19 julho, 2007

Sistema de bilhetagem eletrônica chega a Aracaju

Desde o dia 18 de junho, usuários do transporte público começaram a entrar em contato com o sistema de bilhetagem eletrônica que está em processo de implantação na grande Aracaju. A fase de teste do sistema teve início com a instalação da validadora, aparelho responsável pela administração dos cartões eletrônicos que irão substituir o uso de vales-transporte, passes-escolares e até mesmo de dinheiro nos transportes coletivos.

“Minha surpresa foi grande ao ver o aparelhinho no ônibus. Fiquei intrigado e questionei o cobrador sobre para qual finalidade ele se destinava”, comentou o usuário Geraldo Luis dos Santos. Assim como Santos, ainda são muitas as pessoas que desconhecem a implantação do sistema. Por isso, o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Aracaju (Setransp) e a Prefeitura, têm feito um trabalho de divulgação e esclarecimento junto à comunidade sobre o novo sistema.

Representantes do Setransp permaneceram durante duas semanas no Shopping Jardins para esclarecer dúvidas e explicar às pessoas todos os detalhes da bilhetagem eletrônica. Para a funcionária do Setransp, Danilella da Gama, a experiência foi bastante positiva. “Algumas pessoas já conheciam o sistema de outros estados, contudo ainda há muitos que desconhecem e que passam pelo nosso stand sem qualquer curiosidade”, comenta a funcionária.

Paralelamente a essas atividades, foram distribuídas cartilhas explicativas e afixados cartazes nos terminais de integração e nos ônibus. Entretanto, ainda há dúvidas mesmo entre os funcionários do transporte público. Segundo o cobrador Marcos Aurélio Soares, a bilhetagem eletrônica ainda gera confusão. E, apesar de ter participado de palestras e demonstrações, o cobrador considera que o treinamento foi insuficiente.

Implantação do sistema

O lançamento do projeto, no dia 13 de junho, foi marcado pela assinatura de um decreto do prefeito de Aracaju, Edvaldo Nogueira (PCdoB), que, entre outras disposições, proíbe que as empresas de transporte demitam cobradores. Para o prefeito, o sistema trará mais agilidade, conforto e segurança aos passageiros, motoristas e cobradores. Na ocasião, Nogueira também anunciou o projeto de instalação de aparelhos do Sistema de Posicionamento Global (GPS), que permitirá que os ônibus sejam monitorados pelos agentes da Superintendência Municipal de Transporte e Trânsito (SMTT).

Os investimentos em equipamentos estão orçados em R$ 6 milhões e os custos de sua implantação ficarão a cargo das empresas de ônibus. O sistema de bilhetagem será operado pela Setransp e a SMTT ficará responsável pela fiscalização.

Com a implantação da bilhetagem eletrônica, Aracaju será uma das muitas cidades brasileiras que utilizam o sistema, a exemplo da cidade de São José do Rio Preto, localizada no estado de São Paulo. Para José Orlando dos Anjos, morador da cidade, a experiência tem sido positiva. “Sinto que o sistema melhorou em 90% o transporte público. Faz tempo que não ouço falar em assaltos nos ônibus. Além disso, o sistema também impediu o comércio paralelo de venda de passes e vales”, avalia dos Anjos.

Distribuição dos “Cartões”

O sistema de bilhetagem eletrônica funcionará com sete diferentes tipos de cartões [ver gráfico abaixo]. Segundo a Assessoria de Comunicação da Setransp, a distribuição desses cartões será feita de forma gradativa. Assim que o sistema for totalmente implantado, a Setransp divulgará as informações para o recebimento dos cartões. Estima-se que até o final do mês de julho os cartões funcionais já tenham sido entregues aos funcionários do transporte público. Logo em seguida, a partir do dia 13 agosto, será a vez de os estudantes receberem os cartões escolares. Os demais cartões serão distribuídos até o final do ano.

O procedimento nos ônibus será simples. O usuário deverá posicionar seu cartão em frente à máquina validadora, localizada ao lado da catraca, e aguardar a liberação da passagem pelo cobrador.

Tipos de cartões do sistema de bilheteria eletrônica



Meia–passagem para estudantes

Outra mudança no sistema de transporte público de Aracaju diz respeito à utilização da meia-passagem aos domingos e feriados pelos estudantes. A novidade passa a vigorar a partir de 11 de agosto, quando é comemorado o Dia do Estudante, mediante a utilização do cartão escolar.

O presidente do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da UFS, Mike Lopes, acha a medida positiva, mas vê a novidade com certa desconfiança. E apesar de reconhecer a existência de um avanço, na opinião dele, a utilização do sistema ainda não está tão clara, uma vez que há muitas outras vantagens que os estudantes necessitam.

Por Tais Olivia
tasluas@gmail.com

Fotografia: Tais Olivia/Blog do Contexto

Para mais informações, acesse:
Setransp

13 julho, 2007

Le Parkour: atividade física que estimula a liberdade de movimentos e a auto-superação


À primeira vista, parece tratar-se de um grupo de jovens em fuga. Mas ao olharmos com mais atenção e ao observarmos suas fisionomias e a naturalidade com que se movem o primeiro estranhamento se esvai e percebemos que estamos diante de uma atividade esportiva pouco convencional. O estranhamento e a surpresa são reações comuns entre os desavisados que se deparam pela primeira vez com praticantes do Le Parkour, uma atividade física criada recentemente e que começa a ganhar espaço no mundo dos esportes radicais.

Também chamado de "art du déplacement" (em português, arte do deslocamento) ou simplesmente de parkour (abreviado como PK), o le parkour é uma modalidade na qual o praticante define um percurso e tem o objetivo de vencer os obstáculos à sua frente. O percurso delimitado é conhecido como “Run” e para “vencê-lo” é necessário utilizar ao máximo a desenvoltura do corpo humano, muitas vezes ultrapassando limites pessoais. Os adeptos são chamados de traceurs (no feminino, traceuse), palavra derivada do verbo francês "tracer" e que significa "indo rápido".

Conforme a descrição presente no site da Associação Brasileira de Parkour (ABPK), a atividade “consiste em uma pessoa correndo de alguém ou algo, sem que nenhum obstáculo possa pará-la. Além de passar os obstáculos, ela deve executar os movimentos da forma mais natural possível, usando-os como se fosse parte do seu corpo”. Daí a primeira impressão de fuga ser a mais comum.

Particularidades

Para iniciar nessa atividade, além da vontade e disposição para aprender, basta ao interessado calçar um tênis, vestir roupas leves e procurar orientações com alguém que já treine. Uma recomendação importante dos veteranos diz respeito a ter um bom preparo físico, já que o corpo acaba sendo bastante exigido nos treinamentos.

Para o vice-presidente e fundador da ABPK, Alberto Brandão, 22 anos, o diferencial do parkour em relação aos esportes mais difundidos está na liberdade que o praticante tem de treinar quando quiser, na hora que quiser e com a roupa que tiver. Segundo ele, o foco da modalidade está direcionado para o desenvolvimento pessoal, para a facilidade de sua prática (em qualquer lugar) e para o baixo custo, uma vez que não exige equipamentos específicos.

Característica ainda mais peculiar ao parkour é que a atividade não estimula competições. “Os obstáculos a serem vencidos residem dentro de cada traceur”, destaca o praticante Eduardo Rodrigo Oliveira Rocha, 21 anos, aluno do curso de Letras Inglês da Universidade Federal de Sergipe (UFS), revelando o lado filosófico do PK. De acordo com os traceurs, o atleta compete apenas contra si mesmo, pois é dessa forma ele aprenderá a interagir com o ambiente e a tornar-se livre.

Devido ao grau de dificuldade e ao perigo apresentado por alguns dos movimentos propostos pela atividade, é inevitável que alguns praticantes tenham o receio de sofrer acidentes que ocasionem lesões ou ferimentos. A recomendação nesse sentido é para que o praticante tenha consciência de seus limites e busque adquirir confiança no corpo e na mente antes de executar determinadas manobras. O parkour tem por objetivo o “controle corporal”. Por isso a ocorrência de lesões ou acidentes é um indicativo de que algo está errado, ressalta Rocha.


Origem

Estima-se que o Parkour tenha surgido na década de 1980, na França, baseado em um treinamento militar desenvolvido pelos franceses que atuaram na Guerra do Vietnam. O treinamento é conhecido como “parcours du combattant” ou, em português, “percurso de obstáculo”. O francês David Belle, reconhecido mundialmente como o criador da atividade, inspirou-se nas técnicas ensinadas por seu pai, o ex-combatente no Vietnam Raymond Belle. A partir daí ele dedicou sua vida a aprimorar a nova arte física e a torná-la conhecida.

A princípio Belle difundiu sua idéia entre amigos e conhecidos. Em seguida, pouco a pouco, ele conseguiu reunir um grande número de adeptos e com isso, atraiu a mídia. Belle então atingiu seu objetivo de difundir a modalidade ao aparecer em diversas reportagens. Mais recentemente, o criador do Le Parkour produziu e protagonizou o filme de ação B13 – 13º Distrito, onde ele aparece em várias cenas executando movimentos do le parkour. A película teve repercussão mundial e se tornou mais uma frente significativa de propagação do parkour.

Parkour no Brasil

Segundo Alberto Brandão, vice-presidente e fundador da ABPK, não há uma pessoa ou grupo que possa ser reconhecido como o primeiro a ter trazido o parkour para o Brasil. “Foram várias pessoas de várias cidades que começaram a praticar na mesma época” afirma Brandão, que é administrador de redes e pratica o esporte há três anos e meio. O que se sabe é que a história da modalidade no Brasil teve início por volta de fevereiro de 2004.

Parkour em Sergipe

No estado de Sergipe, o parkour é praticado desde o começo de 2006. O esporte vem numa crescente sobretudo em Aracaju, onde, de acordo com os traceurs locais, mais de 300 pessoas aderiram à modalidade. Os treinos não têm um lugar fixo, o mais comum é eles serem acertados por meio de diálogos ou postagens na comunidade “Le Parkour Aracaju”, no Orkut.

Por Hádam Lima

Fotografia: Saut de Detente. ABPK.


Para mais informações, acesse:

Associação Brasileira de Parkour

Comunidade no Orkut Le Parkour Brasil

Comunidade no Orkut Le Parkour Aracaju

05 julho, 2007

Estudantes e Reitoria mantêm diálogo sobre a paralisação


Frente às dificuldades de continuação das aulas por conta da greve dos servidores e devido a insatisfações com o Plano de Expansão da UFS, proposto há três anos e que vem sendo executado desde 2005, os estudantes do campus de São Cristóvão realizaram, no dia 13 de junho, uma assembléia em que a maioria dos estudantes presentes, cerca de 1700, votou a favor da paralisação estudantil.

Com o intuito de apontar suas justificativas para a paralização e a posição dos estudantes em relação ao Plano de Expansão da UFS, a Frente de Paralisação enviou uma carta-proposta ao reitor Josué Modesto dos Passos Subrinho no dia 20 de junho. E no dia 22 de junho divulgou-se a carta-resposta formulada pelo reitor.

O diálogo entre estudantes e Reitoria não cessou após as comunicações escritas. Segundo Thiago Menezes Santana, estudante de Direito e membro da Frente de Paralisação, a carta escrita pelo reitor não contém respostas a alguns pontos importantes presentes na carta-proposta dos estudantes. Por isso, após a divulgação da carta-resposta, já ocorreram e estão previstos diálogos e reuniões presenciais a fim de se chegar a um consenso. Santana afirma que estão previstas manifestações dentro e fora do campus de São Cristóvão.

Já o universitário Thiago Leite Batista reconhece o contexto político em que a paralisação está inserida, mas discorda da forma como foi deferida. “A paralisação se deu com apenas duas plenárias e apenas 1200 votos a favor. A forma como fazem as manifestações demonstram certa despolitização e uma centralização das discussões por parte dos integrantes do DCE”, contesta Batista.

O estudante Plínio Barboza Cunha, que cursa o 3º período de Licenciatura em Física, acha a paralisação uma utopia. “O reitor não atenderá nem metade das exigências e muita gente parou por causa das festas juninas”. Ele acha que realmente seria bom o cumprimento das propostas, porém não acredita que isso ocorrerá.


Carta-proposta dos estudantes

Na carta enviada pela Frente de Paralisação, intitulada Carta-proposta das Pautas Reivindicadas pela Frente, os estudantes, que fazem parte do movimento, explicam os motivos da paralisação e seus intuitos. No documento, também estão agrupadas as pautas da paralisação, sistematizadas em Pautas Locais e Pautas Nacionais.

Entre as Pautas Locais, encontram-se problemas e propostas apontados pela Frente sobre setores da UFS. Hospital Universitário (HU), Assistência Estudantil, Reforma e Expansão, Pesquisa e Extensão compõem o eixo das Pautas Locais.

Entre as críticas, está a transformação do HU em Fundação Estatal de Direito Privado. No âmbito da Assistência Estudantil, a carta afirma que as Bolsas de Trabalho para estudantes residentes não contribuem para a formação acadêmica. O documento apresenta ainda críticas e propostas de soluções em relação ao acervo da Biblioteca Central (Bicen), ao Programa de Residência, ao Restaurante Universitário (Resun), às taxas cobradas por alguns serviços, ao número insuficiente de ônibus para os campi da UFS e à falta de postos de saúde no campus de São Cristóvão.

Sobre a Reforma e Expansão da UFS, a carta detalha os problemas enfrentados por estudantes dos campi dos municípios de Laranjeiras e Itabaiana. Além disso, o texto traz críticas ao modelo da Universidade Aberta por não estimular o tripé básico da universidade: Ensino, Pesquisa e Extensão. Propõe ainda outras reformas no patrimônio físico da instituição, além das executadas nas didáticas.

Quanto à Pesquisa e Extensão, os estudantes reclamam da falta de transparência na distribuição de Bolsas de Iniciação Científica, Extensão, Estágio e Monitoria. Para tornar mais clara a escolha de projetos e bolsistas, a Frente de Paralisação sugere a criação de Conselhos com a participação paritária dos estudantes.

Já no tocante às Pautas Nacionais, a principal crítica gerada pela Frente de Paralisação refere-se à percentagem do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro destinada à educação, que é 4%. Fração estagnada, segundo a carta. Para a Frente, é necessário que haja um aumento no financiamento da educação para 10% do PIB.

Carta-resposta do reitor

“Não estou lastreado apenas em opinião pessoal, mas em um programa legitimado pela maioria da comunidade acadêmica, repito, nos três segmentos da nossa comunidade”. Tais palavras estão contidas na carta-resposta do reitor Josué Modesto dos Passos Subrinho intitulada Resposta aos Questionamentos dos Estudantes. No início da carta o reitor detalha seu histórico acadêmico mostrando aos estudantes que ele próprio já fez parte de movimentos em prol dos direitos estudantis. A seguir, ele responde às considerações da carta proposta.

Em resposta às Pautas Locais, Subrinho enumera 18 inovações feitas no Hospital Universitário durante sua gestão, e ainda expõe a oposição da administração a qualquer forma de financiamento que implique a venda de serviços assistenciais. Quanto à Bicen, demonstra os investimentos alocados na ampliação do acervo. E, sobre a proposta de criação de um Conselho para Bolsas de Extensão e Estágio, salienta que “a participação dos estudantes nas atividades de extensão é consolidada pela prática do diálogo com os segmentos envolvidos nas ações de extensão”.

Para as críticas e sugestões a respeito da Assistência Estudantil, o reitor explica que há espaço para diálogo com os órgãos representantes. Sobre este assunto, ele demonstra a importância que sua gestão tem dado à inclusão social, inclusive mostrando o resultado positivo da Bolsa de Trabalho e do Programa de Residência. Quanto ao Resun, Subrinho informa que sua ampliação já vem sendo discutida com as representações dos estudantes, docentes e técnicos administrativos desde o final de 2006 e que o projeto resultante dessas discussões já foi encaminhado para abertura de licitação. Ainda sobre esse tópico, o reitor divulga a participação dos professores e estudantes do curso de Engenharia de Alimentos na orientação e elaboração de trabalhos de final de curso sobre o RESUN e da possibilidade deste atuar, futuramente, como um campo de atuação para os estudantes do curso de Nutrição.

Sobre o campus de Laranjeiras, Josué Subrinho salienta que é conhecedor dos problemas e que está viabilizando as soluções. O reitor informa que as bolsas de extensão solicitadas pela Frente de Paralisação já fazem parte da realidade do campus, pois são distribuídas entre os campi da UFS. Quanto ao campus de Itabaiana, a carta traz um relato sobre suas atuais condições de infra-estrutura e atividades de ensino, pesquisa e extensão entre as quais salienta-se a configuração de um corpo docente efetivo de 30 professores composto, em sua maioria, por doutores e a autorização para a realização de concurso para a contratação de mais 30 professores.

No que diz respeito às críticas feitas pela Frente de Paralisação ao Programa Universidade Aberta (UAB), Subrinho explica o que é o programa e como está ocorrendo sua implementação. Ele acrescenta que este é um projeto e, por isso, ainda passível de aprimoramentos. Para isso, ele esclarece ser essencial as discussões com a comunidade acadêmica no sentido de aprimorá-lo, ao tempo que salienta o comprometimento dos atores envolvidos na implantação da UAB em resolver eventuais falhas do projeto e em disponibilizar aos sergipanos serviços com qualidade compatível aos ofertados pelos cursos do campus de São Cristóvão.

Quanto à falta de transparência sobre os critérios de seleção de projetos e de bolsistas de Iniciação Científica (PIBIC), criticada pelos estudantes, o reitor reitera que o edital de seleção é bastante claro e que o mesmo segue rigorosamente as normas do CNPq.

Sobre as Pautas Nacionais, Subrinho apóia a preocupação dos estudantes da UFS quanto ao financiamento da educação e aos recursos destinados ao custeio da universidade. Mas reitera que estas questões transcendem o âmbito das responsabilidades específicas da Universidade Federal de Sergipe, recomendando, por isso, prudência na vinculação da paralisação a essas questões, até para que não haja comprometimento de outros aspectos da qualidade de ensino, tão prezada no documento citado e em outras manifestações do movimento estudantil.


Por Adrine Cabral
adrine.cabral@gmail.com

Fotografia: Taís Olivia/Blog do Contexto

Para mais informações, acesse:

Carta-proposta das Pautas Reivindicadas pela Frente de Paralisação

Carta-resposta do reitor Josué Modesto dos Passos Subrinho

Plano de Expansão da UFS

03 julho, 2007

Projeto pretende modernizar Aeroporto Santa Maria

Gestores da Empresa de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero), em conjunto com o Governo Federal, Estadual e Municipal, discutem um projeto de reformas que visam modernizar o aeroporto de Aracaju. Em pauta, estão sendo discutidas desde melhorias na estrutura física do local até sua possível internacionalização. O início dos trabalhos depende de aprovação na presidência da Infraero, que pretende lançar processo licitatório em breve.

Quinta-feira, dia 21 de junho, os passageiros de um vôo com origem em São Paulo desembarcavam na capital sergipana, às 2h30 da madrugada. Chovia forte em Aracaju e nem os guarda-chuvas evitaram que algumas pessoas se molhassem. A turismóloga Gláucia José Mota Santos diz que já passou por um constrangimento semelhante. “Seria bom que houvesse aquelas passarelas. Você sai direto do avião e ainda se protege”, diz Santos.

As passarelas às quais a turismóloga se refere são as ‘pontes’, estruturas que fazem a ligação dos portões de embarque e desembarque com as entradas das aeronaves. O projeto da Infraero prevê a instalação de duas delas no Aeroporto Santa Maria. Trata-se de uma comodidade já presente em vários terminais aeroportuários do Brasil.

Reformas

Para a implantação das ‘pontes’, serão necessárias algumas mudanças na logística do aeroporto. Nesse contexto, e com a modernização do terminal, o setor de embarque será deslocado para a parte superior do prédio. Segundo dados do Tribunal de contas da união (TCU), serão gastos em torno de R$ 600 mil em cada uma das pontes.

Outras mudanças também estão previstas no projeto de modernização, como a climatização total e mudança da fachada exterior. “Atualmente, apenas os terminais de embarque e desembarque são climatizados, além da parte onde fica o mirante e a praça de alimentação. Pretendemos fazer de todo o aeroporto de Aracaju um ambiente aconchegante e agradável” explica o coordenador de Comunicação Social da Infraero em Sergipe, Keldo Gabriel Campos.

Concebido para ser um terminal internacional, o aeroporto Santa Maria não recebe vôos estrangeiros. Apenas a empresa argentina Pluna chegou a operar por um certo tempo. “Contratamos uma empresa de consultoria e eles estão estudando as potencialidades da nossa pista, que tem 2200 metros. Em cerca de 60 dias saberemos quais aeronaves poderão desembarcar aqui. Aí então o aeroporto será internacional de fato”, comenta Campos.

Abrangência

Além de melhorias no que concerne à comodidade, o projeto de modernização do aeroporto Santa Maria pretende repercutir na economia e turismo local. Quanto ao impacto econômico, o secretario de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia do Estado (Sedetec), Jorge Santana, vê com otimismo a internacionalização do terminal.

Conforme Santana, “O maior impacto econômico deverá ocorrer a partir do momento em que o aeroporto puder receber vôos internacionais sem escalas, condição indispensável para a implantação de empreendimentos turísticos voltados para estrangeiros”.

O secretário ainda informa que Governo do Estado está demandando ampliação e reforço no pavimento do pátio e pista do aeroporto. “Dessa forma, será permitido pousos e decolagens de aeronaves operando vôos transcontinentais”, pontua Jorge Santana.

Segundo José Roberto Andrade, secretário adjunto de Turismo do Estado (Setur), “as reformas do aeroporto são necessárias para este novo padrão de demanda. É importante destacar que estamos no meio de dois pólos do turismo – Bahia e Pernambuco – e a reforma do aeroporto, com a internacionalização, é ponto favorável para que o mundo conheça Sergipe”.

Aeroporto Santa Maria



Por Allan Nascimento

Fotografia: Maquete do Aeroporto Santa Maria
Vídeo: Allan Nascimento/Blog do Contexto