No dia 05 de dezembro, cerca de 21 mil candidatos concluíram, com a prova de redação, o Processo Seletivo para ingresso na Universidade Federal de Sergipe no ano letivo 2008. No dia 12 a universidade divulgou a lista dos pré-classificados e há duas semanas, sob a coordenação do Prof. Dr. Antônio Ponciano Bezerra, uma equipe de professores de língua portuguesa está fazendo a correção das redações. Segundo Ponciano, que é também pró-reitor de graduação, caso não haja imprevistos, o trabalho estará concluído até o próximo dia 26, quando então será divulgado o resultado final do vestibular.
A prova de redação da UFS, ao longo dos anos, tem passado por várias transformações: já foi peso 4, 5; de caráter eliminatório. Até o final da década de 90, as redações de todos os inscritos no vestibular eram corrigidas. Hoje, ela é apenas parte integrante da prova de português, a quarta parte; possui caráter classificatório e somente os candidatos pré-classificados, na proporção de dois para uma vaga em cada curso, têm seus textos corrigidos. Esse ano, serão corrigidas 8140 redações, já que a UFS oferece 4070 vagas.
“Antes nós corrigíamos as redações de todos os inscritos, às vezes eram textos de candidatos que haviam tirado nota baixíssima na sua prova de origem; por exemplo, estava fazendo vestibular para ciências biológicas e tirava dois na prova de biologia, que dizer, era um candidato que não tinha condição alguma de ser aprovado, mesmo assim se corrigia sua redação. A pré-classificação veio acelerar o processo de correção”, afirma o professor Ponciano.
Três são os critérios avaliados na redação da UFS: coerência (3 pontos), coesão (3 pontos) e expressão ( 4 pontos). A novidade deste ano é que cada texto passa por dois grupos de corretores, caso haja diferença significativa entre as notas dos dois grupos, o coordenador orienta uma terceira correção. O objetivo é garantir uma nota justa.
“Tem muito texto bom, muita nota alta. Não há necessidade de corrigir mais que duas redações para uma vaga, dificilmente os alunos que estão mais bem posicionados perdem sua vaga”, informa Antônio Ponciano.
Quando se fala em redação geralmente se pergunta: como é que está o nível, há muitos “erros”, e as famosas marcas da oralidade nos textos são problemáticas? Para o professor Ponciano não: “inserir elementos da linguagem popular numa redação de vestibular não chega a ser um problema, mesmo na literatura do século XIX, quando era, digamos, ‘proibido’ o uso da linguagem popular os autores deixavam escapar alguns regionalismos; portanto isso não é uma excrescência, sobretudo em se tratando de uma juventude a quem pela primeira vez está sendo pedida a produção de um texto formal como instrumento de avaliação. Essas marcas não são vistas como erro, o fato de o candidato inserir elementos da oralidade em seu texto não o desqualifica, não significa que ele vá perder ponto em coesão ou em coerência, se o uso for excessivo, talvez ele perca alguma coisa em expressão. Mas os nossos corretores estão preparados para fazer uma avaliação contextual, considerando, inclusive, a faixa etária da maioria dos candidatos, para nós é importante que ele compreenda que está produzindo um texto formal, dissertativo e que não fuja ao tema proposto; não se espera encontrar nada camoniano.”
De maneira geral, essa é a ótica que impera nas correções de redação dos vestibulares das grandes universidades brasileiras, cada uma com suas particularidades. A UFS propõe a produção de texto dissertativo, mas há aquelas que pedem a produção de outros tipos de texto, como o narrativo, descritivo ou poético. A posição das instituições são semelhantes quanto à correção. A patrulha purista de outrora cedeu lugar ao bom senso, ou seja, o mais importante é verificar se o candidato compreende a proposta de redação, se tem idéias e as desenvolve. Os pequenos erros lingüísticos têm um peso menor agora. Por isso, a opção de propor temas abrangentes - o da UFS desse ano foi “os problemas do mundo moderno” -, na esperança de que qualquer aluno que tenha concluído o ensino médio possa escrever sobre o assunto.
A prova de redação da UFS, ao longo dos anos, tem passado por várias transformações: já foi peso 4, 5; de caráter eliminatório. Até o final da década de 90, as redações de todos os inscritos no vestibular eram corrigidas. Hoje, ela é apenas parte integrante da prova de português, a quarta parte; possui caráter classificatório e somente os candidatos pré-classificados, na proporção de dois para uma vaga em cada curso, têm seus textos corrigidos. Esse ano, serão corrigidas 8140 redações, já que a UFS oferece 4070 vagas.
“Antes nós corrigíamos as redações de todos os inscritos, às vezes eram textos de candidatos que haviam tirado nota baixíssima na sua prova de origem; por exemplo, estava fazendo vestibular para ciências biológicas e tirava dois na prova de biologia, que dizer, era um candidato que não tinha condição alguma de ser aprovado, mesmo assim se corrigia sua redação. A pré-classificação veio acelerar o processo de correção”, afirma o professor Ponciano.
Três são os critérios avaliados na redação da UFS: coerência (3 pontos), coesão (3 pontos) e expressão ( 4 pontos). A novidade deste ano é que cada texto passa por dois grupos de corretores, caso haja diferença significativa entre as notas dos dois grupos, o coordenador orienta uma terceira correção. O objetivo é garantir uma nota justa.
“Tem muito texto bom, muita nota alta. Não há necessidade de corrigir mais que duas redações para uma vaga, dificilmente os alunos que estão mais bem posicionados perdem sua vaga”, informa Antônio Ponciano.
Quando se fala em redação geralmente se pergunta: como é que está o nível, há muitos “erros”, e as famosas marcas da oralidade nos textos são problemáticas? Para o professor Ponciano não: “inserir elementos da linguagem popular numa redação de vestibular não chega a ser um problema, mesmo na literatura do século XIX, quando era, digamos, ‘proibido’ o uso da linguagem popular os autores deixavam escapar alguns regionalismos; portanto isso não é uma excrescência, sobretudo em se tratando de uma juventude a quem pela primeira vez está sendo pedida a produção de um texto formal como instrumento de avaliação. Essas marcas não são vistas como erro, o fato de o candidato inserir elementos da oralidade em seu texto não o desqualifica, não significa que ele vá perder ponto em coesão ou em coerência, se o uso for excessivo, talvez ele perca alguma coisa em expressão. Mas os nossos corretores estão preparados para fazer uma avaliação contextual, considerando, inclusive, a faixa etária da maioria dos candidatos, para nós é importante que ele compreenda que está produzindo um texto formal, dissertativo e que não fuja ao tema proposto; não se espera encontrar nada camoniano.”
De maneira geral, essa é a ótica que impera nas correções de redação dos vestibulares das grandes universidades brasileiras, cada uma com suas particularidades. A UFS propõe a produção de texto dissertativo, mas há aquelas que pedem a produção de outros tipos de texto, como o narrativo, descritivo ou poético. A posição das instituições são semelhantes quanto à correção. A patrulha purista de outrora cedeu lugar ao bom senso, ou seja, o mais importante é verificar se o candidato compreende a proposta de redação, se tem idéias e as desenvolve. Os pequenos erros lingüísticos têm um peso menor agora. Por isso, a opção de propor temas abrangentes - o da UFS desse ano foi “os problemas do mundo moderno” -, na esperança de que qualquer aluno que tenha concluído o ensino médio possa escrever sobre o assunto.
Por Luciene Oliveira
Um comentário:
boa explicaçao
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