27 outubro, 2006

Cai o número de votos inválidos no 1º turno




O resultado das eleições gerais do dia 1º de outubro de 2006 confirmou uma tendência dos últimos três processos eleitorais brasileiros: a diminuição do número de votos inválidos para a Presidência da República. Segundo dados do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), em 1994, o percentual de votos inválidos chegava a 18,77% do total de apurados, e nas últimas eleições este número caiu para 8,41%, uma redução de 55,19%.

O percentual de votos inválidos são obtidos através da soma dos votos em branco e nulos. Para o cientista político Ernesto Seidl, da Universidade Federal de Sergipe, são vários os motivos que levam alguém a invalidar o seu voto. “Pode ser que a pessoa não se interesse por política, ou então anula o voto porque não vê naquele momento nenhum candidato que a satisfaça”, afirma.

Outro motivo alegado por quem anula o voto é a vontade de protestar, segundo Ernesto Seidl. Nesta linha de raciocínio está Ricardo Abreu, 19, estudante. Ele diz que anulou seus votos para “lavar as mãos”, já que não acha correto os sistemas eleitoral e estatal brasileiros.

No entanto, há quem pense diferente. É o caso de Díjna Torres, 20, estudante, que afirma ter tentado acompanhar a trajetória política dos candidatos para fazer uma escolha mais consciente. “Se eu anular meu voto, não vou estar ajudando em nada o meu país”, avalia.

Urnas eletrônicas

Uma das causas apontadas para explicar a diminuição do número de votos inválidos é a implantação do sistema eletrônico de votação. A secretária judiciária do Tribunal Regional Eleitoral de Sergipe (TRE/SE), Maria Conceição de Vasconcelos, afirma não haver estudos específicos sobre o assunto, mas diz que o atual sistema de apuração permite uma segurança maior. Quando a votação era feita em cédulas, havia muita interpretação sobre a preferência do eleitor, diz a secretária.


Por Carlos Eduardo Lordelo

carloslordelo@yahoo.com.br


Para mais informações, acesse:

Tribunal Superior Eleitoral

Tribunal Regional Eleitoral

Nenhum comentário: