12 outubro, 2007

Hospital Universitário torna-se centro de referência em tratamento para fumantes em Sergipe

A mídia, bem como instituições governamentais e ONGs, tem intensificado a divulgação dos males provenientes do tabaco. Porém, informar que o cigarro possui mais de 4.700 substâncias tóxicas, dentre elas a nicotina e o alcatrão, não é suficiente para estimular um fumante ativo a abandonar o vício.

“É mais difícil para o fumante vencer a dependência psicológica do que a dependência química, uma vez que aquela envolve sentimentos e conflitos internos, que para serem resolvidos dependem muitas vezes não só do paciente, mas também de pessoas que o cercam”, explica a enfermeira Andréia Aragão. Segundo a assistente social Wlívia Kolming, muitas vezes os fumantes encaram o cigarro como um suporte emocional, um companheiro. “Eles têm a consciência dos malefícios do tabaco, mas existe a dependência psicológica, emocional”, relata Kolming.

Andréia Aragão e Wlívia Kolming atuam no Programa de Abordagem e Tratamento ao Fumante do Hospital Universitário (HU) de Sergipe, que ainda conta com a participação de um médico pneumologista, uma psicóloga e um farmacêutico. O Programa existe nacionalmente e seu formato é proveniente do Ministério da Saúde. Em Sergipe, ele funciona desde outubro de 2006 e foi implantado com o incentivo da Secretaria de Estado da Saúde (SES), após a capacitação dos profissionais pelo Instituto do Câncer (INCA).

Tratamento diferenciado

O ponto forte do tratamento são as sessões de grupo, onde os fumantes trocam experiências, exprimem suas angústias e dificuldades. Além das sessões, cujo objetivo é fazer o fumante superar a dependência psicológica, o Programa oferece reuniões informativas e educativas. Outro aspecto importante é que a utilização de medicamentos não é prioritária. Segundo Wlívia Kolming, os remédios são aplicados apenas naqueles pacientes que não conseguem abandonar o vício com a participação nas sessões.

A nutricionista Maria Valdenice tentou parar de fumar várias vezes, mas sempre recaia no vício. Hoje, ela é uma ex-fumante. Valdenice relata que o grupo e a equipe de apoio fizeram o diferencial para alcançar a vitória de largar o vício. “No grupo, um apóia o outro, um se espelha no outro. Existe a equipe diretiva a qual a gente não quer desapontar, porque tem todo um esforço dos profissionais em nos dar instrumentos para abandonar o cigarro. Eles torcem por nós e compete à gente corresponder a eles”, afirma.

É preciso querer

De acordo com Andréia Aragão coordenadora do Programa, os fumantes que procuram o tratamento já tiveram ou têm algum problema de saúde, que se não é causado pelo cigarro, pode ser agravado por ele. “Temos também pacientes que procuram o serviço por causa do apelo dos familiares que temem que o fumante adquira patologias condicionadas pelo hábito de fumar”, completa.

Wlívia Kolming acrescenta que o receio de ser um exemplo negativo em casa também estimula o fumante a procurar tratamento. Porém, esses motivos não são suficientes para que o fumante seja aceito pelo Programa. O critério básico para isso é demonstrar interesse próprio em querer parar de fumar.

Tanto Maria Valdenice, quanto Iracema Andrade e Dginan Rodrigues preencheram o critério básico e foram incorporadas ao grupo de tratamento. Elas foram unânimes ao relatar que não apenas os problemas de saúde as conduziram ao Programa, mas também as rejeições e as privações que sofriam por serem fumantes. A paciente Iracema Andrade, que tem evoluído no tratamento, conta que era taxada de “Madame Nicotina” pelos familiares. “Tenho um sobrinho que sempre perguntava: hoje você está cheirosa ou está fedendo a cigarro? E isso me incomodava, mas tomei vergonha e acho que chegou a minha hora de acabar com isso”, desabafa Andrade.

Da mesma forma, a paciente Dginan Rodrigues diz ter sido mais rejeitada pela própria família. “E eu sempre falava para eles: não me incomodem, deixem que quando chegar o tempo certo eu largarei o cigarro porque não sou pior do que os outros”. Rodrigues ainda relata que os problemas familiares influem muito no ato de fumar.


A dor da abstinência X Vantagens da conquista

Superar rejeições, privações e conflitos familiares, tudo causado pelo cigarro, foi o desejo dessas três mulheres. Mas durante o percurso até a vitória, os pacientes podem estar sujeitos a recaídas. Iracema Andrade, que está no tratamento há quatro meses, conta que havia dias em que fumava uma carteira de cigarro de uma só vez, o que a fazia chorar tanto por estar quebrando o seu objetivo quanto pelos problemas pessoais que a fizeram recorrer ao tabaco. “Me senti uma nulidade quando quebrei meu comprometimento de não fumar mais”, diz Andrade.

De acordo com Andréia Aragão, o paciente em tratamento pode ter recaídas por conta de problemas na família, no trabalho, pela falta de apoio e outras fontes de stress que o instigam a buscar o “amigo fiel”: o cigarro. A enfermeira ressalta que nas duas primeiras semanas de abandono do vício, os sintomas típicos da abstinência são: fissura – desejo intenso de fumar –, tremores, nervosismo, irritabilidade, dores de cabeça e insônia. “Tais sintomas podem ocorrer ou não, e podem variar de intensidade de paciente para paciente”, esclarece.

Cientes desses momentos de reincidência, já na primeira sessão a equipe de profissionais procura oferecer subsídios para que o paciente drible essa vontade. “A fissura dura em média cinco minutos. Se o paciente consegue passar esse tempo sem fumar, dizemos a ele que provavelmente conseguirá permanecer sem o cigarro”, diz Andréia Aragão. Para tanto, a equipe oferece algumas dicas de como ultrapassar esses cinco minutos: consumir alimentos com baixas calorias; beber bastante água; descascar laranja; mascar gengibre, canela; praticar atividade física ou qualquer outra atividade prazerosa que distraia a vontade de fumar.

“Chupar gelo e balinha sem açúcar era ótimo, comer cenoura também era ótimo!”, comenta Maria Valdenice, para quem todo o esforço valeu a pena: “Hoje eu me sinto em liberdade, tudo está mais tranqüilo porque antes não conseguia assistir a um filme no cinema, não conseguia permanecer dentro de um supermercado, pois sempre tinha que sair dos ambientes para fumar”, diz satisfeita a ex-fumante.

A vida social de Maria Valdenice, bem como a dos seus companheiros de grupo, tem melhorado após procurarem o apoio do Programa de Abordagem e Tratamento ao Fumante do HU. “Ao parar de fumar, os pacientes se aproximam mais das pessoas, pois agora não têm vergonha do cheiro de cigarro que antes exalava pelos poros e que estava nos cabelos, no hálito. Não precisam mais se ausentar dos locais para fumar, com isto, tornam-se também mais produtivos no ambiente de trabalho, além de se sentirem mais dispostos para fazer atividades físicas e, assim, melhorar a aparência. Enfim, eles mencionam uma infinidade de benefícios”, ressalta a coordenadora do Programa.

Por Tiale Acrux

Fotografia: Arquivo – ASN (Agência Sergipe de Notícias)

2 comentários:

Anônimo disse...

hola,
acá nos perguntamos:? Cuál la razion que Hugo Chavez y Evo Morales fazen y dizen lo que quer con brazil y brasileños ainda baten las palmas para el ditadores.
Evo Morales tomou na forcia petrobras de brasileños y su presidiente aceitou muy calado y ainda diz que fue justo.
Hugo Chavez faz una propaganda muy ruin en mundo de proalcool brasileño y su presidiente ainda bate palmas para el ditador Hugo Chavez con sorizo.
perdón nosa indescricion, más es muy dificil de entender porque brasileños tien tanto miedo de Hugo Chavez y Evo Morales.
la verdad es que si continuar asin Hugo Chavez y Morales conseguindo tudo de brazil na força y con mucha facilidad, con cierteza su provincia de ACRE será también tomado na força y con cierteza su presidiente y brasileños van más una vez ficar caladitos y ainda bateren las palmas para el ditadores .
perdón la sinceridad y portuñol.
más acá es motivo de destaque y mucho comentario que presideinte de brazil es Nino d erecado de : Fidel, Chavez y Morales.
Esteban Crustille
Córdoba

Anônimo disse...

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