Almoçar no Restaurante Universitário (Resun) tem sido sinônimo de transtorno para muitos estudantes, desde o início do semestre letivo, principalmente às segundas-feiras. Atrasos no horário de abertura, reduzido número de funcionários em atividade e a crescente demanda do serviço podem ser citados como alguns dos motivos que fazem com que as filas para o almoço se aproximem cada vez mais da biblioteca.
Este é o caso de Alexandre Guimarães, aluno do curso de Engenharia de Pesca, que afirma já ter sido prejudicado pela demora em diversas ocasiões. “Eu já perdi aula por causa do atraso e por isso, muitas vezes deixo de almoçar aqui. Hoje, por exemplo, tenho aula às 13h e ainda estou na fila”. Era por volta das 11h45, e mesmo que o funcionamento previsto seja das 11h às 14h, as primeiras pessoas ainda entravam no refeitório. Os usuários contam que no último dia 19, o restaurante abriu por volta das 12h15.
Benedito Miguel, estudante do curso de Licenciatura em Matemática, e os estudantes de Rádio e TV Osmar Souza, Thiago Leite, Ronaldo Bravo e Bruno Tavares – que utilizam o serviço quase que diariamente – emitem opiniões similares à de Alexandre sobre o serviço prestado pelo restaurante.
Eles concordam que o cumprimento do horário seria uma maneira de amenizar os problemas, e para isso apresentam possíveis soluções para os mesmos. Além de propor algumas mudanças de ordem administrativa – como a contratação de novos funcionários –, eles reconhecem que muitas vezes é o próprio usuário quem contribui para o “caos” que se tem observado ultimamente.
Segundo Osmar, por exemplo, “deveria ter um programa de conscientização dos alunos para respeitar a fila, além de uma fiscalização por parte dos seguranças da UFS. Já que eles almoçam de graça, poderiam prestar esse 'serviço cidadão'.” Thiago completa o raciocínio do seu colega, questionando: “E por que não contratar estagiários da própria universidade para ajudar a administrar, organizar e atuar na área de produção do restaurante?”
De acordo com o diretor do Resun, Gilson Dias, o maior problema é a falta de mão-de-obra. “O Resun está com o contingente muito reduzido, pois não se pode fazer concurso para os cargos de cozinheiro, auxiliar de cozinha e açougueiro. Os funcionários se aposentam, adoecem e não há como se fazer a reposição. A única solução seria a terceirização da mão-de-obra – e não do restaurante –, mas isso ainda não foi possível por falta de verbas”, explica.
Dias também informa que há quase dez anos o Ministério da Educação (MEC) não envia verbas direcionadas aos restaurantes universitários, e uma parte do orçamento anual da universidade é destinada para tentar resolver o problema. Dessa maneira, a terceirização dos funcionários se torna ainda mais burocrática.
Quanto ao problema do acesso às filas, não por ordem de chegada, mas por ordem de ‘camaradagem’, Dias afirma que isso é uma questão de consciência por parte das pessoas que utilizam o restaurante. Ele conta que um corrimão de cerca de dez metros já foi colocado para amenizar a situação, mas reconhece que mesmo assim o problema não foi e nem será resolvido se cada um não tiver uma conduta correta, que inclui não somente o ato de não ‘furar a fila’, mas também o de não aceitar que as pessoas o façam. “Se alguém passa em sua frente e você não reclama, essa pessoa vai continuar sempre fazendo isso. Tem que reclamar”, aconselha.
Já em relação aos atrasos, Gilson explica que os alimentos são preparados geralmente no dia anterior à refeição, e como na segunda isso não é possível, a comida é feita no mesmo dia. “Quando as câmaras frigoríficas adquiridas forem instaladas, será possível armazenar os alimentos durante o fim de semana, e o serviço será melhorado”, garante.
Com a expansão...
Entre o final de 2007 e início de 2008, o Resun passou por várias reformas físicas e teve o seu espaço ampliado para comportar melhor os alunos que entrariam no semestre seguinte, já que houve um aumento considerável de ingressos em 2008.
Gilson também afirma que, com o projeto de expansão, vários equipamentos foram comprados, como estufas para a conservação da comida servida em cada refeição, cadeiras e mesas. Entretanto, ele destaca que essa ampliação do espaço físico não é suficiente. “Sem mão-de-obra você pode ampliar o ambiente como for, que não vai adiantar nada”, argumenta.
Sobre a possibilidade de se contratar estagiários para atuar no restaurante, Dias informa que já está sendo estudada juntamente com o pró-reitor de assuntos estudantis, Arivaldo Montalvão. “Estamos entrando em contato com o Departamento de Nutrição, para que seja implantado um laboratório anexo ao restaurante, onde hoje funciona a Casa da Cópia. Assim, os alunos poderão apoiar o serviço de distribuição de alimento”, comenta.
Ele explica que aproximadamente 20 pessoas trabalham na produção do restaurante, 13 no almoço e sete no jantar, mas afirma que o ideal seria ter pelo menos 30 pessoas ativas, em condições de trabalho. Isso porque “muita gente aqui tem deficiência física ou de saúde; grande parte já está com idade de se aposentar, mas não o fazem para não perder benefícios como vale-transporte e alimentação”, explica.
Por Thiago Rocha
Foto: Thiago Rocha
Este é o caso de Alexandre Guimarães, aluno do curso de Engenharia de Pesca, que afirma já ter sido prejudicado pela demora em diversas ocasiões. “Eu já perdi aula por causa do atraso e por isso, muitas vezes deixo de almoçar aqui. Hoje, por exemplo, tenho aula às 13h e ainda estou na fila”. Era por volta das 11h45, e mesmo que o funcionamento previsto seja das 11h às 14h, as primeiras pessoas ainda entravam no refeitório. Os usuários contam que no último dia 19, o restaurante abriu por volta das 12h15.
Benedito Miguel, estudante do curso de Licenciatura em Matemática, e os estudantes de Rádio e TV Osmar Souza, Thiago Leite, Ronaldo Bravo e Bruno Tavares – que utilizam o serviço quase que diariamente – emitem opiniões similares à de Alexandre sobre o serviço prestado pelo restaurante.
Eles concordam que o cumprimento do horário seria uma maneira de amenizar os problemas, e para isso apresentam possíveis soluções para os mesmos. Além de propor algumas mudanças de ordem administrativa – como a contratação de novos funcionários –, eles reconhecem que muitas vezes é o próprio usuário quem contribui para o “caos” que se tem observado ultimamente.
Segundo Osmar, por exemplo, “deveria ter um programa de conscientização dos alunos para respeitar a fila, além de uma fiscalização por parte dos seguranças da UFS. Já que eles almoçam de graça, poderiam prestar esse 'serviço cidadão'.” Thiago completa o raciocínio do seu colega, questionando: “E por que não contratar estagiários da própria universidade para ajudar a administrar, organizar e atuar na área de produção do restaurante?”
De acordo com o diretor do Resun, Gilson Dias, o maior problema é a falta de mão-de-obra. “O Resun está com o contingente muito reduzido, pois não se pode fazer concurso para os cargos de cozinheiro, auxiliar de cozinha e açougueiro. Os funcionários se aposentam, adoecem e não há como se fazer a reposição. A única solução seria a terceirização da mão-de-obra – e não do restaurante –, mas isso ainda não foi possível por falta de verbas”, explica.
Dias também informa que há quase dez anos o Ministério da Educação (MEC) não envia verbas direcionadas aos restaurantes universitários, e uma parte do orçamento anual da universidade é destinada para tentar resolver o problema. Dessa maneira, a terceirização dos funcionários se torna ainda mais burocrática.
Quanto ao problema do acesso às filas, não por ordem de chegada, mas por ordem de ‘camaradagem’, Dias afirma que isso é uma questão de consciência por parte das pessoas que utilizam o restaurante. Ele conta que um corrimão de cerca de dez metros já foi colocado para amenizar a situação, mas reconhece que mesmo assim o problema não foi e nem será resolvido se cada um não tiver uma conduta correta, que inclui não somente o ato de não ‘furar a fila’, mas também o de não aceitar que as pessoas o façam. “Se alguém passa em sua frente e você não reclama, essa pessoa vai continuar sempre fazendo isso. Tem que reclamar”, aconselha.
Já em relação aos atrasos, Gilson explica que os alimentos são preparados geralmente no dia anterior à refeição, e como na segunda isso não é possível, a comida é feita no mesmo dia. “Quando as câmaras frigoríficas adquiridas forem instaladas, será possível armazenar os alimentos durante o fim de semana, e o serviço será melhorado”, garante.
Com a expansão...
Entre o final de 2007 e início de 2008, o Resun passou por várias reformas físicas e teve o seu espaço ampliado para comportar melhor os alunos que entrariam no semestre seguinte, já que houve um aumento considerável de ingressos em 2008.
Gilson também afirma que, com o projeto de expansão, vários equipamentos foram comprados, como estufas para a conservação da comida servida em cada refeição, cadeiras e mesas. Entretanto, ele destaca que essa ampliação do espaço físico não é suficiente. “Sem mão-de-obra você pode ampliar o ambiente como for, que não vai adiantar nada”, argumenta.
Sobre a possibilidade de se contratar estagiários para atuar no restaurante, Dias informa que já está sendo estudada juntamente com o pró-reitor de assuntos estudantis, Arivaldo Montalvão. “Estamos entrando em contato com o Departamento de Nutrição, para que seja implantado um laboratório anexo ao restaurante, onde hoje funciona a Casa da Cópia. Assim, os alunos poderão apoiar o serviço de distribuição de alimento”, comenta.
Ele explica que aproximadamente 20 pessoas trabalham na produção do restaurante, 13 no almoço e sete no jantar, mas afirma que o ideal seria ter pelo menos 30 pessoas ativas, em condições de trabalho. Isso porque “muita gente aqui tem deficiência física ou de saúde; grande parte já está com idade de se aposentar, mas não o fazem para não perder benefícios como vale-transporte e alimentação”, explica.
Por Thiago Rocha
Foto: Thiago Rocha
2 comentários:
Realmente a situação do RESUN anda muito ruim. Sem contar que a falta comida rapidamente fazendo com que não possamos confiar no cardápio disponibilizado previamente.
Às vezes chegamos confiando que iremos omer o que vimos no cardápio e quando lá chegamos estão servindo fígado. Ou seja, compramos gato por lebre.
Como a quantidade de pessoas que come fígado é infima, em relação aos demais alimentos, muita gente come arroz com feijão ou apenas um dels.
Já que houve expansão, deveria também haver estrutura para que essa expansão se desse de forma que não ocorresse esses transtornos.
Quando se fala em oposição ao Reuni, é nisso que falam, na falta de preparo para essa expansão. Não acredito que sejam contra a idéia do Reuni, mas contra esse crescimento desordenado que incha nossa universidade e não dá estrutura física para esse inchaço
queria dizer umas coisas.
1-isso é uma das consequencias de uma expansão, sem duvidas.
2-porem o que temos que comemorar que o o resun da UFS é um dos muito poucos ainda existente no brasil que trabalha num sistema parecido com o nosso, com preços subsidiados. os demais ou fecharam as portas ou foram terceirizados, o que fez com que o preço fosse reajustado ou passasse a vender a quilo, por exemplo. assim fica inviavel para os alunos pagarem as refeições caso forem reajustadas.
3-enquanto ao problema da fila:são esses estudantes que furam fila todos os dias no resun, numa atitude covarde, desrespeitosa e desumana, que ficam reclamando da corrupção desse país? são esses estudantes que vão mudar a sociedade, praticando gestos "anti éticos"?
obrigado pelo espaço!!!
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