Um dos motivos pelos quais o Brasil Colônia não conseguiu a independência cultural e política de sua metrópole foi a ausência de universidades no país. Quase meio século após a criação da primeira universidade brasileira, foi inaugurada em nosso Estado a Universidade Federal de Sergipe (UFS), que comemora 40 anos nessa semana.
Até 1807, data representada historicamente pela transferência da sede da Monarquia Portuguesa para o Brasil, cursar o nível superior implicava passar uma temporada no ‘friozinho’ da Europa. E como ainda acontece nos tempos atuais, uma viagem como essa era financeiramente viável apenas à elite da nação. A historiadora Terezinha Oliva confirma que em Sergipe o quadro foi semelhante.
Percebe-se então que, antes do século XIX em Sergipe, grandes nomes reconhecidos nacionalmente, como Joel Silveira, Sílvio Romero e Tobias Barreto, fizeram cursos e faculdades superiores, nos grandes centros urbanos nacionais. Ressalta-se que ainda não havia um status de universidade, pois a primeira surgiu apenas em 1920. O perfil desses alunos então, era formado por pessoas oriundas de uma classe econômica alta, provenientes do interior, pois Aracaju, fundada em 1855, ainda não possuía status de referência, como cidades mais antigas, a exemplo de Itabaiana, Lagarto, Estância, entre outras.
A UFS surge após as transformações sócio-culturais e o boom econômico e industrial da década de 50. Nesse momento, há uma tomada de consciência por parte de diversos setores da sociedade, tendo como uma das representações desse espírito o Projeto de Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB).
Logo, em 1968, ano de criação da UFS, já estava definido pela LDB o papel da universidade: estimular o conhecimento dos problemas regionais e nacionais, prestar serviços à comunidade e estabelecer com a mesma uma relação de reciprocidade. É necessário, para isso, que os gestores e docentes conheçam seus alunos, oriundos da comunidade citada, identificando a origem e a realidade sócio-econômica em que vivem, tal como suas carências e perspectivas.
A extensão universitária, por exemplo, é mais uma forma de interação com a sociedade. Esta traz implicações importantes, na medida em que a instituição deixa de ser apenas o lócus privilegiado da construção do olhar de fora sobre as comunidades e torna-se também um lócus observado sobre o qual se projetam olhares de dentro e de fora do seu território.
Perfil estudantil hoje
De acordo com a entrevista concedida pelo reitor da UFS, Josué Modesto dos Passos Subrinho, para o Portal Infonet, o perfil dos estudantes da UFS mudou muito, se comparado ao das primeiras turmas do final da década de 60. Hoje, há mais pessoas de classes baixas, trabalhadores e cidadãos do interior do Estado, na universidade.
Uma análise mais profunda indica, porém, que voltamos às nossas origens. Os cursos mais concorridos e de reconhecido status, como Medicina, Direito, Enfermagem, são freqüentados em sua maioria por indivíduos que tiveram acesso a escolas de qualidade, atualmente representadas pelas instituições particulares. No passado, esses mesmos cursos eram freqüentados pelas mesmas elites, embora provenientes de escolas públicas. O erro do senso-comum atual é pensar a escola pública das décadas que precederam a criação da universidade, sob os moldes do ensino público atual. Não há como negar que os trabalhadores e seus filhos tiveram mais acesso à universidade, principalmente no que se refere aos novos cursos. Porém, é necessário perceber que os antigos cursos continuam a ser freqüentados pelo mesmo perfil sócio-econômico de antes.
Elton Machado, professor de história e ex-estudante da UFS, acredita que a mudança atual no perfil do alunado está ligada à despolitização e alienação completa ao sistema. Estudante na década de 80, hoje ele se preocupa com o fato de discentes estarem ligados a futilidades e não entender, por exemplo, a representatividade e as articulações políticas que existem por detrás da saída do cargo de Ministra do Meio Ambiente, ocupado por Marina Silva.
Então, no aniversário de 40 anos da UFS, os votos de felicitações, sucesso, conscientização política e integração com a comunidade, vão para o alunado!
Até 1807, data representada historicamente pela transferência da sede da Monarquia Portuguesa para o Brasil, cursar o nível superior implicava passar uma temporada no ‘friozinho’ da Europa. E como ainda acontece nos tempos atuais, uma viagem como essa era financeiramente viável apenas à elite da nação. A historiadora Terezinha Oliva confirma que em Sergipe o quadro foi semelhante.
Percebe-se então que, antes do século XIX em Sergipe, grandes nomes reconhecidos nacionalmente, como Joel Silveira, Sílvio Romero e Tobias Barreto, fizeram cursos e faculdades superiores, nos grandes centros urbanos nacionais. Ressalta-se que ainda não havia um status de universidade, pois a primeira surgiu apenas em 1920. O perfil desses alunos então, era formado por pessoas oriundas de uma classe econômica alta, provenientes do interior, pois Aracaju, fundada em 1855, ainda não possuía status de referência, como cidades mais antigas, a exemplo de Itabaiana, Lagarto, Estância, entre outras.
A UFS surge após as transformações sócio-culturais e o boom econômico e industrial da década de 50. Nesse momento, há uma tomada de consciência por parte de diversos setores da sociedade, tendo como uma das representações desse espírito o Projeto de Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB).
Logo, em 1968, ano de criação da UFS, já estava definido pela LDB o papel da universidade: estimular o conhecimento dos problemas regionais e nacionais, prestar serviços à comunidade e estabelecer com a mesma uma relação de reciprocidade. É necessário, para isso, que os gestores e docentes conheçam seus alunos, oriundos da comunidade citada, identificando a origem e a realidade sócio-econômica em que vivem, tal como suas carências e perspectivas.
A extensão universitária, por exemplo, é mais uma forma de interação com a sociedade. Esta traz implicações importantes, na medida em que a instituição deixa de ser apenas o lócus privilegiado da construção do olhar de fora sobre as comunidades e torna-se também um lócus observado sobre o qual se projetam olhares de dentro e de fora do seu território.
Perfil estudantil hoje
De acordo com a entrevista concedida pelo reitor da UFS, Josué Modesto dos Passos Subrinho, para o Portal Infonet, o perfil dos estudantes da UFS mudou muito, se comparado ao das primeiras turmas do final da década de 60. Hoje, há mais pessoas de classes baixas, trabalhadores e cidadãos do interior do Estado, na universidade.
Uma análise mais profunda indica, porém, que voltamos às nossas origens. Os cursos mais concorridos e de reconhecido status, como Medicina, Direito, Enfermagem, são freqüentados em sua maioria por indivíduos que tiveram acesso a escolas de qualidade, atualmente representadas pelas instituições particulares. No passado, esses mesmos cursos eram freqüentados pelas mesmas elites, embora provenientes de escolas públicas. O erro do senso-comum atual é pensar a escola pública das décadas que precederam a criação da universidade, sob os moldes do ensino público atual. Não há como negar que os trabalhadores e seus filhos tiveram mais acesso à universidade, principalmente no que se refere aos novos cursos. Porém, é necessário perceber que os antigos cursos continuam a ser freqüentados pelo mesmo perfil sócio-econômico de antes.
Elton Machado, professor de história e ex-estudante da UFS, acredita que a mudança atual no perfil do alunado está ligada à despolitização e alienação completa ao sistema. Estudante na década de 80, hoje ele se preocupa com o fato de discentes estarem ligados a futilidades e não entender, por exemplo, a representatividade e as articulações políticas que existem por detrás da saída do cargo de Ministra do Meio Ambiente, ocupado por Marina Silva.
Então, no aniversário de 40 anos da UFS, os votos de felicitações, sucesso, conscientização política e integração com a comunidade, vão para o alunado!
Por Lidiane Lima
2 comentários:
O título não combina com a matéria. Pessoal, sejam mais atensiosos, as matérias parecem que estão sendo feitas às pressas! Nomes comuns com letra maiúscula, fontes sem sobrenome, muitos erros primários. Prestem atenção para que o blog não perca a credibilidade.
Depois de ler essa materia dos 40 anos, eu me pergunto: nesse blog tb entram as matérias da Ascom é?
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