02 fevereiro, 2009

“A UFS não vai parar de crescer”

Desde o dia 16 de dezembro, a Pró-Reitoria de Graduação (Prograd) conta com um novo pró-reitor: o professor Sandro Holanda, que ocupava o cargo de diretor do campus de Itabaiana desde o seu surgimento. No discurso de posse, Holanda afirmou ter como compromisso, à frente da Prograd, "avançar na idéia de uma pró-reitoria que atenda ao ritmo de expansão da UFS e na busca pelo melhor atendimento às necessidades da comunidade acadêmica".
Diante do novo período que se aproxima e da nova forma que toma a universidade, o Contexto Online conversou com o novo pró-reitor para saber o que esperar da UFS em 2009 e nos próximos anos.

Contexto Online - Sua gestão na Prograd começou há pouco mais de um mês. Quais são as propostas para os próximos anos, visto que este é um órgão que mexe diretamente com a vida dos acadêmicos?

Sandro Holanda – A Prograd é o coração da universidade. Nos últimos anos estamos presenciando um momento importante de crescimento da UFS e nós precisamos acompanhar esse ritmo. A idéia é integrar os estudantes a essa nova realidade. Nossa intenção é informatizar os processos que envolvam o aluno e a UFS dentro de todos os órgãos subordinados a nós, como o DAA (Departamento de Administração Acadêmica), a CCV (Coordenação de Concurso Vestibular), - que promove o vestibular, algo que vai exigir uma dinâmica diferente a partir das cotas -, e o Deape (Departamento de Apoio Didático-Pedagógico). Estamos renovando a equipe para dar um novo ritmo aos trabalhos.

CO – Dia 2 de março começa o período 2009/1 e a UFS recebe mais 4.455 novos estudantes. Como a instituição está se preparando para isto?

SH – A universidade vem se preparando para isso há algum tempo. Tanto para os novos cursos, quanto para a ampliação de vagas dos existentes. Todas as obras, incluam-se aí reforma e construção de didáticas, reforma dos prédios que abrigam os departamentos, construção de novos espaços, modernização dos laboratórios, ampliação do corpo docente – com mais de 300 vagas... Enfim, toda a melhoria na estrutura já existente, aliada às novas construções, tem a intenção de suprir todas as necessidades existentes. É uma situação antecedente e que vai continuar, pois a UFS não vai parar de crescer.

CO – O número de alunos cresceu expressivamente nos últimos dois anos, principalmente pela abertura dos novos cursos. Quais são os próximos passos no sentido de expandir o acesso à universidade?

SH – Nesse aspecto a novidade deste ano é o campus de Lagarto, mas nós continuaremos com ações no sentido de consolidar esses novos cursos. O vestibular para os cursos de Lagarto – que oferecerão 700 vagas em sete opções de cursos – ocorre já em 2010. É a ampliação da interiorização da UFS. Vale lembrar que em março estaremos entregando o Quarteirão dos Trapiches aos estudantes de Laranjeiras. O prédio já está em fase de acabamento. Não vão faltar novidades para consolidar os cursos novos e os já existentes.

CO – O plano de Ações Afirmativas foi aprovado recentemente, após um longo período de discussões e polêmicas. Como a universidade está se preparando para lidar com essa realidade? Seria possível dizer que haverá uma mudança drástica na universidade?

SH – Não haverá uma mudança tão extraordinária. As pessoas verão que não é nenhuma celeuma. Alguns cursos aqui já têm uma percentagem expressiva de estudantes vindos de escola pública. É importante esclarecer que as cotas têm cunho social e não racial. Serão 50% das vagas voltadas a vestibulandos que tenham cursado sete anos em escola pública – três no ensino médio e quatro no fundamental – e dentro desse número, 70% das vagas irão para aqueles que se auto-declararem negros, pardos ou índios. Outra cota que poucos estão falando é a que destina uma vaga em todos os cursos para pessoas com necessidades especiais. Para estes haverá uma junta médica que avaliará cada caso. Em todos os campi, incluindo o de Lagarto, as cotas estarão disponíveis. Está na hora de fazermos justiça. As pessoas precisam ter oportunidades iguais no acesso à educação superior. A universidade tem a obrigação de se preparar, até porque isso já é fato e não apenas um projeto.

CO – O senhor citou o campus de Lagarto como um próximo passo para a expansão e interiorização da UFS. Como anda a estruturação do campus?

SH – O projeto é resultado de uma parceria entre a UFS e o Governo do Estado. Há um compromisso firmado. Os recursos já estão garantidos. Tanto da parte do Estado, que construirá o hospital e da parte Federal, na construção das instalações. As coisas acontecerão aos poucos. A priori o campus ocupará um espaço temporário, como ocorre atualmente em Laranjeiras.

CO – Diante desses números que representam a situação de crescimento da UFS, chama a atenção o número de docentes que serão contratados. Essa cifra será suficiente?

SH – Com certeza essas vagas, quando supridas, atenderão a demanda existente. Vamos diminuir tremendamente a necessidade por professores substitutos. O melhor disso é que os cursos novos já estão virando departamento. E para que isso aconteça é necessária uma equipe de dez professores efetivos. Estamos dando um salto grande com o número de doutores, a UFS passará de uma instituição de porte pequeno para uma de porte médio. Isso trará grandes benefícios, principalmente no tocante ao volume de recursos, que tende a aumentar.


Por Diógenes de Souza

Um comentário:

Anônimo disse...

Esse estudantye de jornalismo tem futuro. Escreve já como profissional. Parabéns