19 dezembro, 2008

Lavadores da UFS são garantia de limpeza

Munido com seu arsenal para enfrentar a batalha de cada dia - um vaso d´água, sabão, esponja e flanela -, Eraldo Dos Santos, há 10 anos, é a garantia de carros lustrosos e limpos para seus diversos clientes na Universidade Federal de Sergipe. Eraldo faz parte do grupo de 5 lavadores do campus universitário de São Cristóvão. Todos eles exercem seu trabalho com a autorização da Prefeitura do Campus e do Chefe da Vigilância.

Apesar de já estar há uma década trabalhando como lavador de carros na Universidade, em se tratando de tempo de trabalho, Eraldo é o "caçula" do grupo. Alguns dos outros componentes da equipe de lavagem chegam a ter mais de 20 anos na função, como, por exemplo, Jardiel Alves, há 25 anos limpando carros de estudantes, professores e funcionários.

Na situação atual, há um lavador no CCBS (Centro de Ciências Biológicas e da Saúde), dois nas didáticas, um na Reitoria e mais um na Prefeitura. Cada lavador limita seu trabalho ao lugar ao qual ele está encarregado, salvo em algumas ocasiões extraordinárias, no caso, por exemplo, de algum freguês solicitar a lavagem de um carro em uma determinada área da universidade.

E é com orgulho nos olhos que o simpático Eraldo Dos Santos, responsável pelos carros do estacionamento da Reitoria, fala sobre a confiança depositada pelos seus clientes: "Tenho 10 anos que lavo o carro aqui, todo mundo confia em mim. Às vezes as pessoas deixam a chave do carro comigo, deixam celular em banco, e até hoje nunca houve nenhum problema". Para proporcionar uma maior segurança aos clientes, os lavadores devem deixar alguns dos seus dados pessoais e profissionais. "É como se fosse uma empresa particular", completa Eraldo.

Os cinco responsáveis pela lavagem de carros, no entanto, não possuem carteira assinada, o que os impossibilita de receber os benefícios usuais dos trabalhadores como décimo terceiro, férias e salário fixo. A ausência de um salário fixo, por exemplo, se transforma em um obstáculo na hora de se fazer um planejamento do quanto pode ser gasto e do quanto deve ser economizado.

De acordo com Eraldo Dos Santos, há algumas semanas que a renda chega a R$180,00, totalizando uma média de 30 carros semanais - o preço para lavar o carro é de R$5,00 a lavagem externa e de R$7,00, a lavagem geral. Seu horário de trabalho é pela manhã, de 7 às 12h - com pausa para o almoço no Resun -, e à tarde, de 13 às 18h. Segundo ele, os dias de sexta e segunda são os mais rentáveis - e, ao mesmo tempo, os mais trabalhosos -, já que as pessoas querem usar o carro limpo durante os fins de semana e voltam nas segundas mais uma vez sujos. "O sistema é esse. Não tenho muito tempo livre não, é muito carro, muito cliente", complementa Eraldo.

Por Rafael Santos.

Correios preservam a magia no Natal

Quem acha que Papai Noel não existe pode estar enganado. O bom velhinho pode não existir em carne e osso, mas está muito bem representado na campanha “Papai Noel dos Correios”. Este projeto, que já dura mais de 20 anos, é organizado por 28 diretorias regionais dos Correios e visa atender todas as cartas que são enviadas ao Papai Noel.

Essa campanha foi projetada após o registro de muitas cartas destinadas ao Papai Noel. Para dar um destino a essas correspondências, foi criado o projeto “Papai Noel dos Correios”, no qual algumas empresas e até a própria sociedade atenderia aos pedidos feitos pelas crianças podendo “adotar” alguma cartinha. As cartas que chegam de comunidades carentes de todo o Brasil são separadas e disponibilizadas para a sociedade.

Segundo as normas da campanha, cartas de adultos não são consideradas. Além disso, pedidos de MP3, DVD’s, notebooks e afins geralmente não são atendidos. De acordo com os Correios, “os critérios de atendimento de pedidos são razoabilidade e possibilidade”.

Em Sergipe, os correios começaram a disponibilizar as cartas à sociedade desde o dia 17 de novembro. E desde meados de outubro as cartinhas já começavam a chegar nas agências. "O projeto sugere que devem ser atendidos pedidos de crianças até 12 anos e que os pedidos sejam compatíveis com a idade e com os sonhos dessas crianças", declara o assessor de comunicação dos Correios e organizador da campanha aqui em Sergipe, José Ginaldo de Jesus.

O assessor conta que existem pessoas que adotam mais de uma carta e não exitam em fazer doações fora do convencional. "Houve várias cartas que pediram materiais de construção, piso, cerâmica para revestir o piso de casa... e várias pessoas adotaram" conta Ginaldo. Carrinhos de mão também foram muito solicitados, principalmente na região do Santa Maria em São Cristovão. Apesar disso, pedidos de brinquedos, cestas básicas e materiais escolares ainda predominam.

Ginaldo comenta que nesse projeto social dos Correios, a única dificuldade consiste no difícil acesso aos locais de onde as cartas vieram. Isso acontece por que a maioria das correspondências que chegam são oriundas de comunidades carentes, e nessas regiões há uma escassa infra-estrutura adequada. Essa campanha estava prevista para terminar no dia 17/12, entretanto foi prorrogada para o dia 20/12. Como a procura por cartas ainda permanecia intensa, o encerramento da coleta de doações foi transferida para quarta-feira, dia 24/12, véspera do Natal. Após o dia 25/12 serão divulgados oficialmente a média de cartas que chegaram nas agências no final deste ano.

O "Papai Noel dos Correios" emergiu com a proposta maior de não acabar coma magia do Natal e, para isso, representou esse objetivo partindo de crianças carentes e na sua crença pelo bom velhinho. O assessor esclarece, "O nosso trabalho é levar o sonho da criança à sociedade, depois trazer o presente das pessoas para as crianças, tornando o sonho uma realidade". Ações como essas além de contribuir para o bom exercício da cidadania, mostra que é possível preservar a magia do Natal de um modo justo e gratificante.

Por Victor Hugo

Exposição reúne obras de alunos do SENAC

Novos artistas plásticos expõem seus trabalhos na 9ª Mostra de Artes Visuais, intitulada “Gráficos e Coloridos nas Transparências do Tempo”, organizada pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial - SENAC. A exposição ficará até o dia 18 de janeiro de 2009, na Galeria de Artes do SESC Centro. A coletiva é composta por 30 alunos dos cursos de Desenho e Pintura, Xilogravura e Desenho de Retrato, ministrados durante o ano de 2008.

Para Elias Santos, organizador da mostra, o principal objetivo é democratizar a arte, propiciar aos alunos experimentar o gosto de expor seu trabalho. Ao falar sobre o processo de ensino da arte Elias explica que a humildade é a principal virtude, “quando um aluno acha que já aprendeu tudo pinto com a mão esquerda ou fecho os olhos e desenho alguma coisa, é preciso saber que há ainda muito chão”.

As galerias tradicionais estão cada vez mais restritas aos novos nomes, é nesse sentido que exposições como esta abrem caminhos para que novos horizontes sejam desbravados. “É de fundamental importância que eventos assim sejam realizados, é uma oportunidade de ganhar um novo espaço. O espaço nas galerias de arte é restrito, esse é um meio de divulgar o trabalho e o talento de quem ainda não é conhecido”, argumenta Cristiane Barbosa, arte-educadora do SESC. Esse sentimento é partilhado pelos alunos também, Adriano Saturnino dos Santos afirma que “é uma oportunidade de ficar conhecido, de crescer e um dia expor em uma grande galeria”.

A novidade trazida para a 9ª mostra é a xilogravura, técnica que utiliza uma placa de madeira entalhada para estampar papéis, telas e outras superfícies, uma espécie de carimbo. “Trazer a xilogravura é resgatar a nossa cultura, a cultura popular, ela está enraizada na tradição nordestina”, enfatiza Elias.

O artista e sua arte



"Concordo com a definição que diz que a arte é um recorte da realidade, pois a realidade é muito grande para se levar para casa”, conclui João Pereira, professor de História e artista plástico iniciante. João espreita as proximidades de seu quadro tentando ouvir o que as pessoas acham de seu trabalho, “gosto de ouvir as pessoas comentando sobre a obra sem saberem que fui eu quem fez, mantendo-me no anonimato para saber a opinião das pessoas. Isso ajuda a melhorar minha visão, que como artista é muito critica”.

Construir uma leitura é de extrema importância no que se refere às artes, principalmente as visuais, sobre esse aspecto Cristiane é afiada: “inserir o público é o primeiro passo para se construir uma leitura. Muitas pessoas dizem que o povo não gosta de arte, mas se este não tiver acesso como vai desenvolver uma linguagem para entendê-la? Por isso a mostra é importante, uma tentativa de fazer um diálogo entre a arte e o público”.

O processo de desenvolvimento dos alunos é uma preocupação do organizador da coletiva. Elias define que o período é de desenvolvimento dos alunos, “o momento agora não é para críticas, ainda são iniciantes, tem que deixar fluir. Quando a maturidade artística vier pode-se criticar. Não se deve podar as raízes”. No entanto ele está consciente da precariedade do ensino da arte no país, quanto a esse assunto é direto: “O Estado deveria apostar na cultura, há uma falta de estrutura para o desenvolvimento de atividades artísticas. Aí sim podemos fazer julgamentos”.

Por Michel Oliveira

18 dezembro, 2008

Lan House: uma forma de melhorar de vida

As lan houses têm mudado a cara do país, principalmente nas áreas periféricas das grandes cidades. Funcionam, atualmente, como estabelecimentos comerciais onde as pessoas podem pagar para utilizar um computador com acesso à internet e a uma rede local, com o principal fim de acesso à informação rápida e entretenimento através de jogos.

No país, existem mais de 90 mil lan houses. Metade da população se conecta a partir de uma loja dessas. Segundo pesquisas, 49% dos acessos à internet originam-se desses locais. Nas regiões Norte e Nordeste, o percentual chega aos 70% dos acessos. Muitas pessoas as usam para fazer trabalhos escolares ou acadêmicos e como meio para buscar conhecimento.

Como meio para busca de conhecimento, através do uso da internet, o administrador Fábio Britto utilizava tais espaços para otimizar seu trabalho quando a internet em residências era utensílio raro. “Utilizei bastante as lan houses e antes delas, os cyber cafés. Vejo esses espaços como meio de inclusão digital e conhecimento do mundo virtual. Além dos ambientes serem agradáveis e propícios para as relações sociais”, relata Fábio.

Fruto de criatividade e empreendedorismo, a construção de uma lan house tem mudado a vida de seus proprietários. Geralmente acopladas à casa de quem administra, as lan houses apresentam-se em ambientes estilizados, muitas vezes estruturados nas garagens de residências, com iluminação e decoração diferenciadas.

Pensando em melhorar de vida, o estudante Thiago Rocha, de 23 anos decidiu montar uma lan house e conseguir uma renda para cobrir seus gastos. Há cerca de dez meses, pensou em instalá-la na garagem de sua casa, localizada numa região periférica de Aracaju.

O estudante recebeu apoio dos pais, que o ajudaram a comprar cinco microcomputadores, uma multifuncional, internet banda larga e estilizar o ambiente com arte grafite. Feito tudo isso, era hora de nomear o espaço, ao qual foi dado o nome de TP Style com as iniciais do seu nome.

“Como estava desempregado, analisei a criação de uma lan house como fonte de renda. Não encontrava solução para conseguir dinheiro e me ocupar. Foi daí que veio a idéia de ter uma lan house. Meus pais me apoiaram e estou mantendo-a. Nos primeiros seis meses, embora pensasse ser o período mais difícil, não foi. Esse foi o período mais rentável”.

E continua: “Passados os seis meses, tive que inovar. Comecei a fazer manutenção de computador, tirar xerox e apresentar novos jogos para manter a clientela. Alguns momentos foram oscilosos, mas tem dado tudo certo. Estou gostando”, descreve Thiago sobre sua experiência.

Partindo dessa experiência de Thiago, em disponibilizar outros serviços além do acesso á Internet, é que as lan houses tornam-se casas comerciais com múltiplos serviços digitais com recarga de cartucho, manutenção de computadores, xerox e até lanchonete, à semelhança dos cyber cafés – local onde podia funcionar também como bar ou lanchonete, mas oferecendo a seus clientes acesso à internet, mediante o pagamento de uma taxa.

É uma tendência atual que vem se firmando comumente nas cidades, demonstrando a força desses estabelecimentos como comércio.

Outra característica das lan houses é servir como espaços para encontro de jovens, intencionados em fazer amizades, interagir e paquerar. Com as ferramentas atuais da Comunicação, como msn, orkut e bate-papo, a utilização desses espaços para semelhantes fins tem sido mais intensa e confirma tais ambientes como um reflexo social.

De acordo com a estudante Kilza Rodrigues, de 16 anos, as lan houses vieram para revolucionar a Comunicação. Nelas, a estudante diz ficar atualizada sobre os assuntos referentes a seus vizinhos e colegas.

“Adoro freqüentar a lan house próxima a minha casa. Lá encontro meus vizinhos, até os meninos deixam muitas vezes de jogar bola para ir à lan. Fico sabendo de tudo que tem acontecido, das paqueras, quem ficou com quem e, claro, das fofocas”, revela a estudante com entusiasmo.

Por isso, as lan houses afirmam seu poder por servirem para a inclusão digital, dando acesso à internet para pessoas de baixa renda, e confirmam com singularidade suas inclinações: fonte de renda para quem administra e ponto de encontro para jovens.

Por Jeimy Remir

Cine Cult: Cinema fora da rota comercial

O Cine Cult é um projeto criado pela produtora Cine Vídeo e Educação com o objetivo de atender a um público órfão de filmes do circuito alternativo. A ideia surgiu quando a produtora propôs ao cinema Moviecom - na época localizado no Shopping Riomar - que as sessões culturais de sábado e domingo fossem estendidas aos dias de semana. A proposta não foi aceita. Então, Roberto Nunes, coordenador do CineCult, procurou o Cinemark que gostou do projeto e incluiu a sessão alternativa em sua programação.

A Cine Vídeo e Educação é uma empresa de São Paulo, mas a primeira iniciativa para promover o Cine Cult foi feita em Aracaju. Ao perceber que a ideia agregou novo público ao cinema, o Cinemark decidiu expandi-lo até Manaus e Natal e, mais tarde, para Florianópolis, Ribeirão Preto e Salvador. Atualmente, além dos locais já citados, o Cine Cult tem sessões em São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba, S. José dos Campos, Jacareí, Vitória, Goiânia e Campo Grande. “Hoje o projeto deixou de ocupar o lugar da sessão desconto e conseguiu ter seu próprio público e a nossa pretensão é ampliarmos ainda mais esse circuito”, conta Roberto Nunes.

Apesar de contar com um público mais seleto, as sessões estão sempre cheias - alguns filmes já chegaram ao público de mais de 1000 pessoas. Atualmente os espectadores variam entre 500 e 700 por sessão. “A intenção é começar um projeto para atrair estudantes do ensino médio e realizar sessões especiais para profissionais e estudantes do ensino superior”, revela Nunes. Os filmes são assistidos, basicamente, por estudantes universitários, professores e profissionais liberais.

Virada Cultural

No dia 14 deste mês houve a “3ª Virada Cultural”, na qual foram exibidos três filmes da meia noite às 7h da manhã. Agora as atenções estão voltadas à programação do mês de Janeiro. Em pleno Pré-Caju, para atender aos anseios dos aracajuanos que não entram no ritmo da festa, acontecerá um festival de filmes que não foram exibidos em 2008 e lançamentos de 2009. A programação será divulgada no próximo dia 29.



Essa semana o filme exibido pelo Cine Cult é “Mandela – Luta pela Liberdade”, todos os dias às 15h10min e, excepcionalmente às quartas, na sessão de 17h40min.

Leia mais no blog do Cine Cult.

Vídeo: www.youtube.com.br
Por Yasmin Barreto

Trilhas propõem conhecimento aos alunos da UFS

Desde que se iniciou, em maio deste ano, o projeto Trilhe Trilhas, promovido pelo Diretório Central dos Estudantes (DCE) da UFS, tem sido um sucesso. Com roteiros históricos, ecológicos e culturais, o projeto tem como objetivo “levar conhecimento aos estudantes da UFS, através do redescobrimento da sergipanidade. Há a necessidade que o aluno UFS seja mais interessado por Sergipe. Precisamos explorar Sergipe saber o que é, de fato, Sergipe”, explica Natan Alves, presidente do DCE e um dos idealizadores do projeto.


O primeiro destino do Trilhe Trilhas foi a Serra de Itabaiana, a escolha se deu devido à grande importância da Serra em termos de diversidade. “Muita gente desconhece a riqueza de diversidade da Serra, e há poucos estudos sobre ela – um único livro, em língua inglesa. Após o projeto alguns alunos já começaram a pensar em fazer seu TCC (Trabalho de Conclusão de Curso) sobre a Serra”, comenta Natan.


O projeto envolve em média 70 pessoas por trilha, que contribuem com R$ 5,00. Segundo os organizadores, essa quantia serve para pagar a diária do motorista que, por ser servidor público, não teria a obrigação de trabalhar no sábado. De acordo com Natan, “com o ‘Trilhas’ o estudante vê no DCE o interesse pela extensão, cultura e riquezas sergipanas. Assim ele sai da rotina de conhecer a realidade e história sergipana só pelos livros, e começa a se interessar mais pelo nosso estado e a se preocupar com nossas diversidades, o que o leva a elaborar projetos de estudo e pesquisa sobre Sergipe.”


Ao longo desses nove meses de experiência do projeto, os estudantes já puderam visitar - além da Serra de Itabaiana - Lagoa Redonda e Ponta dos Mangues, no litoral norte sergipano; Poço Redondo e Piranhas (Alagoas) na Trilha do Cangaço, que percorreu o caminho por onde passou Lampião. No roteiro denominado Trilha dos Jesuítas, que traçou o mesmo percurso percorrido pelos jesuítas em Sergipe, os trilheiros visitaram desde a Igreja Jesuíta de Tomar do Geru (de 1688) e a Igreja e Colégio de Tejupeba (ambos também do séc. XVII), na Fazenda Iolanda, em Itaporanga, até a missão do Jaboatão, no município de Japoatã.


Em Porto da Folha, o trajeto chamado de “Caminhos do Povo Oprimido,” fez com que os estudantes da UFS conhecessem a Comunidade do Mucambo, remanescente de quilombolas, e a Ilha de São Pedro, única aldeia indígena de Sergipe, onde vivem os índios Xocó.


Patrícia Freitas, estudante de Fonoaudiologia, que já participou de duas trilhas, conta que “o projeto integra alunos de diversos cursos e é uma oportunidade de conhecer a realidade da cultura e história sergipana. São experiências ricas e únicas”.


O roteiro mais recente levou os estudantes para a Serra da Miaba, em São Domingos, localizada na região agreste de Sergipe. O último projeto para este ano, que irá ocorrer no dia 20 de dezembro, tem como destino a Cachoeira de Macambira, também no agreste do estado.

Por Fernanda Carvalho

Estado promove encontro sobre prevenção

Acontecerá nesta quinta feira, 18, o I Encontro de Saúde e Prevenção nas Escolas, promovido pelas Secretarias de Estado da Educação e da Saúde. O evento está marcado para as 8h, no hall do Celi Praia Hotel. O encontro vai reunir profissionais da educação e da saúde, jovens envolvidos em ações em prol da saúde no espaço escolar e tem como meta promover a integração entre saúde e educação.


Por meio do Programa Saúde e Prevenção nas escolas (SPE) as Secretarias de Estado da Saúde e Educação têm capacitado centenas de professores da rede pública de ensino levando informações importantes sobre prevenção de doenças sexualmente transmissíveis e estimulando temas como saúde sexual, saúde reprodutiva, vulnerabilidade, diversidade e cidadania, gravidez na adolescência, entre outros.


“Capacitar professores é algo de fundamental importância, pois eles se tornam multiplicadores desse conhecimento entre crianças e adolescentes”, explica o médico Almir Santana, responsável técnico pelo programa estadual de DST/AIDS, em entrevista à Secretaria de Comunicação do Estado.


Em Sergipe, o SPE já está implantado em 46 escolas das redes estadual e municipal. “O ambiente escolar é visto pelo projeto como melhor espaço para implantação de políticas voltadas para adolescentes e jovens, principalmente no que se refere à promoção da saúde sexual e da saúde reprodutiva”, analisa Márcia Cavalcante, coordenadora do Programa Nacional de Saúde e Prevenção nas Escolas.


A meta do projeto é reduzir a vulnerabilidade dos estudantes às DST’s, à infecção pelo HIV e à gravidez não-planejada e tem como finalidade promover uma política integrada que articule a rede de educação básica e a rede de atenção básica à saúde.


Por Janaína de Oliveira

Pela humanização das penas e do cárcere

O tempo passa e as mazelas sociais causadas pelo sistema penitenciário brasileiro nunca saram. No Brasil, a prisão maltrata, deseduca, entorta, ainda mais, o que era para ser endireitado.Os motivos da existência de uma instituição assim estabelecida vão desde a ausência de políticas sociais mais eficientes, até a atuação precária dos responsáveis pela segurança pública. Dois exemplos da última causa citada são os agentes penitenciários, que permitem a entrada de celulares e drogas nas prisões e policiais, que se envolvem com o crime organizado.

Estes são dois dos tipos que se tornaram mais comuns no dia-a-dia do brasileiro. Some-se a estas causas a superlotação dos presídios, e o resultado o brasileiro já conhece: motins, massacres, detentos ainda mais perigosos. Contudo, existem projetos desenvolvidos pelo Governo Federal que representam uma luz no fim do túnel.


O PRONASCI


Tais planos estão reunidos no Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (PRONASCI), desenvolvido pelo Ministério da Justiça. O PRONASCI conta com 94 ações que envolvem a União, estados, municípios e a própria comunidade. Os objetivos giram em torno da assistência, capacitação e qualificação dos profissionais de segurança pública, do combate à corrupção policial, do resgate da cidadania em comunidades maculadas pela violência e da reestruturação do sistema prisional. Para o desenvolvimento do Programa, o governo federal investirá R$ 6,707 bilhões até o fim de 2012.


Saiba mais sobre o PRONASCI cicando aqui.


Penas e Medidas Alternativas à prisão


Atualmente, 422 mil presos compõem a população encarcerada no Brasil. Desses, 134 mil- entre presos provisórios e os que já foram condenados- poderiam estar em liberdade, cumprindo penas alternativas por terem cometido infrações de menor gravidade, entre elas: pequenos furtos, apropriação indébita, estelionato (falsificação), acidente de trânsito, desacato à autoridade, uso de drogas e lesões corporais leves. Ao invés disso estão misturados com detentos perigosos, que acabam por atraí-los para as profundezas do mundo do crime. Outro grave problema prisional brasileiro.


As Penas e Medidas Alternativas (PMAs) fazem parte de outro conjunto de ações coordenadas pelo Ministério da Justiça (MJ), através do Departamento Penitenciário Nacional (DEPEN), que enche de esperança a população brasileira, no que tange ao sistema carcerário.


Para executá-las, o MJ conta com o apoio dos tribunais de justiça estaduais, representados pelas varas de execuções de penas e medidas alternativas, do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e da sociedade civil. Entretanto, as PMAs por si sós não serão capazes de solucionar os velhos problemas prisionais brasileiros. O objetivo de sua execução é, isso sim, a plena recuperação de seus cumpridores, de modo a reintegrá-los ao meio social. Para tanto, conta-se com a participação da sociedade, cujas instituições - com ou sem fins lucrativos - acolherão os cumpridores de penas como as de pagamento de indenizações, prestação de serviços à comunidade ou à orgãos públicos e limitação de fim de semana.


Em Aracaju, 1.800 pessoas cumprem medidas e penas alternativas e outras cinco mil já foram beneficiadas pelo sistema, implantado em 2004. Assim, Sergipe já é considerado um dos estados que mais se beneficiaram com essa nova política pública. Tanto é que nos dias 04 e 05 de dezembro, sediou o “Seminário Regional Sobre a Rede Social de Penas e Medidas Alternativas”.


O Seminário


O seminário foi promovido pelo Ministério da Justiça em parceria com o Tribunal de Justiça do Estado de Sergipe e aconteceu no Auditório Governador José Rollemberg Leite, do Palácio de Justiça Tobias Barreto de Menezes. O objetivo foi reunir gestores, técnicos, sociedade civil e autoridades públicas do Executivo e do Sistema de Justiça Criminal, para a apresentação de propostas de execução de penas e medidas alternativas.


Discursaram representantes do MJ, de entidades intermediadoras, que recebem os cumpridores das PMAs, e a juíza da vara de penas e medidas alternativas de Aracaju, Maria Conceição Silva Santos.


Foram divulgados os resultados obtidos em outras reuniões e as experiências de Pernambuco e do Ceará, que também contam com varas especializadas em PMAs. Além disso, foi realizada uma apresentação de trabalhos e a formação de um movimento pela execução de PMAs.


Por Gabriel Cardoso

Jovens casam cada vez mais cedo

Casamento para muita gente remete a mudança de vida e prioridades. Uma modificação pessoal que consiste na transição do individual para o conjugal. Duas vidas unidas numa só, a partir de uma identidade matrimonial. Divergido um pouco do tradicional, o casamento entre jovens de hoje não é, na maioria dos casos, identificado como uma opção para uma gravidez inesperada. O medo de ficar sozinho (principalmente para as mulheres) e até o amor constituem motivações para o casamento entre jovens. Esses e outros fatores específicos possibilitaram o aumento de uniões conjugais na juventude. Claro que uniões adequadas à realidade de hoje.

De acordo com dados do Registro Civil, anunciados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), há mais nupcialidade legal entre mulheres de 20 a 24 anos de idade e homens de 25 a 29 anos.

A ansiedade de Rute Santos da Silva, 21, e Aprígio Nascimento Santos, 20, começou a ser mais freqüente nos últimos dias. Isso, devido à preparação do casamento deles que está previsto para o final de 2009. Com um namoro de aproximadamente quatro anos, o casal decidiu unir-se oficialmente, apesar de morarem juntos há mais de três anos. “Eu gosto bastante dela, acredito que ela gosta de mim e quero casar com ela. Quero construir uma família” declara Aprígio.

Mesmo casando-se, Rute e Aprígio pretendem continuar morando com os pais da moça. Rute conta que no início do relacionamento os pais não aceitaram o namoro, muito menos a hipótese de um casamento. “Meu pai até hoje não aceita totalmente. Mas ele entendeu que está na hora. Eu tenho 21 anos e não quero ficar pra titia. Agora ele nos ajuda, tanto que até pra comprar as nossas coisas ele está ajudando” conta Rute. Já na família de Aprígio a aceitação do relacionamento foi imediata. “Toda a minha família sabe e apóia. Todos gostam dela e a tratam como se já fosse minha esposa” relata o rapaz.

O casal possui junto com a família da futura esposa uma pequena lanchonete. O desejo de investir nesse comércio é um dos fatores que anula a possibilidade de filhos logo no início da união. Rute enfatiza: “Não queremos ter filhos agora. A gente precisa se estruturar para isso. Quero ter minha casa própria, quero fazer crescer nosso comércio, pra depois poder ter um filho”. O casal alega que o respeito e o amor recíproco é o que permite a união deles. “A gente briga de vez em quando, mas nós nos amamos e nos respeitamos” conclui Rute.

Nem todo relacionamento começa tão equilibrado quanto o de Rute e Aprígio. Diferente destes, o período da preparação do casamento de Luiz Diego Santana de Oliveira, 21, e Nayara Lima de Oliveira, 18, foi marcado pela pressão e pela insegurança. Há 2 anos e meio ambos começaram a namorar na escola. O relacionamento ia bem até que uma situação inesperada conturbou momentaneamente a vida do casal: Nayara engravidou.

“Quando soube que estava grávida fiquei desesperada. Achei que ia ser condenada pelas pessoas por estar grávida com apenas 17 anos e que Diego não ia me querer mais. Além disso, meus pais tiveram uma educação bastante tradicional e são evangélicos, o que me deixou muito indecisa do que faria”, conta Nayara. Já Luiz Diego, apesar do susto ao saber que ia ser pai com apenas 20 anos, ficou muito satisfeito com sua precoce paternidade. “De início fiquei sem saber o que pensar. Mas logo vi que um filho traria muitas coisas boas pra nossa vida” relata o rapaz.

Após três meses da confirmação de gravidez, Nayara e Diego casaram-se no religioso. Apesar do conturbado início do casal, o casamento, que já dura sete meses e que foi realizado com uma barriguinha acentuada, se mantem bastante firme. “Tanto os pais dele quantos os meus amam de coração o nosso filho João Marcos e nos ajudam em tudo. Nós estamos muito felizes”.

Casos como esses identificam um aumento da união matrimonial entre jovens. Esse fato é relevante quando se leva em consideração o contexto atual, no qual pessoas se casam e decidem morar separados. Ou, quando há convivência, mas não existe necessariamente relacionamento. Apesar disso, a juventude mostra que nem sempre uma união matrimonial precoce é decorrida de uma situação desagradável. Só lembrando que cada situação tem sua particularidade.

Por Victor Hugo

14 dezembro, 2008

O que é que o NUPEG tem? (Parte 1)

Entenda surgimento do projeto


A criação do Núcleo Regional em Competência em Tecnologia de Petróleo, Gás e Biocombustíveis de Sergipe (NUPEG-SE) foi divulgada com fascínio pela Universidade Federal de Sergipe nos últimos meses. A comunidade acadêmica recebeu o centro com empolgação – aparentemente, no entanto, não é muita gente que sabe contar detalhes sobre ele. “Só sei que já está sendo construído e que envolve algo com a Petrobras”, comentou a aluna Janaína Freitas, do quarto período de Jornalismo.

Mas a coisa não deixa de se tratar disso. O lançamento da pedra fundamental do NUPEG-SE, em 31 de outubro deste ano, marcou a construção efetiva das instalações do projeto. A obra já é visível para quem chega ao campus São Cristóvão pelo acesso do Bairro Rosa Elze, por exemplo. E, de fato, a parceria com a Petrobras é um dos pontos marcantes do Núcleo – mas boa parte do dinheiro investido nele, mesmo que gerado pela empresa, é, na verdade, de propriedade pública.


Expliquemos: isso acontece porque, segundo o Regulamento ANP nº 5/2005, de novembro de 2005, a concessão para se explorar, desenvolver e produzir petróleo e/ou gás natural no Brasil exige o investimento de 1% da receita bruta de produção em áreas de pesquisa e desenvolvimento. Metade desse valor é obrigatoriamente destinado a projetos em universidades e institutos credenciados pela Agência Nacional do Petróleo (ANP) – o caso do NUPEG da UFS. Ou seja: se a Petrobras passasse todo um ano sem investir o dinheiro em questão da maneira prevista em lei, ela não poderia utilizá-lo de outra forma. O montante seria, assim, enviado à ANP.


A Petrobras, no entanto, investiu.


Breve histórico


Segundo o professor José Manuel Alvelos, pró-reitor de Administração da UFS e membro do comitê técnico-científico do NUPEG, a elaboração do projeto do Núcleo teve quatro etapas. “Entre o fim de 2004 e começo de 2005, o reitor Josué dos Passos teve uma audiência com o presidente da Petrobras da época, José Eduardo Dutra, e foi definida a elaboração de um projeto para iniciar essa discussão sobre laboratórios de petróleo aqui na universidade”, disse.


Montou-se, então, o “Projeto de consolidação do pólo de novas tecnologias e das cadeias de conhecimento científico e tecnológico”. Ele foi apresentado em março de 2005, e envolvia a cifra de R$ 61.223.461,66 em material da UFS – representada por laboratórios já existentes e recursos humanos, por exemplo. A Petrobras entraria com 18 milhões de reais, fazendo o plano atingir R$ 79.223.461,66. As áreas beneficiadas eram biotecnologia, novos materiais, microeletrônica, ale da gestão. Surgiram, com isso, discussões a respeito das demandas e das ofertas de serviços tecnológicos da Petrobras e da UFS, respectivamente.


Foi a partir dessas discussões que se elaborou o segundo projeto, chamado de “Projeto de consolidação das cadeias do conhecimento tecnológico em petróleo”. Sugeriu-se, dessa vez, que a Petrobras contribuísse com R$ 45.790.140,00, o que, com os mais de 60 milhões avaliados da UFS, totalizaria em R$ 107.013.601,66. O foco agora seria em três eixos: meio ambiente, petróleo e gás e competência em recursos humanos.


Durante a terceira fase surge uma composição mais definida como Núcleo de competência. “O pessoal do Cenpes começou a estruturar o que eles queriam replicar como NUPEGs em algumas universidades e estados onde existia essa possibilidade”, contou o professor Alvelos, referindo-se ao Centro de Aperfeiçoamento e Pesquisas de Petróleo, sediado no Rio de Janeiro. A formatação dos Núcleos – hoje são sete – começou, assim, a ser preparada num diálogo entre Sergipe e Cenpes/Petrobras. O convênio da Petrobras com a UFS seria de 30 milhões de reais.


A quarta etapa veio com um projeto complementar de infra-estrutura para atender gastos de estrutura que não ficariam cobertos com o orçamento anterior. Iniciou-se outro processo de negociação, chegando-se ao valor atual de investimento da Petrobras – R$ 39.515.754,22.


Por Ricardo Gomes


O que é que o NUPEG tem? (Parte 2)

Confira estrutura do Núcleo


Após meses de negociações, o projeto final do NUPEG-SE acabou por determinar a construção de três prédios. O principal, de 9.208m², vai acolher sete laboratórios (veja detalhes sobre cada laboratório na terceira matéria desta série); é a edificação que está sendo erguida próximo ao Pólo de Novas Tecnologias.


O segundo prédio é o galpão de testemunhos geológicos, que vai ter uma área de 360m² e ficará próximo à Prefeitura do Campus. “Esse galpão vai ser um local para o armazenamento de rochas – normalmente se faz furos até profundidades bem elevadas, e se tira amostras de um diâmetro de mais ou menos cinco a oito centímetros, que servem de testemunho”, esclareceu o professor Alceu Pedrotti, gestor do Laboratório de Modelagem e Ciências Geológicas (LMCG). “Esses testemunhos são uma prova de que no local da extração tem determinado material, que, por sua vez, pode ser ou não suscetível à identificação de presença de petróleo”, informou.


O laboratório de microscopia eletrônica de varredura, que está sendo construído nas imediações do campo de futebol da cidade universitária, terá 171,92m². Segundo o coordenador executivo do NUPEG-SE, Rodrigo Rosa, o distanciamento dessa edificação dos outros laboratórios da universidade não é por acaso. “O microscópio eletrônico não pode estar sujeito a nenhuma vibração, onda eletromagnética – nada disso pode estar perto dele, senão vai influir nos resultados”, disse o engenheiro. Sensível e caro: o equipamento deve custar por volta de um milhão e meio de dólares. Em contrapartida, será muito bem-vindo para boa parte da universidade – multi-usuário, ele poderá ser utilizado por projetos não exatamente vinculados ao Núcleo de Petróleo e Gás, atendendo demandas da Biologia, por exemplo.


O total designado para a construção desses edifícios foi de R$14.795.260,00. Mas ainda há os gastos com equipamentos: R$ 7.297.380,00 serão destinado à compra de material importado, enquanto que R$ 9.343.500,0 vão para os importados. É importante lembrar que o novo sistema viário da UFS também está na conta do NUPEG. Foram cerca de dois milhões de reais investidos em recuperação e construção.


Todo o projeto deve estar concluído no começo de 2010.


Modelo de relacionamento

“A função do NUPEG é, dentro de suas especialidades atuais ou de outras que venham a surgir, atender as demandas tecnológicas da Petrobras”, afirmou Rodrigo Rosa. A ligação com o Núcleo experimental da empresa (NUEX – Atalaia) e com a Unidade de Negócios de Exploração e Produção Sergipe-Alagoas (UN-SEAL) vai, assim, ser forte.


Uma ilustração para esse relacionamento: digamos que a unidade de negócio Sergipe-Alagoas identifica uma necessidade e propõe a aprovação de um projeto de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D). Se esse projeto de P&D for aprovado – basicamente pelo motivo de que ele atende a uma necessidade da região Sergipe-Alagoas – e se existir recurso, ele é contratado pelo Núcleo. Um dos sete laboratórios vai, assim, abrigar a pesquisa.


O NUPEG prevê ainda a existência de dois comitês de apoio. O primeiro é o Comitê Gestor, formado hoje pelo professor Josué dos Passos Subrinho – reitor da UFS – e pelos engenheiros Alcemir de Souza e José Luvizotto, do Cenpes e da UN-SEAL, respectivamente. O outro é o Comitê Técnico-Científico, composto pelo professor José Manuel Alvelos (UFS), Ari Guimarães Junior (Cenpes) e Paulo Sampaio (UN-SEAL). Na mediação, o Núcleo conta com um Coordenador Executivo – Rodrigo Rosa –, que fica em contato com os laboratórios institucionais e os laboratórios associados – esses últimos acionados pelas “redes temáticas”, trabalhos desenvolvidos em locais diversos – várias universidades, por exemplo –, não só dentro do Núcleo de Petróleo e Gás.


As redes temáticas atuais são as de Tecnologia em Asfalto, de revitalização de Campos Maduros e do Centro de Desenvolvimento de Produtos e Processos para o Refino. As linhas de pesquisa próprias do NUPEG são bem representadas pelas áreas específicas de seus laboratórios.


O papel do Centro Incubador de Empresas do Estado de Sergipe (CISE) também é digno de nota – a incubadora vai dar apoio a empreendimentos de base que surgirem dentro do projeto. É destacada ainda a colaboração do Centro de Inovação e Transferência de Tecnologia (Cintec) – que vai ficar responsável por processos de patenteamento, licenciamento e compartilhamento de royalties.


Por Ricardo Gomes

O que é que o NUPEG tem? (Parte 3)

Saiba mais sobre cada laboratório


É possível que seu navegador não suporte a exibição desta imagem.Os estudos desenvolvidos no Núcleo de Petróleo e Gás de Sergipe serão vinculados a sete laboratórios especializados em campos considerados relevantes para o projeto. Cada um deles estará sob a responsabilidade de um gestor – um professor da UFS que coordenará as pesquisas e recursos de cada área. “O que cada laboratório vai fazer depende dos projetos de pesquisa e desenvolvimento dentro de sua área de especialização que forem aprovados”, informou Rodrigo Rosa, coordenador do NUPEG.

Laboratório de Automação, Controle e Simulação – LACS

Responsável: Prof. Dr. Leocarlos Lima

Investimento: R$ 3.931.764,80

Função: Automatizar um processo industrial significa deixar tudo quanto for possível a cargo do maquinário, guardando a ação humana apenas para alguns pontos de controle. “Quanto maior for o nível de automatização e controle de um sistema de extração de petróleo, melhor vai ser para a empresa – quanto menor a interação humana, menor o risco de acidentes, por exemplo”, explicou o professor Leocarlos Lima. A parte de simulação do laboratório serve para testar modelos computacionalmente. “O laboratório de simulação deve atender demandas das mais diversas áreas”, acrescenta Lima. “Você pode ter, por exemplo, um professor do departamento de matemática que desenvolveu um modelo para determinado fenômeno, como a fabricação de algum derivado – ele vai precisar testar isso”. O LACS já abriga um projeto de automação e controle de processos petrolíferos para o NUEX em funcionamento.

Outros detalhes: Esse laboratório, na verdade, se divide em dois. A primeira sala, de automação e controle, vai ter mais de 100m² e um investimento de cerca de dois milhões de reais em equipamentos. A segunda, de simulação, é uma pequena administração que abrigará um cluster – espécie de sistema computacional de alto desempenho – de mais de meio milhão de reais. Esse processador vai ser disponibilizado para todo o prédio do NUPEG através de uma rede de alta taxa de transmissão.


Laboratório de Corrosão e Nanotecnologia – LCNT

Responsável: Prof. Dr. Marcelo Macedo

Investimento: R$ 5.404.210,26

Função: Nanotecnologia, grosso modo, é tecnologia feita em escala nanométrica, ou seja, na escala do bilionésimo de um metro. Com esse procedimento, materiais podem ser incorporados para a proteção de tubulações de hastes metálicas contra a corrosão, por exemplo, o que aumenta a vida útil dos aparelhos e vem muito a calhar para a indústria do petróleo. O tema, entretanto, não vai ser examinado somente em pesquisas sobre processos corrosivos. “Nós vamos estudar como a nanotecnologia pode ser aplicada na indústria de petróleo e gás de um modo geral”, esclareceu o professor Macedo.

Outros detalhes: Já estão sendo trabalhados dois projetos de pesquisa – um que estuda os processos corrosivos e incrustações em tubulações e outro a respeito de nanobiocidas, para se tentar agir nas bactérias produtoras de gás sulfídrico, corrosivo recorrente em equipamentos de produção petrolífera.

Laboratório de Caracterização e Processamento de Petróleo – LCPP

Responsável: Prof. Dr. Narendra Narain

Investimento: R$ 2.712.350,16

Função: Segundo o professor Narendra Narain, “a finalidade desse laboratório é analisar de todas as formas o petróleo ou derivados para todas as suas características – características físicas, fisíco-químicas, químicas – e obter produtos variados com características funcionais”. Ou seja: “dissecar” amostras de petróleo para saber quais as suas finalidades mais adequadas. A função primária do LCPP é atender à demanda da UN-SEAL, mas quando tudo se estruturar é provável que sejam abertos convênios com outras empresas.

Outros detalhes: O LCPP será composto de cinco laboratórios e uma unidade de destilação. Narain destaca o Laboratório de Análises Cromatográficas, que vai isolar, identificar e quantificar componentes químicos voláteis das amostras.


Laboratório de Caracterização e Processamento de Biocombustíveis – LCPB

Responsável: Prof. Dr. Gabriel Francisco da Silva

Investimento: R$ 1.973.568,95

Função: “O objetivo do laboratório é pesquisar e prestar serviços na parte de processamento, armazenamento e caracterização de biocombustíveis”, informou Gabriel da Silva. Como é fácil perceber, o LCPB é como um LCPP para biocombustíveis – não à toa, este laboratório também é subdividido em cinco menores. “Os equipamentos e as ações são realmente similares”, disse o professor da Silva.

Outros detalhes: Está em fase de aprovação um projeto do LCPB que desenvolverá uma cadeia de biodiesel em Sergipe. Mobilizando nada menos do que 13 milhões e meio de reais, o plano abarca 21 subprojetos e pretende cuidar de todo o processo que envolve a produção de biodiesel, da etapa agrícola à logística de transporte do material acabado. Algumas das principais pesquisas estariam voltadas ao aproveitamento de co-produtos do processamento de biodiesel, ou seja, trata-se de dar finalidade ao que “sobra” quando se produz o combustível renovável.


Laboratório de Modelagem e Ciências Geológicas – LMCG

Responsável: Prof. Dr. Alceu Pedrotti

Investimento: R$ 5.534.038,89

Função: O objetivo do laboratório é desenvolver projetos de pesquisa da área temática de Geologia aplicada a petróleo, principalmente para atender a demanda da UN-SEAL, além de capacitar recursos humanos e executar serviços de modelagem geológica com foco na bacia petrolífera de Sergipe-Alagoas. Basicamente, o LMCG vai estudar o material geológico de um local para daí elaborar informações úteis à indústria do petróleo – a estrutura rochosa de uma área pode indicar a presença de petróleo, por exemplo.

Outros detalhes: “A diferença do laboratório de geologia para os demais é que ele está começando do zero em termos de materiais e equipamentos, de estrutura física, infra-estrutura”, disse o professor Alceu Pedrotti. Daí a necessidade de se construir ainda um galpão de testemunhos geológicos, por exemplo – laboratório deve impulsionar o crescimento do ainda recente Núcleo de Geologia da UFS. “A gente quer captar especialistas – doutores, pós-doutores – formados em outros locais que sejam altamente especialistas nas áreas de geologia do petróleo e fixá-los aqui para que eles desenvolvam pesquisa, contribuam com o ensino, além de desenvolver tecnologias para a Petrobras”, ponderou Pedrotti.



Laboratório de Tecnologia de Cimentação de Poços – LTCP

Responsável: Prof. Dr. Mário Ernesto Valério

Investimento: R$ 4.093.990,87

Função: “Trata-se de um laboratório destinado para a parte de caracterização de diversos tipos de materiais sólidos que são utilizados nos poços de petróleo”, informou Mário Valério. O poço e o campo de petróleo têm tempo de “vida” e, como “seres vivos”, eles passam por diversas etapas. Quando o poço é antigo, por exemplo, é preciso aplicar técnicas especiais para recuperar o petróleo que fica incrustado na rocha. Além disso, a área de extração pode passar por transformações e danos devido a fatores como temperatura e pressão. O LTCP cuida, então, de fornecer dados para que a indústria saiba bem que tipo de material usar num determinado poço a depender da sua situação e de sua pretensão de uso. “O pessoal que trabalha na área precisa saber o que vai acontecer com o cimento usado caso se aumente um pouco a pressão, por exemplo”, explicou o professor.

Outros detalhes: A central de microscopia eletrônica do NUPEG vai ficar sob a responsabilidade desse laboratório – uma tarefa delicada. Atualmente, está sendo desenvolvido um projeto de cerâmica porosa para sistema de filtro, que permitiria, por exemplo, filtrar a água que vem junto com o óleo extraído quando um poço é furado.


Laboratório de Tecnologia e Monitoramento Ambiental – LTMA

Responsável: Prof. Dr. Carlos Alexandre Garcia

Investimento: R$ 3.271.637,48

Função: Minimizar o impacto ambiental das atividades industriais. “A idéia do a idéia do LTMA surgiu bem antes do NUPEG, pois nos foi solicitado pelo Cenpes a criação de um laboratório que pudesse dar suporte as análises do laboratório da sede da UN-SEAL”, disse o professor Garcia.

Outros detalhes: O LTMA abrigará quatro laboratórios: deTecnologia Ambiental, para combater impactos ambientais; de Química Orgânica; de Ecotoxicologia, para verificar a toxicidade em águas ligadas à exploração industrial; de Química Inorgânica. Além disso, haverá uma sala para recebimento de amostras e uma área para armazenamento de maquinário e equipamentos. Carlos Garcia destacou dois projetos do LTMA que foram aprovados. Um é sobre avaliação de turfas – composto vegetal de propriedade absorvente bastante útil na promoção de equilíbrio ambiental – em efluentes de água produzida em campos da Petrobras/SEAL. O segundo se trata de uma caracterização ambiental integrada da plataforma continental do Estado de Sergipe.


Por Ricardo Gomes

12 dezembro, 2008

Polêmica sem compromisso


Igor Matheus Pinheiro de Mendonça, 24, é estudante de Jornalismo da Universidade Federal de Sergipe, estagiário na Secretaria de Comunicação do Estado e atualmente tem conseguido feitos inéditos na imprensa sergipana com seu trabalho, como estagiário no jornal Cinform. O Dr. Igor, um dos apelidos que recebeu do meio artístico sergipano, com suas críticas musicais na coluna ‘ComqueRoupa’, que assina no caderno de cultura do jornal, tem gerado polêmica sem precedentes entre o círculo artístico/musical sergipano.

No Cinform, desde junho de 2007, Igor Matheus foi contratado como estagiário do caderno de esportes, função que exerce até hoje e, somente depois de 8 meses, começou a trabalhar como colaborador do caderno de cultura, onde ficou mais conhecido. Na coluna ‘ComqueRoupa’, Igor resenha obras musicais de artistas, em sua maioria, sergipanos. Seu texto é ácido, e a crítica pesada, dando, inclusive notas aos cd’s analisados. Ele faz isso sem compromisso e sem medo de parecer desrespeitoso. “Apenas faço uma gracinha, uma referência às notas que são dadas aos discos nas revistas de Heavy Metal que eu sempre lia.”.

Em sua coluna, não se limita a emitir opinião sobre determinada obra musical. Na posição de crítico, ele se coloca como avaliador e até juiz de qualidade do produto. Para tanto, Igor conta com seu conhecimento na área: “Toco teclado desde os 14 anos, fiz dois anos de piano erudito e sou autodidata no violão há pelo menos 3 anos.”, declarou.

Logo nos primeiros meses, suas resenhas trouxeram contestações públicas por parte dos artistas resenhados. Nino Karva, o primeiro resenhado por Igor, manifestou-se logo após a publicação da crítica: “Quem é esse ‘gênio’ da crítica musical sergipana? A sua especialidade é a crítica incompetente e cheia de maledicências?”.

A postura do Cinform em relação a seu colaborador é de defesa e apoio a seu trabalho, “Igor Matheus cumpre seu objetivo com uma desenvoltura sem precedentes para um sujeito da idade dele – 24 anos. E o faz sem concessão e nem pieguismo açucarados.”, afirmou Jozailto Lima, editor chefe do Cinform, em editorial a favor do crítico e contra a “tradição de louvação barata, adulatória, marcada pelo compadrio, acobertada pelo manto do elogio insincero e emocional, que já dura uma vida inteira em terras de Sergipe, e só tem se prestado a desservir aos que lidam com arte, às vezes dando status de ouro ao que se assemelha ao lixo”. O jornal acredita que o propósito de Igor seja “abrir um bom foco de observação sobre a música sergipana, que o Cinform particularmente defende, porque quer vê-la boa e bem – e isto não se faz com indiferença. Se o crítico critica a obra, critiquem a crítica e não o crítico”.

Sobre o trabalho do crítico, Marcela Prado, formanda em jornalismo da UNIT aponta: “Acho que ele tem um bom texto, mas é massacradro pelo Cinform, que o usa de forma excremental para alcançar um público que não seja das classes C e D. Aí ele vira um grande idiota, porque não entende muito bem de música, se indispõe com a classe artística e se queima para o resto da vida”.

A atuação de Igor Matheus provocou reação até mesmo do Sindicato dos Jornalistas de Sergipe que tentou interromper a continuação da coluna sob o argumento de ser proibida a assinatura de matérias jornalísticas por estagiários. Porém, por se tratar de um equívoco, a coluna continuou. “Estavam achando que meu vínculo com o Cinform era como estagiário do caderno de cultura e que minha única atribuição era a coluna. Mas sou funcionário do Caderno de Esportes.”, afirmou Igor Matheus.

Há que se considerar a contribuição positiva que essa polêmica trouxe ao meio musical do Estado, pois mobilizou a classe afetada e acarretou num maior interesse e visibilidade do público acerca de obras sergipanas que poderiam passar despercebidas anteriormente. Entretanto, a grande reclamação da classe artística em relação ao trabalho “de crítico” de Igor é a maneira quase debochada com que escreve sobre as obras da classe, em que não considera as dificuldades enfrentadas por eles, como falta de recursos, equipamentos, referências e até de uma educação apropriada. Suas críticas não ajudam a resolver esses problemas. Sobre isso, Igor sentencia: “Falta de instrução musical acadêmica e falta de dinheiro nunca impediram o surgimento de sujeitos como Noel Rosa, Ary Barroso, João Bosco. Dificuldade é até ingrediente a mais, vide os anos de chumbo aí. Quem tem boas idéias as tem em qualquer lugar, em qualquer situação”.

Igor ainda mantém um blog dedicado às resenhas. Para acessá-lo,
clique aqui.

Por Thiciane Araújo

11 dezembro, 2008

Entre o estudo e o emprego

Saiba mais sobre opções de estágio e bolsas na UFS

Não é todo mundo que, no terceiro grau, pode se dedicar apenas aos estudos. Com a chegada da idade adulta, que geralmente coincide com o ingresso na universidade, a pressão para o jovem largar aos poucos (às vezes nem tão aos poucos) o colo financeiro dos pais só faz crescer. O próprio custo do ensino superior potencializa essa situação – mesmo na rede pública, o gasto com livros, impressões e outros materiais muitas vezes exigem que o aluno busque, pelo menos, um rendimento complementar.

Um emprego “formal”, de carga horária alta e numa área talvez pouco afim com o campo de estudo do aluno pode, entretanto, acabar se mostrando um grande problema para quem se preocupa com o aprendizado. E é por isso que existem algumas alternativas para poder ganhar algum dinheiro sem prejudicar a vida acadêmica. Confira abaixo algumas das opções possíveis na Universidade Federal de Sergipe (UFS) para conciliar curso e renda.

Bolsa-residência e bolsa-trabalho da PROEST (Pró-reitoria de assuntos estudantis)

A bolsa-residência e a bolsa-trabalho são auxílios oferecidos pela UFS a alunos com renda per capita de até 90% de um salário mínimo. Os interessados, que devem estar em situação regular no curso, precisam se dirigir ao setor de serviço social da Coordenação de Assistência ao Estudante (CODAE/PROEST). O estudante precisa comprovar o seu índice de vulnerabilidade para ganhar as assistências.

O Programa de Residência Universitária atende preferencialmente os discentes de localidades distantes do campus. As inscrições são feitas semestralmente. Quem consegue a vaga é encaminhado para uma casa do programa, que comporta geralmente oito alunos e recebe uma bolsa de R$ 702,00. Além disso, o residente não paga pela refeição no Restaurante Universitário (RESUN) e, nos fins-de-semana, é beneficiado com uma cesta de alimentos. Atualmente, existem 226 favorecidos por esse projeto.

A bolsa-trabalho paga R$ 250,00 para alunos que se disponibilizem a trabalhar por 20 horas semanais na UFS. O bolsista da PROEST também tem direito à livre refeição no RESUN, mas só pode manter esse vínculo por até dois anos. As inscrições são feitas semanalmente, às quintas.

Estágio, PIBIX e bolsa de extensão da PROEX (Pró-reitoria de extensão)

Segundo a Coordenação de Extensão (CODEX), a política de estágio da UFS não é agenciar estudantes para instituições públicas e privadas, mas conseguir com elas convênios que beneficiem o maior número possível de universitários dentro de suas próprias áreas de estudo. “Hoje, são mais de trezentas empresas cadastradas, fora as centrais de estágio, como a Fapese”, disse Elizabeth Azevedo, coordenadora de extensão. “Trabalhamos diretamente com as partes – a empresa solicita dá um perfil de aluno e a gente divulga, busca no cadastro”, comenta. Os estudantes interessados podem fazer o seu cadastro na sala da CODEX, que fica no segundo andar do prédio da Reitoria. Mais de 1.900 universitários que fizeram o perfil estagiam atualmente.

A bolsa de iniciação à extensão (PIBIX) e a bolsa de extensão da PROEX são ocupadas por estudantes que desempenham atividades do chamado terceiro pé da universidade. Tratam-se de projetos que visam, por exemplo, levar a UFS para “fora de seus muros”, entrando em contato com a comunidade. Bolsistas do PIBIX conseguem a vaga a partir do contato com um professor orientador, e os da bolsa de extensão através da CODEX. Em ambos os casos, o estudante não-voluntário recebe R$ 250,00. Hoje, são 157 estudantes remunerados por essas duas vias – 61 pelo PIBIX e 96 pela bolsa de extensão.

PIBIC

O aluno que quer participar do programa institucional de bolsas de iniciação à pesquisa (PIBIC) deve procurar um professor que estude uma área de seu interesse e tenha os pré-requisitos para ser orientador. Apenas professores doutores têm direito a vagas remuneradas, e um mesmo professor pode chegar a ter três bolsas desse tipo e seis voluntárias. Os editais são lançados todos os anos, geralmente por volta do mês de abril. O aluno remunerado recebe R$ 250,00 para trabalhar por vinte horas semanais, num contrato de doze meses, prorrogáveis por mais doze. Para os que pretendem seguir carreira acadêmica, essa é certamente uma das melhores alternativas. No momento, existem 219 alunos remunerados de PIBIC e 211 voluntários.

Monitoria

Segundo o Departamento de Apoio Didático-Pedagógico (DEAPE), o projeto de monitoria tem o objetivo de aperfeiçoar o processo de formação do aluno, através de atividades que exercitarão o seu conhecimento numa determinada disciplina, além de despertar o seu interesse pelo ensino. Monitores auxiliam o professor orientador na realização de trabalhos práticos e experimentais, mas não são autorizados a dar aula. O aluno que deseja se tornar monitor deve verificar no seu departamento se já existe algo numa matéria do seu interesse, além de um professor que possa orientá-lo. Além disso, ele deve ter adquirido, pelo menos, média sete nessa matéria em questão, média geral ponderada também sete e outra vez sete no concurso de monitoria que deverá ser promovido. O retorno mensal é de R$ 250,00.

Por Ricardo Gomes

Festejos religiosos marcam dia 8 na capital

A Arquidiocese de Aracaju celebrou as comemorações da padroeira da capital com o tema “A caridade jamais acabará”. A novena iniciada no dia 29 de novembro trouxe à Catedral Metropolitana os devotos da Imaculada Conceição em preparação para o dia da santa.

Nas primeiras horas desta segunda-feira, dia 8, os católicos prestigiaram a santa com cânticos e louvores. A programação teve início às 6h30 com o ofício de Nossa Senhora, seguido da missa dos devotos e da missa solene com o arcebispo Dom José Palmeira Lessa.

Devota à santa, a assistente social Maria da Conceição Balbino explica: “Minha devoção a Nossa Senhora da Conceição começou desde muito cedo, pois nasci numa família católica e fui batizada com o nome dela. Por isso, tamanha veneração à santa que minha mãe escolheu como madrinha de batismo. E como os festejos já fazem parte da cultura católica, participo anualmente e com total dedicação às homenagens”.

No fim da tarde, as celebrações a Nossa Senhora da Conceição se encerraram com a tradicional procissão com o itinerário que começa e termina na Pça. Olímpio Campos e passa também por algumas ruas da capital, retornando depois à Catedral para a missa final e bênção do Santíssimo Sacramento. Completando as homenagens, já no transcorrer do dia, aconteceu a celebração interconfessional com os terreiros de candomblé e umbanda da capital, fezendo a tradicional lavagem das escadarias da Catedral.

As religiões afro

O dia 8 de dezembro, além de festa para os católicos, é também de comemoração para os praticantes do Candomblé e da Umbanda.

A data é dedicada a Oxum, o orixá da beleza. As homenagens ao orixá começaram com uma alvorada festiva na colina do Santo Antônio com queima de fogos e apresentação de diversos grupos de capoeira, dança e música. Por volta das 11h os adeptos das religiões afro se concentraram na Catedral Metropolitana para a tradicional lavagem das escadarias.

A lavagem começou em 1982 depois de uma promessa feita por oito estudantes adeptos de terreiros. Atualmente, o Centro de Umbanda Paraíso dos Orixás, comandado pela ialorixá Angélica Oliveira, está à frente da lavagem.

De acordo com o babalorixá Arvanley dos Santos, da casa Axé Ilê Ode Bamirê, localizada no município de São Cristóvão, o sincretismo religioso se demonstra claramente na data. “Para o sincretismo católico o dia é de Oxum, a deusa da beleza, a mãe de todos os orixás. A rainha da prosperidade que tem como vestes a cor do ouro. Este encontrado no fundo dos mares, representando a fertilidade característica dos peixes. Oxum é a dona da beleza encantadora. Ela nos fascina”, celebrou o babalorixá mais jovem do país.

O ponto alto das adorações a Oxum aconteceu na Orla de Atalaia, onde diversos terreiros prestaram homenagens e oferendas à deusa. Ainda na Orla, por volta das 18h, o bloco Afoxé Omu Oxum saiu em cortejo do farol em direção aos arcos, onde aconteceu o show do Olodum, encerrando assim as comemorações do dia.

Por Jeimy Remir.




07 dezembro, 2008

Encontrando-se com o Mestrado

Enquanto para algumas pessoas o fim de vários anos de universidade significa alívio e a possibilidade de ficar exclusivamente no mercado de trabalho, outras optam por continuar na pilha de livros e teorias do mundo universitário. Os cursos de mestrado são uma opção para os recém-formados que preferem seguir carreira acadêmica e para quem sabe da importância da constante qualificação.

Recém-formada em Direito pela Universidade Tiradentes (Unit), Ana Carol Teixeira já sabe que não é fácil entrar no mestrado sem muito empenho. “Quero estudar Direito Tributário. Há algum tempo venho analisando as universidades que se adéquam a esta linha e separando o material de estudo”, diz.

O mestrado é parte da conhecida pós-graduação. Como o próprio nome já sugere, pós-graduação é tudo aquilo que se faz depois da graduação. Obviedades à parte, essa esfera não inclui apenas os cursos de mestrado e doutorado, conhecidos como stricto sensu, mas também os de especialização e Master in Business Administration (MBA), denominados lato sensu.

Para ser doutor, o pré-requisito é possuir um mestrado. Muitos não se sentem à vontade de fazer cursos lato sensu por serem mais superficiais, em sua maioria, e pouco valorizados no Brasil. Apenas os stricto sensu são válidos em concursos públicos com bonificação para pós-graduados, por exemplo. Os cursos de mestrado, portanto, estão nos planos de muitos que acabam de conquistar o tão sonhado diploma do Terceiro Grau.

Como proceder?

“A pós-graduação me interessa bastante, mas não tenho muita informação sobre como chegar lá”, afirma o estudante de Letras Inglês da Universidade Federal de Sergipe (UFS), Paulo Andrade. Apesar de ele ainda estar no quarto período, é na faculdade que deve surgir a empatia do aluno com o mundo acadêmico. Muitos nem suportam a idéia de passar mais tempo estudando.

O primeiro passo para os aspirantes a mestres é escolher a área que se intenciona seguir. Depois, o tema da dissertação deve ser arquitetado. No ato de escolha da universidade, deve-se ter em conta que cada uma tem o seu próprio processo seletivo. Mas a esmagadora maioria delas – senão todas – requer a apresentação do pré-projeto de pesquisa, que seria a proposta a ser trabalhada em relação ao tema.

A Coordenação de Aperfeiçoamento Pessoal de Nível Superior (Capes) criou uma
página na Internet onde recomenda os melhores cursos de mestrado.

Vale salientar que, no caso do mestrado, além do tipo acadêmico, existe também o profissional. Neste último, os olhares estão mais focados no mercado de trabalho, pensando em soluções e análises das empresas e demais organizações. Ao invés de uma dissertação final, para a sua conclusão sugere-se a apresentação de um trabalho experimental.

Ao contrário do que é comumente pensado, os caminhos da pós-graduação não representam a vontade de quem quer única e exclusivamente seguir a carreira acadêmica. A engenheira química, Graziela Nascimento, é um exemplo de pessoa que foi buscar no mestrado em Engenharia Química da Universidade Federal da Bahia (UFBA) o conhecimento e a experiência desejados pelo mercado. “Isso foi fundamental para que eu conseguisse um emprego em uma empresa da área, no Pólo Petrolífero de Camaçari”, conta ao provar a necessidade da constante qualificação profissional.

Mestrado na UFS

Uma opção para quem deseja seguir pelo mestrado e não quer se aventurar pelos Estados do Brasil afora é participar dos programas da UFS. Hoje, a universidade conta com 18 cursos dessa modalidade de pós-graduação espalhados por todas as áreas de conhecimento. Somente no último edital, foram abertas 380 vagas.

A UFS possui 495 alunos de mestrado registrados atualmente. Um número que, de acordo com o coordenador de Pós-Graduação, prof. Arie Fitzgerald Blank, tende a se expandir pelos próximos anos. “A nossa expectativa é que sejam criados muitos outros cursos em curto prazo, o que fomentará a pesquisa na instituição, contribuirá também para o mercado de trabalho e atrairá cada vez mais estudantes”, afirma.
Para a criação dos novos cursos, a única universidade pública de Sergipe precisa investir, além da infra-estrutura, no corpo docente. Relatórios da Capes fechados em 2007 apontam Sergipe como um dos Estados com menos professores lecionando na pós-graduação, estando à frente apenas de Roraima, Rondônia, Piauí, Amapá, Acre e Tocantins. Clique aqui e confira a tabela.
Por Allan Nascimento

06 dezembro, 2008

Escolas iniciam atividades contra Aids

Estudantes de cinco escolas estaduais se reuniram na quadra esportiva do Colégio Nossa escola,em Aracaju, no dia 21 de novembro, para participar do Programa Geração sem Aids. O evento faz parte da programação alusiva ao 1º de dezembro, Dia mundial de luta contra a AIDS e consiste em abordar, de maneira lúdica, o tema da prevenção às DST/HIV/Aids, utilizando uma linguagem juvenil para a construção de um espaço de diálogo entre adolescentes, professores e profissionais de saúde sobre a sexualidade humana e os demais temas relacionados à adolescência como a família, a violência e o uso de drogas.

O programa teve duração de aproximadamente 5 horas, animado por banda de música voltada para o público estudantil das diversas escolas integrantes do Programa “Saúde e Prevenção na Escola – SPE”, desenvolvido há mais de cinco anos em ampla parceria entre as secretarias de Saúde e Educação das três esferas de poder, a Sociedade SEMEAR e o Instituto Recriando.

Quem comandou a apresentação do evento foi o ator Pierre Feitosa, declamando a poesia de Gonzaguinha “o que é o que é?” na abertura. O evento foi dividido em dois blocos de entrevistas. O primeiro bloco consistiu nos temas: participação juvenil, drogas, saúde e prevenção nas escolas, em que foram entrevistados: Márcia Cavalcante, coordenadora do Programa Nacional Saúde e Prevenção nas escolas (SPE), a estudante Taluana Santana, protagonista juvenil do SPE de Aracaju e André Calazans, membro do Programa Redução de Danos. O segundo bloco trazia o tema: Vivendo com Aids e foram entrevistados o Dr. Sérgio Agnaldo, infectologista do Serviço de Atendimento Especializado (SAE), e Guedes Daniel, soropositivo.

“Gostamos muito de vir até aqui para tirarmos algumas dúvidas, é um espaço diferente e é realmente necessário para o nosso crescimento e aprendizagem.” , disse Taluana Santana quando questionada sobre o programa. “Foi realmente uma tarde muito proveitosa e enriquecedora” avaliou Almir Santana, responsável pelo programa estadual de combate à doença.
Por Janaína de Oliveira

05 dezembro, 2008

UFS, um mercado rentável entre estudantes


Quem disse que estudar não dá lucros imediatos? A UFS não é só uma instituição de ensino, e hoje dispõe de uma rede de comércio informal que vem atraindo vários interessados em garantir uma renda extra entre os universitários, durante as horas de intervalo.

È cada vez mais notável o crescimento das atividades comerciais com vários produtos, desde cosméticos até bombons de chocolate e biscoitinhos; uma variedade de itens que tem a universidade como um campo que demanda pelo comércio.

Geralmente um aluno que leva seu produto para vender em sala de aula, entre os amigos e quando esse produto é bem aceito pelo público é que se intensificam as vendas. A divulgação dos produtos entre os discentes é feita a base do marketing viral: um avisa o outro, que por sua vez avisa a outros colegas e por aí se monta uma rede de divulgação de venda.

Gersinês Kelly Santos, aluna do quarto período de Radialismo, mais conhecida por Kelly, vende - balas, chicletes, chocolates, entre outros - na universidade há cerca de um ano, escolheu os produtos pela facilidade de manuseio e porque são coisas baratas.
Ela garante que é um negócio rentável: “Precisava de dinheiro para tirar cópia das apostilas que os professores pedem. Como não gosto muito de ficar pedindo a todo tempo dinheiro a minha mãe, resolvi me virar da forma que dava e só pedia quando realmente não tinha como pagar com o meu dinheiro”, explica a estudante sobre o motivo que a levou a iniciar as vendas na universidade. Idas a congressos, inscrições em seminários e passagens de ônibus para a ida à UFS também são custeados pelo lucro que obtém.

“A comercialização de produtos no campus, sob um prisma legal, está subordinada às nuances da lei como, por exemplo, um trâmite licitatório que credencia os interessados ao comercio. Entretanto, sabemos da existência de vendas sem tais autorizações, algumas delas inseridas e simbolizadas no cotidiano da universidade, como por exemplo o simpático “rapaz do doce”. Quem nunca o viu caminhando pela UFS? Porém, não compete ao DCE viabilizar a fiscalização sobre essas vendas, tampouco, estipular quem está ou não habilitado a comercializar na universidade, outros órgãos da universidade e do governo têm essa incumbência”, explica Thiago Dhatt, Secretário Geral do DCE, sobre o controle das atividades do comércio informal na UFS.

O mais importante nessas atividades é que vários estudantes adquirem uma renda extra que ajuda a manter os estudos na universidade e garante uma aproximação entre os colegas/clientes.
Por Rodolfo Menezes

04 dezembro, 2008

1ª Olimpíada integra estudantes da UFS

Com encerramento previsto para 6 de dezembro,sexta-feira, DCE comemora o sucesso do evento com alunos e prepara as equipes para torneios nacionais.

Com o tema “Avançando, Crescendo e Integrando”, a primeira edição das Olimpíadas UFS é organizada pelo Grupo Sport, formado por estudantes dos três cursos de Educação Física, e pelo Diretório Central dos Estudantes (DCE). O evento é o primeiro na comunidade universitária com dez modalidades no qual alunos de todos os cursos de graduação puderam montar suas equipes e praticar os mais diversos esportes. Entre as modalidades estão: atletismo, basquete, corrida rústica, futsal, futebol, handebol, judô, natação, vôlei de quadra, vôlei de praia e xadrez, com equipes masculinas e femininas. A atualização do quadro de medalhas e informações sobre o andamento das competições podem ser vistas no site do evento.

Com aproximadamente 2.500 inscrições, bem acima das 1.100 previstas, o evento esportivo serve de integração entre os participantes, além da diversão e do entretenimento. “A competição entre os estudantes é sadia e o esporte tem esse poder de ligar vários alunos dos mais diversos cursos, independente de classe social, religião ou etnia”, declarou Natan Alves, presidente do DCE.

Grupos dos campus periféricos da UFS também se envolveram no espírito esportivo. Onze equipes foram trazidas de Itabaiana para jogar nos mais diversos espaços de competição, como nas instalações dos colégios estaduais João Alves, Médici, Acrísio Cruz e Marco Maciel, e outros, como também no (espaço) da própria universidade. “A Olimpíada UFS é um diferencial, já que é o primeiro evento universitário esportivo com esse número de modalidades. A arbitragem, por exemplo, é das federações de cada esporte específico. Os alunos se interessaram bastante pelos jogos”, reforça Natan.

Para a estudante de fonoaudiologia, Elaine de Andrade, participante da modalidade futsal, o evento é interessante para todos universitários, já que possibilita atividade extra classe e diverte ao mesmo tempo. “Descontração do estresse do dia-a-dia e mobilização dos alunos para jogar e montar torcidas são processos da olimpíada que vão deixar saudades e expectativa para o próximo evento”, afirma a participante.
E provavelmente esses desejos serão atendidos. De acordo com Natan, próximas edições podem ser esperadas.

As modalidades futebol, futsal e vôlei de praia foram as mais procuradas e a participação masculina ainda predomina. Para o DCE, a olimpíada tem sua importância também pelo fato de melhorar as equipes para participarem dos Jogos Universitários Brasileiros, os JUB´s. “A UFS tem pequena participação no âmbito dos jogos universitários nacionais e essa olimpíada prepara e fortalece nossas equipes”, afirma Natan.

Premiação

As equipes campeãs receberão premiação em dinheiro, no valor de R$ 400,00 (na modalidade futebol), além de troféus e medalhas. A entrega dos prêmios será numa data posterior, ainda não divulgada pelo DCE, que contará com uma confraternização final dos jogos.

O encerramento oficial estava previsto para o dia 30 de novembro. Mas, de acordo com informações no site das olimpíadas UFS, a data foi adiada para o dia 6 de dezembro, em consequência de feriados, ENADE, concursos, simpósios, palestras e eleições, assim prorrogando o final do evento esportivo.

Por Lorene Vieira