29 outubro, 2006

Exposição alerta para a preservação de acervos de bibliotecas

A Biblioteca Municipal Clodomir Silva, localizada no bairro Siqueira Campos, Aracaju, está realizando desde o dia 24 de outubro a exposição “O Depredário”. O trabalho é uma releitura plástica feita pelo artista Elias Santos e tem o objetivo de conscientizar os usuários da biblioteca sobre a importância e necessidade de preservação de seu acervo.

“Depredário é uma seqüência de desenhos que objetiva contribuir para a denúncia das silenciosas ações de seres que visitam normalmente a Biblioteca e acabam por prejudicá-la”, de acordo com o artista plástico Elias Santos. “Traduzi esse personagem através da linguagem do desenho e com traços rápidos e grotescos”, completa. Entre as ações de depredação, estão em exposição exemplos de folhas de livros e revistas rasgadas, fotos e imagens cortadas e trechos dos textos riscados e grifados, além das paredes dos banheiros rabiscadas. Para a bibliotecária Ivany Brás Oliveira, que trabalha na Biblioteca Clodomir Silva há 20 anos, as campanhas de conscientização são muito importantes e deveriam ocorrer com mais freqüência pois, ao educar o público, contribuem para evitar o surgimento de novos “depredários”, pondera.

A exposição é aberta ao público e pode ser visitada até o dia 17 de novembro no horário de funcionamento da Biblioteca Clodomir Silva, de segunda a sexta-feira, das 8h às 22h, e aos sábados e domingos, das 9h às 13h, na Rua Santa Catarina, 314.


Depredação do acervo da UFS

A exposição realizada na Biblioteca Municipal Clodomir Silva é baseada em um trabalho já realizado pela Biblioteca Central da Universidade Federal de Sergipe. De acordo com Elisângela de Lima Bandeira e Maria Lúcia da Conceição, assistentes administrativas responsáveis pela recuperação de livros da UFS, diariamente são recuperados cerca de 40 livros danificados pelo desgaste ou pelo descuido dos estudantes. “Eles pedem para tirar xerox e arrancam páginas, riscam e não preservam o livro que eles mesmos vão precisar para fazer suas pesquisas. Isso prejudica o acervo da UFS”, informa Lima Bandeira.


Valter Lima
valter_lima_12@hotmail.com

Ballet de Moscou realiza apresentações em Aracaju

Pela primeira vez no Brasil, o Ballet de Moscou se apresenta em Aracaju, no palco do Teatro Tobias Barreto. A capital sergipana receberá o Ballet nos dias 31 de outubro e 1º de novembro, às 21h. Aracaju será a quarta capital brasileira a prestigiar o corpo de baile russo, cuja turnê incluiu as cidades do Rio de Janeiro, São Paulo, Salvador e Recife, onde encerrará sua temporada nacional.

Para Sergipe, a companhia trará as montagens completas dos clássicos “Romeu e Julieta” e “Lago dos Cisnes”. O clássico “Romeu e Julieta” que será apresentado tem quatros atos, música de Prokofiev, figurinos de Nataliya Stenberg e coreografia de Smirnov-Golovanov. A montagem de "Lago dos Cisnes”, também em quatro atos, tem versão e direção de Natalia Ryzhenko e Victor Smirnov-Golovanov, e música Tchaikovsky.

O Ballet de Moscou é uma companhia recente, foi criada em 1988, por Victor Smirnov-Golovanov, coreógrafo e ex-primeiro bailarino do Ballet Bolshoi da Rússia. Apesar disso, já se configura como umas das mais respeitadas companhias mundiais. A companhia já realizou mais de 2100 apresentações nos cinco continentes, sendo bastante elogiada pela perfeição técnica de seu corpo de baile, composto, hoje, por mais de 60 bailarinos. Além das que serão apresentadas em Aracaju, o repertório da companhia inclui peças consagradas como os clássicos "A Bela Adormecida", "O Quebra Nozes", "Cinderella", "Giselle", "Guerra e Paz", “Carmen", entre outros.

Segundo Malva Malvar, responsável pela divulgação do evento em Aracaju, a vinda da companhia foi realizada com muito esforço e dificuldade, principalmente devido aos altos custos. Para as apresentações em Sergipe, o Ballet contará com uma carreta de 70 metros cúbicos que trará o material cênico de Salvador.

Taís Olívia dos Santos
tasluas@hotmail.com

27 outubro, 2006

Exposição comemora 50 anos da obra “Grande Sertão: Veredas”

Entre os dias 23/10 e 10/11 estará sendo realizada a exposição “Grande Sertão: Veredas – Nas Trilhas de Guimarães”, na Biblioteca Central (Bicen) da Universidade Federal de Sergipe (UFS). O evento comemora o cinqüentenário da obra do escritor João Guimarães Rosa – considerada por muitos a obra-prima da literatura brasileira – e faz parte de um projeto de comemoração da Semana Nacional do Livro e da Biblioteca.

O idealizador da exposição foi o mestre e bibliotecário da UFS, Justino Alves Lima. Nela, Justino tenta combater aquilo que considera ser o pior vício dos brasileiros: a falta de valorização do que é autenticamente nosso. “No Brasil, não temos boa memória” diz ele, criticando o fato de o brasileiro não conhecer mais a fundo sua cultura, o que o impede de criar outros hábitos e costumes que consolidem um sentimento de identidade nacional. Ele contrapõe essa falta de atitude ao comportamento do povo espanhol, que no ano passado comemorou o 400° aniversário do livro “Dom Quixote de la Mancha” – a obra prima do país.

A Espanha festejou o aniversário durante todo o ano de 2005, tendo como uma das iniciativas para a divulgação mundial da obra, e conseqüentemente de sua cultura, a construção de uma estátua de Dom Quixote montado em seu cavalo na Avenida Paulista, em São Paulo. Isso contrasta com os R$ 100,00 de que Justino dispôs - mais a colaboração da professora Adriana Nogueira, do Departamento de Artes e Comunicação Social da UFS, e de seus alunos de Pintura I - para a preparação da Galeria Jordão de Oliveira, onde está acontecendo o evento.

Exposição

A exposição está dividida em três etapas. A primeira é um paredão de painéis que contém informações biográficas e bibliográficas do autor e da obra, respectivamente. A segunda é um mural que ilustra com uma linha a vida de Guimarães Rosa. No chão, complementando o mural, um mapa do sertão mineiro marca o percurso de 240 km feito pelo autor para obter as informações que hoje estão nos seus livros. E a terceira etapa é composta por duas produções, ainda inacabadas, que serão incrementadas no decorrer da exposição, enfatizando o mote de Guimarães Rosa, que diz que para nada existe nem começo nem fim: tudo é uma continuidade. Idéia corroborada pela última palavra do livro “Grande Sertão: Veredas”: “travessia”.

João Guimarães Rosa

Guimarães Rosa é considerado pelos críticos literários um dos três maiores escritores brasileiros, ao lado de Machado de Assis e Graciliano Ramos. No Brasil, nunca um conjunto de obras foi tão estudado pela classe acadêmica como o dele. Sua produção literária é caracterizada por um forte rebuscamento da linguagem: uma linguagem que reproduz a fala do sertanejo em sua sintaxe, sua melodia e sua subjetividade; uma linguagem que reinventa palavras, fundindo aleatoriamente radicais de línguas diferentes; uma linguagem que, como o próprio Guimarães definiu, é “um idioma próprio, meu”.

Grande Sertão: Veredas

O livro é ambientado no sertão mineiro e é narrado em primeira pessoa por Riobaldo, o protagonista da história. Ele conversa o tempo todo com um interlocutor que nunca se manifesta, e cuja participação só é sugerida pelas respostas do sertanejo. Esse interlocutor parece ser um doutor, um homem letrado, talvez o próprio Guimarães Rosa. Na conversa, a personagem expõe impressões que teve de acontecimentos de sua vida no sertão, e sobre temas metafísicos, como a existência ou não do diabo. Tudo isso, somado ao tratamento minucioso que o escritor confere à linguagem, origina uma obra de arte que é um primor em originalidade e universalidade.

Por João Serpa

Cai o número de votos inválidos no 1º turno




O resultado das eleições gerais do dia 1º de outubro de 2006 confirmou uma tendência dos últimos três processos eleitorais brasileiros: a diminuição do número de votos inválidos para a Presidência da República. Segundo dados do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), em 1994, o percentual de votos inválidos chegava a 18,77% do total de apurados, e nas últimas eleições este número caiu para 8,41%, uma redução de 55,19%.

O percentual de votos inválidos são obtidos através da soma dos votos em branco e nulos. Para o cientista político Ernesto Seidl, da Universidade Federal de Sergipe, são vários os motivos que levam alguém a invalidar o seu voto. “Pode ser que a pessoa não se interesse por política, ou então anula o voto porque não vê naquele momento nenhum candidato que a satisfaça”, afirma.

Outro motivo alegado por quem anula o voto é a vontade de protestar, segundo Ernesto Seidl. Nesta linha de raciocínio está Ricardo Abreu, 19, estudante. Ele diz que anulou seus votos para “lavar as mãos”, já que não acha correto os sistemas eleitoral e estatal brasileiros.

No entanto, há quem pense diferente. É o caso de Díjna Torres, 20, estudante, que afirma ter tentado acompanhar a trajetória política dos candidatos para fazer uma escolha mais consciente. “Se eu anular meu voto, não vou estar ajudando em nada o meu país”, avalia.

Urnas eletrônicas

Uma das causas apontadas para explicar a diminuição do número de votos inválidos é a implantação do sistema eletrônico de votação. A secretária judiciária do Tribunal Regional Eleitoral de Sergipe (TRE/SE), Maria Conceição de Vasconcelos, afirma não haver estudos específicos sobre o assunto, mas diz que o atual sistema de apuração permite uma segurança maior. Quando a votação era feita em cédulas, havia muita interpretação sobre a preferência do eleitor, diz a secretária.


Por Carlos Eduardo Lordelo

carloslordelo@yahoo.com.br


Para mais informações, acesse:

Tribunal Superior Eleitoral

Tribunal Regional Eleitoral

24 outubro, 2006

Salão dos Novos prestigia artistas iniciantes


Com o Concurso “Salão dos Novos”, a Galeria de Arte Álvaro Santos, em Aracaju, abre mais uma vez suas portas para novos talentos. O evento, que tem o apoio da Fundação Municipal de Cultura, Turismo e Esportes (Funcaju), já está em sua décima sexta edição, e oferece a oportunidade para que artistas iniciantes exponham seus trabalhos ao público e à imprensa. Segundo Aldeci Freire, secretária da Galeria, além de divulgar talentos, o concurso tem como principais objetivos estimular a pesquisa, o amadurecimento das técnicas e a criação nas artes plásticas.

Inscrições

As inscrições são individuais e gratuitas, e estarão abertas até o dia 7 de novembro, na Galeria Álvaro Santos, na Praça Olímpio Campos, de segunda a sexta, das 9 às 17h.

Somente poderão concorrer aqueles artistas que nunca apresentaram seus trabalhos em outras exposições. Cada participante poderá inscrever até duas obras, incluindo trabalhos em desenho, pintura, gravura, escultura e instalação. Como orienta o regulamento, as obras não poderão ser assinadas pelo artista.

Premiação

Os três primeiros colocados receberão R$ 1.000, R$ 800 e R$ 600, respectivamente. A comissão também concederá Honra ao Mérito a três outros trabalhos merecedores de destaque. As obras finalistas, automaticamente doadas pelos artistas, serão incorporadas ao acervo do Patrimônio de Aracaju. Os trabalhos selecionados farão parte da exposição que ficará aberta ao público de 14 de novembro a 2 de dezembro.

Alguns nomes conhecidos no cenário artístico sergipano como Elias Santos, Bené Santana, Cláudio Vieira, Wellington Lino da Costa, entre outros, fazem parte do rol de talentos já premiados pelo concurso.

Por Gracielle Nunes

11 outubro, 2006

UFS de cara nova

A Universidade Federal de Sergipe (UFS) estará de cara nova em 2007. Com a aprovação de mais dezenove cursos para o próximo vestibular, num total de 4.070 vagas, a UFS amplia o seu universo de conhecimento e torna-se mais acessível à população. O responsável por essa mudança é o plano de expansão desenvolvido pela Universidade.

A Expansão

Em três reuniões, o Conselho de Ensino e Pesquisa (CONEP) decidiu pela aprovação dos 19 cursos, que devem ter início no período de 2007/1. As novas graduações são: Engenharia de Pesca, Museologia, Secretariado Executivo, Ciência da Atividade Física e do Desporto, Fonoaudiologia, Teatro, Engenharia Mecânica, Sistemas de Informações, Música, Engenharia de Produção, Engenharia de Materiais, Geologia, Nutrição, Arquitetura e Urbanismo, Fisioterapia, Dança, Letras Protuguês/Espanhol, Arqueologia e Turismo. Além destes, serão ofertados os cursos de Pedagogia (licenciatura) e Formação de Professores de Nível Médio, destinados a assentados da Reforma Agrária.

Segundo o Pró-reitor de Graduação e membro do CONEP, Antônio Ponciano Bezerra, a expansão visa atender a uma população que, por não ter a graduação desejada em seu estado, faz um curso que não é de seu agrado ou vai para outros locais. A estudante Fernanda Kelli já passou por essa situação. “Sempre quis fazer nutrição, mas como não tinha aqui, entrei em outro curso e pretendia ir para outro estado. Agora vou cursar nutrição aqui mesmo”, declara.

Um dos pontos questionados pelos atuais universitários é a estrutura que será oferecida para os novos cursos. Com relação a isso, o pró-reitor Ponciano Bezerra afirma que já houve liberação de verba para construção de novos prédios e contratação de professores, a fim de abarcar os novos alunos e manter a qualidade da instituição.

Histórico

Uma lei do final dos anos 1970 proibia que universidades públicas criassem cursos novos. Logo que a lei deixou de existir, a UFS começou uma expansão tímida, criando um curso vez por outra. Mas não havia uma política de expansão, nem governamental, nem da instituição. Outro entrave ao crescimento era a mentalidade das pessoas do estado. “Nós, aqui no estado, temos uma política de olhar para trás; se pudermos encolher, a gente encolhe”, afirma Ponciano Bezerra.

Além da criação de alguns novos cursos, a UFS contava com o PQD (Plano de Qualificação Docente) como forma de ampliar os seus domínios. Porém, por ser um programa com prazo para acabar e restrito a professores, o PQD não supriu as necessidades da instituição. Foi preciso, então, fazer algo que contemplasse tanto os vestibulandos quanto a Universidade. Assim, a expansão tornou-se o único caminho viável.

Por Luana Messias

luanamessias19@yahoo.com.br