03 setembro, 2006

Novo fôlego para o Movimento Estudantil da UFS

No dia 09 de agosto, foi eleito o novo grupo que representará o DCE-UFS (Diretório Central dos Estudantes da Universidade Federal de Sergipe). A chapa “Amanhã Há de Ser Outro Dia” vai substituir a gestão “Mudança” e integrará o Consu (Conselho Universitário) e o CONEP (Conselho de Ensino e Pesquisa). A posse deve ser feita até o dia 09 de setembro

O grupo vencedor foi eleito com 1671 votos. Em segundo lugar ficou a chapa “Um Passo à Frente”, com 1106 votos, seguida pelo grupo “Não Vou Me Adaptar”, que alcançou 574.

O resultado das eleições surpreendeu a Secretária de Comunicação da chapa “Amanhã Há de Ser Outro Dia”, Priscila Viana. “Notamos uma aceitação muito grande dos estudantes com relação à nossa atuação política. Contudo, não esperávamos um resultado tão diferencial. Avaliamos isso, também, como o reflexo de uma rejeição à atuação política da última gestão”, declarou.

Os grupos que perderam nas urnas devem esperar a posição da nova gestão do DCE para decidirem pelo apoio ou oposição à mesma. “Vamos continuar atendendo à demanda dos estudantes. Enquanto grupo, vamos participar das atividades do DCE ou promover nossas próprias atividades”, propõe o atual Presidente do DCE Rossini Espínola.

Para o Secretário de Finanças da chapa “Não Vou me Adaptar”, Danilo Vilela, é importante manter uma relação de diálogo com a nova gestão, evitando a tomada precipitada de decisões. “Nada de declarar-se logo ‘de oposição’. Na medida em que as promessas de campanha sejam postas em prática ou não, iremos nos posicionar”, observou.

Universidade e política

Os três grupos que disputaram as eleições se identificam com algumas correntes políticas, segundo os próprios integrantes. A chapa vencedora possui militantes do PSOL e do PT. “Nosso grupo tem a pluralidade como uma de suas principais características. Há os filiados a partidos, os que atuam na Consulta Popular, em movimentos sociais - como o Movimento pelo Passe-Livre (MPL) - militantes que acabaram de ingressar na universidade e/ou no Movimento Estudantil, missionários católicos, entre outros”, esboça Priscila Viana.

Já a atual gestão do DCE, que deu origem ao grupo “Um Passo à Frente”, possui membros da União da Juventude Socialista (UJS) e do PT, embora a maioria não esteja ligada a nenhum grupo político. Já a chapa “Não Vou Me Adaptar” foi composta, sobretudo, por membros da Articulação de Esquerda Estudantil (ARTE).

Participação estudantil

O processo eleitoral para o DCE é curto e não é obrigatório votar. O principal problema apontado pelas chapas é a falta de mobilização estudantil antes e após as eleições. “Poucos estudantes participam dos fóruns do Movimento Estudantil, como Conselhos de Entidades de Base (CEB’s) e Assembléias. De acordo com Rossini Espínola, alguns grupos políticos acabam se aproveitando dessa falta de mobilização.

Apesar disso, Rossini afirmou que muitos estudantes participaram ativamente de alguns projetos como a Bienal da União Nacional dos Estudantes (UNE) e debates sobre a Reforma Universitária e o Plano de Expansão, dentre outros. Na área cultural, “a entidade estudantil se fez presente no Festival de Arte de São Cristóvão (FASC) e estimulou eventos quinzenais no Restaurante Universitário”. Além disso, encontra-se em fase de discussão a criação do Centro Universitário de Cultura e Arte (CUCA).

Para a secretária de Comunicação da chapa “Amanhã Há de Ser Outro Dia”, o DCE precisa de autonomia, sob o risco de não defender os interesses dos estudantes. “O DCE deve garantir o maior número possível de espaços democráticos de discussão e decisão, para ser uma entidade legitimamente representativa e reivindicatória”, defende. Entre as propostas da nova gestão, ela ressalta a organização do “1º Congresso de Estudantes da UFS” e discussões sobre temas como o passe livre e o transporte público. “Os estudantes, participando ativamente do debate, serão capazes de guiar as nossas diretrizes”, conclui.

Segundo o Secretário de Finanças da chapa “Não Vou Me Adaptar”, o Movimento Estudantil no Brasil todo passa por um momento de refluxo. “Esse estado de apatia é causado principalmente pelos DCE’s, mas também é culpa dos estudantes em geral e dos Centros Acadêmicos, cujos fóruns de debate contam com apoio muito baixo”, declarou.

Daniel Brandi


Para mais informações, acesse:

Blog “Amanhã Há de Ser Outro Dia”

Programa da chapa vencedora

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