“A dinâmica de grupo, enquanto ciência e parte da Psicologia Social, estuda a natureza, o funcionamento e os fenômenos grupais emergentes em diferentes contextos, institucionais ou não. Estuda a atmosfera grupal, as estruturas e etapas de desenvolvimento de um grupo, por exemplo, se estimulado por diferentes situações”, afirma a psicóloga do departamento de Psicologia da UFS, Cybele Ramalho.
Ouvimos, constantemente, falar sobre a utilização da dinâmica de grupo em muitas empresas ou organizações, principalmente quando o tema é a procura de emprego. Mas o que seria efetivamente o uso desta prática? Para que ela serve e como são aplicadas por essas organizações?
A dinâmica de grupo é uma atividade que permite compreender ou modificar o comportamento grupal. Ela realiza um trabalho que permite perceber, através de uma movimentação coletiva, como cada pessoa se comporta em grupo, sua forma de comunicação, liderança, nível de iniciativa, entre outros comportamentos. São instrumentos que estão dentro de um processo de formação e organização, facilitando o processo e o desenvolvimento da soberania dos grupos.
Segundo Ramalho, a dinâmica facilita que estes reconheçam suas estruturas de funcionamento e, assim, possam alcançar melhor seus próprios objetivos e metas. Porém, ressalta que se deve tomar cuidado quanto ao seu uso. "O uso indiscriminado e autoritário de técnicas pode desencadear o processo não recomendável de apontar qualidades e defeitos do indivíduo. E como nós, psicólogos, partimos do princípio de que em grupo isto não existe, estes valores não devem ser julgados”, explica.
Muitas organizações também as utilizam para descobrir e avaliar como o grupo se comporta em relação a cada componente. Para elas, adotar essa técnica é de grande importância para conhecer a fundo cada indivíduo, pois para eles não adianta somente a contratação do melhor profissional do mercado, mas, sim, daquele que se adapta às suas necessidades. Ainda segundo Ramalho, “numa organização, a intenção ideológica é que a dinâmica de grupo atenda a seus objetivos, podendo, assim, ser uma arma perigosa ou uma estratégia poderosa de mudança, dependendo de a quem ela serve, a quais interesses”.
Os responsáveis pela aplicação dessa atividade nas instituições eram principalmente os psicólogos. Hoje, porém, essa prática também é aplicada por pedagogos, assistentes sociais, entre outros educadores ou até mesmo pelos próprios responsáveis pela organização. “Infelizmente, é mais aplicada por profissionais de RH, administradores, gerentes, etc. Embora eu pessoalmente ache que deveriam ser da esfera profissional dos psicólogos”. Além dessa atividade, as organizações utilizam também outras formas de aprofundar ainda mais o conhecimento acerca do indivíduo, como a avaliação psicológica e a entrevista.
Existem, porém, algumas divergências no meio acadêmico quanto ao uso desta técnica por parte dos profissionais de psicologia e de outras áreas. Segundo Ramalho, muitos teóricos enxergam esse uso como uma estratégia tecnicista a serviço da organização. Mas, ainda segundo ela, a técnica pode ser um instrumento útil, quando usado adequadamente. “Acredito que, se a usamos para impor objetivos, definidos a priori, sejam eles quais forem, sem respeitar a soberania do grupo e sem permitir que este guie a direção do processo, sem considerar que um grupo está em eterno devir e nunca poderemos definir ou esgotar suas possibilidades criadoras, aí sim será um instrumento inadequado”, finaliza.
Semana de Psicologia em Aracaju
Para aqueles que têm interesse ou gostariam de saber um pouco mais sobre esse e outros assuntos relacionados à psicologia, foram oficialmente abertos hoje, dia 19, o III Encontro de Psicologia na Universidade Federal de Sergipe e a 9ª Semana de Psicologia da UNIT. Em ambos os encontros, os participantes puderam assistir a conferências, mini-cursos, mesas e sessões de comunicação.
Ouvimos, constantemente, falar sobre a utilização da dinâmica de grupo em muitas empresas ou organizações, principalmente quando o tema é a procura de emprego. Mas o que seria efetivamente o uso desta prática? Para que ela serve e como são aplicadas por essas organizações?
A dinâmica de grupo é uma atividade que permite compreender ou modificar o comportamento grupal. Ela realiza um trabalho que permite perceber, através de uma movimentação coletiva, como cada pessoa se comporta em grupo, sua forma de comunicação, liderança, nível de iniciativa, entre outros comportamentos. São instrumentos que estão dentro de um processo de formação e organização, facilitando o processo e o desenvolvimento da soberania dos grupos.
Segundo Ramalho, a dinâmica facilita que estes reconheçam suas estruturas de funcionamento e, assim, possam alcançar melhor seus próprios objetivos e metas. Porém, ressalta que se deve tomar cuidado quanto ao seu uso. "O uso indiscriminado e autoritário de técnicas pode desencadear o processo não recomendável de apontar qualidades e defeitos do indivíduo. E como nós, psicólogos, partimos do princípio de que em grupo isto não existe, estes valores não devem ser julgados”, explica.
Muitas organizações também as utilizam para descobrir e avaliar como o grupo se comporta em relação a cada componente. Para elas, adotar essa técnica é de grande importância para conhecer a fundo cada indivíduo, pois para eles não adianta somente a contratação do melhor profissional do mercado, mas, sim, daquele que se adapta às suas necessidades. Ainda segundo Ramalho, “numa organização, a intenção ideológica é que a dinâmica de grupo atenda a seus objetivos, podendo, assim, ser uma arma perigosa ou uma estratégia poderosa de mudança, dependendo de a quem ela serve, a quais interesses”.
Os responsáveis pela aplicação dessa atividade nas instituições eram principalmente os psicólogos. Hoje, porém, essa prática também é aplicada por pedagogos, assistentes sociais, entre outros educadores ou até mesmo pelos próprios responsáveis pela organização. “Infelizmente, é mais aplicada por profissionais de RH, administradores, gerentes, etc. Embora eu pessoalmente ache que deveriam ser da esfera profissional dos psicólogos”. Além dessa atividade, as organizações utilizam também outras formas de aprofundar ainda mais o conhecimento acerca do indivíduo, como a avaliação psicológica e a entrevista.
Existem, porém, algumas divergências no meio acadêmico quanto ao uso desta técnica por parte dos profissionais de psicologia e de outras áreas. Segundo Ramalho, muitos teóricos enxergam esse uso como uma estratégia tecnicista a serviço da organização. Mas, ainda segundo ela, a técnica pode ser um instrumento útil, quando usado adequadamente. “Acredito que, se a usamos para impor objetivos, definidos a priori, sejam eles quais forem, sem respeitar a soberania do grupo e sem permitir que este guie a direção do processo, sem considerar que um grupo está em eterno devir e nunca poderemos definir ou esgotar suas possibilidades criadoras, aí sim será um instrumento inadequado”, finaliza.
Semana de Psicologia em Aracaju
Para aqueles que têm interesse ou gostariam de saber um pouco mais sobre esse e outros assuntos relacionados à psicologia, foram oficialmente abertos hoje, dia 19, o III Encontro de Psicologia na Universidade Federal de Sergipe e a 9ª Semana de Psicologia da UNIT. Em ambos os encontros, os participantes puderam assistir a conferências, mini-cursos, mesas e sessões de comunicação.
A Semana de Psicologia da UNIT acontece no auditório do bloco B, no campus da Farolândia, enquanto o Encontro de Psicologia da UFS acontece no campus de São Cristóvão, com a participação de convidados como Leôncio Camino (UFPB), Jéferson Souza (UFAL) e Durval Muniz de Albuquerque Jr. (UFRN). Ambos terão duração de 3 dias, encerrando suas atividades na próxima quarta-feira, dia 21.
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Por Júlia da Escóssia
Um comentário:
As dinâmicas de grupo tomaram os RH's das empresas. Um aspecto interessante, pois, quando usadas para a contratação de novos associados, por exemplo, quando se conhce o perfil do profissional cujas características não constam no currículo.
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