À primeira vista, parece tratar-se de um grupo de jovens em fuga. Mas ao olharmos com mais atenção e ao observarmos suas fisionomias e a naturalidade com que se movem o primeiro estranhamento se esvai e percebemos que estamos diante de uma atividade esportiva pouco convencional. O estranhamento e a surpresa são reações comuns entre os desavisados que se deparam pela primeira vez com praticantes do Le Parkour, uma atividade física criada recentemente e que começa a ganhar espaço no mundo dos esportes radicais.
Também chamado de "art du déplacement" (em português, arte do deslocamento) ou simplesmente de parkour (abreviado como PK), o le parkour é uma modalidade na qual o praticante define um percurso e tem o objetivo de vencer os obstáculos à sua frente. O percurso delimitado é conhecido como “Run” e para “vencê-lo” é necessário utilizar ao máximo a desenvoltura do corpo humano, muitas vezes ultrapassando limites pessoais. Os adeptos são chamados de traceurs (no feminino, traceuse), palavra derivada do verbo francês "tracer" e que significa "indo rápido".
Conforme a descrição presente no site da Associação Brasileira de Parkour (ABPK), a atividade “consiste em uma pessoa correndo de alguém ou algo, sem que nenhum obstáculo possa pará-la. Além de passar os obstáculos, ela deve executar os movimentos da forma mais natural possível, usando-os como se fosse parte do seu corpo”. Daí a primeira impressão de fuga ser a mais comum.
Particularidades
Para iniciar nessa atividade, além da vontade e disposição para aprender, basta ao interessado calçar um tênis, vestir roupas leves e procurar orientações com alguém que já treine. Uma recomendação importante dos veteranos diz respeito a ter um bom preparo físico, já que o corpo acaba sendo bastante exigido nos treinamentos.
Para o vice-presidente e fundador da ABPK, Alberto Brandão, 22 anos, o diferencial do parkour em relação aos esportes mais difundidos está na liberdade que o praticante tem de treinar quando quiser, na hora que quiser e com a roupa que tiver. Segundo ele, o foco da modalidade está direcionado para o desenvolvimento pessoal, para a facilidade de sua prática (em qualquer lugar) e para o baixo custo, uma vez que não exige equipamentos específicos.
Para o vice-presidente e fundador da ABPK, Alberto Brandão, 22 anos, o diferencial do parkour em relação aos esportes mais difundidos está na liberdade que o praticante tem de treinar quando quiser, na hora que quiser e com a roupa que tiver. Segundo ele, o foco da modalidade está direcionado para o desenvolvimento pessoal, para a facilidade de sua prática (em qualquer lugar) e para o baixo custo, uma vez que não exige equipamentos específicos.
Característica ainda mais peculiar ao parkour é que a atividade não estimula competições. “Os obstáculos a serem vencidos residem dentro de cada traceur”, destaca o praticante Eduardo Rodrigo Oliveira Rocha, 21 anos, aluno do curso de Letras Inglês da Universidade Federal de Sergipe (UFS), revelando o lado filosófico do PK. De acordo com os traceurs, o atleta compete apenas contra si mesmo, pois é dessa forma ele aprenderá a interagir com o ambiente e a tornar-se livre.
Devido ao grau de dificuldade e ao perigo apresentado por alguns dos movimentos propostos pela atividade, é inevitável que alguns praticantes tenham o receio de sofrer acidentes que ocasionem lesões ou ferimentos. A recomendação nesse sentido é para que o praticante tenha consciência de seus limites e busque adquirir confiança no corpo e na mente antes de executar determinadas manobras. O parkour tem por objetivo o “controle corporal”. Por isso a ocorrência de lesões ou acidentes é um indicativo de que algo está errado, ressalta Rocha.
Origem
Estima-se que o Parkour tenha surgido na década de 1980, na França, baseado em um treinamento militar desenvolvido pelos franceses que atuaram na Guerra do Vietnam. O treinamento é conhecido como “parcours du combattant” ou, em português, “percurso de obstáculo”. O francês David Belle, reconhecido mundialmente como o criador da atividade, inspirou-se nas técnicas ensinadas por seu pai, o ex-combatente no Vietnam Raymond Belle. A partir daí ele dedicou sua vida a aprimorar a nova arte física e a torná-la conhecida.
A princípio Belle difundiu sua idéia entre amigos e conhecidos. Em seguida, pouco a pouco, ele conseguiu reunir um grande número de adeptos e com isso, atraiu a mídia. Belle então atingiu seu objetivo de difundir a modalidade ao aparecer em diversas reportagens. Mais recentemente, o criador do Le Parkour produziu e protagonizou o filme de ação B13 – 13º Distrito, onde ele aparece em várias cenas executando movimentos do le parkour. A película teve repercussão mundial e se tornou mais uma frente significativa de propagação do parkour.
Parkour no Brasil
Segundo Alberto Brandão, vice-presidente e fundador da ABPK, não há uma pessoa ou grupo que possa ser reconhecido como o primeiro a ter trazido o parkour para o Brasil. “Foram várias pessoas de várias cidades que começaram a praticar na mesma época” afirma Brandão, que é administrador de redes e pratica o esporte há três anos e meio. O que se sabe é que a história da modalidade no Brasil teve início por volta de fevereiro de 2004.
Parkour em Sergipe
No estado de Sergipe, o parkour é praticado desde o começo de 2006. O esporte vem numa crescente sobretudo em Aracaju, onde, de acordo com os traceurs locais, mais de 300 pessoas aderiram à modalidade. Os treinos não têm um lugar fixo, o mais comum é eles serem acertados por meio de diálogos ou postagens na comunidade “Le Parkour Aracaju”, no Orkut.
Por Hádam Lima
Fotografia: Saut de Detente. ABPK.
Para mais informações, acesse:
Associação Brasileira de Parkour
Comunidade no Orkut Le Parkour Brasil
Comunidade no Orkut Le Parkour Aracaju
2 comentários:
Eu sei de um grupo de pessoas que praticam parkour. Eles vão sempre ao comer em ums restaurantes em itu após do treinamento.
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