30 janeiro, 2008

A Febre 'amarelou' em Sergipe

De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde de Aracaju, Sergipe não é área endêmica e por isso, não há necessidade de vacinação para quem mora no estado e não se deslocará para as áreas de risco. A capital sergipana dispõe de lotes com doses da vacina, mas só está sendo aplicada em pessoas que apresentam comprovante (passagem) ou declaração de que viajarão para as áreas de perigo de contaminação: regiões Norte e Centro-Oeste do país, além dos estados de Minas Gerais e Maranhão.

Segundo a coordenadora da vigilância epidemiológica, Tânia Santos, de 3 a 22 de janeiro deste ano, quando todas as Unidades de Saúde da Família de Aracaju tinham a vacina, mais de 7.500 doses foram aplicadas. Isso apesar deo SUS ter enviado apenas 10 mil doses, metade do que foi solicitado pela SMS. Para otimizar a imunização dos de fato sujeitos à febre amarela, a vacinação foi concentrada nas USF Dona Sinhazinha (Grageru) e Maria do Céu (Centro). A dose preventiva é contra-indicada a gestantes, crianças menores de seis meses, indivíduos alérgicos a ovo ou com debilidade imunológica (como portadores do HIV).

Mortes

Até o último dia 24, já foram registrados 40 casos suspeitos, sendo 19 confirmados, com ocorrência de 10 mortes. Todas com provável infecção em Goiás. Os números relativos apenas ao primeiro mês de 2008 já são maiores que os de 2004 e 2005 juntos. Mas quando comparados com os de anos anteriores, percebe-se que os índices atuais de infecções e mortes não são tão anormais. Em 2003, foram 64 infectados, com 23 fatalidades. Em 2001, 41 casos e 22 mortes. Em 2000, foram 85 contaminados e 40 mortos por conta da doença, segundo dados divulgados pelo Ministério da Saúde.

O Governo Federal financia o Plano de Intensificação das Ações de Prevenção e Controle da febre amarela desde 2001. Um dos pilares do plano é a vigilância de epizootias (mortes de animais silvestres) que geralmente antecedem às infecções em humanos. Outro pilar importante é a vacinação - melhor forma de combate à doença -, já que não existe um tratamento específico contra o vírus. A meta é vacinar 100% das áreas endêmicas, de transição e de risco potencial, nos postos e, de casa em casa, na zona rural.



Forma urbana

Até o momento, não foi detectado nenhum caso da doença na forma urbana, erradicada desde a época da ditadura de Getúlio Vargas (1942). Segundo a Secretaria de Saúde de Aracaju, para que ocorresse um surto urbano, seria necessária uma infestação de 40% do Aedes aegypti, ou seja, de cada 10 casas, quatro estarem com o mosquito. Segundo o órgão, nenhuma cidade brasileira tem esse índice.



Por Zeca Oliveira

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