14 dezembro, 2008

O que é que o NUPEG tem? (Parte 3)

Saiba mais sobre cada laboratório


É possível que seu navegador não suporte a exibição desta imagem.Os estudos desenvolvidos no Núcleo de Petróleo e Gás de Sergipe serão vinculados a sete laboratórios especializados em campos considerados relevantes para o projeto. Cada um deles estará sob a responsabilidade de um gestor – um professor da UFS que coordenará as pesquisas e recursos de cada área. “O que cada laboratório vai fazer depende dos projetos de pesquisa e desenvolvimento dentro de sua área de especialização que forem aprovados”, informou Rodrigo Rosa, coordenador do NUPEG.

Laboratório de Automação, Controle e Simulação – LACS

Responsável: Prof. Dr. Leocarlos Lima

Investimento: R$ 3.931.764,80

Função: Automatizar um processo industrial significa deixar tudo quanto for possível a cargo do maquinário, guardando a ação humana apenas para alguns pontos de controle. “Quanto maior for o nível de automatização e controle de um sistema de extração de petróleo, melhor vai ser para a empresa – quanto menor a interação humana, menor o risco de acidentes, por exemplo”, explicou o professor Leocarlos Lima. A parte de simulação do laboratório serve para testar modelos computacionalmente. “O laboratório de simulação deve atender demandas das mais diversas áreas”, acrescenta Lima. “Você pode ter, por exemplo, um professor do departamento de matemática que desenvolveu um modelo para determinado fenômeno, como a fabricação de algum derivado – ele vai precisar testar isso”. O LACS já abriga um projeto de automação e controle de processos petrolíferos para o NUEX em funcionamento.

Outros detalhes: Esse laboratório, na verdade, se divide em dois. A primeira sala, de automação e controle, vai ter mais de 100m² e um investimento de cerca de dois milhões de reais em equipamentos. A segunda, de simulação, é uma pequena administração que abrigará um cluster – espécie de sistema computacional de alto desempenho – de mais de meio milhão de reais. Esse processador vai ser disponibilizado para todo o prédio do NUPEG através de uma rede de alta taxa de transmissão.


Laboratório de Corrosão e Nanotecnologia – LCNT

Responsável: Prof. Dr. Marcelo Macedo

Investimento: R$ 5.404.210,26

Função: Nanotecnologia, grosso modo, é tecnologia feita em escala nanométrica, ou seja, na escala do bilionésimo de um metro. Com esse procedimento, materiais podem ser incorporados para a proteção de tubulações de hastes metálicas contra a corrosão, por exemplo, o que aumenta a vida útil dos aparelhos e vem muito a calhar para a indústria do petróleo. O tema, entretanto, não vai ser examinado somente em pesquisas sobre processos corrosivos. “Nós vamos estudar como a nanotecnologia pode ser aplicada na indústria de petróleo e gás de um modo geral”, esclareceu o professor Macedo.

Outros detalhes: Já estão sendo trabalhados dois projetos de pesquisa – um que estuda os processos corrosivos e incrustações em tubulações e outro a respeito de nanobiocidas, para se tentar agir nas bactérias produtoras de gás sulfídrico, corrosivo recorrente em equipamentos de produção petrolífera.

Laboratório de Caracterização e Processamento de Petróleo – LCPP

Responsável: Prof. Dr. Narendra Narain

Investimento: R$ 2.712.350,16

Função: Segundo o professor Narendra Narain, “a finalidade desse laboratório é analisar de todas as formas o petróleo ou derivados para todas as suas características – características físicas, fisíco-químicas, químicas – e obter produtos variados com características funcionais”. Ou seja: “dissecar” amostras de petróleo para saber quais as suas finalidades mais adequadas. A função primária do LCPP é atender à demanda da UN-SEAL, mas quando tudo se estruturar é provável que sejam abertos convênios com outras empresas.

Outros detalhes: O LCPP será composto de cinco laboratórios e uma unidade de destilação. Narain destaca o Laboratório de Análises Cromatográficas, que vai isolar, identificar e quantificar componentes químicos voláteis das amostras.


Laboratório de Caracterização e Processamento de Biocombustíveis – LCPB

Responsável: Prof. Dr. Gabriel Francisco da Silva

Investimento: R$ 1.973.568,95

Função: “O objetivo do laboratório é pesquisar e prestar serviços na parte de processamento, armazenamento e caracterização de biocombustíveis”, informou Gabriel da Silva. Como é fácil perceber, o LCPB é como um LCPP para biocombustíveis – não à toa, este laboratório também é subdividido em cinco menores. “Os equipamentos e as ações são realmente similares”, disse o professor da Silva.

Outros detalhes: Está em fase de aprovação um projeto do LCPB que desenvolverá uma cadeia de biodiesel em Sergipe. Mobilizando nada menos do que 13 milhões e meio de reais, o plano abarca 21 subprojetos e pretende cuidar de todo o processo que envolve a produção de biodiesel, da etapa agrícola à logística de transporte do material acabado. Algumas das principais pesquisas estariam voltadas ao aproveitamento de co-produtos do processamento de biodiesel, ou seja, trata-se de dar finalidade ao que “sobra” quando se produz o combustível renovável.


Laboratório de Modelagem e Ciências Geológicas – LMCG

Responsável: Prof. Dr. Alceu Pedrotti

Investimento: R$ 5.534.038,89

Função: O objetivo do laboratório é desenvolver projetos de pesquisa da área temática de Geologia aplicada a petróleo, principalmente para atender a demanda da UN-SEAL, além de capacitar recursos humanos e executar serviços de modelagem geológica com foco na bacia petrolífera de Sergipe-Alagoas. Basicamente, o LMCG vai estudar o material geológico de um local para daí elaborar informações úteis à indústria do petróleo – a estrutura rochosa de uma área pode indicar a presença de petróleo, por exemplo.

Outros detalhes: “A diferença do laboratório de geologia para os demais é que ele está começando do zero em termos de materiais e equipamentos, de estrutura física, infra-estrutura”, disse o professor Alceu Pedrotti. Daí a necessidade de se construir ainda um galpão de testemunhos geológicos, por exemplo – laboratório deve impulsionar o crescimento do ainda recente Núcleo de Geologia da UFS. “A gente quer captar especialistas – doutores, pós-doutores – formados em outros locais que sejam altamente especialistas nas áreas de geologia do petróleo e fixá-los aqui para que eles desenvolvam pesquisa, contribuam com o ensino, além de desenvolver tecnologias para a Petrobras”, ponderou Pedrotti.



Laboratório de Tecnologia de Cimentação de Poços – LTCP

Responsável: Prof. Dr. Mário Ernesto Valério

Investimento: R$ 4.093.990,87

Função: “Trata-se de um laboratório destinado para a parte de caracterização de diversos tipos de materiais sólidos que são utilizados nos poços de petróleo”, informou Mário Valério. O poço e o campo de petróleo têm tempo de “vida” e, como “seres vivos”, eles passam por diversas etapas. Quando o poço é antigo, por exemplo, é preciso aplicar técnicas especiais para recuperar o petróleo que fica incrustado na rocha. Além disso, a área de extração pode passar por transformações e danos devido a fatores como temperatura e pressão. O LTCP cuida, então, de fornecer dados para que a indústria saiba bem que tipo de material usar num determinado poço a depender da sua situação e de sua pretensão de uso. “O pessoal que trabalha na área precisa saber o que vai acontecer com o cimento usado caso se aumente um pouco a pressão, por exemplo”, explicou o professor.

Outros detalhes: A central de microscopia eletrônica do NUPEG vai ficar sob a responsabilidade desse laboratório – uma tarefa delicada. Atualmente, está sendo desenvolvido um projeto de cerâmica porosa para sistema de filtro, que permitiria, por exemplo, filtrar a água que vem junto com o óleo extraído quando um poço é furado.


Laboratório de Tecnologia e Monitoramento Ambiental – LTMA

Responsável: Prof. Dr. Carlos Alexandre Garcia

Investimento: R$ 3.271.637,48

Função: Minimizar o impacto ambiental das atividades industriais. “A idéia do a idéia do LTMA surgiu bem antes do NUPEG, pois nos foi solicitado pelo Cenpes a criação de um laboratório que pudesse dar suporte as análises do laboratório da sede da UN-SEAL”, disse o professor Garcia.

Outros detalhes: O LTMA abrigará quatro laboratórios: deTecnologia Ambiental, para combater impactos ambientais; de Química Orgânica; de Ecotoxicologia, para verificar a toxicidade em águas ligadas à exploração industrial; de Química Inorgânica. Além disso, haverá uma sala para recebimento de amostras e uma área para armazenamento de maquinário e equipamentos. Carlos Garcia destacou dois projetos do LTMA que foram aprovados. Um é sobre avaliação de turfas – composto vegetal de propriedade absorvente bastante útil na promoção de equilíbrio ambiental – em efluentes de água produzida em campos da Petrobras/SEAL. O segundo se trata de uma caracterização ambiental integrada da plataforma continental do Estado de Sergipe.


Por Ricardo Gomes

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