20 dezembro, 2006

STJ profere decisão favorável à obrigatoriedade do diploma para jornalistas


A discussão em torno da obrigatoriedade ou não do diploma de nível superior para o exercício da profissão de jornalista continua a gerar polêmicas. Em outubro de 2006, foi a vez de a Primeira Seção do Superior Tribunal de Justiça (STJ) manifestar seu apoio à exigência legal do diploma. Essa decisão, entretanto, não regulamenta a prática jornalística.

O assunto foi tratado pela primeira vez em 1979, ainda durante a ditadura militar, quando foi tornada obrigatória a posse do diploma de nível superior em jornalismo para a prática da profissão. Após essa data, a liberação de registros especiais para aqueles que não têm o diploma ficou restrita aos chamados “colaboradores”, pessoas sem vínculo empregatício que, mediante remuneração, produzem trabalhos técnicos, científicos e culturais, de acordo com sua especialização, para veículos de comunicação.

Em 2001, a Justiça Federal do estado de São Paulo cassou essa obrigatoriedade, alegando que seria uma forma de retomar a liberdade de expressão. Mas a determinação foi invalidada pelo Ministério do Trabalho e Emprego no ano de 2006.

Em meio a tantas divergências, Josenildo Guerra, professor do Departamento de Artes e Comunicação Social (DACS) da Universidade Federal de Sergipe (UFS), vê a obrigatoriedade do diploma para o curso de Comunicação Social como vantajosa, quando se coloca em questão as técnicas aprendidas no decorrer do curso: “quando não existe essa exigência (do diploma), o trabalho dentro das redações pode se tornar excessivamente político”, diz. Ele explica que os parâmetros profissionais podem cair drasticamente, pois as empresas que não possuem jornalistas por formação geralmente trabalham com a informação voltada para os seus próprios interesses e não para os interesses da comunidade

Por Díjna Torres
hecate_ml@hotmail.com

Para maiores informações, acesse:

Sindicato de Jornalistas do Estado de Sergipe

Federação Nacional dos Jornalistas

18 dezembro, 2006

A luta contra a AIDS em Sergipe

Lançada no Dia Mundial de Luta Contra a Aids (1º de dezembro), a campanha “A vida é mais forte que a Aids” tem como objetivo principal combater o preconceito e a discriminação sofridos pelos portadores da doença. O coordenador estadual de DST/Aids de Sergipe, Dr. Almir Santana, chama a atenção para o fato desta ser “a primeira campanha a mostrar a face das pessoas com Aids”.

Recentemente, foi divulgado o Boletim Epidemiológico 2006 pelo ministro da Saúde, Agenor Álvares. Os dados mostram que, no Brasil, já foram identificados cerca de 443 mil casos de Aids, de 1980 a junho deste ano. O mesmo boletim registra uma queda acentuada do número de casos de transmissão vertical, quando o vírus passa da mãe para o filho, seja na gestação, no parto ou na amamentação. Neste caso, houve uma redução de 51,5% entre 1996 e 2005.

Atualmente, estima-se que 600 mil brasileiros sejam portadores do HIV ou que já tenham desenvolvido a Aids. No estado de Sergipe, existem 1.486 casos notificados de portadores do vírus, mas a previsão é a de que esse número chegue a oito mil pessoas, segundo Almir Santana. “A pessoa com Aids em Sergipe é, geralmente, pobre, com nível de escolaridade baixo, principalmente do interior do estado, entre a faixa etária de 20 a 40 anos, casado”, completa o coordenador.

Teste

Os testes para a detecção do vírus HIV são gratuitos e realizados de forma anônima nos Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA) da rede pública. Almir Santana afirma que “a população que esteja em situação de risco precisa fazer o exame”. As principais situações de risco são: a relação sexual sem o uso de preservativos e o compartilhamento de seringas e agulhas.

O Centro de Especialidades Médicas de Aracaju (Cemar) é o principal ponto de testagem e tratamento dos portadores do vírus HIV no estado de Sergipe. O Setor de Atendimento Especializado (SAE) é o responsável pelos pacientes encaminhados para o tratamento das DST/Aids. Segundo a enfermeira Kátia Valença, o SAE conta com assistente social, enfermeiros, psicólogos, infectologistas, urologista e ginecologista. O atendimento é diário, nos dois turnos.

Tratamento

Caso o resultado dos testes seja positivo, outros exames serão feitos para detectar a carga viral e a quantidade de anticorpos presentes no organismo da pessoa. A partir daí, ela será encaminhada para o Cemar, onde terá acesso aos medicamentos para manter a carga viral baixa.

A Lei de novembro de 1996, promulgada pelo Sistema Único de Saúde (SUS), declara a obrigatoriedade do acesso gratuito a todos os que necessitarem de medicamentos anti-retrovirais, que atualmente somam 16 drogas. “Os outros (remédios) para combater as infecções oportunistas são de responsabilidade do governo estadual e municipal. São todos doados”, reforça Almir Santana.

O médico afirma, também, que “os medicamentos estão tornando a Aids uma doença crônica. As pessoas podem conviver com a Aids normalmente, tomando seus remédios”. Outro fator importante para a sobrevida é a qualidade da alimentação.

Dificuldades

O grande problema levantado pelo coordenador sergipano é a adesão. “Tem muito paciente que não consegue tomar os remédios certos, às vezes porque não tem passagem (de ônibus) para pegar o medicamento. A própria condição de pobreza dificulta o trabalho”, sentencia.

Com relação à alimentação, uma das principais orientações dadas pelo assistente social do Cemar, George Batista, é o acesso gratuito a cestas básicas – no caso de adultos – e ao leite em pó, no caso das crianças. “A orientação que se dá é quanto ao recebimento dos benefícios das políticas públicas”, completa.

Outra deficiência apontada por Almir Santana é a centralização do tratamento na capital Aracaju. Para ele, “este tratamento precisa ser descentralizado”. Completa dizendo que “a gente não conta com os municípios do interior”.
.
Por Carlos Eduardo Lordelo
.
.
Para maiores informações:
.
Programa Estadual de DST e Aids de Sergipe - Telefone: (79) 3234-9527

Centro de Testagem e Aconselhamento do Cemar - Telefone: (79) 3234-0928

Disque-Saúde - Telefone: 0800 611 997

15 dezembro, 2006

Plano de Expansão gera polêmica entre os estudantes da UFS


A partir de 26 de março de 2007, início do primeiro período letivo do ano, a Universidade Federal de Sergipe (UFS) deverá receber mais de 16 mil alunos que começarão ou continuarão seus estudos de graduação na instituição. Parte desses alunos ingressarão nos 19 novos cursos, preenchendo as novas 4.070 vagas oferecidas pela Universidade através do seu Plano de Expansão. O plano, porém, vem criando divergências de opiniões em alguns setores da UFS, principalmente no que diz respeito à reestruturação da grade de horários.

Mudança nos horários


O Plano de Expansão é, em harmonia com a legislação educacional vigente, uma maneira de valorizar e desenvolver o ensino superior brasileiro, como já acontece em outras universidades brasileiras.

De acordo com a documentação oficial, o Plano de Expansão da UFS deve durar 4 anos (2005 – 2008) e deverá cumprir, nesse prazo, 17 objetivos específicos. Entre eles, está subentendida a reforma específica na infra-estrutura.

Sem uma previsão para a ampliação do número de salas de aula e de laboratórios o reitor da UFS, Josué Modesto dos Passos Subrinho, baixou uma portaria, no dia 6 de novembro de 2006, estabelecendo novos horários para os turnos matutino e vespertino de aula, que a partir de 2007 irão das 7h às 13h e das 13h às 19h respectivamente, e não mais das 8h às 12h e das 14h às 18h. Isso para que, em teoria, não faltem salas nos prédios das didáticas e dos departamentos.

A notícia foi recebida com apreensão pelo Diretório Central dos Estudantes (DCE), que na tarde do dia 12 dezembro convocou a força estudantil para discutir o impacto da medida e deliberar sobre o posicionamento a ser adotado pelo DCE. A mudança gerou uma preocupação entre os graduandos sobre, por exemplo, como administrar os horários de estágio e de refeições dos alunos.

O Restaurante Universitário e os novos horários

O diretor do Restaurante Universitário (Resun), Gilson Rosa Dias, diz que já existe uma solução emergencial para um dos problemas. “A administração do Resun, juntamente com a Pró-Reitoria de Graduação e o gabinete do reitor, já está realizando um estudo para a possibilidade de ampliação do refeitório”, conta, relatando que já foi verificada a possibilidade de serem colocados mais 14 lugares no Resun, os quais, em duas horas, serviriam aproximadamente 120 pessoas.

Entretanto, o diretor não vê, no momento, como expandir o período de refeições para que haja uma maior conciliação com os novos horários. “Além do mais, o MEC extinguiu vários concursos importantíssimos, como o de cozinheiro, o que dificulta ainda mais o nosso funcionamento pleno”, ressalta.

Por Luis Fernando Lourenço

O Plano de Expansão está disponível na íntegra em:

http://www.ufs.br/doc_pdf/PlanodeExpansaodaUFS2.pdf

A portaria que determina a mudança de horários está disponível na íntegra em:

http://www.ufs.br/arquivos/11649137200969.pdf

12 dezembro, 2006

Sergipe tem futebol!

As regiões Sul e Sudeste do país desconhecem nosso futebol. Pode parecer exagero, mas é a pura verdade. Há alguns dias, em conversa “on-line” com um velho amigo que reside em Araraquara (SP), levantei a seguinte questão: “Anthony, você saberia me dizer o nome de dois clubes sergipanos?”, após alguns minutos de espera, respondeu: “Rapaz, agora você me pegou”. Em outras palavras (para que não restem dúvidas) ele não soube responder.

Por mais que goste do esporte, essa parcela do público futebolístico não tem a menor curiosidade em se inteirar sobre Futebol Sergipano. E por que isso? Dentre tantas as causas, o fraco desempenho em competições de âmbito nacional é a maior delas. No Campeonato Brasileiro, por exemplo, os clubes sergipanos ano após ano realizam campanhas insignificantes, sendo eliminados bem antes das fases finais (que dão acesso às divisões superiores).

No dia 8 de dezembro foi divulgada a tabela da Copa do Brasil de 2007. Os times que representarão o nosso Estado enfrentarão equipes de destaque no cenário nacional. A Associação Desportiva Confiança e Olímpico Pirambu Futebol Clube enfrentarão Bahia e Corinthians (SP) respectivamente. Eis uma grande chance de “aparecer” para o Brasil.

É comum à Copa do Brasil apresentar algumas surpresas. Nesse torneio, duas situações costumam trazer os holofotes da mídia para clubes pequenos. A primeira é quando um clube inexpressivo elimina um dos “grandes” da primeira divisão. Assim foi com o ASA de Alagoas em 2002 – ano em que eliminou o Palmeiras. A segunda seria quando tal clube chega às finais da competição. Um exemplo ocorreu na final da Copa do Brasil de 2002, quando o Brasiliense disputou contra Corinthians, mas acabou perdendo.

“Corinthians é eliminado por clube desconhecido”. Alguém duvida que essa possa ser a manchete de jornais, numa improvável vitória do Pirambu na Copa do Brasil? O curioso é que o time sergipano daria um primeiro passo (e que passo!) rumo ao conhecimento nacional.

Voltando àquela conversa “on-line”, vale colocar que Anthony, em outro momento, arriscou: “Tem um time com o nome Sergipe não é?”. Chute certeiro. Quem sabe se até o fim da Copa do Brasil ele não consegue completar a resposta.
.
Por Hadam Lima
.

07 dezembro, 2006

UFS investe em reforma do Colégio de Aplicação

As dependências do Colégio de Aplicação (CODAP), localizado no campus de São Cristóvão da Universidade Federal de Sergipe (UFS), passa por melhorias. O prédio que foi construído há 14 anos, nunca recebeu uma reforma expressiva, mas agora devido aos recursos obtidos com a política de otimização de gastos da Universidade, as obras puderam ser iniciadas. Os trabalhos começaram em agosto deste ano e já está em fase de conclusão da primeira etapa. Até o momento, foram gastos 120 mil reais na revisão das instalações hidráulicas e elétricas, com destaque para melhorias nos banheiros, paredes e pisos de todos os espaços.

Segundo Marlucy Gama, diretora do CODAP, as melhorias foram uma reivindicação dos professores, estudantes e servidores que cobravam uma reforma significativa na escola. “O espaço físico tinha um efeito negativo no aprendizado do aluno, atentos a isto, nos mobilizamos e procuramos a Reitoria para exibir a situação do colégio”.

“Nós estávamos cansados de ver o prédio inundado toda vez que chovia”, relata o funcionário Luciano Carvalho, que espera por melhores condições de trabalho na instituição.

Para o restante das obras, foi requerido junto à Pro-reitoria de Administração (PROAD) da UFS, uma verba adicional de 49 mil para a reforma geral do auditório, com reparos na central de ar-condicionado e revestimento de cerâmica.

Projeto de preservação das instalações

Antes mesmo da conclusão das obras, a direção já pensa em fazer um trabalho de preservação das instalações do CODAP. Na opinião da diretora, Marlucy Gama, “uma ação coletiva de conscientização que envolva a comunidade e aos alunos é primordial. O espaço adequado é interessante para toda comunidade, não tão somente para nós da instituição”, avalia.

A estudante Beatriz Travália, ressalta a necessidade de manutenção do espaço reformado. Segundo ela, já há uma maior conscientização dos alunos, principalmente do ensino médio, para a preservação do ambiente.

Processo seletivo concorrido

No processo de seleção para a 5ª série para o ano letivo de 2007, o número de inscritos chegou à marca de 1131 para as 60 vagas oferecidas. “A concorrência foi de 18.8, fato que coloca a escola como um atrativo para um ensino público diferenciado e com qualidade”, relatou Marlucy Gama.

O Colégio de Aplicação (CODAP) foi fundado em 1959, como Ginásio de Aplicação (GA) da Diretoria de Ensino Secundário do Ministério da Educação. Em 1967 foi incorporado à Fundação Universidade Federal de Sergipe, tornando-se um órgão suplementar da UFS, vinculado pedagogicamente à Pró-reitoria de Graduação (PROGRAD). O CODAP atua como um espaço de ensino, estágio, pesquisa e extensão para alunos de Licenciatura e demais curso oferecido pela UFS.

Por Tais dos Santos

05 dezembro, 2006

“Fábrica de Softwares” oferece oportunidade de estágio para alunos da UFS


A Universidade Federal de Sergipe (UFS) e o Banco do Estado de Sergipe (Banese) firmaram uma parceria no dia 22 de novembro para a implantação da “Fábrica de Sofwares”. A Fábrica se destinará ao desenvolvimento de softwares para o Banese e servirá de laboratório para os estudantes do curso de Ciência da Computação e, futuramente, para os de Sistemas de Informação.

“A parceria do Banese com a Universidade surgiu de uma necessidade que tínhamos de mão-de-obra” disse Robson Cerqueira, Superintendente de Tecnologia do banco. Segundo ele, a união com a UFS é a mais viável, pois o aluno já vai para o mercado de trabalho com o conhecimento necessário para trabalhar no setor tecnológico do banco.

Contrapartidas

De acordo com Leila Maciel, professora do Departamento de Ciência da Computação, a UFS contribuirá com a inserção, em sua grade curricular, de uma disciplina optativa voltada para as atividades da "Fábrica de Sofwares". Além disso, a Universidade disponibilizará o espaço físico. O Banese, por sua vez, montou um laboratório com 11 computadores e mantém outro laboratório de informática para uso de todos os alunos do curso de Ciência da Computação.

Sobre o estágio

A "Fábrica de Softwares" foi instalada no Pólo de Gestão, localizado no Campus de São Cristóvão, e receberá, anualmente, 20 alunos. “Os estudantes são selecionados após a disciplina optativa em que se ministra as tecnologias utilizadas na Fábrica”, depois disso, “eles passam por uma seleção curricular e pela avaliação do coordenador pedagógico do projeto”, explicou Leila Maciel.

No momento, o projeto conta com 10 alunos do curso de Ciência da Computação que já estão desenvolvendo suas atividades em um único turno. Futuramente, quando os alunos do curso de Sistemas de Informação do Campus de Itabaiana integralizarem os créditos necessários para realizar esse estágio, as vagas poderão ser ampliadas.

Por Grazielle Matos

29 novembro, 2006

Parceria entre UFS e RARO’S realiza testes com óleo de manjericão


A Universidade Federal de Sergipe (UFS), através do professor Arie Blank do departamento de Engenharia Agronômica, desenvolve uma pesquisa baseada no uso do óleo de manjericão para o uso em cosméticos. Para desenvolver os testes, a Universidade estabeleceu uma parceria com a empresa Raro's Agroindústria de Produtos Aromáticos S.A. para implantar ensaios com manjericão em escala comercial.

A pesquisa

Segundo o professor Arie Blank, a Universidade recebeu sementes de diferentes tipos de manjericão (Ocimum basilicum) dos Estados Unidos da América. “Iniciamos o plantio na Fazenda Experimental "Campus Rural da UFS". A partir deste momento fizemos a caracterização agronômica e química destes materiais”, informou o professor.
A seguir, implantou-se o programa de melhoramento genético de manjericão da UFS. Blank explica que, após quatro ciclos de autofecundação e seleção, conseguiu aumentar o teor de óleo essencial. “Este óleo pode ser usado na fabricação de sabonetes, cremes, etc., além de poder ser usado em formulações de perfumes”, acrescentou.

Utilidades

Além de desenvolver um bom produto para a indústria de cosméticos, Arie Blank afirma que o óleo de manjericão também já demonstrou possuir características medicinais. Na UFS, “o Prof. Angelo Roberto Antoniolli orientou uma dissertação de mestrado, onde foi comprovado o efeito medicinal deste óleo”, concluiu Blank.

Por Adrine Cabral

15 novembro, 2006

Sucessão de erros e mal-entendidos culmina com a prisão de estudantes e advogados

Uma sucessão de erros e mal-entendidos – que sem muito esforço montariam um cenário tragicamente cômico – caracterizou o desfecho da última manifestação do Movimento Passe Livre (MPL), no dia 26/10. O evento, que até então se desenrolara pacificamente, culminou com a prisão de três militantes, dois advogados e o afastamento de um policial militar.

Toda a confusão começou por volta das 18h, no terminal de ônibus do centro de Aracaju, último ponto de protesto do MPL. O estudante Eduardo estava dentro de um ônibus voltando para casa quando um grupo de policiais militares (PMs), comandado pelo segundo tenente José André Lima, o revistou e o algemou imediatamente. Encontraram um tubo de ‘spray’ em sua mochila e alegaram que ele fora utilizado para pichar uma guarita durante a manifestação.

Pronto. Depois disso, nenhuma outra informação é tão certa ou tão clara.

Outros militantes, empáticos à condição do colega, tentaram ajudar enquanto os policiais mantinham posição resoluta. Nesse ínterim, foram acionados os advogados Thiago José de Carvalho Oliveira e José Umberto de Góes Júnior, que em pouco tempo chegaram ao local. Ambos praticam advocacia popular, e costumam defender movimentos sociais.

Oliveira conta que assim que chegou buscou o comandante da operação para saber a razão do aprisionamento. Explicou-o que nenhum cidadão pode ser preso sem conhecimento do motivo. Mas, segundo o advogado, o tenente retrucou: “eu prendo porque eu quero, e prendo você se quiser”. Dito e feito. Porém, conforme os PMs, eles tiveram que agir assim porque foram desacatados, não o contrário.

Do outro lado, os estudantes protestam terem sofrido agressões sem justificativa, como Danilo de Santana Bezerra, enforcado por um policial. Os PMs, por sua vez, afirmam que o ato foi de legítima defesa.

Para o delegado da Polícia Civil, Mário Leoni, na verdade houve falta de equilíbrio na condução, ou até falta de disposição na negociação pelas duas partes.

No final das contas, todos os envolvidos foram levados à Delegacia Plantonista: Danilo, Eduardo, Thiago; e ainda Antonio Vinícius Oliveira Gonçalves, que tentou interceder na prisão de Danilo, e Umberto, que quando tentava cobrir seu colega de trabalho foi empurrado por um policial e caiu no chão – mas ele não recebeu voz de prisão. Alexandre Maciel, outro advogado convocado para auxiliar os presos, também foi detido. Para resumir: formou-se uma confusão geral.

A cena acabou com a chegada da cúpula da Ordem dos Advogados de Sergipe (OAB/SE) à delegacia, composta pelo presidente em exercício, Thenisson Santana Dória, presidente licenciado, Henry Clay, e uma comitiva de conselheiros, que exigiu a imediata soltura de todos os envolvidos por falta de provas.

Conseqüências

Depois da intervenção dos membros da OAB, os dois advogados presos fizeram um boletim de ocorrência (BO) sobre o comportamento dos PMs, que julgaram arbitrário, e pretendem entrar com uma ação por danos morais.

Já a própria OAB entrou com uma representação junto ao Ministério Público para que este movesse uma ação contra os policiais por abuso de poder sobre os advogados, pois eles não podem ser presos em pleno exercício de sua função. A não ser com a presença de um integrante da Ordem.

O segundo tenente, José André Lima, foi afastado de sua função, e o estudante Eduardo terá de responder a processo por crime contra o patrimônio público. Os outros estudantes nem foram fichados por falta de provas.

Flagrante

Toda a confusão teve início quando os PMs encontraram um tubo de pichação dentro da mochila de Eduardo. Para o advogado Thiago Oliveira, a detenção do estudante por esse motivo constituiu um ato inconstitucional, já que para ser preso o indivíduo precisa ser pego no ato. Porém, não é bem isso que dita o Código de Processo Penal. Esta é a transcrição do artigo 302: “Considera-se em flagrante delito quem: I- está cometendo a infração penal; II- acaba de cometê-la; III- É perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido ou por qualquer pessoa, em situação que faça presumir ser autor da infração; e IV- é encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, objetos ou papéis que façam presumir ser ele autor infração”.

De acordo com a professora Andréa Depieri do Departamento de Direito da Universidade Federal de Sergipe (UFS), a lei dá margem a várias interpretações.


Movimento Passe Livre

O MPL é um movimento social e surgiu no dia 26/10 de 2001 no Fórum Social Mundial, depois de anos de discussão a seu respeito. Ele visa uma mudança lenta e criteriosa do sistema de transportes. Essa mudança deve se dar por etapas – a primeira delas o passe livre para todos os estudantes – até que se chegue ao controle operário do sistema.

O Movimento está espalhado por 26 cidades brasileiras, nem todas capitais, e todos os grupos devem obedecer aos mesmos princípios: horizontalidade (não existe hierarquia entre os membros e por isso todos são iguais); apartidarismo; autonomia e independência.
Em Aracaju, o movimento ainda busca ganhar notoriedade social, e assim aumentar o número de integrantes.
O dia 26/10 é o Dia Nacional do Passe Livre.

Por João Eduardo Serpa

Para maiores informações sobre o Movimento Passe Livre em Aracuju, acesse o Blog:

http://mplaracaju.fotopic.net/

Porto Alegre sedia primeira Conferência Brasileira de Jornalismo


Aconteceu em Porto Alegre, nos dias 3, 4 e 5 de novembro, o primeiro Journalism Brazil Conference (Conferência Brasileira de Jornalismo), realizada pela Sociedade Brasileira de Pesquisadores em Jornalismo (SBPJor) em parceria com o Programa de Pós-graduação em Comunicação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e a Associação Européia de Educação e Pesquisa em Comunicação (ECREA). O congresso atraiu pesquisadores na área de jornalismo de todo o mundo. Segundo o presidente da SBPJor, Elias Machado, havia pelo menos um representante de cada um dos cinco continentes.

Pensando o Jornalismo através das fronteiras nacionais

A conferência internacional teve como tema central “Pensar o jornalismo através das fronteiras nacionais”. Alguns dos maiores pesquisadores em jornalismo do mundo discutiram sobre suas pesquisas e teorias, levados por novos desafios e perspectivas emergentes. Durante o congresso, traçaram-se novos caminhos para a pesquisa nesta área, que deve ser, de acordo com os participantes, tão globalizada como o mundo atual.

O encontro também proporcionou a criação de novas idéias e oportunidades para os pesquisadores no tocante à intercomunicação através da Internet. “Precisamos obter mais informações, principalmente, sobre como publicar em revistas internacionais. As pesquisas, de um modo geral, devem seguir um caminho de comparação mundial”, salienta Barbie Zelizer, da Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos.

Além dos grupos de trabalho, houve quatro mesas de discussões, das quais participaram pesquisadores renomados como Daniel Hallin, Frank Esser, José Marques de Melo e Luiz Gonzaga Motta. Dentre os assuntos de maior divergência de opiniões, destacaram-se o modelo liberal de jornalismo, o nível mundial de profissionalização e o espaço jornalístico do futuro. “Vou-me muito satisfeita de volta ao meu país, porque encontrei uma comunidade internacional séria que compartilha interesses de investigação e propõe trabalhos em conjunto”, defende Maria Helena Hernández Ramírez, da Universidade de Guadalajara, no México.

UFS marca presença na I Conferência Brasileira de Jornalismo


Os professores da Universidade Federal de Sergipe, Carlos Eduardo Franciscato e Josenildo Luiz Guerra participaram do Journalism Brazil Conference com o artigo escrito em co-autoria “Contribuições da pesquisa qualitativa para a reportagem jornalística”. No artigo, os autores falam sobre os desafios no intercâmbio entre jornalismo e ciência, a crise no conceito de objetividade e de como preservar e cruzar, de forma eficiente, as fronteiras que separam os jornalistas e suas fontes de notícias.

Por Luis Fernando Lourenço

Foto: Marcelo Allgayer

Para maiores informações sobre o Journalism Brazil Conference, acesse:

http://bcjnews.blogspot.com

Sociedade Brasileira de Pesquisadores em Jornalismo realiza encontro


A Sociedade Brasileira de Pesquisadores em Jornalismo (SBPJor) promoveu nos dias 5, 6 e 7 de novembro, em Porto Alegre, o IV Encontro Nacional de Pesquisadores em Jornalismo. O evento, uma realização do Programa de Pós-graduação em Comunicação e Informação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), contou com a presença de pesquisadores, professores, profissionais e estudantes de todo o Brasil.

O tema principal foi “a pesquisa em jornalismo e o interesse público”. Para Elias Machado, presidente da SBPJor, a temática procurou uma aproximação entre o que é produzido pela pesquisa acadêmica e pela imprensa. Desta forma, os 113 trabalhos selecionados – sete comunicações coordenadas, compostas de 33 textos e 80 comunicações individuais – destacaram a importância do aprimoramento da formação dos profissionais e da produção das empresas e veículos de comunicação.

Redes de pesquisas

Os debates realizados durante o congresso expuseram a problemática da falta de articulação e interação entre os pesquisadores em jornalismo. Atenta a essa questão, a SBPJor busca proporcionar a criação de redes de pesquisas em todo o país. “O objetivo principal é a troca de informações entre os pesquisadores a fim de que as pesquisas tenham uma continuidade e ofereçam soluções”, salientou Marconi Oliveira da Silva, professor da Universidade Federal de Pernambuco.

UFS sediará o próximo encontro da SBPJor

No segundo dia de atividades, ocorreu a Assembléia Geral Ordinária da SBPJor. Nela, ficou decidido que a Universidade Federal de Sergipe (UFS) sediará o V Encontro. A instituição sergipana foi escolhida por unanimidade, pois preencheu os critérios exigidos pela diretoria, como a apresentação de um projeto inicial.

Segundo Carlos Eduardo Franciscato, professor da UFS, a instituição pretende com o encontro fortalecer e articular as redes de pesquisas no Nordeste. “Nós esperamos com um evento deste nível, o amadurecimento dos grupos de pesquisas, como também um estímulo aos grupos de Pós-Graduação que são tão poucos na região”, comentou Franciscato.

Por Tais dos Santos

Foto: Leandro de Oliveira

Para maiores informações sobre o congresso da SBPJor, acesse:

http://www.sbpjor.ufsc.br/ivsbpjor/


“Canta Maria” leva às telas obra da literatura sergipana



A literatura sergipana nunca foi tão aclamada pelo cinema brasileiro. Baseado no romance “Os Desvalidos”, do sergipano Francisco Dantas, o longa-metragem “Canta Maria” é uma superprodução nacional por diversos fatores. Cenário, contexto sócio-histórico, temática e elenco são os elementos através dos quais o diretor Francisco Ramalho Jr. direcionou seu trabalho à espera do sucesso.

Cenário e Contexto

A seca e a escassez de recursos naturais, aspectos típicos do sertão nordestino brasileiro, formam o pano de fundo da trama, que reincorpora e contextualiza a luta do cangaço nos anos 30 – época em que o Nordeste estava dividido entre os que apoiavam e os que eram contra as tropas de Lampião.

Temática/Sinopse

Maria (Vanessa Giácomo) testemunha a morte de seus pais, assassinados por acobertarem Lampião (José Wilker) e sua tropa. Coriolano (Edward Boggis) presencia o ataque e salva Maria, levando-a ao sítio onde ele mora com o tio, Filipe (Marco Ricca).

Mesmo contra a vontade de seus tios, Maria casa-se com Filipe e inicia a trama principal do filme. Coriolano guarda um amor reprimido pela protagonista. Os tios de Maria são assassinados pelas tropas de Lampião por terem delatado, no início da estória, a presença dos cangaceiros na casa do pai dela.

Filipe tem seus pastos destruídos por acobertar a filha do protetor de Lampião. Assim, precisa partir como caixeiro viajante para sustentar sua casa. Ao passar uma temporada a sós com Maria, o sentimento de Coriolano por ela aumenta.

A trama atinge seu ápice com o retorno de Filipe, que escuta comentários maldosos sobre o que Maria e Coriolano teriam feito durante sua ausência e decide afastá-los de sua vida. Filipe chega ao ponto de incendiar sua própria casa por considerar que ela serviu de palco para a traição.

Num final surpreendente, quebrando a rotina dos filmes nacionais de finais tristes, os três se reencontram em busca da resolução do conflito e cada um encontra sua forma de felicidade.

Elenco

A produção do filme apostou na junção de artistas iniciantes e veteranos do cinema nacional. Vanessa Giácomo e Edward Boggis fazem a dupla de jovens artistas que estréiam no cinema com o “Canta Maria”, no entanto, já atuavam em novelas da rede nacional de televisão. Vanessa, que inclusive foi muito elogiada pelo diretor Ramalho, promete ser a grande revelação deste ano no cinema.

Marcos Ricca e José Wilker representam a equipe de artistas já reconhecidos em longas-metragens. O primeiro teve em “O invasor” sua melhor interpretação, segundo críticas. Já o segundo tem um extenso currículo artístico. Como ator, Wilker destacou-se em “Os Inconfidentes”, “Dona Flor e seus dois maridos”, “Guerra de Canudos” e outros. Como diretor, vale destacar seu trabalho em “Louco Amor”.

Por Adrine Cabral

Para assistir ao trailer e obter maiores informações sobre o filme, acesse:

http://www.cantamariaofilme.com.br/

01 novembro, 2006

UFS realiza XXII Encontro Nacional de Coros de Sergipe

Corais de Sergipe, Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará confirmaram presença. Para participar, basta levar ao Teatro 1 kg de alimento não perecível. O montante arrecadado será doado às entidades filantrópicas sergipanas Sociedade Filantrópica Maria de Nazaré e Lar Cristo Redentor.

Programação paralela

Nos dias 3 e 4 de novembro, o encontro realizará apresentações paralelas, às 11h, nas unidades do SESC no Centro e nos bairros Siqueira Campos e Atalaia. No dia 4, serão realizadas apresentações nos Mercados Antônio Franco e Thales Ferraz, no mesmo horário.

A programação paralela surgiu de maneira inusitada, uma vez que organizadores e participantes acharam muito trabalhoso, para os grupos de outros Estados, percorrerem longas distâncias e fazerem poucas apresentações. “O objetivo nem é atingir público, eles pedem para se encontrarem mais e se apresentarem uns para os outros” relata José Messias do Nascimento, coordenador do encontro há 20 anos.

Coral da UFS

Composto por alunos, funcionários e professores, o coral da UFS, que está na ativa desde 1970, participou de todas as edições do Enacose e esse ano faz a abertura do evento. Atualmente o coral é regido pelo maestro José Augusto Bezerra. Ele comenta que os alunos da universidade têm interesse em ingressar no coral, mas não permanecem por muito tempo, uma vez que tendem a se formar.

Quem quiser conhecer ou participar do coral da UFS basta comparecer ao Cultart nos horários dos ensaios: terças e quintas, das 18h30 às 20h, e aos sábados a partir das 16h.


Por Hadam Lima

Programação principal

Programação alternativa

Centros de Excelência efetuam inscrições para processo seletivo

A Secretaria de Estado da Educação (Seed) realiza no período de 16 de outubro a 14 de novembro as inscrições para o processo seletivo relativo à primeira série do Ensino Médio/2007 dos Centros de Excelência Atheneu Sergipense e Ministro Marco Maciel, em Aracaju, e Manoel Messias Feitoza, em Nossa Senhora da Glória. As inscrições são efetuadas nos próprios Centros de Excelência de segunda a sexta, no horário das 8 às 12h e das 14 às 17h.

Segundo a diretora do Departamento de Educação (DED), professora Alaíde Tavares, os inscritos devem ser alunos que estão concluindo ou já concluíram a 8ª série do Ensino Fundamental e que tenham no máximo, até 31 de dezembro, 16 anos. A inscrição é gratuita e para efetuá-la basta apresentar cópia da Certidão de Nascimento ou Carteira de Identidade (RG), declaração da instituição onde cursou ou cursa a 8ª série e duas fotos 3x4, recentes e iguais.

Teste Seletivo

A prova ocorrerá no dia 10 de dezembro e será composta por 50 questões objetivas referentes aos conteúdos de Português e Matemática. Conforme Alaíde Tavares, a prova não objetiva medir o conhecimento do aluno, mas selecionar a quantidade correta de estudantes de acordo com a oferta de vagas dos Centros de Excelência: 300 para o Atheneu, 200 para o Marco Maciel e 180 para o Manoel Messias.

Matrícula

Após a divulgação do resultado do teste seletivo no dia 15 de dezembro, cada Centro de Excelência terá o seu próprio cronograma de atendimento para a matrícula e de início das atividades. Aquele aluno que ingressar no Centro de Excelência deve permanecer nele durante os três anos do Ensino Médio

Metodologia

Os alunos dos Centros de Excelência estudam em tempo integral: pela manhã assimilam os conteúdos programáticos e à tarde eles se dirigem aos laboratórios de Português, Matemática, Física, Química, Informática e Línguas. “Eles têm nesses laboratórios a oportunidade de intercambiar a teoria com a prática para melhor prepará-los para o mercado”, afirma a diretora do DED.

Tiale Acrux

tialeacrux@yahoo.com.br

CEFET oferece Curso de Braille

O Centro Federal de Educação Tecnológica de Sergipe (CEFET/SE) iniciará no dia 04 de novembro Curso de Braille. As aulas ocorrerão aos sábados e, ao final, os alunos aprovados receberão certificados. O curso será apostilado e serão utilizados todos os materiais necessários para o ensino da escrita em braille, informa Vera Maria Trindade, Coordenadora de Cursos de Formação Inicial e Continuada de Trabalho.

Educação Especial

Cursos de capacitação como o oferecido pelo CEFET/SE fazem parte de uma política de inclusão de alunos com necessidades especiais no sistema educacional. De acordo com a legislação, todo portador de deficiência tem direito ao ingresso no ensino regular. A responsabilidade, no âmbito estadual, do atendimento a alunos especiais é da Divisão de Educação Especial (DIEESP) que capacita professores da rede estadual de ensino, oferecendo cursos de formação inicial e continuada.

Segundo Gilvanete Alves, Coordenadora da área de Deficiência Visual, existem duas escolas especiais em Aracaju, a Escola Venúzia Franco, no bairro Parque dos Faróis e a Escola João Cardoso, no bairro Grageru. Além destas, há também a Escola 11 de Agosto, no bairro Getúlio Vargas, que possui classes especiais. No ensino regular há a presença de classes inclusivas, ou seja, que agregam alunos especiais em suas turmas regulares.

O diagnóstico e acompanhamento educacional do aluno especial é realizado pelo Centro de Referência de Educação Especial de Sergipe (CREESE), que avalia as necessidades do aluno e o encaminha para escolas e/ou serviços adequados. Segundo Lucimar Calazans, o CREESE é composto por profissionais como psicólogos, fonoaudiólogos, médicos e pedagogos que procuram entender o que se passa com o aluno especial, desde problemas de saúde a problemas familiares.

Para atender às necessidades dos portadores de deficiência auditiva, será inaugurado o Centro de Atendimento ao Surdo, que funcionará no Edifício Cidade Aracaju, 26º andar, onde serão ofertados cursos gratuitos de libras para toda a comunidade interessada.

Grazielle Matos

graziellems@hotmail.com.br

Para maiores informações, contate:

CEFET/SE – Av. Gentil Tavares, 1166, Bairro Getúlio Vargas. Telefone: (x79) 3216-6970

CREESE – Rua Dom Bosco, 1207, Bairro Suíssa. Telefone: (x79) 3179-2085

Museu de Arqueologia de Xingó recebe condecoração

No próximo dia 8 de novembro, o Museu de Arqueologia de Xingó (MAX) será condecorado com o título de Cavaleiro. A cerimônia acontece no Palácio do Planalto, em Brasília, às 16h, de onde o Prof. Dr. José Alexandre Feliz, diretor do museu, receberá a medalha da Ordem do Mérito Cultural das mãos de Gilberto Gil, ministro da Cultura. A condecoração, segundo o Prof. José Alexandre, reforça ainda mais o reconhecimento nacional do MAX. Depois de ganhar o Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade (2001) e o Prêmio da Sociedade Brasileira de Arqueologia (2002), este será o terceiro mérito concedido ao museu desde sua fundação há seis anos.

O MAX nasceu oficialmente em 2000, e até hoje mantém suas instalações no município de Canindé do São Francisco, em Sergipe. Entretanto, os trabalhos arqueológicos vêm desde 1988. “Desde aquela época trabalhávamos nas escavações, mas tínhamos dificuldade para conseguir recursos porque eram apenas projetos ligados à Universidade Federal de Sergipe. Então, 12 anos depois, eu tive a idéia do museu, já que era a única maneira de oficializar nosso trabalho e, assim, buscar patrocinadores”, relata o diretor.

Atualmente, a Petrobrás, através da Lei de Incentivo à Cultura, é a responsável por 80% de todo o recurso financeiro do qual dispõe o MAX. O restante fica por conta da Chesf e da Universidade Federal de Sergipe (UFS), que assumiu o museu como um órgão suplementar em abril deste ano e prepara-se para abrigar a extensão do MAX no Campus de São Cristóvão.

Importância do MAX

O diretor José Alexandre salienta vários motivos de relevância cultural que contribuíram para que o MAX fosse escolhido a fim de receber a condecoração. Um deles é o sítio arqueológico “Justino”, o maior cemitério pré-Histórico do Nordeste brasileiro. Nele, foram encontrados mais de 150 esqueletos que datam de nove mil anos, uma descoberta relevante para a história dos povos que no passado habitaram a região. “O MAX é dinâmico, é moderno. Tentamos sempre relacionar as coisas com o presente. Museu não é apenas uma exposição de velharias”, ressalta o professor.

O MAX também abre espaço para que alunos da UFS realizem pesquisas na área de arqueologia. O projeto “Férias Arqueológicas no Xingó”, realizado periodicamente, leva os estudantes aos sítios arqueológicos do museu, onde desenvolvem na prática o que aprenderam na teoria.

Por Luís Fernando Lourenço

Para maiores informações, acesse:

Museu de Arqueologia de Xingó

29 outubro, 2006

Exposição alerta para a preservação de acervos de bibliotecas

A Biblioteca Municipal Clodomir Silva, localizada no bairro Siqueira Campos, Aracaju, está realizando desde o dia 24 de outubro a exposição “O Depredário”. O trabalho é uma releitura plástica feita pelo artista Elias Santos e tem o objetivo de conscientizar os usuários da biblioteca sobre a importância e necessidade de preservação de seu acervo.

“Depredário é uma seqüência de desenhos que objetiva contribuir para a denúncia das silenciosas ações de seres que visitam normalmente a Biblioteca e acabam por prejudicá-la”, de acordo com o artista plástico Elias Santos. “Traduzi esse personagem através da linguagem do desenho e com traços rápidos e grotescos”, completa. Entre as ações de depredação, estão em exposição exemplos de folhas de livros e revistas rasgadas, fotos e imagens cortadas e trechos dos textos riscados e grifados, além das paredes dos banheiros rabiscadas. Para a bibliotecária Ivany Brás Oliveira, que trabalha na Biblioteca Clodomir Silva há 20 anos, as campanhas de conscientização são muito importantes e deveriam ocorrer com mais freqüência pois, ao educar o público, contribuem para evitar o surgimento de novos “depredários”, pondera.

A exposição é aberta ao público e pode ser visitada até o dia 17 de novembro no horário de funcionamento da Biblioteca Clodomir Silva, de segunda a sexta-feira, das 8h às 22h, e aos sábados e domingos, das 9h às 13h, na Rua Santa Catarina, 314.


Depredação do acervo da UFS

A exposição realizada na Biblioteca Municipal Clodomir Silva é baseada em um trabalho já realizado pela Biblioteca Central da Universidade Federal de Sergipe. De acordo com Elisângela de Lima Bandeira e Maria Lúcia da Conceição, assistentes administrativas responsáveis pela recuperação de livros da UFS, diariamente são recuperados cerca de 40 livros danificados pelo desgaste ou pelo descuido dos estudantes. “Eles pedem para tirar xerox e arrancam páginas, riscam e não preservam o livro que eles mesmos vão precisar para fazer suas pesquisas. Isso prejudica o acervo da UFS”, informa Lima Bandeira.


Valter Lima
valter_lima_12@hotmail.com

Ballet de Moscou realiza apresentações em Aracaju

Pela primeira vez no Brasil, o Ballet de Moscou se apresenta em Aracaju, no palco do Teatro Tobias Barreto. A capital sergipana receberá o Ballet nos dias 31 de outubro e 1º de novembro, às 21h. Aracaju será a quarta capital brasileira a prestigiar o corpo de baile russo, cuja turnê incluiu as cidades do Rio de Janeiro, São Paulo, Salvador e Recife, onde encerrará sua temporada nacional.

Para Sergipe, a companhia trará as montagens completas dos clássicos “Romeu e Julieta” e “Lago dos Cisnes”. O clássico “Romeu e Julieta” que será apresentado tem quatros atos, música de Prokofiev, figurinos de Nataliya Stenberg e coreografia de Smirnov-Golovanov. A montagem de "Lago dos Cisnes”, também em quatro atos, tem versão e direção de Natalia Ryzhenko e Victor Smirnov-Golovanov, e música Tchaikovsky.

O Ballet de Moscou é uma companhia recente, foi criada em 1988, por Victor Smirnov-Golovanov, coreógrafo e ex-primeiro bailarino do Ballet Bolshoi da Rússia. Apesar disso, já se configura como umas das mais respeitadas companhias mundiais. A companhia já realizou mais de 2100 apresentações nos cinco continentes, sendo bastante elogiada pela perfeição técnica de seu corpo de baile, composto, hoje, por mais de 60 bailarinos. Além das que serão apresentadas em Aracaju, o repertório da companhia inclui peças consagradas como os clássicos "A Bela Adormecida", "O Quebra Nozes", "Cinderella", "Giselle", "Guerra e Paz", “Carmen", entre outros.

Segundo Malva Malvar, responsável pela divulgação do evento em Aracaju, a vinda da companhia foi realizada com muito esforço e dificuldade, principalmente devido aos altos custos. Para as apresentações em Sergipe, o Ballet contará com uma carreta de 70 metros cúbicos que trará o material cênico de Salvador.

Taís Olívia dos Santos
tasluas@hotmail.com

27 outubro, 2006

Exposição comemora 50 anos da obra “Grande Sertão: Veredas”

Entre os dias 23/10 e 10/11 estará sendo realizada a exposição “Grande Sertão: Veredas – Nas Trilhas de Guimarães”, na Biblioteca Central (Bicen) da Universidade Federal de Sergipe (UFS). O evento comemora o cinqüentenário da obra do escritor João Guimarães Rosa – considerada por muitos a obra-prima da literatura brasileira – e faz parte de um projeto de comemoração da Semana Nacional do Livro e da Biblioteca.

O idealizador da exposição foi o mestre e bibliotecário da UFS, Justino Alves Lima. Nela, Justino tenta combater aquilo que considera ser o pior vício dos brasileiros: a falta de valorização do que é autenticamente nosso. “No Brasil, não temos boa memória” diz ele, criticando o fato de o brasileiro não conhecer mais a fundo sua cultura, o que o impede de criar outros hábitos e costumes que consolidem um sentimento de identidade nacional. Ele contrapõe essa falta de atitude ao comportamento do povo espanhol, que no ano passado comemorou o 400° aniversário do livro “Dom Quixote de la Mancha” – a obra prima do país.

A Espanha festejou o aniversário durante todo o ano de 2005, tendo como uma das iniciativas para a divulgação mundial da obra, e conseqüentemente de sua cultura, a construção de uma estátua de Dom Quixote montado em seu cavalo na Avenida Paulista, em São Paulo. Isso contrasta com os R$ 100,00 de que Justino dispôs - mais a colaboração da professora Adriana Nogueira, do Departamento de Artes e Comunicação Social da UFS, e de seus alunos de Pintura I - para a preparação da Galeria Jordão de Oliveira, onde está acontecendo o evento.

Exposição

A exposição está dividida em três etapas. A primeira é um paredão de painéis que contém informações biográficas e bibliográficas do autor e da obra, respectivamente. A segunda é um mural que ilustra com uma linha a vida de Guimarães Rosa. No chão, complementando o mural, um mapa do sertão mineiro marca o percurso de 240 km feito pelo autor para obter as informações que hoje estão nos seus livros. E a terceira etapa é composta por duas produções, ainda inacabadas, que serão incrementadas no decorrer da exposição, enfatizando o mote de Guimarães Rosa, que diz que para nada existe nem começo nem fim: tudo é uma continuidade. Idéia corroborada pela última palavra do livro “Grande Sertão: Veredas”: “travessia”.

João Guimarães Rosa

Guimarães Rosa é considerado pelos críticos literários um dos três maiores escritores brasileiros, ao lado de Machado de Assis e Graciliano Ramos. No Brasil, nunca um conjunto de obras foi tão estudado pela classe acadêmica como o dele. Sua produção literária é caracterizada por um forte rebuscamento da linguagem: uma linguagem que reproduz a fala do sertanejo em sua sintaxe, sua melodia e sua subjetividade; uma linguagem que reinventa palavras, fundindo aleatoriamente radicais de línguas diferentes; uma linguagem que, como o próprio Guimarães definiu, é “um idioma próprio, meu”.

Grande Sertão: Veredas

O livro é ambientado no sertão mineiro e é narrado em primeira pessoa por Riobaldo, o protagonista da história. Ele conversa o tempo todo com um interlocutor que nunca se manifesta, e cuja participação só é sugerida pelas respostas do sertanejo. Esse interlocutor parece ser um doutor, um homem letrado, talvez o próprio Guimarães Rosa. Na conversa, a personagem expõe impressões que teve de acontecimentos de sua vida no sertão, e sobre temas metafísicos, como a existência ou não do diabo. Tudo isso, somado ao tratamento minucioso que o escritor confere à linguagem, origina uma obra de arte que é um primor em originalidade e universalidade.

Por João Serpa

Cai o número de votos inválidos no 1º turno




O resultado das eleições gerais do dia 1º de outubro de 2006 confirmou uma tendência dos últimos três processos eleitorais brasileiros: a diminuição do número de votos inválidos para a Presidência da República. Segundo dados do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), em 1994, o percentual de votos inválidos chegava a 18,77% do total de apurados, e nas últimas eleições este número caiu para 8,41%, uma redução de 55,19%.

O percentual de votos inválidos são obtidos através da soma dos votos em branco e nulos. Para o cientista político Ernesto Seidl, da Universidade Federal de Sergipe, são vários os motivos que levam alguém a invalidar o seu voto. “Pode ser que a pessoa não se interesse por política, ou então anula o voto porque não vê naquele momento nenhum candidato que a satisfaça”, afirma.

Outro motivo alegado por quem anula o voto é a vontade de protestar, segundo Ernesto Seidl. Nesta linha de raciocínio está Ricardo Abreu, 19, estudante. Ele diz que anulou seus votos para “lavar as mãos”, já que não acha correto os sistemas eleitoral e estatal brasileiros.

No entanto, há quem pense diferente. É o caso de Díjna Torres, 20, estudante, que afirma ter tentado acompanhar a trajetória política dos candidatos para fazer uma escolha mais consciente. “Se eu anular meu voto, não vou estar ajudando em nada o meu país”, avalia.

Urnas eletrônicas

Uma das causas apontadas para explicar a diminuição do número de votos inválidos é a implantação do sistema eletrônico de votação. A secretária judiciária do Tribunal Regional Eleitoral de Sergipe (TRE/SE), Maria Conceição de Vasconcelos, afirma não haver estudos específicos sobre o assunto, mas diz que o atual sistema de apuração permite uma segurança maior. Quando a votação era feita em cédulas, havia muita interpretação sobre a preferência do eleitor, diz a secretária.


Por Carlos Eduardo Lordelo

carloslordelo@yahoo.com.br


Para mais informações, acesse:

Tribunal Superior Eleitoral

Tribunal Regional Eleitoral

24 outubro, 2006

Salão dos Novos prestigia artistas iniciantes


Com o Concurso “Salão dos Novos”, a Galeria de Arte Álvaro Santos, em Aracaju, abre mais uma vez suas portas para novos talentos. O evento, que tem o apoio da Fundação Municipal de Cultura, Turismo e Esportes (Funcaju), já está em sua décima sexta edição, e oferece a oportunidade para que artistas iniciantes exponham seus trabalhos ao público e à imprensa. Segundo Aldeci Freire, secretária da Galeria, além de divulgar talentos, o concurso tem como principais objetivos estimular a pesquisa, o amadurecimento das técnicas e a criação nas artes plásticas.

Inscrições

As inscrições são individuais e gratuitas, e estarão abertas até o dia 7 de novembro, na Galeria Álvaro Santos, na Praça Olímpio Campos, de segunda a sexta, das 9 às 17h.

Somente poderão concorrer aqueles artistas que nunca apresentaram seus trabalhos em outras exposições. Cada participante poderá inscrever até duas obras, incluindo trabalhos em desenho, pintura, gravura, escultura e instalação. Como orienta o regulamento, as obras não poderão ser assinadas pelo artista.

Premiação

Os três primeiros colocados receberão R$ 1.000, R$ 800 e R$ 600, respectivamente. A comissão também concederá Honra ao Mérito a três outros trabalhos merecedores de destaque. As obras finalistas, automaticamente doadas pelos artistas, serão incorporadas ao acervo do Patrimônio de Aracaju. Os trabalhos selecionados farão parte da exposição que ficará aberta ao público de 14 de novembro a 2 de dezembro.

Alguns nomes conhecidos no cenário artístico sergipano como Elias Santos, Bené Santana, Cláudio Vieira, Wellington Lino da Costa, entre outros, fazem parte do rol de talentos já premiados pelo concurso.

Por Gracielle Nunes

11 outubro, 2006

UFS de cara nova

A Universidade Federal de Sergipe (UFS) estará de cara nova em 2007. Com a aprovação de mais dezenove cursos para o próximo vestibular, num total de 4.070 vagas, a UFS amplia o seu universo de conhecimento e torna-se mais acessível à população. O responsável por essa mudança é o plano de expansão desenvolvido pela Universidade.

A Expansão

Em três reuniões, o Conselho de Ensino e Pesquisa (CONEP) decidiu pela aprovação dos 19 cursos, que devem ter início no período de 2007/1. As novas graduações são: Engenharia de Pesca, Museologia, Secretariado Executivo, Ciência da Atividade Física e do Desporto, Fonoaudiologia, Teatro, Engenharia Mecânica, Sistemas de Informações, Música, Engenharia de Produção, Engenharia de Materiais, Geologia, Nutrição, Arquitetura e Urbanismo, Fisioterapia, Dança, Letras Protuguês/Espanhol, Arqueologia e Turismo. Além destes, serão ofertados os cursos de Pedagogia (licenciatura) e Formação de Professores de Nível Médio, destinados a assentados da Reforma Agrária.

Segundo o Pró-reitor de Graduação e membro do CONEP, Antônio Ponciano Bezerra, a expansão visa atender a uma população que, por não ter a graduação desejada em seu estado, faz um curso que não é de seu agrado ou vai para outros locais. A estudante Fernanda Kelli já passou por essa situação. “Sempre quis fazer nutrição, mas como não tinha aqui, entrei em outro curso e pretendia ir para outro estado. Agora vou cursar nutrição aqui mesmo”, declara.

Um dos pontos questionados pelos atuais universitários é a estrutura que será oferecida para os novos cursos. Com relação a isso, o pró-reitor Ponciano Bezerra afirma que já houve liberação de verba para construção de novos prédios e contratação de professores, a fim de abarcar os novos alunos e manter a qualidade da instituição.

Histórico

Uma lei do final dos anos 1970 proibia que universidades públicas criassem cursos novos. Logo que a lei deixou de existir, a UFS começou uma expansão tímida, criando um curso vez por outra. Mas não havia uma política de expansão, nem governamental, nem da instituição. Outro entrave ao crescimento era a mentalidade das pessoas do estado. “Nós, aqui no estado, temos uma política de olhar para trás; se pudermos encolher, a gente encolhe”, afirma Ponciano Bezerra.

Além da criação de alguns novos cursos, a UFS contava com o PQD (Plano de Qualificação Docente) como forma de ampliar os seus domínios. Porém, por ser um programa com prazo para acabar e restrito a professores, o PQD não supriu as necessidades da instituição. Foi preciso, então, fazer algo que contemplasse tanto os vestibulandos quanto a Universidade. Assim, a expansão tornou-se o único caminho viável.

Por Luana Messias

luanamessias19@yahoo.com.br

19 setembro, 2006

Desemprego atinge cerca de 45,5% dos jovens brasileiros

Uma pesquisa divulgada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), em 13 de setembro, constata que 45,5% dos jovens brasileiros com idade entre 16 e 24 anos estão desempregados. O estudo foi realizado nas regiões metropolitanas de São Paulo, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife e Salvador.

Segundo o economista Luís Moura, coordenador do Dieese em Sergipe, o alto índice de jovens desempregados é uma decorrência do baixo crescimento econômico do país. “A economia brasileira cresce a uma taxa média que varia entre 2,5 e 2,8% há 25 anos. O crescimento econômico é muito próximo ao populacional. Além disso, o Brasil alcançou uma alta produtividade através das novas tecnologias, as quais utilizam pouca mão-de-obra. Logo, se não houver um crescimento econômico superior ao populacional, o mercado não tem condições de absorver toda a mão-de-obra. A taxa de crescimento econômico deveria ser de 5 a 6% ao ano, no mínimo, para que houvesse uma redução drástica do desemprego”, explica.

Uma das conseqüências que influi para isso é a longa duração que caracteriza o desemprego brasileiro. “Quem está desempregado atualmente, costuma permanecer por muito tempo. Assim, esse indivíduo, muitas vezes, cansado de procurar emprego, sente-se excluído do mercado de trabalho por não ter a formação necessária. É o que se chama desempregado pelo desalento”, complementa Luís Moura.

O economista ressalta que o índice de desemprego entre os jovens de baixa renda é maior do que entre os da classe média. “Os jovens da classe média têm mais acesso ao ensino formal e possuem a formação técnica necessária que o mercado de trabalho exige”, justifica. “Um fator que contribui para a exclusão do jovem de baixa renda é que setores que não necessitam de mão-de-obra qualificada discriminam jovens com pouca escolaridade. Os empregadores exigem que o candidato tenha concluído o 2º grau, pelo menos, para exercer uma profissão que não requer tanto conhecimento, como a de frentista”, acrescenta.

Estágio: complemento à formação intelectual ou trabalho barato?

O economista e professor José Roberto de Lima afirma que o estágio não deve ser visto apenas como fonte de renda pelos jovens, mas também como uma forma de complementar o conhecimento adquirido na escola ou na universidade. “É necessário que o estágio seja na área que o estudante esteja cursando. O professor e a empresa que intermedeia o estágio devem cobrar do empregador para que o estágio seja uma oportunidade de o discente mostrar sua capacidade profissional e que acrescente na formação complementar. Caso isso não ocorra, o estágio se tornará uma forma de trabalho barata, uma vez que a empresa não paga encargos e tributos quando contrata um estagiário”, argumenta.

Luís Moura concorda que o estágio proporciona ao estudante um maior aprendizado e experiência. Contudo, salienta que o estágio é uma experiência positiva, desde que seja destinado a uma área específica. "Contratar estagiários que não possuam vínculo com a área e que não sejam acompanhados de uma orientação pedagógica é ilegal, contribui para a precarização do trabalho e um aumento da mão-de-obra barata”, observa.

Por Ieda Tourinho

ieda_ufs@yahoo.com.br

Hemolacen realiza campanha de doação de medula óssea


O Centro de Hemoterapia de Sergipe (Hemolacen) está, desde o dia 14 de julho, realizando a campanha de Doação de Medula Óssea. Até agora, 2.200 doadores já contribuíram com a causa. Essa campanha tem como principal objetivo aumentar o banco de doadores, na busca de uma compatibilidade que poderia ajudar a pacientes que sofrem de doenças que afetam a medula e o seu funcionamento.

A medula óssea é um tecido esponjoso que fica localizado na parte interna dos ossos. É nela que estão todas as células-mãe que dão origem aos glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas. Seu mau funcionamento pode ocasionar as mais diversas doenças.

A Campanha

A coleta de medula óssea já existe no estado de Sergipe há alguns anos. O pequeno número de doações, contudo, motivou a realização de uma campanha de conscientização da sociedade. “O número de doadores que vem ao órgão ainda é pequeno. É necessária uma campanha continuada, já que, no caso da medula óssea, ainda existe muita falta de informação por parte da população”, afirmou a Dr. Maria Amália Newton Andrade, Gerente da Hemorede.

Apesar da baixa procura, o Hemolacen tem feito campanhas junto a empresas na busca por um maior número de doadores. Dentre os parceiros é possível citar o Banese, a Unimed, a Caixa Econômica Federal, a TV Atalaia, dentre outros. Além desses, existem alguns outros parceiros agendados, a exemplo da Universidade Federal de Sergipe.

A doação

A doação é realizada todas as segundas e terças-feiras na sede do Hemolacen. Para realizá-la, são retirados 10ml de sangue do doador, que precisa ter entre 18 e 55 anos e apresentar um bom estado de saúde.

Após a doação, o sangue vai para o Registro de Doadores de Medula Óssea (Redome), um banco onde ficam disponíveis os dados dos doadores para o mundo inteiro. Quando um paciente necessita, esse banco é consultado na busca por uma compatibilidade. Caso seja encontrado, o doador é consultado sobre a sua vontade de fazer a doação da medula. “O método de coleta é feito em um centro cirúrgico com anestesia e sem dor alguma. No dia seguinte ele já vai para casa”, disse a Dra. Maria Amália.

A doação de medula óssea beneficia pacientes que sofrem de doenças como leucemia e aplasia de medula óssea, além de crianças com algumas doenças genéticas. O principal entrave é a dificuldade de compatibilidade que existe. A chance de um paciente encontrar um doador compatível entre irmãos é de até 25 %. Entre pessoas sem graus de parentesco a chance é de um para 1 milhão.

“As pessoas devem exercer esse ato de cidadania. Cada um precisa saber que existe um próximo que pode estar precisando de medula para sobreviver”, incentiva a Dra. Maria Amália.

Por Letícia Telles

18 setembro, 2006

CONAR estabelece novas regras para propaganda infantil

Desde o dia 1 de setembro, entraram em vigor as novas regras para as propagandas voltadas para o público infanto-juvenil estabelecidas pelo CONAR (Conselho de Autoregulamentação Publicitária). Elas condenam o uso de verbos no imperativo, anúncios que provoquem qualquer tipo de discriminação e dêem idéia de superioridade por meio da aquisição do produto.

“As mudanças foram feitas para impor limites aos exageros de algumas veiculações que desrespeitavam a dignidade do público-alvo”, comenta Paulo Gusmão, presidente do Sindicato das Agências Publicitárias do estado de Sergipe. Frases como “Não dá para ficar sem”, “Peça para o papai comprar” e “Faça como eu: use...” estão proibidas a partir de agora.

As antigas táticas das indústrias para atingir o público infanto-juvenil perderam espaço no mercado, mas novas formas de promover o mesmo impacto estão sendo estudadas. “A nova proposta pode até ser um dificultador, porém não acredito que possa prejudicar a venda dos produtos. A função do publicitário é buscar meios que atinjam diretamente o público-alvo e nós vamos conseguir isso”, afirma Thiago Souza, professor de Publicidade da Universidade Tiradentes.

As novas regras para a regulamentação da propaganda direcionada ao público infanto-juvenil estão disponíveis no site do CONAR. Na página, o consumidor que se sentir ofendido pode denunciar o comercial abusivo, mas a denúncia não pode ser anônima.


O CONAR NÃO PERMITE


  • Provocar situações de constrangimento com o propósito de impingir o consumo;
  • Impor a noção de que o consumo proporcione superioridade ou inferioridade;
  • Peças publicitárias que associem a criança ou o adolescente a situações ilegais, perigosas ou socialmente condenáveis;
  • O uso de apelos imperativos de consumo dirigido diretamente a crianças e adolescentes como “Peça para a mamãe comprar”.

Por Jéssica Vieira

jessiviesil@yahoo.com.br

12 setembro, 2006

Sergipe cresce no campo da geologia


Aracaju foi sede, na semana passada, do XLIII Congresso Brasileiro de Geologia. Realizado pela Sociedade Brasileira de Geologia Núcleo Bahia-Sergipe, o evento contou com a participação de congressistas, palestrantes e autoridades dos estados de Sergipe e da Bahia. A escolha do local foi determinada pelo fortalecimento sergipano no campo da geologia. “A atividade mineral e a exploração do petróleo vêm crescendo significativamente no estado”, afirmou Dr. Washington Franca-Rocha, presidente da Comissão Organizadora do Congresso.

Outro fator importante que influenciou a escolha, segundo o presidente, foi a perspectiva de criação do curso de Geologia na Universidade Federal de Sergipe (UFS) – que já será ofertado no próximo vestibular da instituição. “Esse curso atende à demanda não só do mercado sergipano, mas a especialidades e empresas do Brasil como um todo”, atestou Afonso Carvalho, geólogo-sênior da Companhia Vale do Rio Doce.

O crescimento da demanda por commodities (matérias-primas) minerais, em países como China e Índia, resultou em expressivo aumento dos investimentos no setor mineral do país. Para Washington, “as técnicas de conhecimento geológico no Brasil estão entre as mais avançadas do mundo. A diferença é que o país é muito grande, existe pouca informação e um contingente muito pequeno de geólogos”.

Como maneira de divulgar as geociências em Aracaju, foi oferecido o “Curso de Geologia para a Comunidade”, que contou com a participação de 210 professores de ciências, geografia e disciplinas afins de escolas públicas de 1° e 2° graus da capital. Cada professor recebeu um kit de minerais e rochas, livros de apoio para as aulas e um CD-ROM com todo o material do curso. “A idéia é formar multiplicadores do conhecimento, despertando o interesse dos estudantes para a área de Geologia”, disse Washington.

Parcerias e estudos acadêmicos

Entre os seis perfis que serão oferecidos pela Graduação em Geologia na UFS, destacam-se dois: Geologia Ambiental e Recursos Hídricos e Geologia Sedimentar e do Petróleo. Quanto ao primeiro perfil, já estão sendo realizados estudos de campo, basicamente em dois eixos: a Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco e a Bacia Sedimentar Sergipe-Alagoas.

Segundo o coordenador do grupo de Geologia da UFS, professor Luiz Carlos Fontes, “as pesquisas são feitas em parceria com outras universidades, a exemplo de Goiás (UFGO) e Bahia (UFBA)”. O professor cita a existência do “Grupo de Gestão Hidroambiental do Baixo São Francisco”, registrado no Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Participam do grupo geólogos, agrônomos e engenheiros florestais vinculados ao Departamento de Engenharia Agronômica, além de professores do Departamento de Geografia.

Já o segundo perfil, de acordo com Luiz Carlos, recebe apoio da Petrobras e vai contribuir para a participação da Geologia no “Núcleo de Competência Regional de Petróleo e Gás”, que está sendo instalado na UFS. Serão implantados sete laboratórios com cerca de 900 m², para dar suporte a pesquisas na área de petróleo, gás natural, meio ambiente e energias renováveis.

O professor reitera que estão sendo feitos estudos dos abalos sísmicos (terremotos) que aconteceram em Sergipe em janeiro deste ano, atingindo oito municípios ribeirinhos ao São Francisco. No último dia 31 esse fato se repetiu na região de Dores, Siriri e Moita Bonita. “Queremos descobrir como se distribuiu a intensidade desses tremores. Em seguida, faremos estudos mais detalhados, provavelmente em parceria com a Universidade Federal do Rio Grande do Norte”.

Museu de História Natural

Para Wagner Lima, geólogo e presidente da Fundação Paleontológica Phoenix, “os sedimentos marinhos são a grande estrela sedimentar de Sergipe, porque marcam a evolução do Oceano Atlântico”. Ele explica que, ao contrário das bacias próximas, as rochas do litoral sergipano estão expostas num grau muito elevado, o que facilita o estudo.

A Fundação, sediada em Aracaju, tem cerca de oito anos de atuação e pretende montar, a partir do material sedimentar que tem reunido, o Museu de História Natural. “Estudando essas rochas podemos entender a sua importância e então, preservá-las. Temos muito material guardado, que precisa ser acessível ao público”, afirmou Wagner.

“Pretendemos colaborar com o curso de Geologia da UFS. Trabalhamos com voluntários, sobretudo biólogos e geólogos, inclusive estudantes universitários que se tornam estagiários e, depois de formados, viram colaboradores da Fundação”.

Por Daniel Brandi

danielbrandi@hotmail.com


Para mais informações, acesse:

Site oficial do XLIII Congresso de Geologia

Site da Sociedade Brasileira de Geologia

Sociedade Brasileira de Geologia Núcleo Bahia-Sergipe





05 setembro, 2006

Sociologia e filosofia serão obrigatórias no ensino médio

Sociologia e filosofia constarão como disciplinas obrigatórias na grade curricular das escolas de ensino médio das redes pública e particular do Brasil. A medida foi aprovada por unanimidade pelo Conselho Nacional de Educação (CNE) e homologada pelo Ministro da Educação, Fernando Haddad, no último mês de agosto. As 23.561 escolas de ensino médio do país terão um ano para definir e implementar o plano pedagógico.

De acordo com pesquisa do Censo de 2005, do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep/MEC), Sergipe está entre os 17 estados do país em que o ensino de filosofia e sociologia já era obrigatório. Neste caso, o que muda é que, com a nova medida, deverá haver uma nova adequação do sistema educacional quanto ao conteúdo das disciplinas, aos livros adotados e à capacitação de professores.

Mais vagas

Segundo Eliane Pinheiro, chefe da Divisão Pedagógica do Ensino Médio da Secretaria de Estado da Educação de Sergipe, ainda não há dados sobre o número de profissionais disponíveis para ministrar essas disciplinas e, por enquanto, docentes de Ciências Sociais e pedagogos poderão lecionar.

Contudo, há uma expectativa de que a nova medida possa proporcionar mais oportunidades para os profissionais da área no estado. “Antes nós tínhamos o campo de atuação restrito às universidades”, observa a socióloga Lavínia Souza Cruz. Segundo ela, sociologia e filosofia também deveriam fazer parte da grade curricular do ensino fundamental.

Além de Sergipe, o ensino de filosofia e sociologia já era obrigatório nos estados de Alagoas, Amazonas, Amapá, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Pará, Pernambuco, Paraná, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rondônia, Roraima, Santa Catarina, São Paulo e Tocantins. Era opcional na Paraíba e no Rio Grande do Sul.

Breno de Lima

hermanobreno@hotmail.com

03 setembro, 2006

Consumismo aumenta entre jovens

O número de jovens endividados por conta do uso excessivo do cartão de crédito aumenta a cada ano. De acordo com uma pesquisa feita pela empresa Mastercard, houve um aumento de 12% no número de cartões entre pessoas com faixa etária 16 a 18 anos. Esse percentual é incentivado pelos bancos, que oferecem facilidades para seduzir esse nicho do mercado. “De cada 100 jovens que possuem cartão, 16 estão inadimplentes”, constata o economista do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Sócio-Econômicos (DIEESE), Luís Moura.

Ofertas como contas e cartões universitários, dentre outras facilidades são exemplos de facilidades para adolescentes. As propostas tentadoras possibilitam maior crédito para os jovens que não podem pagar à vista. Segundo Luís Moura, o status-quo também influencia na aquisição do cartão de crédito. “É um diferencial numa roda de meninos de 16, 17 anos alguém sacar um cartão e pagar a conta do bar” afirmou.

Cheques sem fundos

O gasto não planejado – de acordo com pesquisas - motiva grande parte do endividamento dos jovens. “Eu faço o orçamento, mas às vezes aparece uma outra coisa que não havia planejado e compro sem saber se vou ter dinheiro para pagar”, afirma a estudante universitária Fernanda Kelli. O estouro da mesada é quase sempre constatado. “Eles precisam seguir umas regrinhas, como fazer uma lista de compras, não comprar por impulso e não gastar mais do que ganha. Isso já é difícil para um adulto, imagine para um adolescente”, lembra Moura.

Foi registrado também um aumento do número de cheques sem fundos emitidos por adolescentes. Dados do Serasa indicam que o número passou de 7% para 16%. Para Sergipe, esse fato não é significativo. Segundo o economista do Ministério da Fazenda, Idalino Souza, o volume desse tipo de transação envolvendo os jovens sergipanos ainda é incipiente para o comércio - segmento da economia que sofre maior impacto dos cheques sem fundos. O dado, segundo ele, serve apenas como fator comportamental, mas pode produzir impactos significativos na economia, caso não existam medidas contingenciadoras. “O jovem consumista de hoje poderá vir a ser o adulto “consumista” do amanhã”, conclui Souza.

Luana Messias

Novo fôlego para o Movimento Estudantil da UFS

No dia 09 de agosto, foi eleito o novo grupo que representará o DCE-UFS (Diretório Central dos Estudantes da Universidade Federal de Sergipe). A chapa “Amanhã Há de Ser Outro Dia” vai substituir a gestão “Mudança” e integrará o Consu (Conselho Universitário) e o CONEP (Conselho de Ensino e Pesquisa). A posse deve ser feita até o dia 09 de setembro

O grupo vencedor foi eleito com 1671 votos. Em segundo lugar ficou a chapa “Um Passo à Frente”, com 1106 votos, seguida pelo grupo “Não Vou Me Adaptar”, que alcançou 574.

O resultado das eleições surpreendeu a Secretária de Comunicação da chapa “Amanhã Há de Ser Outro Dia”, Priscila Viana. “Notamos uma aceitação muito grande dos estudantes com relação à nossa atuação política. Contudo, não esperávamos um resultado tão diferencial. Avaliamos isso, também, como o reflexo de uma rejeição à atuação política da última gestão”, declarou.

Os grupos que perderam nas urnas devem esperar a posição da nova gestão do DCE para decidirem pelo apoio ou oposição à mesma. “Vamos continuar atendendo à demanda dos estudantes. Enquanto grupo, vamos participar das atividades do DCE ou promover nossas próprias atividades”, propõe o atual Presidente do DCE Rossini Espínola.

Para o Secretário de Finanças da chapa “Não Vou me Adaptar”, Danilo Vilela, é importante manter uma relação de diálogo com a nova gestão, evitando a tomada precipitada de decisões. “Nada de declarar-se logo ‘de oposição’. Na medida em que as promessas de campanha sejam postas em prática ou não, iremos nos posicionar”, observou.

Universidade e política

Os três grupos que disputaram as eleições se identificam com algumas correntes políticas, segundo os próprios integrantes. A chapa vencedora possui militantes do PSOL e do PT. “Nosso grupo tem a pluralidade como uma de suas principais características. Há os filiados a partidos, os que atuam na Consulta Popular, em movimentos sociais - como o Movimento pelo Passe-Livre (MPL) - militantes que acabaram de ingressar na universidade e/ou no Movimento Estudantil, missionários católicos, entre outros”, esboça Priscila Viana.

Já a atual gestão do DCE, que deu origem ao grupo “Um Passo à Frente”, possui membros da União da Juventude Socialista (UJS) e do PT, embora a maioria não esteja ligada a nenhum grupo político. Já a chapa “Não Vou Me Adaptar” foi composta, sobretudo, por membros da Articulação de Esquerda Estudantil (ARTE).

Participação estudantil

O processo eleitoral para o DCE é curto e não é obrigatório votar. O principal problema apontado pelas chapas é a falta de mobilização estudantil antes e após as eleições. “Poucos estudantes participam dos fóruns do Movimento Estudantil, como Conselhos de Entidades de Base (CEB’s) e Assembléias. De acordo com Rossini Espínola, alguns grupos políticos acabam se aproveitando dessa falta de mobilização.

Apesar disso, Rossini afirmou que muitos estudantes participaram ativamente de alguns projetos como a Bienal da União Nacional dos Estudantes (UNE) e debates sobre a Reforma Universitária e o Plano de Expansão, dentre outros. Na área cultural, “a entidade estudantil se fez presente no Festival de Arte de São Cristóvão (FASC) e estimulou eventos quinzenais no Restaurante Universitário”. Além disso, encontra-se em fase de discussão a criação do Centro Universitário de Cultura e Arte (CUCA).

Para a secretária de Comunicação da chapa “Amanhã Há de Ser Outro Dia”, o DCE precisa de autonomia, sob o risco de não defender os interesses dos estudantes. “O DCE deve garantir o maior número possível de espaços democráticos de discussão e decisão, para ser uma entidade legitimamente representativa e reivindicatória”, defende. Entre as propostas da nova gestão, ela ressalta a organização do “1º Congresso de Estudantes da UFS” e discussões sobre temas como o passe livre e o transporte público. “Os estudantes, participando ativamente do debate, serão capazes de guiar as nossas diretrizes”, conclui.

Segundo o Secretário de Finanças da chapa “Não Vou Me Adaptar”, o Movimento Estudantil no Brasil todo passa por um momento de refluxo. “Esse estado de apatia é causado principalmente pelos DCE’s, mas também é culpa dos estudantes em geral e dos Centros Acadêmicos, cujos fóruns de debate contam com apoio muito baixo”, declarou.

Daniel Brandi


Para mais informações, acesse:

Blog “Amanhã Há de Ser Outro Dia”

Programa da chapa vencedora

“Olhar Brasil” promete desenvolver audiovisual em Sergipe

O projeto “Olhar Brasil” chega a Aracaju objetivando o incentivo às produções independentes e a qualificação dos profissionais do audiovisual no estado. “A maioria das produções está centrada nas cidades do Rio de Janeiro e São Paulo. A rede Olhar Brasil faz parte de uma série de programas do Ministério da Cultura que atuam para descentralizar o audiovisual”, explica Indira Amaral, comunicadora e líder do projeto em Sergipe.

Os cursos do núcleo terão duração de um ano, e consistem não só nas aulas práticas, como também na formação teórica e crítica sobre a linguagem e a história do audiovisual. O núcleo terá espaços como a DVD Teca, onde os alunos vão estudar cinema, assistir a filmes, e realizar fóruns de discussão.

O requisito mínimo para ingressar nos cursos é ter o segundo grau completo. O processo de inscrição ocorrerá em setembro e o início das aulas está previsto para a segunda quinzena de outubro.

Ensino do audiovisual em Sergipe

A implementação do curso de Rádio/Tv da Universidade Federal de Sergipe (UFS) em 1993 marcou o início do ensino de audiovisual no estado. O curso tem uma grade curricular que abarca desde teorias da comunicação até a produção de curtas, animações, documentários e obras de videoarte.

Segundo Jean Fábio, professor do curso de Rádio/Tv da UFS, o ensino de audiovisual no estado encontra muitas dificuldades. “Há uma carência de recursos e de estruturas de apoio, como salas de vídeo, acervo bibliográfico, e faltam equipamentos para a produção, como câmeras, ilhas de edição, computadores, programas especializados”, diz.

Naraísa Santos, estudante de Rádio/TV da instituição, ressalta que apesar das limitações, sobretudo técnicas, enfrentadas pelo curso, ele contribui para o audiovisual em Sergipe. “Alguns professores incentivam os estudantes a produzirem através de trabalhos”, relata a estudante.

De acordo com Cristiano Leal, professor de Comunicação Social da UFS, o curso de Rádio/TV ajudou a fomentar uma cultura cinematográfica em Aracaju. “Muitas pessoas com interesse por cinema ingressam no curso”, observa.

Produção audiovisual sergipana

“Há pessoas que têm curiosidade em manusear uma câmera. Mas o estado nunca teve produção cinematográfica porque fazer filme é algo trabalhoso, muito caro e não há estrutura técnica nem aqui e nem sequer nos estados vizinhos”, afirma o jornalista e crítico de cinema Ivan Valença. “É muito difícil ter uma produção audiovisual em Sergipe por questões financeiras”, confirma Deyse Rocha, coordenadora da Casa Curta-SE.

Segundo Indira Amaral, a produção audiovisual sergipana está em ascensão, mas ainda é incipiente. “O projeto Olhar Brasil fará com que o audiovisual sergipano construa um olhar estético próprio”, garante a comunicadora.


Links relacionados:

http://www.infonet.com.br/cultural/ler.asp?id=49696&titulo=cultural

http://www.rnufs.ufs.br/rede/radio/news0010.asp

Ieda Tourinho

ieda_ufs@yahoo.com.br