Diante do novo período que se aproxima e da nova forma que toma a universidade, o Contexto Online conversou com o novo pró-reitor para saber o que esperar da UFS em 2009 e nos próximos anos.
Contexto Online - Sua gestão na Prograd começou há pouco mais de um mês. Quais são as propostas para os próximos anos, visto que este é um órgão que mexe diretamente com a vida dos acadêmicos?
Sandro Holanda – A Prograd é o coração da universidade. Nos últimos anos estamos presenciando um momento importante de crescimento da UFS e nós precisamos acompanhar esse ritmo. A idéia é integrar os estudantes a essa nova realidade. Nossa intenção é informatizar os processos que envolvam o aluno e a UFS dentro de todos os órgãos subordinados a nós, como o DAA (Departamento de Administração Acadêmica), a CCV (Coordenação de Concurso Vestibular), - que promove o vestibular, algo que vai exigir uma dinâmica diferente a partir das cotas -, e o Deape (Departamento de Apoio Didático-Pedagógico). Estamos renovando a equipe para dar um novo ritmo aos trabalhos.
CO – Dia 2 de março começa o período 2009/1 e a UFS recebe mais 4.455 novos estudantes. Como a instituição está se preparando para isto?
SH – A universidade vem se preparando para isso há algum tempo. Tanto para os novos cursos, quanto para a ampliação de vagas dos existentes. Todas as obras, incluam-se aí reforma e construção de didáticas, reforma dos prédios que abrigam os departamentos, construção de novos espaços, modernização dos laboratórios, ampliação do corpo docente – com mais de 300 vagas... Enfim, toda a melhoria na estrutura já existente, aliada às novas construções, tem a intenção de suprir todas as necessidades existentes. É uma situação antecedente e que vai continuar, pois a UFS não vai parar de crescer.
SH – Nesse aspecto a novidade deste ano é o campus de Lagarto, mas nós continuaremos com ações no sentido de consolidar esses novos cursos. O vestibular para os cursos de Lagarto – que oferecerão 700 vagas em sete opções de cursos – ocorre já em 2010. É a ampliação da interiorização da UFS. Vale lembrar que em março estaremos entregando o Quarteirão dos Trapiches aos estudantes de Laranjeiras. O prédio já está em fase de acabamento. Não vão faltar novidades para consolidar os cursos novos e os já existentes.
CO – O plano de Ações Afirmativas foi aprovado recentemente, após um longo período de discussões e polêmicas. Como a universidade está se preparando para lidar com essa realidade? Seria possível dizer que haverá uma mudança drástica na universidade?
SH – Não haverá uma mudança tão extraordinária. As pessoas verão que não é nenhuma celeuma. Alguns cursos aqui já têm uma percentagem expressiva de estudantes vindos de escola pública. É importante esclarecer que as cotas têm cunho social e não racial. Serão 50% das vagas voltadas a vestibulandos que tenham cursado sete anos em escola pública – três no ensino médio e quatro no fundamental – e dentro desse número, 70% das vagas irão para aqueles que se auto-declararem negros, pardos ou índios. Outra cota que poucos estão falando é a que destina uma vaga em todos os cursos para pessoas com necessidades especiais. Para estes haverá uma junta médica que avaliará cada caso. Em todos os campi, incluindo o de Lagarto, as cotas estarão disponíveis. Está na hora de fazermos justiça. As pessoas precisam ter oportunidades iguais no acesso à educação superior. A universidade tem a obrigação de se preparar, até porque isso já é fato e não apenas um projeto.
CO – O senhor citou o campus de Lagarto como um próximo passo para a expansão e interiorização da UFS. Como anda a estruturação do campus?
SH – O projeto é resultado de uma parceria entre a UFS e o Governo do Estado. Há um compromisso firmado. Os recursos já estão garantidos. Tanto da parte do Estado, que construirá o hospital e da parte Federal, na construção das instalações. As coisas acontecerão aos poucos. A priori o campus ocupará um espaço temporário, como ocorre atualmente em Laranjeiras.
CO – Diante desses números que representam a situação de crescimento da UFS, chama a atenção o número de docentes que serão contratados. Essa cifra será suficiente?
SH – Com certeza essas vagas, quando supridas, atenderão a demanda existente. Vamos diminuir tremendamente a necessidade por professores substitutos. O melhor disso é que os cursos novos já estão virando departamento. E para que isso aconteça é necessária uma equipe de dez professores efetivos. Estamos dando um salto grande com o número de doutores, a UFS passará de uma instituição de porte pequeno para uma de porte médio. Isso trará grandes benefícios, principalmente no tocante ao volume de recursos, que tende a aumentar.
Por Diógenes de Souza


A placa antiga e descascada informando “Proibido tráfego de veículos”, pregada numa das várias passarelas que se bifurcam por entre os prédios acadêmicos da Universidade Federal de Sergipe, reflete uma situação de indiferença. Perante um impasse simples de ser resolvido, tanto a instituição como os motoristas se acomodaram: sob o aviso, várias motos enfileiram-se ao longo das vias de concreto destinadas aos pedestres.

