12 fevereiro, 2007

UFS assegura moradia e outros benefícios para universitários de baixa renda

Universidade Federal de Sergipe (UFS) recebe mais de dois mil alunos anualmente. No último vestibular, o corpo discente ultrapassou a casa dos três mil devido à criação de novos cursos e ao aumento do número de vagas em alguns cursos. São universitários provenientes de distintas classes sociais, diversas regiões do país e de idades variadas. Entretanto, todos guardam em comum não apenas o sonho de ingressar numa universidade federal, mas também o de concluir o curso superior.

Infelizmente a realização deste sonho nem sempre é possível. Geralmente, os mais prejudicados são aqueles que possuem baixa renda familiar e que são provenientes de municípios no interior de Sergipe ou de outros Estados. Contudo, o que muitos não sabem, é que podem contar com o apoio da universidade através do Programa de Residência Universitária, que assegura moradia aos estudantes de baixa renda, além de outros benefícios que contribuem para a permanência do aluno na universidade.

Critérios básicos de seleção

Para participar do programa, que existe na UFS desde 1970, os alunos devem se enquadrar em três exigências básicas: possuir renda familiar inferior ou igual a 90% do salário mínimo per capita - quanto maior o número de pessoas em uma família com renda fixa, menor é a renda per capita –, não ser residente na Grande Aracaju – Aracaju, São Cristóvão, Laranjeiras, Socorro e Itaporanga – e ser aluno calouro.

Como o principal objetivo do Programa de Residência Universitária é manter o aluno na universidade, não são aceitos estudantes que tenham vínculo empregatício. A coordenadora da Coordenação de Assistência e Integração do Estudante, Neilza Barreto, esclarece que com este vínculo o aluno não dispõe de horário para cursar o número de créditos por período, além de não se dedicar aos estudos. Já os estágios remunerados na própria universidade ou em outras instituições, bem como as pesquisas acadêmicas, são permitidos pois, por terem carga horária limitada a um turno, possibilitam a conciliação com os estudos.

Bolsa residência e moradias

A principal ajuda que o programa oferece é a bolsa residência, cujo valor é de 702 reais para cada residência. Hoje, o programa conta com 22 moradias, das quais 11 são masculinas e 11 femininas, sendo oito estudantes por residência. Geralmente, são os próprios alunos que escolhem a moradia, cuja preferência tem sido por apartamentos que se concentram nos bairros Nova Saneamento, Salgado Filho, Gragerú, Suissa e Ponto Novo.

O valor da bolsa é destinado ao pagamento do aluguel, do condomínio – no caso de apartamento -, água, energia e gás. Normalmente esta despesa varia de 500 a 600 reais e o valor que sobra – a poupança – é depositado na conta do/a tesoureiro da casa e empregado quando necessário. A coordenadora do Codae diz que muitos alunos têm utilizado esta reserva para comprar computador para a casa.

Cabe ao programa também, orientar os residentes sobre como gerenciar a casa, como administrar os recursos e desenvolver as tarefas do lar solidariamente. “Eles são os responsáveis pela casa”, justifica a coordenadora Neilza Barreto. A estudante do 4° período de Geografia, J.S.S., que foi residente durante um ano e oito meses, lembra que todo mês era feito um balancete com o registro de todos os gastos mensais e que, juntamente com as notas fiscais, era entregue à Codae.

A estudante de Geografia, J.S.S., reconhece que se não fosse o Programa de Residência não seria possível se manter em Aracaju já que sua família, que mora no interior, não teria condições de sustentá-la. Mesmo afirmando não ser fácil conviver com pessoas que nunca viu, admite que a convivência com as diferenças lhe proporcionou um grande aprendizado. “A gente acaba construindo outra família com as pessoas que convivemos, os problemas das demais passam a ser os nossos”.

Ela não nega que também passou por chateações e desentendimentos. “Mas isso é normal, até na nossa casa acontece isso”, enfatiza. A própria coordenadora do Codae, Neilza Barreto, observa que é difícil oito pessoas que vêm de locais diferentes, de famílias diferentes conviverem de quatro a seis anos conjuntamente. “Já é difícil numa família, quanto mais entre oito pessoas desconhecidas”.

Quando há discordância entre os moradores de uma residência, eles próprios tentam solucionar o caso durante as reuniões domésticas. É por isso que em cada residência é escolhido um presidente, um secretário e um tesoureiro. Caso o problema persista, Neilza Barreto esclarece que eles podem comunicar à Codae, que tentará mediar os conflitos através dos serviços de apoio psicológico e de assistência social oferecidos pela Pró-reitoria de Assuntos Estudantis (Proest), setor ao qual a Codae está vinculada.

Outros Benefícios

Além destes serviços, os residentes podem contar ainda com a assistência médica. “Quando nós precisamos de outros profissionais, solicitamos à própria universidade”, explica a coordenadora. Além da bolsa residência e desses serviços auxiliares, a Proest oferece outros benefícios não apenas aos residentes, mas também àqueles estudantes que ficaram na excedência da seleção aguardando uma vaga nas residências.

Todos esses universitários são isentos das taxas acadêmicas, têm livre acesso ao Restaurante Universitário (Resun) e recebem apoio financeiro para apresentarem pesquisas em congressos. O estudante do 2° período de Jornalismo, Getúlio, foi um exemplo de excedente que usufruiu desses benefícios.

Tiale Acrux
tialeacrux@yahoo.com.br

Para mais informações, acesse:
Proest

Um comentário:

Anônimo disse...

Qual a diferença entre o auxilio moradia e o auxilio residência? o edital trata os dois como sendo completamente diferente...