04 junho, 2008

Evento apresenta história do cangaço

Quem acha que o cangaço foi esquecido e que seus líderes perderam espaço para discussão social está redondamente enganado. A I Semana do Cangaço, que será realizada no Centro de Criatividade de Aracaju, vem com tudo para provar que Maria Bonita e Lampião continuam despertando a curiosidade do público sergipano.

O evento será realizado de 4 a 6 de junho e vai apresentar ao público diversos estudiosos sobre o assunto, como o poeta e dramaturgo, Ariano Suassuna, Maria do Rosário, escritora do livro “O Nordeste do Cangaço”, e Franklin Maxado, diretor da Casa do Sertão (UEFS/BA). Além dos escritores, o evento vai contar com a presença ilustre da filha única de Lampião e Maria Bonita, Expedita Ferreira.

Organizada pela OSCIP - Sociedade do Cangaço, a Semana vai comemorar a data de nascimento de Virgolino Ferreira da Silva, o Lampião. Com o tema “Encontre-se com a história”, o evento tem o objetivo de despertar o interesse do público pelo assunto. Segundo uma das organizadoras, Vera Ferreira, o Cangaço deve ser visto como “um forte movimento social que estabelece características da identidade cultural do Nordeste”.

Para que os valores culturais do movimento sejam reconhecidos pelo público, a Semana tende a discutir os acontecimentos que construíram a história do Cangaço e que ainda hoje fazem parte das experiências socioculturais do brasileiro.

Durante os três dias do evento, serão realizadas oficinas, mesas redondas, mostras de cinema, exposições e apresentações culturais. As inscrições estão sendo feitas no Centro de Criatividade de Aracaju e estarão abertas até esta quarta-feira, 4 de junho. Quem quiser solicitar a inscrição pela internet é só mandar um e-mail para lampiao.maria@gmail.com. Mais informações podem ser obtidas através do número 3179-1909 ou 3179-2925.

Um pouco de história

O Cangaço é considerado por estudiosos um fenômeno sociocultural entre o final do século XIX e o início do século XX. Os cangaceiros eram grupos de homens armados, que surgiram da insatisfação quanto às péssimas condições sociais da região nordestina, principalmente a concentração de terras dos latifúndios.

Eles não moravam em locais fixos, não seguiam as leis estabelecidas pelo governo e eram perseguidos pelos policiais por causa da violência com que agiam nas localidades por onde passavam. Usavam roupas e chapéus de couro para protegerem os corpos, durante as fugas, da vegetação cheia de espinhos da caatinga.

No dia 28 de julho de 1938, na localidade de Angicos, no estado de Sergipe, Lampião foi vítima de uma emboscada na qual foi morto junto com sua mulher, Maria Bonita, e mais nove cangaceiros de seu bando. Esta data veio marcar o final do cangaço.

Links relacionados:

http://semanadocangaco.blogspot.com/

Por Carla Santana

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