A Feira de Sergipe, já em sua oitava edição, acontece de 11 a 21 de janeiro na Praça de Eventos da Orla de Atalaia, Aracaju, e tem como principal finalidade divulgar o artesanato de vários municípios do Estado e ajudar a movimentar a economia local no setor de micro e pequenas empresas. Organizada pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), a Feira deste ano conta com 254 estandes, dos quais 80% estão voltados exclusivamente para o artesanato. Ainda estão presentes 33 estandes de municípios sergipanos onde são expostos produtos típicos das localidades.
Além da presença de artesãos de 48 municípios do Estado, a Feira também conta com a participação de cerca de 70% de artesãos cooperados que fazem parte da Cooperativa de Expo Criação e Arte de Sergipe. De acordo com João Pereira Farias Neto, representante da Cooperativa e que participa da Feira desde o ano passado, o lucro obtido no evento em sua edição anterior foi satisfatório, mas a expectativa para este ano é que seja ainda melhor. “A Feira é o que a gente espera para alavancar o artesanato em Sergipe”, comenta o artesão.
Maria das Graças, artesã há três anos e expositora da Feira de Sergipe pela primeira vez, explica que, para conseguir um estande, primeiramente é necessário que a pessoa possua a carteira de artesão. Depois, os expositores pagam um determinado valor que inclui a iluminação, segurança e a ocupação do estande durante os dez dias em que a Feira é realizada. Para a artesã, essa é uma oportunidade para expor e lucrar com o seu trabalho. O Sebrae/SE também aproveita o evento para expor os projetos desenvolvidos na área de turismo, agronegócio, comércio, serviços e indústria.
O evento na economia sergipana
Com relação ao benefício econômico trazido pela Feira, o Coordenador Geral do evento, Manoel Sobral, explica que desde a sua criação a Feira de Sergipe traz lucros significativos aos artesãos. “Existem artesãos que trabalham (produzem) o ano inteiro para vender na Feira”, explica. Ainda segundo Manoel Sobral, os produtores poderão atingir um lucro muito maior com a inovação trazida pela Feira, a “Vila do Produtor”, uma réplica de um povoado que inclui casas de taipa, igreja e bodega. Além disso, os produtores poderão vender os seus produtos diretamente ao consumidor, evitando, desse modo, os intermediários.
Já para o Prof° Dr° em economia regional e solidária, Ricardo Lacerda, a Feira de Sergipe tem, na verdade, um papel auxiliar dentro da cadeia de turismo do Estado. Segundo ele, a Feira cumpre a função de inter-relacionar os artesãos com seus clientes e concorrentes. “É um momento de interação muito grande e de grande fluxo de informação e conhecimento”, afirma. Quanto aos benefícios econômicos trazidos pela Feira tanto para o Estado quanto para os artesãos, Lacerda diz serem irrisórios, se comparados a outras atividades mais significativas economicamente.
De acordo com Ricardo Lacerda, o setor de artesanato não causa um abalo muito forte na economia de Sergipe por ser um dos setores que não pesa muito na economia do Estado. O economista acredita que o lucro dos feirantes não é extraordinário. Para ele, o que a Feira propicia é uma melhoria nos recursos e contatos ao invés de uma venda grandiosa dos seus produtos. Ainda assim, Lacerda salienta a importância da realização de eventos como esse para o turismo sergipano, já que a Feira se configura como uma atração interessante para os turistas que, além do artesanato, podem usufruir das apresentações artísticas e folclóricas que constam em sua programação.
Por Díjna Torres
hecate_ml@ya
Para maiores informações sobre a Feira de Sergipe, acesse:
Feira de Sergipe
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