03 setembro, 2006

“Olhar Brasil” promete desenvolver audiovisual em Sergipe

O projeto “Olhar Brasil” chega a Aracaju objetivando o incentivo às produções independentes e a qualificação dos profissionais do audiovisual no estado. “A maioria das produções está centrada nas cidades do Rio de Janeiro e São Paulo. A rede Olhar Brasil faz parte de uma série de programas do Ministério da Cultura que atuam para descentralizar o audiovisual”, explica Indira Amaral, comunicadora e líder do projeto em Sergipe.

Os cursos do núcleo terão duração de um ano, e consistem não só nas aulas práticas, como também na formação teórica e crítica sobre a linguagem e a história do audiovisual. O núcleo terá espaços como a DVD Teca, onde os alunos vão estudar cinema, assistir a filmes, e realizar fóruns de discussão.

O requisito mínimo para ingressar nos cursos é ter o segundo grau completo. O processo de inscrição ocorrerá em setembro e o início das aulas está previsto para a segunda quinzena de outubro.

Ensino do audiovisual em Sergipe

A implementação do curso de Rádio/Tv da Universidade Federal de Sergipe (UFS) em 1993 marcou o início do ensino de audiovisual no estado. O curso tem uma grade curricular que abarca desde teorias da comunicação até a produção de curtas, animações, documentários e obras de videoarte.

Segundo Jean Fábio, professor do curso de Rádio/Tv da UFS, o ensino de audiovisual no estado encontra muitas dificuldades. “Há uma carência de recursos e de estruturas de apoio, como salas de vídeo, acervo bibliográfico, e faltam equipamentos para a produção, como câmeras, ilhas de edição, computadores, programas especializados”, diz.

Naraísa Santos, estudante de Rádio/TV da instituição, ressalta que apesar das limitações, sobretudo técnicas, enfrentadas pelo curso, ele contribui para o audiovisual em Sergipe. “Alguns professores incentivam os estudantes a produzirem através de trabalhos”, relata a estudante.

De acordo com Cristiano Leal, professor de Comunicação Social da UFS, o curso de Rádio/TV ajudou a fomentar uma cultura cinematográfica em Aracaju. “Muitas pessoas com interesse por cinema ingressam no curso”, observa.

Produção audiovisual sergipana

“Há pessoas que têm curiosidade em manusear uma câmera. Mas o estado nunca teve produção cinematográfica porque fazer filme é algo trabalhoso, muito caro e não há estrutura técnica nem aqui e nem sequer nos estados vizinhos”, afirma o jornalista e crítico de cinema Ivan Valença. “É muito difícil ter uma produção audiovisual em Sergipe por questões financeiras”, confirma Deyse Rocha, coordenadora da Casa Curta-SE.

Segundo Indira Amaral, a produção audiovisual sergipana está em ascensão, mas ainda é incipiente. “O projeto Olhar Brasil fará com que o audiovisual sergipano construa um olhar estético próprio”, garante a comunicadora.


Links relacionados:

http://www.infonet.com.br/cultural/ler.asp?id=49696&titulo=cultural

http://www.rnufs.ufs.br/rede/radio/news0010.asp

Ieda Tourinho

ieda_ufs@yahoo.com.br

2 comentários:

Anônimo disse...

Sergipe conta com relativa produção audio-visual. Prova disso é que pouco mais de uma dezena de vídeos sergipanos foram inscritos no último Curta-SE. o que não temos é profissionalismo (desde o sentido de prática ao de "manha" para lidar com potenciais patrocinadores), algo que o "Olhar Brasil" parece que vai corrigir.

Anônimo disse...

Estou muito empolgado com esse novo projeto de apoio ao audiovisual em sergipe, porem, baseado no criterio de inscricao e informacoes sobre o projeto, pude observar que o projeto esta mais voltado para criancas e adolescentes carentes que tenham interesse em participar de um curso desses, nao priorizando os futuros profissionais na area.