento, há uma necessidade de que a campanha salarial envolva o plano de carreira para o magistério superior.

Por Taís Olivia
tasluas@yahoo.com.br

Fotografia: Taís Olivia/Blog do Contexto

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Pac

Fasubra

Adufs

14 junho, 2007

Secretário de Estado da Saúde fala sobre o novo modelo de saúde pública em Sergipe


A Secretaria de Estado da Saúde (SES) de Sergipe apresentou, no final do mês de maio, as medidas que serão tomadas para a composição do novo modelo de saúde pública no estado. O evento aconteceu no Centro de Convenções de Aracaju e contou com a presença de mais de 40 prefeitos sergipanos.

Para entender o funcionamento desse novo modelo, o Blog do Contexto entrevistou o secretário Rogério Carvalho. Graduado em Medicina pela Universidade Federal de Sergipe (UFS) e doutor em Saúde Pública pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Carvalho também exerceu o cargo de secretário municipal de Saúde de Aracaju e foi pesquisador da Comissão Nacional de Avaliação de Ensino Médico.

Contexto: Em que consiste esse novo modelo de saúde pública em Sergipe?
Rogério Carvalho: Consiste numa reforma sanitária estadual. Foi apresentado um conjunto de medidas voltadas para a redefinição da institucionalidade da saúde e, obviamente, nesse pacote está a reforma administrativa da Secretaria. Essa é a primeira etapa que compõe o projeto de reforma sanitária. Na seqüência, foram apresentadas as políticas como: Saúde da Família, Atenção Laboratorial Especializada, Atenção Hospitalar, Atenção Urgência-Emergência, Atenção Psicossocial. Além disso, num terceiro momento, o Governo apresentou sua política de promoção à saúde. O governador anunciou também os investimentos iniciais para fazer essa reforma sanitária, apresentando uma proposta de custeio para os hospitais de Aracaju, como o Cirurgia, o São José e o Santa Isabel, no valor de R$ 19,2 milhões ao ano.

Contexto: Quais serão as mudanças imediatas na saúde em Sergipe com a implantação desse novo modelo?
Rogério Carvalho: Mudanças ocorrem paulatinamente. Nós temos um ponto de partida, mas temos uma viagem inteira para se chegar até a mudança. A mudança ainda está a alguns anos de onde estamos e isto significa uma caminhada na execução de todos esses investimentos, na implantação de todas as mudanças institucionais a fim de que se mude, de fato, o resultado da ação do Estado. Dessa forma, uma mudança imediata ocorreu dia 22 de maio, quando foi apresentada a nova reorganização do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). No que diz respeito aos hospitais regionais, em vez de terceirizá-los, montaremos uma Fundação responsável pelo gerenciamento desse setor, o que demonstra um Estado portador de inteligência gestora, a qual foi abandonada e negligenciada ao longo dos últimos anos.

Contexto: Existem parcerias para o financiamento desse novo modelo de saúde?
Rogério Carvalho: Já fiz uma reunião com o Secretário de Assistência à Saúde e combinamos o escopo da parceria com o Ministério da Saúde. Isso deve facilitar a viabilização de todo esse projeto, que requer investimentos na ordem de R$ 150 milhões.

Contexto: De acordo com o que foi divulgado pela Secretaria de Estado da Comunicação (Secom), será implantada uma nova política de promoção de saúde do Governo. Como ela funcionará especificamente? Quais são as áreas e as prioridades?
Rogério Carvalho: Quando se refere à saúde, fica difícil trabalhar com prioridades, porque tudo é prioridade. Estamos tratando da vida, mas vamos focar em alguns grupos mais vulneráveis, como as mulheres, crianças, adolescentes e idosos. Nós ainda não apresentamos a política do idoso porque a ação só poderá ser executada no ano que vem devido à necessidade de articular uma ação pré-existente com outras mais recentes. Com relação à área da mulher, iremos despersonalizar a ação de promoção à saúde. Isso significa que vamos ter campanhas de detecção de câncer de colo de útero, de mama, revisão da situação de planejamento familiar das mulheres, não como uma ação de troca política, mas como uma ação de política de promoção onde o foco será o cliente-cidadão. Essas ações serão feitas em conjunto com os municípios, através de capacitação do pessoal e de repasses de recursos financeiros. A idéia é atingir toda a população de mulheres de 25 a 60 anos, crianças de um a nove anos e adolescente de 10 a 20 anos.

Contexto: Divulgou-se na mídia que um dos convênios será realizado junto ao Hospital Universitário (HU). Como isso irá acontecer?
Rogério Carvalho: Estamos repassando pessoal e equipamentos para o funcionamento da unidade de cirurgia bariátrica [redução do estômago com fins de recuperação do peso ideal] e para as enfermarias de infectologia e pneumologia. Também estamos custeando oito bolsas de residência médica no HU, num valor total de R$ 183 mil ao ano. Além disso, há um investimento de R$ 50 mil para a instalação de equipamentos no novo prédio de apoio diagnóstico.

Contexto: Sergipe foi o segundo estado brasileiro a possuir uma cobertura do Serviço Móvel de Urgência (Samu), instalado na gestão anterior. O que o Samu terá de novidade com o atual Governo?
Rogério Carvalho: Ele não foi instalado como Samu de cobertura estadual no governo anterior. Isso foi consolidado a partir da atual gestão, certo?! O que tem de novidade? Tudo! O Samu foi concebido num esquema semelhante ao das regiões metropolitanas. Nós mudamos e construímos um conceito de Samu estadual de verdade, no qual se definiu a centralização das operações sob a responsabilidade do governo estadual. O Samu vai agir em raios limitados, ou seja, as ambulâncias de suporte básico e de suporte avançado ficarão no centro de um raio de atuação de forma a diminuir o deslocamento, mas sob um sistema de controle centralizado, com três bases reguladoras independentes. O atual governo reconfigurou o Samu estadual e aumentou a frota de veículos de 21 para 50 unidades, inclusive para se prestar atendimento na zona rural.

Contexto: Quais providências serão tomadas para resolver o problema da concentração de pacientes no Hospital de Urgência de Sergipe Governador João Alves Filho (HUSE)?
Rogério Carvalho: Tudo isso é folclore. A verdade é que os hospitais regionais não têm condições e jamais irão substituir o papel do HUSE. Existe uma superlotação decorrente da baixa resolutividade dos hospitais regionais e vamos trabalhar para que eles segurem parte da demanda. Mas a demanda que obstrui e que impede o bom funcionamento do HUSE não é essa, e sim a específica. São os pacientes mais graves que o HUSE não tem capacidade instalada para suportar. Assim, serão várias as medidas a serem tomadas. A primeira é investir na rede hospitalar de Aracaju, contribuindo com o custeio da rede no valor de R$ 1,6 milhão ao mês; a segunda é investir nos hospitais Santa Isabel, São José e Cirurgia, além dos dois hospitais municipais de Aracaju com a finalidade de aumentar a capacidade de absorção por parte desses hospitais daqueles casos que tiveram tratamento inicial no João Alves e que, a partir de então, precisam de tratamento especializado. Outra medida é a construção de dois hospitais regionais e reforma e ampliação de outros dez hospitais de menor porte no interior do Estado. Está programado um investimento inicial de R$ 10 milhões em equipamentos, mais R$ 4,5 milhões, aproximadamente, na obra de construção do Pronto-Socorro, a construção do Hospital do Câncer e a retirada do setor de pneumologia do Hospital João Alves (HUSE), que está sendo transferido para o Hospital Universitário (HU).

Contexto: Enquanto especialista e atual secretário, qual seria o modelo ideal de saúde pública e o que o senhor pretende atingir?
Rogério Carvalho: Essa pergunta é de difícil resposta porque o modelo ideal de saúde pública é aquele em que nós conseguimos garantir o acesso a todas as pessoas, ou seja, ter eficiência máxima. Atualmente nós temos objetivos e algumas metas de forma a tornar o sistema de saúde estadual capaz de atender às principais demandas da população com eqüidade, respeitando e garantindo o acesso a quem precisa.

Por Grazielle Matos

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Foto: Márcio Garcez/Saúde

13 junho, 2007

Projeto “De Olho no Ambiente” estimula ações em prol da preservação do meio ambiente e do desenvolvimento sustentável


Desenvolvido pela Petrobras, o projeto “De Olho no Ambiente” tem por objetivo capacitar cidadãos para a organização e mobilização de suas comunidades em ações de elaboração, apoio e acompanhamento de Agendas 21 Locais. A iniciativa busca, sobretudo, conscientizar a população local sobre questões referentes à preservação do meio ambiente e ao desenvolvimento sustentável.

Ao todo, estão sendo assistidas 400 localidades, em sua maioria, situadas nas proximidades das áreas do território brasileiro em que a estatal mantém atividades. Em Sergipe, existem atualmente 34 pólos de trabalho, distribuídos entre 24 municípios. No estado, a primeira fase do “De Olho no Ambiente” aconteceu em janeiro de 2004, quando instituições públicas e privadas abraçaram a causa, se organizaram e promoveram, na Orla de Aracaju, uma série de atividades, como exposições e oficinas, acerca de questões ambientais e geração de renda.

Com a coordenação técnica da ONG Sociedade Semear, a segunda e última fase do projeto, iniciada em agosto de 2006, será concretizada no próximo dia 16, quando as comunidades locais envolvidas deverão apresentar suas respectivas Agendas 21.

Os municípios sergipanos que participam do projeto “De Olho no Ambiente” são: Aracaju, Barra dos Coqueiros, Carmópolis, Divina Pastora, Estância, Itabaiana, Itaporanga D´Ajuda, Japaratuba, Japoatã, Lagarto, Laranjeiras, Nossa Senhora de Lourdes, Maruim, Monte Alegre, Pirambu, Poço Redondo, Poço Verde, Porto da Folha, Propriá, Riachuelo, Santana do São Francisco, Santo Amaro das Brotas, São Cristóvão e Siriri.

Etapa atual

Atualmente a Petrobras está realizando, um a um, os fóruns nas localidades sergipanas envolvidas. “Neles apresentamos a demanda da comunidade e avaliamos se as pessoas querem incluir ou retirar algo, para que validemos essas Agendas”, explica Maria das Graças, ao tempo em que também informa que, nas cidades onde os fóruns já foram realizados, as comissões já estão trabalhando.

Divina Pastora segue esse exemplo. O município, que recebeu o fórum há cerca de um mês, está implementando ações em beneficio de pessoas carentes. “Logo no início conseguimos uma parceria que vem ajudando no combate à esquistossomose por lá. Foi um estímulo porque eles logo viram resultados”, comemora a representante da ONG Semear, Yzila Maia de Araújo, responsável pela parte técnica na região.

Para a diretora de meio ambiente da ONG Semear, Danielle Dutra, o projeto “De Olho no Ambiente” pode ser considerado um sucesso além das expectativas. “De todas, apenas uma comunidade não se engajou. As demais estão bastante envolvidas”, ressalta. Conforme Dutra, o diferencial deste Projeto está em seu procedimento, que não visa apenas identificar os problemas, mas também buscar soluções.

Encerramento das atividades

Assim que os 34 pólos sergipanos estiverem colocando em prática as orientações de suas Agendas 21, a organização do projeto pretende imprimir o material produzido e organizar um evento envolvendo autoridades e comunidade. Na ocasião os prefeitos dos 24 municípios participantes receberão em mãos os documentos com solicitações de melhorias nas comunidades.

Participam também nas atividades de gestão, planejamento e aplicação do projeto, o Ministério do Meio Ambiente, o Ministério das Cidades e a Fundação José Pelúcio – ligada à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).


Agenda 21

A ‘Agenda 21’ é uma das principais determinações presentes na Carta da Terra, documento oficial da ECO-92, realizada no Rio de Janeiro. Nesse evento, representantes de 175 países reuniram-se para buscar meios de conciliar o desenvolvimento sócio econômico e industrial com a conservação e proteção dos ecossistemas.

Conforme a apresentação feita às comunidades no lançamento do Projeto, a Agenda 21 pode ser definida como “um instrumento de planejamento de políticas públicas, que envolve sociedade e governos no processo de consulta sobre os problemas ambientais, sociais e econômicos locais e no debate sobre soluções para estes problemas”. Ou seja, por meio dela, os moradores de cada pólo escolhido irão definir as frentes de ação do poder público na vizinhança, sempre com foco no bem comum.

“É uma Agenda de compromissos. Estimulamos uma construção coletiva, onde todos são co-responsáveis pelo processo, pois uma comunidade organizada tem muito mais condições de obter resultados positivos”, ressalta Maria das Graças Amaral do Prado, coordenadora do “De Olho no Ambiente” em Sergipe e funcionária da Petrobras.

Antes de chegar à Agenda 21 Local, cada comunidade deve cumprir previamente cinco etapas: a sensibilização, na qual as pessoas conhecem o Projeto; a pesquisa de campo, que encarrega agentes técnicos de apurarem o perfil sócio-econômico e ambiental do local; a etapa do diagnóstico sócio-ambiental, que é construído com os resultados da pesquisa de campo; as reuniões temáticas, responsáveis por apontar quatro eixos temáticos a serem melhorados – como, por exemplo, emprego, saúde, moradia e saneamento básico; e o fórum da Agenda 21 Local, cuja intenção é fazer uma assembléia geral e avaliar as propostas.

Após a definição da Agenda 21, os moradores apontam dois representantes para cada um dos eixos selecionados nas reuniões temáticas. Os representantes formarão uma comissão que ficará responsável pela busca de parcerias para a realização das ações que a comunidade definiu como prioritárias.

Por Hádam Lima

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Agenda 21

06 junho, 2007

Sergipe sediará Campeonato Norte/Nordeste de Pólo Aquático


De 07 a 10 de junho, o Parque Aquático “Zé Peixe”, localizado em Aracaju, será o palco das competições do Campeonato Norte/Nordeste de Pólo Aquático categoria sub-18. O evento será promovido pela Federação Aquática de Sergipe (Fase) e contará com a participação de clubes de outros cinco estados, além do anfitrião: Amazonas, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará e Pernambuco.

“A nossa intenção é resgatar o pólo aquático”, comenta o presidente da Fase, Márcio Porto. Segundo ele, o principal objetivo da competição é movimentar o esporte, que estava esquecido não só em Sergipe, mas também nos demais estados da região Nordeste. Além disso, Porto espera que a competição sirva como uma alavanca de divulgação do pólo aquático e atraia novos praticantes.

A iniciativa para a organização do campeonato partiu de alguns amantes do esporte em Sergipe, entre eles o diretor de pólo aquático da Fase, Manuel Pipoka. Impulsionado pelo sucesso da I Copa Caju de Pólo Aquático, que aconteceu em 2006, Pipoka formalizou um pedido junto à Confederação Brasileira de Esportes Aquáticos (CBDA), que foi prontamente atendido. A partir de então, a comissão organizou todos os preparativos e mobilizou-se para divulgar o evento junto a possíveis clubes participantes.

Sergipe será representado pela equipe H2O, treinada pelo técnico Fernando Gaúcho. Formado há cerca de seis meses, o time é uma seleção dos melhores jogadores dos campeonatos escolares do estado. Apesar de ser uma equipe jovem e recém-formada, a H20 espera alcançar bons resultados na competição, principalmente por conta do trabalho desenvolvido nos treinamentos.

Para o atleta Antônio Yuri, conhecido como Tonhão, a competição será uma ótima oportunidade para mostrar tudo aquilo que ele e seus companheiros de time vêm desempenhando durante os treinamentos. “Nosso objetivo é mostrar todo o nosso potencial. Se por acaso não ganharmos, ao menos representaremos bem o nosso Estado”, afirma Yuri, que pratica o esporte há dois anos.

O assessor técnico da H2O, Cláudio Maynart, encara o torneio como uma ótima oportunidade para a interação entre os clubes participantes. Apesar de compreender o favoritismo da equipe do Amazonas, Maynart acredita que a troca de experiências servirá para o aprimoramento técnico e fortalecimento do esporte.

Apoio

Para a organização do campeonato, a Federação Aquática de Sergipe contou com o apoio da Secretaria de Estado do Esporte e do Lazer, que irá ceder o espaço do Ginásio Constâncio Vieira para o alojamento dos atletas. No entanto, o presidente da Fase, Márcio Porto, afirma que ainda existem muitas dificuldades para a obtenção de patrocínios. “Sergipe é um estado em que o pólo aquático está ressurgindo e segue em busca de patrocinadores para viabilizar disputas em competições de nível nacional”, completa. Porto também acredita que a chegada desses investimentos dependerá da organização de mais eventos com resultados observáveis.

Outros eventos

Aproveitando o campeonato Norte/Nordeste, a Fase também realizará um curso de arbitragem de pólo aquático com Roberto Cabral, integrante do quadro da Federação Internacional de Natação (Fina).

No dia 16 de junho, o Parque Aquático “Zé Peixe” receberá uma maratona festiva para a confraternização dos praticantes de pólo aquático e fechamento das atividades do primeiro semestre de 2007. Serão oito horas do esporte, começando às 9h e com fim às 17h.

A modalidade

O pólo aquático foi inventado oficialmente na Europa do final do século XIX. Até então, o jogo era denominado de rúgbi aquático. O futebol e o pólo aquático foram os primeiros esportes coletivos oficiais a integrarem as olimpíadas dos tempos modernos. Daqueles tempos para cá, a modalidade já passou por várias adaptações até chegar a sua forma atual.

Atualmente, a disputa é feita por sete jogadores, incluindo o goleiro. No jogo, os atletas dispõem de 30 segundos para realizar as jogadas. A bola não pode ser segurada com as duas mãos juntas por qualquer jogador, exceto o goleiro. Nenhum jogador pode afundar a bola ou apoiar-se no fundo ou bordas da piscina.

As dimensões das piscinas são de 30m x 20m para o masculino e 25m x 17m para as mulheres. O gol é representado por uma baliza de 3m x 90cm acima da superfície da água. As partidas são de quatro tempos de sete minutos cada, com intervalos de dois minutos entre cada etapa. O pólo aquático também possui cobranças de escanteio, pênalti e falta.

Por Taís Olívia

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05 junho, 2007

UFS abre inscrições para vestibular de cursos à distância

Entre os dias 04 e 15 de junho de 2007, estarão abertas as inscrições para o primeiro processo seletivo do programa Universidade Aberta do Brasil (UAB), realizado pelo Centro de Ensino à Distância (Cesad), da Universidade Federal de Sergipe (UFS). Os interessados deverão pagar uma taxa de inscrição de R$ 40,00 nos pontos de atendimento do Banco Popular do Brasil ou nas agências do Banco do Brasil dos municípios onde estão sendo implantados os pólos de ensino.

A UAB foi criada pelo Governo Federal, através do Ministério da Educação, com o objetivo de permitir que pessoas tenham acesso ao ensino público de qualidade, mesmo sem poder estar presente no campus universitário.

Areia Branca, Brejo Grande, Japaratuba, Laranjeiras, Poço Verde, Arauá, Porto da Folha, São Domingos e Estância serão as primeiras cidades-pólo a receber o programa de ensino à distância da UFS.

Cursos ofertados e provas

O programa ofertará 2.250 vagas, distribuídas entre os cursos de licenciatura em Matemática, História, Letras Português, Geografia, Física, Química e Ciências Biológicas. Metade das vagas será destinada a professores da rede pública, e a outra metade àqueles que concluíram apenas o ensino médio.

As provas de seleção serão realizadas no dia 22 de julho nos pólos de ensino. O conteúdo programático cobrado é o mesmo do vestibular tradicional da UFS. Entretanto, as questões serão de múltipla escolha e valerão dois pontos cada.

Didática de ensino

Segundo a professora Lílian França, diretora do Cesad, os cursos ministrados à distância contarão com os mesmos professores e conteúdo dos cursos da universidade. A diferença, explica França, é a didática de ensino, que consistirá em material impresso e suporte na internet.

Não haverá necessidade de o aluno possuir internet em casa, pois as aulas já estarão no material impresso. O uso do conteúdo da rede é opcional, e haverá computadores nos pólos, onde os alunos poderão ter contato com o suporte virtual.

Segundo o professor Jean Fábio, responsável pela mídia digital do site do Cesad, o suporte virtual contará com objetos didáticos complementares ao assunto do material impresso. Estes objetos são as interfaces gráficas, com imagens e vídeos através dos quais o aluno interagirá com o conteúdo proposto. Jean Fábio conta que, para cada curso, haverá uma abertura interativa do programa de ensino com elementos visuais que estimulem o aprendizado.

Por Adrine Cabral
adrine.cabral@gmail.com

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UAB
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