18 dezembro, 2008

Lan House: uma forma de melhorar de vida

As lan houses têm mudado a cara do país, principalmente nas áreas periféricas das grandes cidades. Funcionam, atualmente, como estabelecimentos comerciais onde as pessoas podem pagar para utilizar um computador com acesso à internet e a uma rede local, com o principal fim de acesso à informação rápida e entretenimento através de jogos.

No país, existem mais de 90 mil lan houses. Metade da população se conecta a partir de uma loja dessas. Segundo pesquisas, 49% dos acessos à internet originam-se desses locais. Nas regiões Norte e Nordeste, o percentual chega aos 70% dos acessos. Muitas pessoas as usam para fazer trabalhos escolares ou acadêmicos e como meio para buscar conhecimento.

Como meio para busca de conhecimento, através do uso da internet, o administrador Fábio Britto utilizava tais espaços para otimizar seu trabalho quando a internet em residências era utensílio raro. “Utilizei bastante as lan houses e antes delas, os cyber cafés. Vejo esses espaços como meio de inclusão digital e conhecimento do mundo virtual. Além dos ambientes serem agradáveis e propícios para as relações sociais”, relata Fábio.

Fruto de criatividade e empreendedorismo, a construção de uma lan house tem mudado a vida de seus proprietários. Geralmente acopladas à casa de quem administra, as lan houses apresentam-se em ambientes estilizados, muitas vezes estruturados nas garagens de residências, com iluminação e decoração diferenciadas.

Pensando em melhorar de vida, o estudante Thiago Rocha, de 23 anos decidiu montar uma lan house e conseguir uma renda para cobrir seus gastos. Há cerca de dez meses, pensou em instalá-la na garagem de sua casa, localizada numa região periférica de Aracaju.

O estudante recebeu apoio dos pais, que o ajudaram a comprar cinco microcomputadores, uma multifuncional, internet banda larga e estilizar o ambiente com arte grafite. Feito tudo isso, era hora de nomear o espaço, ao qual foi dado o nome de TP Style com as iniciais do seu nome.

“Como estava desempregado, analisei a criação de uma lan house como fonte de renda. Não encontrava solução para conseguir dinheiro e me ocupar. Foi daí que veio a idéia de ter uma lan house. Meus pais me apoiaram e estou mantendo-a. Nos primeiros seis meses, embora pensasse ser o período mais difícil, não foi. Esse foi o período mais rentável”.

E continua: “Passados os seis meses, tive que inovar. Comecei a fazer manutenção de computador, tirar xerox e apresentar novos jogos para manter a clientela. Alguns momentos foram oscilosos, mas tem dado tudo certo. Estou gostando”, descreve Thiago sobre sua experiência.

Partindo dessa experiência de Thiago, em disponibilizar outros serviços além do acesso á Internet, é que as lan houses tornam-se casas comerciais com múltiplos serviços digitais com recarga de cartucho, manutenção de computadores, xerox e até lanchonete, à semelhança dos cyber cafés – local onde podia funcionar também como bar ou lanchonete, mas oferecendo a seus clientes acesso à internet, mediante o pagamento de uma taxa.

É uma tendência atual que vem se firmando comumente nas cidades, demonstrando a força desses estabelecimentos como comércio.

Outra característica das lan houses é servir como espaços para encontro de jovens, intencionados em fazer amizades, interagir e paquerar. Com as ferramentas atuais da Comunicação, como msn, orkut e bate-papo, a utilização desses espaços para semelhantes fins tem sido mais intensa e confirma tais ambientes como um reflexo social.

De acordo com a estudante Kilza Rodrigues, de 16 anos, as lan houses vieram para revolucionar a Comunicação. Nelas, a estudante diz ficar atualizada sobre os assuntos referentes a seus vizinhos e colegas.

“Adoro freqüentar a lan house próxima a minha casa. Lá encontro meus vizinhos, até os meninos deixam muitas vezes de jogar bola para ir à lan. Fico sabendo de tudo que tem acontecido, das paqueras, quem ficou com quem e, claro, das fofocas”, revela a estudante com entusiasmo.

Por isso, as lan houses afirmam seu poder por servirem para a inclusão digital, dando acesso à internet para pessoas de baixa renda, e confirmam com singularidade suas inclinações: fonte de renda para quem administra e ponto de encontro para jovens.

Por Jeimy Remir

2 comentários:

Anônimo disse...

Algumas correções devem ser feitas:
No nono parágrafo: o acentro grave (acesso à internet) e no aposto especificativo (cyber cafés - locais onde podiam funcionar), é só pluralizar.
E outra questão: por que não colocou minha foto?

Anônimo disse...

Outra correção no quinto parágrafo: o estudante Thiago Rocha, de 23 anos,...
Lembrar de colocar a vírgula após a idade da fonte.