14 fevereiro, 2007

Comerciantes reclamam de pontos de venda do Terminal Leonel Brizola



Inaugurado em julho de 2006 para substituir o antigo Terminal da Zona Oeste, o Terminal Leonel Brizola é o maior do sistema integrado de transportes de Aracaju. Diariamente, milhares de passageiros passam por ele em direção ao trabalho. E o próprio terminal é o ponto de venda de alguns ambulantes.


Estes não ocupavam um lugar fixo no antigo terminal. Porém, para trabalhar no recém-construído Leonel Brizola, foram obrigados pela Secretaria Municipal de Transportes e Trânsito (SMTT) a ocupar um espaço pré-determinado. O local é longe das plataformas de embarque e desembarque de passageiros, além de ser descoberto, o que deixa os vendedores e suas mercadorias à mercê do sol e da chuva.


Segundo o assessor de comunicação da SMTT, Jairo Alves, os motivos para a concentração dos pontos de venda foram organizar o espaço do terminal e facilitar o trânsito de passageiros entre as plataformas. “Esta reorganização foi baseada na desorganização que existia no antigo terminal. As pessoas se esbarravam com as barracas ao sair e entrar nos ônibus, fora que causava um grande tumulto nos horários de pico”, justifica.


Porém, na opinião dos vendedores, a SMTT poderia formular uma alternativa para a distribuição dos pontos de venda no terminal. “Não queremos atrapalhar os passageiros. Queremos apenas garantir nossa sobrevivência. Além disso, pagamos para vender aqui”, reivindica Teófila Ribeiro, que vende bijuterias no terminal há oito anos. Ela explica que os ambulantes pagam uma taxa mensal de R$ 10 para poder trabalhar no local.


“Já estivemos algumas vezes lá na SMTT. Tentamos entrar em contato com o antigo superintendente, mas ele se mostrou indiferente ao nosso caso. Esperamos que o novo superintendente, Samarone, seja um pouco mais atencioso”, acrescenta a vendedora. Ela diz que os ambulantes, ainda na antiga direção da SMTT, enviaram pedidos para um estudo do caso, mas ainda não tiveram retorno.


Segundo Cleone dos Santos, vendedor de balas há três anos, a SMTT impôs também a padronização das barracas de venda, cujo custo passou dos R$ 1.500,00. “Para conseguir este dinheiro, fizemos um empréstimo no banco, mas ainda não conseguimos pagar porque nossa venda está muito fraca”, desabafa. Ele ainda destaca que cada vendedor não arrecada mais de R$ 10,00 por dia.


As queixas de Vânia Cristina vão além das vendas fracas. A vendedora de pipocas e doces há 10 anos desabafa, comovida, que ela e a mãe já tiveram problemas de saúde por estarem trabalhando sem proteção contra o sol. “Aqui, nós ficamos desprotegidos de sol e chuva. Nossa saúde está sendo prejudicada e nossos produtos estão estragando em contato com o sol”, lamenta a vendedora.


Na opinião de Roberto Batista, que passa pelo terminal Leonel Brizola todos os dias, poderia haver uma melhor distribuição dos vendedores. A plataforma de embarque de ônibus utilizada por Batista fica no lado oposto às barracas. “Se eu quiser consumir algo, tenho que me deslocar do meu ponto. Muitas vezes eu desisto”, afirma o passageiro.


Como resposta às reclamações, o assessor de comunicação informa que a SMTT está estudando o caso e convoca os vendedores para uma reunião. Na oportunidade, poderão fazer um novo pedido de avaliação das condições de trabalho. Ele alerta que a SMTT não visa prejudicar ninguém com a organização atual, apenas facilitar a vida dos usuários de transporte público.


Por Adrine Cabral

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