12 março, 2008

Liga estudantil supre carência da UFS

Com o crescimento das grandes cidades, a agressividade se tornou parte do cotidiano das pessoas e o trauma, uma das principais causas de hospitalização. Por isso, estudantes do curso de Medicina da Universidade Federal de Sergipe (UFS) criaram a Liga Acadêmica de Trauma de Sergipe (Liga-Se).


A Liga de Trauma é um projeto acadêmico especialmente direcionado para os estudantes do curso de Medicina da UFS, coordenada pelo médico Fábio Alves. A criação da Liga foi financiada pelos próprios alunos, sem o apoio da Universidade. Atualmente, no seu segundo ano de funcionamento, a Liga é auto-sustentável e administrada por uma diretoria composta somente de estudantes.

As aulas acontecem semanalmente no Hospital de Urgência de Sergipe (Huse), que cede o espaço e os equipamentos necessários para o trabalho dos “ligantes” - como são chamados os participantes. Além da exposição de aulas teóricas e práticas, a Liga de Trauma ainda promove seminários e campanhas de conscientização para a população.

Estudante do 3º período, Larissy Lima participa da Liga e aponta o projeto como uma ótima atividade extracurricular, que prepara o futuro profissional para atuar em uma área emergente da Medicina. “A traumatologia é uma necessidade básica apontada pela população”, afirma a ligante.

Grade curricular

A Liga preenche uma carência na grade curricular básica do curso de Medicina, pois não há nenhuma disciplina específica para o ensino da traumatologia. Conforme explica Larissy Lima, o trabalho da Liga é importante, mas a traumatologia precisa ser lecionada como uma disciplina regular do curso.

Marcela Leonardo, uma das diretoras da Liga, diz que já está sendo pensada a futura inserção de uma nova disciplina no currículo. “Há conteúdo e bibliografia suficientes para a inclusão, mas estamos construindo uma base sólida para o ensino curricular da traumatologia”, afirma a diretora. A expectativa é que a nova disciplina venha a ser ensinada dentro de quatro anos.

Entre outras reivindicações, estão a ausência de disciplinas que tratem de temas como oncologia e urgência geral, além do aumento do tempo de internato clínico de três para quatro períodos curriculares. Embora haja discussões entre o Centro Acadêmico e o Colegiado do curso de Medicina sobre a reforma da grade curricular, a última modificação data de 2002, segundo dados do Departamento de Apoio Didático Pedagógico (Deape / UFS).

Outros projetos

Além da Liga de Trauma, estudantes do curso de Medicina também realizam trabalhos na Liga de Hepatite do Núcleo de Assistência aos Portadores de Hepatites Virais de Sergipe, que identifica a doença em pacientes. Em conjunto com estudantes de Enfermagem e Serviço Social, também é desenvolvido o Desmancha Sergipe, um projeto de extensão que desenvolve um trabalho educativo junto à população sobre a hanseníase.

Por Fernando Pires
Foto: Hugo Lima

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